• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 4 -A resposta às questões de investigação

4.1 A prática pedagógica operacionalizada na Sala de Recursos do ponto de vista do conceito

Neste estudo um ponto importante refletido entre os atores sociais foi às contribuições da Sala de Recursos para aprendizagem dos alunos, considerando o papel fundamento no desempenho do aluno da sala regular. Conforme as diretrizes do atendimento e apoio especializado para a Educação Infantil (BRASIL, 2000, p. 29). “Esse programa tem por objetivo promover o desenvolvimento das potencialidades da criação no que se refere aos seus aspectos físicos, psico-afetivos, cognitivos, sociais e culturais, priorizando o processo de interação e comunicação mediante atividades significativas e lúdicas”.

O que pode-se perceber durante a observação participante que o lúdico é utilizado como estratégia de intervenção, permitindo sair um pouco daquela ideia de escola tradicional, na qual o aluno é apenas um ouvinte. Na Sala de Recursos eles aprendem brincando, assim como informa a Pro sobre as atividades que faz na sala de recurso “através de jogos, questão de acessibilidade, questão audiovisual, músicas, figuras que chamam atenção sejam no computador, em livros, ou folha de ofício, coisas que vão estimular a questão dos órgãos do sentido”.

Com isso as professoras, buscam motiva-los e despertar o interesse, pois normalmente segunda as mesmas esses alunos sempre tiveram dificuldade na escola, todas as atividades desenvolvidas na Sala de Recursos sempre levaram em consideração suas histórias de vida e suas experiências.

O interessante que apesar das duas professoras, a anterior e atual, utilizarem o mesmo tipo de material, a mesma sala, etc, existe uma diferença gritante entre elas durante suas atuações. Talvez o que podemos chamar de “olhar diferenciado”, pois isso modifica completamente as intervenções. Enquanto uma vê abertura da sala de recursos como uma forma diminuir o preconceito, a outra encara como uma “bagunça” que pode dificultar a aprendizagem do aluno com necessidades especiais. Neste sentido Fino (2011) refere que temos que:

romper com os contextos do passado e criar os contextos de que o futuro necessita, o que implica uma redefinição do papel dos aprendizes e dos professores, é, no essencial, a função da inovação pedagógica, constituída por práticas qualitativamente novas, que bem poderiam ser facilitadas ou estimuladas por mudanças curriculares e organizacionais deliberadas, embora essa seja outra questão (Fino, 2011, p. 7).

Das principais contribuições da Sala de Recursos para a aprendizagem do aluno, a primeira consiste na contribuição da opinião de todas os entrevistados as Pro 1, Pro 2, ADM , ADM 2, Mães, Pai e Alunos, acreditam que melhorou o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, como podemos observar capitulo anterior nos discursos dos Pai 1, Mãe 3, Mãe 4ADM 2 e Aluno 4

A segunda Contribuição da Sala de Recursos consiste conforme os atores sociais entrevistados permitiu uma melhora na socialização das crianças e adolescentes que apresentam algum tipo de dificuldade como podemos comprovar no capítulo anterior nas falas da Mãe e do Aluno 3.

A professora permitia que esses alunos levassem colegas durante o intervalo para conhecer o funcionamento da Sala e suas atividades. Dessa forma, os alunos gostavam de ficar mais na Sala de Recurso do que na sala regular. O está em consonância com a firmação e Arroyo (2000):

[...] os aprendizes se ajudam uns aos outros a aprender, trocando saberes, vivências, significados, culturas. Trocando questionamentos seus, de seu tempo cultural, trocando incertezas, perguntas, mais do que respostas, talvez, mas trocando. (ARROYO, 2000, p 166)

Assim, uma mediação coerente em sala de aula fará com que o aluno obtenha êxito na construção do conhecimento com seu par mais apto e não mero receptor, pois o que se percebe é que os alunos considerados especiais apresentavam o desejo de apreender, eles traziam o tempo todo o discurso de rejeição pelo fato do professor colocá-los para desempenharem atividades alternativas e não aplicavam atividades iguais aos outros alunos, antes de frequentarem a Sala de recursos sentiam-se ociosos em sala de aula em sala regular.

A terceira contribuição é a parceria com diversos profissionais, dentro e fora da escola como afirma a professora, pois a parceria é extremamente importante para melhor desenvolvimento do aluno, principalmente com a sala regular. Nesse contexto Oliveira

(2004, p. 59) traz que um dos objetivos da Sala de Recursos é a “ampla articulação entre o professor da sala de recursos com o professor da sala de aula comum e com toda a comunidade escolar, para facilitação da integração do aluno com deficiência na classe comum”. Dessa forma, o aluno fica mais tempo na sala, contribuindo para que a professora saiba como lidar com esses alunos especiais e o que pode fazer para que esses alunos consigam melhorar sua aprendizagem, conforme podemos notar nos relatos dos pais, da educadora e dos alunos, assim como podemos observar durante os intervalos, quando os alunos com necessidades especiais assumia o papel de tutor a refletir e discutir sobre as atividades desenvolvidas na Sala de Recursos e seus objetivos.

A quarta contribuição conforme os discussões das entrevistadas Pro, ADM 1, ADM 2 e Alunos estimulam seus alunos para que esses sejam agentes ativos de suas aprendizagem, dessa forma contribuindo para esses alunos tenham autonomia.

Segundo as entrevistadas os alunos tem uma participação efetiva no planejamento e operacionalização, com o intuito de provocar uma maior autonomia e que seu crescimento seja livre. Assim como afirma a fala da Pro no capítulo anterior o aluno era estimulado a ser o construtor de seu próprio conhecimento, pois estimulava procurarem as respostas através das tentativas de erros e acertos, refletia também sobre as atividades realizadas. O que nos faz lembrar o conceito Papert, (1985) que acredita que o aprendiz deve compreender a sua própria “produção” para que consiga “identificar e corrigir” seus próprios erros, uma vez que permite que ocorra uma aprendizagem significativa, desse modo, o melhor aprendizado é aquele que o aprendiz se torna construtor de seu próprio conhecimento.

Ainda nessa perspectiva, podemos notar na observação das práticas pedagógicas no capitulo III, durante as atividades desenvolvidas que estão descrita acima, na Observação do desenvolvimento da prática pedagógica na Sala de Recursos, a educadora se colocando na posição de mediadora no processo de construção do conhecimento, o que favorecia a interação, a comunicação e a autonomia dos alunos da Sala de recursos possibilitando um clima de cooperação e colaboração entre os alunos com necessidades especiais. Durante a observação das crianças e dos adolescentes, percebemos que a professora instigava o aluno a solucionar problemas, discutir, refletir e dialogar sobre a direção das atividades.

Diante do que foi exposto acima podemos conclui que é possível sim que dentro da própria instituição educacional, exista um espaço educativo diferenciado, como a Sala de Recursos, sobre a ação de uma Psicopedagoga, consegue mediar de forma significativa alunos com deficiência na construção do conhecimento.

4.2 A prática pedagógica analisada se apresenta como portadora de contribuições