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Pró-Letramento

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1 O debate nacional sobre alfabetização e a busca de soluções conforme as

2.3 Pró-Letramento

No contexto das políticas públicas de implantação de programas que visam a melhoria da educação no Brasil, segundo estudos de Salomão (2014), o Pró- Letramento teve seu desenvolvimento nos municípios brasileiros que aderiram ao programa, cujo objeto de criação estava voltado à formação continuada de professores alfabetizadores, amparados pelos pressupostos teóricos de alfabetização e letramento.

O Pró-Letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação - foi um programa de formação continuada de professores, implantado no ano de 2005 na gestão do ministro da educação Tarso Genro e foi reeditado em 2007, já na gestão do ministro Fernando Haddad. Visava a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura-escrita e matemática nos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental. O Programa foi oferecido pelo MEC, em parceria com universidades que compõem a Rede Nacional de Formação Continuada, com adesão dos estados e municípios. Todos os professores que estavam em exercício nas séries iniciais do ensino fundamental das escolas públicas, poderiam participar, conforme análise de (SALOMÃO, 2014).

Considerando que o Pró-Letramento era um programa de formação continuada de professores alfabetizadores Paim (2016), em sua dissertação, discute os aspectos legais quanto à legislação atual acerca do Ensino Fundamental de nove anos, segundo orientações oficiais e outros autores que discutem a escola de ensino fundamental, justamente pela abordagem na alfabetização. A autora reflete sobre a questão da alteração no ciclo de alfabetização, que passou a ser constituído pelos três primeiros anos do ensino fundamental, em defesa do direito à todas as crianças serem alfabetizadas. A introdução do ciclo ocorreu para que o tempo de alfabetização da criança fosse suficiente para a sua efetivação, diminuindo a reprovação, respeitando o tempo de aprendizagem da criança. Para a pesquisadora, mesmo havendo uma descontinuidade dos programas educacionais do Governo

Federal, eles trabalhavam na mesma perspectiva, ou seja, erradicar de vez o problema da repetência e insucesso da criança em fase de alfabetização.

O Pró-Letramento acontecia na modalidade semipresencial. Eram utilizados material impresso e em vídeo, contando com atividades presenciais e a distância, que eram acompanhados por professores orientadores, denominados de tutores. Os cursos de formação continuada oferecidos pelo Programa contavam com duração de 120 horas através de encontros presenciais e atividades individuais com duração de 8 meses (BRASIL, 2010). Conforme portal do MEC os objetivos do programa Pró- Letramento eram:

1. oferecer suporte à ação pedagógica dos professores dos anos/séries iniciais do ensino fundamental, contribuindo para elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa e matemática;

2. propor situações que incentivem a reflexão e a construção do conhecimento como processo contínuo de formação docente;

3. desenvolver conhecimentos que possibilitem a compreensão da matemática e da linguagem e de seus processos de ensino e aprendizagem;

4. contribuir para que se desenvolva nas escolas uma cultura de formação continuada;

5. desencadear ações de formação continuada em rede, envolvendo Universidades, Secretarias de Educação e Escolas Públicas dos Sistemas de Ensino. Disponível em http://portal.mec.gov.br/pro- letramento5

Para o funcionamento do Programa, havia uma estrutura organizacional que atuava de maneira integrada, que contava com parceiros como o Ministério da Educação, as universidades da Rede Nacional de Formação Continuada e os sistemas de ensino. Cada um dos parceiros desempenhava funções específicas de acordo com suas competências. No caso do Ministério da Educação (MEC), através do Sistema de Educação Brasileira (SEB), ele figurava como coordenador do programa, cuja função era elaborar as diretrizes e os critérios para a organização dos cursos e a proposta de implementação. Ademais, garantia os recursos financeiros necessários para a elaboração e a reprodução dos materiais, além da formação dos orientadores (BRASIL, 2010).

A parceria das universidades era formalizada através de convênios. As universidades que compunham a Rede Nacional de Formação Continuada nas áreas de alfabetização/linguagem e de matemática eram responsáveis pelo desenvolvimento e produção dos materiais utilizados nos cursos, pela formação e

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orientação do professor orientador, além da coordenação dos seminários programados e certificação dos professores participantes. Para tanto era necessária a parceria com os municípios, formalizada com assinatura de um termo de adesão, sendo que as secretarias tinham a função de coordenar, acompanhar e executar as atividades propostas no programa (BRASIL, 2010).

O Programa tinha como proposta, segundo estudos de Salomão (2014), elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa e matemática, com a proposta de situações para a reflexão e a construção do conhecimento como processo continuo na formação dos professores. Os professores orientadores recebiam um curso de formação com o cumprimento de uma carga horária de 180 horas, organizadas em Seminário Inicial do Programa (SIP), com participação obrigatória dos orientadores de estudo. A carga horária inicial acontecia em cinco dias de encontro, com total de 40 horas. Após a formação inicial através do SIP, os orientadores de estudo estavam aptos a iniciar os trabalhos em seus respectivos municípios, com a participação em dois seminários na Universidade Formadora, cujo objetivo era acompanhar o trabalho dos orientadores pelas universidades e ainda esclarecer dúvidas relacionadas com os cursos ministrados.

Os estudos eram organizados através de oito fascículos na área de alfabetização e linguagem, os quais foram organizados a partir de situações cotidianas do universo da sala de aula, conduzindo o professor a realizar intervenções em suas práticas docentes, a partir de suas narrativas.

Salomão (2014), em sua dissertação, ressalta que o programa tinha como objetivo desenvolver conhecimentos que possibilitassem a compreensão nas áreas da linguagem e da matemática, assim como seu processo de aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura de formação continuada nas escolas a fim de instituir ações de formação continuada em rede, envolvendo Universidades, Secretarias de Educação e Escolas Públicas dos Sistemas de Ensino.

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