• Nenhum resultado encontrado

Prática Pedagógica no 3º Ciclo

No documento Relatório de prática pedagógica (páginas 91-95)

PARTE II – PRÁTICA PEDAGÓGICA

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

6.3. Aulas Ministradas

6.3.3. Prática Pedagógica no 3º Ciclo

A Prática Pedagógica no 3º ciclo decorreu no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e abrangeu um total de 8 sessões de Expressão Musical, tendo como suporte o plano anual do agrupamento e a planificação anual46 que me foi gentilmente cedida pelo professor cooperante, Dr. Rui Leite.

A primeira aula47 serviu para me apresentar aos alunos e para estes se apresentarem também. Após a apresentação, apresentei os conteúdos a serem trabalhados. Nesse sentido, falei-lhes que as nossas aulas seriam centradas na dança, nomeadamente da Grécia e da Irlanda. Para o efeito, achei por bem fazer a sua contextualização cultural e histórica, que os alunos acharam interessante, porque puderam ver satisfeitas algumas curiosidades a respeito desses países bem como da sua cultura. Nesta aula trabalhámos a pulsação e o andamento, recorrendo à coreografia da dança Misirlou. Para o efeito, foi criado um powerpoint com os passos da dança48. Tal como na minha prática pedagógica no 1º e 2º ciclos, os alunos imitavam o que era feito durante a minha execução. A visualização assume-se como um modo de mais facilmente memorizarem e interiorizarem o que aprendem. Uma vez mais, tive em conta a pedagogia de Willems, no que se refere à aquisição de conteúdos através do processo de imitação bem como da utilização do corpo como forma de exteriorização de emoções. A aprendizagem através da imitação/exemplificação é uma forma fácil de aquisição de conhecimentos, ideia patente igualmente em Carl Orff que defende que esta leva a uma aprendizagem mais natural.

46 Cf. Anexos, Planificação Anual (professor cooperante Dr. Rui Leite) p. 105 e Planificação a Médio

A segunda aula49 foi utilizada para realização do teste de TIC, pelo que nada há a registar em termos de conteúdos.

Na terceira aula50 foi feita a retrospetiva dos conteúdos trabalhados na 1ª sessão. Trabalhou-se a pulsação e o ritmo na coreografia da dança “Misirlou”. Os alunos demonstraram que haviam interiorizado bem os conteúdos lecionados. A aula teve momentos mais reflexivos, através da passagem de um vídeo, reforçando-se a contextualização histórica e cultural da dança (aspeto sempre importante em termos de conhecimentos gerais) e, posteriormente, uma parte mais dinâmica. Aqui, comecei por executar os passos da dança, que os alunos posteriormente imitaram.

A quarta aula51 foi dedicada ao estudo dos passos da dança grega Misirlou, dando continuidade à aula anterior. Após este, seguiu-se a apresentação da dança irlandesa Irish Mandala, sobre a qual foi igualmente feita uma contextualização histórica como cultural.

Os alunos assistiram a um vídeo onde essa dança era executada de forma a melhor memorizarem os seus passos, ao mesmo tempo que exercitavam o ouvido para novas combinações de sons.

Esta aula foi importante pois pôde levar-se até aos alunos um pouco de conhecimento sobre o mundo que os rodeia, outros conceitos sociais e históricos já que a formação da criança, segundo Kodály, deve ter em conta o munda à sua volta e os aspetos culturais intrínsecos a cada espaço geográfico.

Na quinta e sexta aulas52 trabalhou-se num ostinato ritmo-melódicos para acompanhamento das músicas das danças grega e irlandesa. Aqui, como a turma foi dividida em duas partes, enquanto uma dançava, a outra tocava com instrumental Orff, designadamente o xilofone soprano e xilofone baixo53, instrumentos acessíveis em termos financeiros e que resultam muito bem para o desenvolvimento das

49 Cf. Anexos, Planificação nº 2, p. 111.

50 Cf. Anexos, Planificação nº 3, pp. 112-113; Grelha de Observação de Conhecimentos e

Competências, p. 114 e Reflexão, p. 115.

51 Cf Anexos, Planificação nº 4, pp. 116-117; Grelha de Observação de Conhecimentos e

Competências, p. 118 e Reflexão, p. 119.

52 Cf. Anexos, Planificações nº 5 e nº 6, pp. 120-121, 124-125; Grelhas de Observação de

destrezas motoras dos alunos. Ao dividir-se a turma em partes não se verificaram momentos mortos e toda a turma pode diversificar as suas atividades. Neste ponto, para além da perceção sonora e musical, foram tidos em conta elementos como a interpretação, comunicação e experimentação.

Por se tratar alunos com mais maturidade, foi possível trabalhar de forma mais sistematizada e consciente os conteúdos a serem lecionados, podendo fazer-se análises comparativas entre as tradições de vários países e dentro do próprio país. A sétima aula54 foi destinada à revisão das danças. Nesta sessão, os alunos executaram as danças irlandesa e grega, tendo tomado consciência da sua importância para o desenvolvimento das capacidades corporais. Foram ainda visualizados de novo os vídeos sobre as mesmas de forma a reforçar os conhecimentos55.

Além de fazer parte do currículo, achamos importante ter trabalhado este ponto, pois outro constituinte da dança, segundo (Fernández, 1999 e Robinson, 1992, citados por Nicolás, 2010 é o fator expressivo e afetivo. Lapierrre y Accouturier (1977, citados por Nicolás, 2010) conferem à dança um carácter social, pelo seu papel na interação e na ligação entre os sujeitos pelo que esta pode ser encarada numa perspetiva integradora.

Assim, pode dizer-se que, no âmbito da educação musical, a dança é “uma arte visual que se desenvolve no tempo e no espaço e que se alia à música e à palavra” (Escobar, 2005, p. 132), tendo como instrumento o corpo humano, como meio o movimento e, como acompanhamento, a música e o ritmo.

Neste contexto, nem sempre a dança nestas idades é promotora saudável de interação entre os sexos em virtude do contacto físico entre os mesmos ser, não raras vezes, difícil.

É, então, possível aferir que, na dança, se encontram sistematizados diferentes conteúdos e que todos se interligam harmonicamente para a formação do sujeito.

A oitava aula56 foi destinada a um passeio escolar.

Como é possível verificar, durante as aulas foram utilizadas diversas estratégias e recursos tecnológicos, sempre com o intuito de motivar os alunos para as aprendizagens.

Na globalidade, é possível verificar que, embora os alunos tivessem a liberdade para interpretarem alguns excertos e serem criativos, predominou a audição como ponto de partida para as tarefas subsequentes. De facto, e como defendido por Swanwick, a audição é a prioridade de qualquer atividade musical.

Durante a prática pedagógica priorizei o recurso aos instrumentos Orff, por serem, como anteriormente referido, acessíveis em termos de custo, a par da flauta de bisel, (cujo uso tanto era preconizado por Orff como por Wuytack).

Em todas as aulas procurei servir-me das tecnologias disponibilizadas tanto pelas instituições escolares como aquelas que eu possuía, designadamente a internet. Esta foi muito importante enquanto recurso para motivar os alunos, pois é uma ferramenta que estes conhecem e a que podem aceder mesmo em casa para recapitular os assuntos que tratamos nas nossas aulas.

No documento Relatório de prática pedagógica (páginas 91-95)