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1 INTRODUÇÃO

2.2 POLÍTICAS E PRÁTICAS DE INOVAÇÃO

2.2.3 Práticas de empresas inovadoras

Coral, Ogliari e Abreu (2011, pp.17-19) destacam um conjunto de práticas utilizadas por empresas inovadoras:

a) Cultura que apoia a criatividade e a participação dos colaboradores.

Quando à inovação faz parte da estratégia de gestão da empresa, acaba ocorrendo o comprometimento das pessoas em todos os níveis. Os funcionários podem expor ideias de novas tecnologias e inovações e os erros devem gerar aprendizado e não punição. Os gestores são líderes e oferecem apoio para o desenvolvimento da autonomia e participação da equipe que acaba se envolvendo e trazendo contribuições significativas. Não obstante, a empresa também desenvolve capacitação da equipe para a utilização de métodos e ferramentas de suporte para o desenvolvimento de tecnologias e inovações, sejam de produtos ou processos. No mesmo sentido Serafim (2011, p. 118) destaca que erros são inerentes ao processo de inovação e desta forma a empresa deve amparar os fracassos e estimular as equipes para o recomeço. Ou seja, o ambiente de inovação deve propiciar a aprendizagem com o erro.

b) Mobilização das equipes.

Com o uso da comunicação eficiente as empresas com perfil inovador realizam a mobilização da equipe nas diferentes áreas para a geração de ideias que serão transformadas em novas oportunidades de negócios. Equipes de desenvolvimento de modo geral, são multifuncionais, com diversidade técnica e de gerenciamento. São envolvidas do início ao término dos projetos e envolvem áreas como: desenvolvimento, manufatura, marketing e qualidade.

c) Sistema de recompensa baseado em resultados.

É necessário o estabelecimento de métricas claras tanto para a avaliação do retorno financeiro das inovações, assim como para recompensa das equipes envolvidas nos projetos bem sucedidos. As boas ideias são fundamentais no processo de inovação e a recompensa financeira pode ser uma das formas de estímulo ao desempenho da equipe, pois dá ao funcionário uma participação pessoal no sucesso da empresa.

No entanto, as recompensas oferecidas aos inovadores devem ir além da remuneração e promoções. Para alguns as recompensas mais importantes são: autonomia para explorar curiosidades, participar de conferências ou manter contato com os clientes. O manual de Oslo (ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2005), cita como exemplo, como prática importante de inovação de negócio, o treinamento e qualificação do funcionário como estímulo para a permanência na empresa. David, Carvalho e Penteado (2011, p. 55) citam o reconhecimento do funcionário, que pode se dar de diferentes formas de recompensa como estímulo para a geração de ideias. Ou seja, a recompensa pode ser financeira ou por enriquecimento do cargo do indivíduo e na transferência de mais conteúdo e autonomia para o colaborador inovador.

d) Entendimento do mercado e do consumidor.

Existe a necessidade de fazer o monitoramento do mercado para identificar oportunidades e as empresas inovadoras de modo geral têm essa compreensão. As empresas que realizam inovações se baseiam em pesquisas convencionais, através de questionários e entrevistas estruturadas. Por meio de pesquisas não convencionais, utilizando a observação e a convivência com públicos específicos, buscam obter informações sobre as necessidades dos consumidores. É preciso identificar as necessidades dos clientes para disseminá-las e incorporá-las nos planos da empresa.

e) Monitoramento constante da tecnologia.

As empresas inovadoras devem compreender as suas competências essenciais e fazer o monitoramento da concorrência. Buscar informações das redes especializadas no setor, universidades, centros de pesquisa, patentes e publicações.

f) Mobilização dos recursos externos.

Algumas empresas, além de manter as suas estruturas de PD&I, também mantêm parcerias externas para o desenvolvimento. As empresas inovadoras também monitoram as possibilidades de financiamentos, via editais e isenção fiscal. Nesse sentido Labiak, Matos e Lima (2011) citam como importante fonte de financiamento de projetos de PD&I, os editais CNPQ, apoio de fundações estaduais para o desenvolvimento de recursos humanos, recursos financeiros não reembolsáveis, programas da FINEP, programas de editais estaduais de subvenção, programas multiministerial, incentivos e benefícios fiscais estaduais e municipais, recursos financeiros reembolsáveis do BNDES, FINEP entre outros. Para utilizar estes recursos as empresas deverão estabelecer parcerias e ter profissionais que cuidem da escrita dos projetos atendendo os requisitos de cada modalidade.

g) Gerenciamento de uma carteira de inovações equilibrada e baseada em critérios de priorização.

Nas empresas com perfil inovador, existe um portfólio de projetos equilibrado em termos de investimentos. De modo geral tem projetos de inovações incrementais que podem gerar crescimento no curto prazo e inovações radicais com risco calculado mais elevado, no entanto, com possibilidade de retorno no longo prazo. A priorização dos projetos selecionados é baseada em critérios consistentes.

Bassi e Silva (2011) chamam a atenção para o fato de que as organizações além de estarem qualificadas para o desenvolvimento da pesquisa também terão muitas vezes que priorizar alguns projetos em detrimento a outros em função da melhor utilização dos recursos que, de modo geral, são escassos. Quando se trata de projetos PD&I podem surgir conflitos no âmbito da tomada de decisão, pois envolve custo elevado, longo período de duração dos projetos e da maturação de seus resultados,

ainda permeiam o grau de incerteza envolvido no projeto e as limitações de orçamento (BASSI; SILVA, 2011, p.3). A organização deverá ter definidos os critérios para a seleção dos projetos a serem desenvolvidos.

Magalhães (2008) corrobora que um dos tipos mais frequentes de tomada de decisão em qualquer organização, principalmente aquelas ligadas a atividades de pesquisa, é a seleção e priorização de projetos. Pois, de modo geral, são diversos “objetivos, metas, desafios e problemas que se apresentam, novos e desconhecidos”, e são várias as possibilidades de ação. Vem desde a limitação de recursos financeiros a recursos físicos e humanos que precisam ser considerados no processo das organizações priorizarem seus projetos de pesquisa (MAGALHÃES, 2008, BASSI; SILVA, 2011, p.3).

Serafim (2011) também destaca a importância das empresas terem mecanismos de priorização para a seleção de projetos de inovação. No entanto, esse autor recomenda que não se faça análise financeira muito rigorosa em fases incipientes de uma ideia sob o risco de inviabilizar um projeto de grande potencial, por análise prematura.

h) Planejamento amplo e orientado à solução de problemas.

As empresas inovadoras devem ser conscientes da importância do planejamento para a estruturação de informações, que permitirão que se definam as estratégias da organização, bem como sua posição agora e no futuro.