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Prática Pedagógica no 1º ciclo

No documento Relatório de prática pedagógica (páginas 79-85)

PARTE II – PRÁTICA PEDAGÓGICA

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA

6.3. Aulas Ministradas

6.3.1. Prática Pedagógica no 1º ciclo

A Prática Pedagógica no 1º ciclo decorreu na Escola EB1 de Cabanas e abrangeu um total de sete sessões de Expressão Musical, e ainda algumas sessões extraordinárias (três), nomeadamente as referentes ao dia da Mãe, ao Dia do Pai e à Festa Final de

Ano, tendo como suporte o plano anual do agrupamento e a planificação anual1 que me foi gentilmente cedida pela professora cooperante, Andreia Castro.

De certo modo, estas atividades extras foram importantes para a motivação dos alunos pois alcançavam não apenas a turmas mas a comunidade educativa de forma mais alargada.

Neste ciclo, e na perspetiva da coadjuvação, foi deixado, no final de todas as aulas, material para que a professora titular, caso o pretendesse, pudesse dar continuidade à aula de expressão musical ministrada.

O primeiro encontro com os alunos do 1.º ciclo aconteceu antes do início efetivo das atividades de prática pedagógica, numa aula2 extra, dedicada ao Dia do Pai.

Na segunda aula3, comecei por me apresentar aos alunos, já que seria uma professora nova e é necessário que estes se adaptem a diferentes realidades e a novos métodos de ensino. Após a minha apresentação, foi a vez dos alunos se apresentarem para eu mais facilmente começar a interiorizar os seus nomes. Nesta aula ensinei a música “Diz-me lá quem és tu?” introduzindo a vivência dos conceitos de som forte e fraco, ao mesmo tempo que os meninos se iam apresentando, mantendo a pulsação.

Passada esta primeira fase, centrei a atenção na explicação da diferença entre sons fortes e sons fracos associados aos sons das vozes dos animais de modo mais sistematizado, através da imitação dos sons de alguns animais como a vaca e o passarinho.

Foram ainda ensinadas as canções alusivas ao 25 de Abril “Grândola Vila Morena” e “Somos Livres”, através da estratégia da imitação. Foi possível, neste momento, identificar e executar diferentes dinâmicas (forte e piano) através do recurso ao áudio e da imitação e verificar se os alunos conseguiam fazer a sua distinção.

1 Cf. Anexos, Planificação a Médio Prazo, pp. 2-4. 2

Cf. Anexos, Planificação nº 1, pp. 5-6, Reflexão nº 1, p. 7; Canção do dia do Pai, p. 8 e Anexos digital nº 1, nº2 e nº 3, Arranjos de Vitor Santos Carmina Burana, Hip Hop e Pombinhas da Catrina.

3 A apresentação foi feita na segunda aula em virtude de na primeira eu apenas ter colaborado na

preparação da Festa do Dia do Pai. Cf. Anexos, Planificação do 1º Ciclo, nº2, de 22 de Abril de 2014, pp. 9-10, Grelha de Observação de conhecimentos e competências, p. 11 e Reflexão do 1º Ciclo, nº 2

Em síntese, foi possível trabalhar três novas músicas – “Diz-me lá quem és tu”, “Grândola Vila Morena” e “Somos Livres” e incentivar os alunos a marcharem de modo a sentirem a pulsação e a cantarem com diferentes dinâmicas. Como desafio para a aula seguinte, determinei que todos deveriam chegar em passo de marcha. A terceira aula4 teve início com a revisão dos conteúdos relativos à intensidade do som (sons forte e fraco), que se verificou terem ficado esclarecidos.

Seguiu-se a audição de uma música alusiva ao Dia da Mãe: “Com três letrinhas apenas”, tendo-se usado várias dinâmicas. Primeiro os alunos cantaram piano, depois forte e uma terceira vez piano com instrumental Orff5.

A canção foi dividida em secções pequenas, que foram trabalhadas mais pormenorizadamente com toda a turma, primeiro focando a parte do canto (com diferentes dinâmicas) e, posteriormente, a parte gestual. Os alunos acompanharam a música recorrendo a instrumentos Orff, marcando a pulsação.

Seguidamente foi explicada a constituição de uma orquestra, recorrendo-se a um PowerPoint6 e a pequenos excertos musicais executados pelos instrumentos que iam aparecendo. Foi mostrado e explicado o que era uma orquestra.

Foi ainda explicado que a orquestra estava dividida em quatro famílias. Por fim, os alunos visualizaram e identificaram os instrumentos da orquestra sinfónica através da realização de um jogo.

Antes do final da aula foram apresentados alguns pequenos excertos áudio para os alunos tentarem identificar cada instrumento através do timbre, tendo os alunos procedido ao reconhecimento auditivo de instrumentos da orquestra.

No dia 02 de Maio teve lugar a quarta aula7. Em virtude de se comemorar o Dia da Mãe, esta foi destinada ao ensaio para a festa do Dia da Mãe. Assim, durante a manhã, houve um ensaio geral com todas as turmas para verificar se as canções estavam sabidas de modo a que, no momento da festa, tudo corresse bem.

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Cf. Anexos, Planificação nº 3, pp. 13-14; Grelha de Observação de Conhecimentos e Competências, p. 15 e Reflexão nº 3, p. 16.

No dia 6 de Maio decorreu a quinta aula. Esta teve início com a revisão dos conteúdos lecionados na aula anterior: audição dos diferentes instrumentos musicais que compõem uma orquestra. Executámos o jogo: “Adivinha quem eu sou!” e, de seguida, foi feita a ativação dos conhecimentos prévios acerca da constituição de uma orquestra (assunto iniciado na aula anterior).

Para motivar os alunos proporcionei o visionamento do “Robot”, explicando aos alunos que a música, tal como as máquinas/os robots, também pode ser programada. Através do jogo “Adivinha quem sou eu!” podemos praticar a memorização e a audição, princípios presentes em Gordon8. Seguidamente os alunos, através de uma ficha de trabalho9 procederam à identificação dos diferentes timbres, tendo a mesma ficha sido corrigida em conjunto. Terminada esta, fez-se um resumo da matéria trabalhada durante a aula de forma a consolidar os conhecimentos com audição de vários instrumentos para identificação tímbrica.

A sexta aula10 foi dedicada à vivência de vários ritmos corporais. Posteriormente, apresentou-se a explicação da pausa da semínima com a notação convencional. Executei uma peça rítmica em compasso quaternário, DixieLáDó I, com vários níveis corporais e houve ainda lugar a um acompanhamento da peça musical com percussão Orff e flauta. A peça estudada na íntegra com acompanhamento Orff foi a “Marcha Turca” de Mozart.

Os alunos revelaram as competências adquiridas através da prática do ritmo corporal e da prática instrumental (manutenção da pulsação, correção na marcação do tempo forte, respeito pela pausa de semínima) tal como preconiza Dalcroze11.

A sétima aula12 teve lugar no dia 20 de Maio e iniciou-se com a entoação da canção “Bom Dia”. Aqui, foi possível aferir se os alunos apresentavam uma entoação e ritmo adequados, em conformidade com as ideias de Dalcroze, Orff13 e Willems14.

8 Cf. Capitulo 2, pp. 34-36. 9

Cf. Anexos, Ficha de Trabalho, p. 23.

10 Cf. Anexos, planificação nº 6, pp. 24-25, Grelha de Observação de Conhecimentos e Competências,

p. 26 e Reflexão, p. 27.

11 Cf. Capítulo 2, pp. 25-26. 12

Posteriormente, entoaram-se outras canções com várias dinâmicas: fortíssimo, pianíssimo, crescendo e diminuendo. Também se trabalhou o timbre: fontes sonoras convencionais e não convencionais e contraste e semelhança tímbrica, através da execução rítmica com clavas, triângulo, maracas e pandeiretas.

Para a vivência musical, foram tidos em atenção aspetos como a percussão corporal, batimentos, palmas e pernas, relembrando as várias dinâmicas. Houve, ainda a exploração de sons vocais para criação de ambientes sonoros para acompanhamento de uma história, “ A bruxa Mimi”, tendo-se executado a canção com acompanhamento de percussão corporal.

A Aula do dia 27 de Maio de 2014 foi a oitava aula15. Iniciou-se com uma revisão dos conteúdos ministrados na aula anterior, tendo sido cantada a canção Um Bom Dia para Todos com Prazer. Procurei, aqui, trabalhar as fontes sonoras convencionais e não convencionais e a dinâmica, fazendo a distinção através do recurso a gestos sugestivos de forte e piano. De seguida, cantámos, em articulação com o Português, a Expressão Plástica e Dramática, com auxílio de um filme, A Bruxa Mimi vai à Praia16. Nesta canção usámos os timbres corporais e diferentes dinâmicas.

No dia 4 de Junho teve lugar a nona aula17 com esta turma. Esta teve como objetivo principal identificar auditivamente diferentes dinâmicas (piano, mezzoforte, forte), bem como a respetiva simbologia. Revimos a canção Bom Dia. De seguida, executámos a peça Manhattan Beach, de Frank Ticheli, com variações de dinâmica e o esquema. Nesse sentido, foram trabalhados conceitos como o timbre (fontes sonoras convencionais e não convencionais) e dinâmica (piano, mezzoforte e forte).

13 Cf. Capítulo 2, pp. 29-30. 14

Cf. Capítulo 2, pp. 24- 25.

15 Cf. Anexos, Planificação nº 8, pp. 33-34, Grelha de Observação de Conhecimentos e Competências,

No dia 13 de Junho teve lugar a última aula (décima)18, destinada já à preparação da Festa Final de Ano, tendo-se ensaiado um repertório de canções alusivas ao fecho do ano letivo.

Pode concluir-se que, no conjunto das aulas ministradas, foram realizadas tarefas muito diversificadas como entoação de canções, construção, exploração e execução de instrumentos musicais, mimetização das canções, dando especial relevo ao uso do corpo como meio de expressão e construção de filmes (em articulação com outras áreas disciplinares).

No decurso destas aulas foram focados aspetos referentes ao timbre, altura, andamento, dinâmica e pulsação.

Foram tidas em consideração as orientações curriculares para este nível de ensino19, com foco nos aspetos auditivo, instrumental e criativo dos alunos, tendo sempre em conta as demais áreas do saber.

Servimo-nos de repertórios musicais familiares aos alunos para que, desta forma, eles se sentissem mais motivados e, por conseguinte, se empenhassem mais nas tarefas a levar a cabo.

Este aspeto esteve muito presente nas aulas alusivas ao Dia do Mãe, Dia do Pai e Festa de Final de Ano, onde houve uma maior proximidade da comunidade envolvente. Aqui, os alunos puderam colocar em prática a criação e improvisação, através da prática instrumental.

As atividades tiveram em consideração quatro dos organizadores, tendo em conta este nível de ensino: Perceção Sonora e musical; Criação e Experimentação; Interpretação e Comunicação; e Culturas Musicais nos Contextos.

Relativamente às estratégias aplicadas, tive o cuidado de assentar a minha prática pedagógica nas ideias defendidas por vários pedagogos, designadamente Kodály20, Dalcroze, Wuytack21, Carl Orff, Swanick22, Willems, Gordon e Shaffer23.

18 Cf. Anexos, Planificação nº 10, pp. 42-43; Reflexão 10, p. 44; Música Alecrim, p. 45, Carmina

Burana, p. 46, Hino da Alegria, p. 47, Hip Hop, p. 48 e Pombinhas da Catrina, p. 49 e Anexos digitais nº 4, nº1, nº5, nº 2 e nº 3.

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Assim, tal como Dalcroze, Orff, Gordon, Kodály e Wuytack, entre outros, defendem, deu-se especial atenção à vivência musical, ainda antes da compreensão dos conceitos. São crianças muito pequenas, pelo que as estratégias aplicadas são simples, o que resultou muito bem em termos de aceitação e de motivação.

Uma das formas de chegar aos alunos foi através da formulação de questões, visando o seu lado criativo e imaginativo, que nesta fase está muito presente. Outro recurso muito utilizado foi a imitação. Nestas idades os alunos interiorizam muito bem os gestos dos adultos, que funcionam como catalisador na aprendizagem das canções. Assim, a aprendizagem desenvolveu-se duma forma muito natural, tal como preconizado por Carl Orff, Kodály e Wuytack.

Em cada sessão também se recorreu bastante a Kodály, designadamente com a introdução de atividades lúdicas como jogos, importantes para manter o interesse dos alunos.

Considerou-se pertinente o papel desempenhado pelo corpo como auxiliar para a interiorização de conceitos, ideia defendida não só por Wuytack como por Dalcroze. Orff foi outro dos pedagogos cuja filosofia segui, sobretudo no uso dos instrumentos de altura indefinida (membranofones e idiofones). Estes, dada a sua dimensão, eram adequados para a faixa etária em questão, ao mesmo tempo que eram de fácil utilização por parte dos alunos.

No documento Relatório de prática pedagógica (páginas 79-85)