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Capítulo 2 – Quadro Metodológico

2.3. Técnicas de Recolha de Dados

Nesta pesquisa utilizamos algumas técnicas de coletas de dados como: a observação participante, entrevista aberta e recolhimento documental. Essas técnicas permitiram um levantamento de dados importantes para pesquisa etnográfica. Para que possa ter dados suficientes para próxima fase da pesquisa que é analise desses dados.

Neste sentido, as referidas técnicas de coleta de dados, que foram utilizadas para analisar a realidade pesquisada. Nessa etapa de coleta de dados o pesquisador se insere no grupo social investigado com o objetivo de vivenciar sua organização e como as relações, os comportamentos, os valores e as crenças dessa cultura complexa, são estabelecidas.

2.3.1 Observação Participante

A observação participante é uma técnica essencial nos estudos etnográficos, pois deixa o pesquisador face a face com seu objeto de estudo. Nessa técnica “o pesquisador é, em primeiro lugar “ator” no grupo no qual já tem seu lugar, no meio que ele vai estudar, ou na instituição onde exerce a função. [...] parte de um papel permanente e instituído de ator, e é preciso, a partir daí, que ele desempenhe o papel de pesquisador”. (LAPASSADE 2005, p. 75). Esse tipo de observação ajuda nas descrições e interpretações de uma forma mais global, tendo essa coleta de “dados” registros e interpretações condizentes e coerentes com a realidade investigada.

Para Sousa (2007) a observação participante consiste em uma técnica de investigação caracterizada por uma “intensa interação social entre o pesquisador investigador e os sujeitos”, dessa forma, compartilhando as vivências e as experiências desses. Na investigação etnográfica a permanência do pesquisador no lócus de pesquisa tem como principal característica compreendê-lo, assim sendo, é fundamental a inserção do investigador na comunidade que esta sendo estudada para melhor compreender o fenômeno a ser investigado. Dessa forma, é importante definir com clareza e objetividade o papel do observador e o grau de envolvimento na realidade estudada. Na observação participante, o pesquisador vivência as situações apresentadas no campo de pesquisa e as registra, permitindo assim, uma melhor a compreensão e interpretação dos fatos.

Durante a observação participante utilizamos o diário de Campo que permitiu que o pesquisador descrevesse de forma detalhada tudo vivenciou no lócus de pesquisa, esse tipo de instrumento é essencial durante a realização de uma pesquisa, pois permiti que a pesquisa relate emoções vivenciadas no campo de pesquisa, sendo esse instrumento de recolha de dados uma fonte importante na pesquisa.

A observação do campo de pesquisa realizamos no mês de novembro de 2014, todos os dias em horários alternados, essas visitas foram necessárias para que o pesquisador tivesse a oportunidade de formar uma opinião clara e objetiva sobre os aspectos observados na Sala de Recursos com uma chance menor de ser influenciado por situações isoladas, que não representasse o verdadeiro cotidiano dessa sala. A presença do observador no primeiro momento na sala casou certa inquietação nos alunos, contudo logo os alunos se acostumaram e como alguns já o conheciam facilitou a observação contribuiu para criar um clima de confiança e segurança entre observador e os participantes da pesquisa.

2.3.2 As entrevistas

A entrevista foi outra técnica utilizada, considerando que a mesma possibilita o encontro entre os atores sociais e o investigador que busca compreender a realidade estudada. Neste sentido é um importante recurso para captar o ponto de vista do ator social, sendo que a linguagem é um intenso elemento que media a apreensão da realidade verbal e corporal (gestos, expressões e outras), que são importantes para compreender as práticas do cotidiano.

A entrevista aberta ou semiestruturada permite uma liberdade, uma organização e uma flexibilidade na formulação de perguntas no qual o pesquisador visa compreender com os atores sociais, suas experiências individuais e na comunidade. Neste tipo de entrevista o investigador e o ator social ficam face a face, possibilitando uma entrevista aprofundada.

A entrevista aberta etnográfica é uma técnica tem por objetivo complementar o fato observado através de uma conversa ocasional sobre campo de investigação, que na opinião de Macedo (2010) se aproxima muito dos recursos metodológicos das ciências sociais chamados de grupo nominal ou focal, no qual busca obter informações de um grande número de pessoas, e as questões são sempre abertas. Para Macedo (2010) a

“condução de uma entrevista vai depender muito dos pressupostos que o pesquisador traz para o ato de pesquisar” (MACEDO, 2010, p.106). Permitimos que os entrevistados ficassem a vontade, para que expressasse de forma espontânea a linha de seu pensamento e relatando suas vivências com liberdade, esclarecendo as questões que surgiam durante a o diálogo.

As entrevistas foram realizadas de abril a junho de 2015 na instituição, e nas casas dos entrevistados, como já conheciam o pesquisador, eles conversamos de forma tranquila, o único momento de tensão foi quando o pesquisador informou que a pesquisa seria gravada, após explicar o motivo, eles ficaram a vontade, percebemos que até esqueceram do gravador.

2.3.3 Recolhimento documental

Utilizamos recolhimento de documentos, através dessa técnica de podemos realizar a análise documental, pois os documentos são fontes constantes de pesquisa, se transformando em algo indispensável para compreensão e explicitação da instituição educacional, facilitando o trabalho do pesquisador. “Ademais, os documentos têm a vantagem de serem fontes relativamente estáveis de pesquisa, o que facilita, sobremaneira, o trabalho do pesquisador interessado nos significados comunicados das práticas humanas” (MACEDO, 2010). Principalmente quando se trata de educação, pois existem vários documentos que podem contribuir para entender a ação educativa e suas linguagens.

Como etnotexto fixador de experiências, revelador de inspirações, sentidos, normas e conteúdos valorizados, o documento é uma fonte quase indispensável para a compreensão/explicitação da instituição educativa. Justifica-se ademais essa nossa assertiva, partindo-se da premissa de que foi na escola moderna que a cultura gráfico veio, de vez, sedimentar-se, e é por meio dela, predominantemente, que a escola obtém e avalia seus produtos. (MACEDO, 2010)

Porém devido a alternância de poder político na gestão municipal, o recolhimento de material foi prejudicado, a atual professora não tinha matéria para disponibilizar para a pesquisadora, considerando que estaria trocando todos os questionários de encaminhamento do aluno, contudo, a professora disponibilizou o Projeto Político Pedagógico, que “é fruto de uma ação conjunta, visando atingir aos objetivos

educacionais, em função das novas demandas de uma sociedade global e emergente onde o amanhã sempre reserva surpresas, exigindo criatividade e muita dedicação no fazer”. O PPP busca organizar o trabalho pedagógico da unidade escolar, esse projeto é analisado constantemente, pode ser revisado anualmente. O material recolhido foi cedido pela educadora responsável pela sala de recursos, esse material consistiu na ficha de encaminhamento e o PPP.

Nesta investigação, utilizamos principalmente a observação participante, a entrevista e análise dos documentos recolhidos como instrumento de coleta de dados, assim como o registro em áudio e vídeo, para que pudéssemos captar o máximo possível à realidade vivenciada.