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Após a construção e caracterização dos RSU, como dito nos itens anteriores, os três lisímetros foram preenchidos. O início do preenchimento de um lisímetro se deu após o término do preenchimento com RSU do anterior. A ordem do procedimento foi Lisímetro L6, L5 e L4. Depois da construção dos lisímetros, deu-se início o preenchimento da base de cada um com uma camada de brita n° 4, com espessura de aproximadamente 20 cm, com a função de promover a drenagem do lixiviado produzido em seu interior. A brita foi colocada sob a camada de RSU.

O preenchimento de cada lisímetro com RSU foi realizado imediatamente após a chegada dos mesmos na área de estudo, todo o processo ocorreu manualmente, com a utilização de baldes plásticos de 20 L, carregados e pesados na própria área dos lisímetros.

O primeiro lisímetro preenchido foi o L6, a primeira camada de RSU colocada foi de 30 cm, com o intuito de chegar a um peso específico próximo de 8kN/m3, o mesmo atingido na célula experimental situada no Aterro Sanitário Delta A. As primeiras camadas foram experimentais, variando-se as espessuras iniciais até que se obtivesse um peso específico próximo ao estipulado. Com essas variações de espessura, chegou-se a uma camada ideal de 12 cm antes da compactação, assim, o preenchimento de todos os outros lisímetros seguiu esse padrão de espessura de camadas de RSU. A compactação camada a camada, foi feita com uma máquina compactadora do tipo “sapo”, operada manualmente por pessoal especializado. O início do procedimento de preenchimento está ilustrado nas Figuras 4.13, 4.14 e 4.15.

Figura 4. 13 - Preenchimento dos baldes com resíduo

Figura 4. 15 - Preenchimento dos lisímetros

O dreno de biogás foi colocado no centro do lisímetro sobre a primeira camada de brita, antes do início da compactação do RSU. Antes de despejar os baldes com resíduo, a partir do topo da camada de brita, eram feitas quatro medidas de 12 cm de espessura, em pontos distintos na parede do lisímetro, depois disso, a cada camada de RSU lançada, eram medidas as cotas em 4 pontos para se obter a espessura inicial e final, dando sequência ao calculo do peso específico de cada camada de RSU compactada. Na Figura 4.16, é possível observar o procedimento de compactação e o dreno de biogás localizado no centro do lisímetro. Placas de recalque também foram colocadas nos lisímetros com o objetivo de medir o deslocamento do maciço ao longo do processo de biodegradação (três placas a meia altura e outras três, em posições alternadas, no topo da camada final de resíduo. Em uma das placas, foi acoplado o sensor de temperatura (termopar), com a função de medir a variação interna de temperatura do RSU. As espessuras previstas para a camada total compactada de RSU e a camada de cobertura foram de 1,90 m e 0,5 m, respectivamente.

Figura 4. 16 - Compactação da camada de RSU

Após o preenchimento completo com resíduo, uma camada de brita n°4 com aproximadamente 15 cm de espessura, foi colocada em cada lisímetro. Acima desta camada superior de brita, foi colocado o solo para a compactação da camada de cobertura, trazido de uma jazida de dentro da área do aterro, sendo também o mesmo solo utilizado na construção da célula experimental. A compactação do solo da cobertura final foi realizada também por camadas. Na Figura 4.17, o lisímetro L6 está finalizado,contando com uma mangueira e registro para a captação e quantificação do biogás produzido.

Figura 4. 17 - Lisímetro L6 finalizado

Todos os outros lisímetros foram preenchidos praticamente da mesma forma. Atentando-se para uma pequena variação na quantidade de resíduo colocada, no número de camadas e na quantidade de baldes utilizados para o preenchimento. Inicialmente, cada resíduo caracterizado deveria ser utilizado para o preenchimento de cada lisímetro. Cada caminhão de RSU caracterizado recebeu a numeração de RSU 1 a RSU 6, o procedimento aconteceu nesta sequência. Porém, o RSU 1 foi montado com uma quantidade maior que o previsto para o preenchimento do L6, sendo suficiente para o preenchimento também do L5. O RSU 2 caracterizado, não foi utilizado por causa de interferências climáticas, sendo retirado da área dos lisímetros totalmente intacto, por fim, o lisímetro L4 foi preenchido com o RSU 3. O solo utilizado na cobertura dos lisímetros L5 e L6 (Solo 1) foi o mesmo, diferente do lisímetro L4, que foi preenchido com outro solo (Solo 2), proveniente da mesma jazida.

Na compactação do resíduo, o objetivo principal foi atingir o peso específico para cada camada o mais próximo possível ao obtido na célula experimental, que foi de aproximadamente 8,0 kN/m3. Já para as camadas de coberturas dos lisímetros, o peso especifico estipulado foi de 18 kN/m3, também semelhante ao que foi atingido na camada de cobertura da célula (BENATTI et al, 2013).

O término total de preenchimento dos seis lisímetros ocorreu no dia 30 de Abril de 2015. Pode ser visto na Figura 4.18, todos os lisímetros finalizados e com os respectivos equipamentos instalados.

Figura 4. 18 – Corte transversal dos seis lisímetros finalizados

Após totalmente prontos, todos os lisímetros começaram a ser monitorados semanalmente através de variáveis dos lixiviados, biogás e recalque. Lembrando que esta pesquisa visou estudar apenas as características dos lixiviados dos lisímetros L4, L5 e L6 que não possuem inibição da biodegradação, e fazer a correlação dos dados obtidos nesta pesquisa, com a célula experimental apresentada anteriormente.

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