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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 ANIMAIS

ESTÍM ULO ELÉTRICO

5.1 RESULTADOS DO ÍNDICE DE MOTILIDADE (IM)

5.1.1 GRUPO 1: ACUPUNTURA MANUAL PONTO SHAM VERSUS ACUPUNTURA MANUAL NOS PONTOS E36 E IG4.

5.1.1.1 PRESSÃO INTRAGÁSTRICA

Tabela 04. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual

ponto falso

Acupuntura manual ponto verdadeiro

IM M édio 6,1 7,0 8,2

Desvio padrão 5,6 6,2 7,2

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P<0.01

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs verdadeiro P>0.05

Observou-se uma diferença significativa entre o momento controle e o tratado com estimulação manual nos pontos E36 e IG4.

Tabela 5: Valores médios do Índice de Motilidade dos animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

5.1.1.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 06. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual pontos E36 e IG4

IM M édio 6,2 7,6 8,7

Desvio padrão 2,7 3,5 3,5

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P<0.001

Controle vs Falso P<0.05

Falso vs Verdadeiro P<0.05

Observou-se uma diferença significativa entre o Momento controle o tratado com estimulação manual nos pontos E36 e IG4.

Pressão Intragástrica Grupo 1

6,1 7 8,2 0 2 4 6 8 10 1 Índice de Motilidade

Tabela 07. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria. Susceptometria Grupo 1 6,2 7,6 8,7 0 2 4 6 8 10 1 Índice de Motilidade

Figura 13: Exemplo de um sinal temporal magnético da análise espectral de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham (de 600 a 1500s) e acupuntura manual nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s).

Tabela 08. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 3,8 4,4 7,0

Desvio padrão 1,9 2,0 3,1

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Eletroestimulação P<0.001

Controle vs Manual P>0.05

Manual vs Eletroestimulação P<0.01

A pressão intragástrica foi significativamente superior no tratamento com eletroacupuntura em relação aos demais momentos.

Tabela 09. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

5.1.2.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 10. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 3,6 4,2 6,0

Desvio padrão 1,2 1,7 1,6

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Eletroestimulação P<0.001

Controle vs Manual P>0.05

Manual vs Eletroestimulação P<0.001

O índice de motilidade magnético foi significativamente maior durante a EA em relação ao momento controle e estímulo manual

Pressão Intragástrica Grupo 2

3,8 4,4 7 0 2 4 6 8 1 Índice de Motilidade controle

acup. manual ponto IG4/ E36

Tabela 11. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Susceptometria Grupo 2

3,6 4,2 6 0 2 4 6 8 1 Índice de Motilidade controle

acup. manual ponto IG4/ E36

Figura 15: Exemplo de um sinal temporal magnético da análise espectral de um cão submetido à acupuntura manual nos ponto E36 e IG4 (de 600 a 1500s) e eletroestimulação nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s).

Tabela 12. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 2,4 2,7 4,0

Desvio padrão 1,8 1,9 2,7

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeira P<0.05

Controle vs Falsa P>0.05

Falsa vs Verdadeira P<0.05

A EA em pontos verdadeiros produziu maiores valores de IM relacionado à manometria que o momento controle e EA em pontos falsos.

Tabela 13. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria

Pressão Intragástrica Grupo 3

2,4 2,7 4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1 Índice de Motilidade

Controle Eletroestimulação pontos falsos Eletroestimulação IG4/ E36

5.1.3.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 14. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 4,0 5,2 8,1

Desvio padrão 1,9 2,2 3,0

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeira P<0.001

Controle vs Falsa P>0.05

Falsa B vs Verdadeira P<0.01

A EA nos pontos E36 e IG4 produziu maiores valores de IM magnético que o momento controle e EA em pontos falsos.

Tabela 15. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios- padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Susceptometria Grupo 3 4 5,2 8,1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 Índice de Motilidade

Figura 17: Exemplo de um sinal temporal manométrico da análise espectral de um cão submetido à eletroacupuntura nos pontos sham (de 600 a 1500s) versus eletroacupuntura nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3300s).

ACUPUNTURA MANUAL NOS PONTOS E36 e IG4. 5.2.1.1 PRESSÃO INTRAGÁSTRICA

Tabela 16. Valores médios de freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual ponto verdadeiro

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,08

Desvio padrão 0,009 0,012 0,019

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P>0.05

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs Verdadeiro P>0.05

Não foi observada diferença entre os momentos.

5.2.1.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 17. Valores médios de freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,07

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P>0.05

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs Verdadeiro P>0.05

0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0 500 1000 1500 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 Tempo (s) Freqüência (Hz) Intensidade (u.a)

Figura 18: Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham e acupuntura manual nos pontos E36 e IG4, utilizada para análise de freqüência gástrica.

I N T E N S I D A D E

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,07

Desvio padrão 0,01 0,02 0,02

Média Comparada Valor de P

Controle vs Eletroestimulação P>0.05

Manual vs Controle P>0.05

Manual vs Eletroestimulação P>0.05

Não foi observada diferença entre os momentos.

5.2.2.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 19. Valores médios de freqüências de contrações gástricas e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,06 0,07

Desvio padrão 0,01 0,01 0,004

Estatística de Friedman Fr = 8.069

Teste de Múltiplas Comparações de Dunn

Média Comparada Valor de P

Controle vs. Manual P>0.05

Controle vs. Eletroestimulação P>0.05

Manual vs. Eletroestimulação P>0.05

0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 Tempo (s) Freqüência (Hz) Intensidade (u.a)

Figura 19: Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à acupuntura manual nos pontos E36 e IG4 e eletroestimulação nos pontos E36 e IG4.

Freqüência (Hz) I N T E N S I D A D E

Tabela 20. Valores médios de Freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,07

Desvio padrão 0,009 0,007 0,008

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeira P>0.05

Controle vs Falsa P>0.05

Falsa vs Verdadeira P>0.05

Não foi observada diferença entre os momentos.

5.2.3.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 21. Valores médios de Freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,06 0,06 0,08

Desvio padrão 0,012 0,007 0,027

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P>0.05

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs Verdadeiro P>0.05

Figura 20: Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à eletroacupuntura em ponto sham e eletroacupuntura nos pontos E36 e IG4.

Freqüência (Hz) Tempo (s) S I D A D E

Figura 21: Ampliação da análise de sinal magnético onde se observa um número de aproximadamente quatro ondas de contração gástrica em 60 segundos, que corresponde ao padrão normal de cães.

7. DISCUSSÃO

Neste experimento, utilizou-se um protocolo onde os animais foram controles deles mesmos. Dessa forma, o momento M0 (controle) foi obtido monitorando-se a pressão intragástrica e a atividade de contração gástrica dos animais durante os 10 minutos iniciais da mensuração, sendo consideradas padrão de contração paras as demais medidas.

Dessa forma, os resultados obtidos podem ser descritos de forma resumida da seguinte forma:

- o estímulo manual dos acupontos E36 e IG4 foi superior no incremento da atividade de contração gástrica quando comparado com o estímulo manual de pontos falsos localizados no mesmo dermátomo;

- a eletroestimulação de baixa freqüência dos pontos E36 e IG4 apresenta um efeito mais intenso na atividade de contração gástrica que a acupuntura manual;

- a eletroestimulação de baixa freqüência de pontos verdadeiros produziu aumento da atividade de contração gástrica, o que não foi observado quando a eletroestimulação foi realizada em pontos falsos à distância;

- na análise de freqüência de todos os animais dos diversos grupos e momentos não apresentou diferença estatística significante.

Assim, levando-se em consideração tais resultados, algumas proposições podem ser discutidas a cerca dos mecanismos de ação destes efeitos bem como com relação às respostas dos efeitos da acupuntura no sistema digestório obtidas por outros estudos.

Índice de motilidade

Com relação aos resultados obtidos neste experimento, onde se obteve um aumento da atividade de contração gástrica com o uso da eletroestimulação nos pontos E36 e IG4 de forma superior ao uso de eletroestimulação em pontos sham, QIAN et al (1999) também obtiveram

resultados semelhantes com o uso de eletroestimulação durante 30 minutos nos pontos Estômago 36 e Pericárdio 6, obtendo em relação ao grupo controle (sham) um aumento dos picos de onda lenta na fase III da atividade elétrica gástrica ou fase de maior contração gástrica.

A motilidade do trato gastrointestinal e especificamente do estômago esta relacionada principalmente com a função da musculatura lisa. De forma similar ao coração, o sistema digestório possui fatores miogênicos com características importantes como atividade motora espontânea e ritmo, controlados por uma atividade elétrica ou potenciais marcapassos ou ainda ondas lentas, que são sinônimos utilizados para descrever a despolarização periódica e regular, que podem ser mensuradas (STROMBECK & GUILFORD, 1996). O aumento da excitabilidade pode ocasionar um pico de despolarização, levando a uma descarga mais forte que irá disparar a contração muscular. O número de descargas suficientemente fortes que ocorrem durante o período máximo de despolarização determina a força ou amplitude de contração gástrica. Assim os controles neurais e humorais sobre a musculatura lisa influenciam os picos de atividade elétrica e contração muscular do estômago (STROMBECK & GUILFORD, 1996).

Existem ainda, desempenhando papeis de controle e estímulo da atividade de contração gástrica, controles nervosos do sistema digestório que vão além dos plexos locais mioentéricos, que são os reflexos que vão do estômago para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que retornam

para o trato gastrointestinal e os reflexos do estômago para a medula espinhal ou para o tronco cerebral e que retornam ao trato gastrointestinal (GUYTON & HALL, 1997), cujos trajetos podem ser objetos de conjecturas a respeito do mecanismo de interferência dos estímulos dos pontos de acupuntura no trato digestório, isto é, o reflexo víscero -somático.

Freqüência de Contração Gástrica

O susceptômetro é extremamente dependente da distância deste aos traçadores magnéticos (decai com a distância elevada a 6a potência), o

que faz esta técnica ser bastante sensível a qualquer mudança na posição do alimento teste (MIRANDA et al, 1992; MIRANDA, 1995; MIRANDA et al, 1997). Desta forma, como a atividade mecânica do estômago

proporciona um movimento ritmado da parede gástrica de aproximadamente de cinco ciclos por minuto em cães (AZPIROZ & MALAGELADA, 1985; MIRANDA, 1997), o sinal detectado pelo susceptômetro é moldado por esta variação da parede gástrica, podendo- se assim acompanhar este processo durante um intervalo de tempo e obter um registro gráfico da atividade contrátil. QIAN et al (1999) em um estudo

sobre os efeitos da eletroacupuntura no complexo mioelétrico migratório gástrico, da mesma forma que o presente estudo conforme observado na figura 21, obtiveram como resultado uma freqüência de contração gástrica (Fase III do complexo mioelétrico) entre 4,66 ± 0,1 ciclos por minuto.

Não houve modificação na freqüência de contração gástrica antes e após a acupuntura em pontos falsos ou verdadeiros. Tal fato reveste-se de importância quando comparado aos efeitos gastrintestinais da prostigmine cujos sinais são aumento da pressão e amplitude de contração gástrica, redução do tempo de esvaziamento gástrico e diminuição da freqüência de contração gástrica, o que leva a um padrão de cólica, com

sintomas claros de desconforto abdominal, mesmo em animais anestesiados com pentobarbital (COSTA, 2002). Ainda com relação à freqüência, se observarmos as ações de fármacos como a metoclopramida, a mesma proporciona um aumento da amplitude de contração e freqüência da região do antro e coordenação da região antropiloroduodenal, o que leva apenas a um efeito procinético de líquidos e não de alimentos sólidos, a despeito do aumento de freqüência de contração. Já a cisaprida, apresenta efeitos pró -cinéticos mais evidentes apesar de não provocar alteração de freqüência gástrica e sim apenas aumentar a atividade de contração e coordenação muscular das regiões de piloro e duodeno (HALL, 1999).

Dessa forma, a acupuntura possui a vantagem de produzir um efeito procinético sem causar efeitos colaterais que ocasionassem desconforto abdominal observado quando do aumento da freqüência e amplitude de contração gástrica.

Resposta dos pontos sham

Há várias formas de estímulo placebo na acupuntura, existindo uma grande controvérsia em relação aos métodos. O ponto sham pode ser selecionado de várias maneiras: 1) distante do ponto tradicional de tratamento, como por exemplo, puntura no membro anterior ao invés do membro posterior (JOBST et al. 1986); 2) no dermátomo adjacente (FUNG et al. 1986); 3) no mesmo dermátomo, porém fora do sistema de

meridianos da medicina tradicional chinesa (GAW et al., 1975); 4) o

sistema de inserção superficial, no qual a agulha de acupuntura é inserida no mesmo local tradicionalmente descrito na medicina tradicional chinesa para o grupo tratado, mas superficialmente, a uma profundidade de apenas 2-4 mm comparada com os pontos tradicionalmente descritos a

mais de 10 mm de profundidade (HANSEN & HANSEN 1984). Adicionalmente quanto a forma de manipulação, a agulha pode ser inserida sem (GAW et al. 1975) ou com manipulação similar ao do grupo

tratado (FUNG et al. 1986). A injeção de medicamentos em pontos de

acupuntura é também uma forma de tratamento controle (GARVEY et al.

1989). Nos grupos 1 e 2, os pontos Sham foram selecionados no mesmo dermátomo, porém fora do sistema de meridianos da medicina tradicional chinesa, de acordo com GAW et al (1975), sendo que os pontos falsos

foram estimulados da mesma forma que os pontos verdadeiros (FUNG et al. 1986), mimetizando assim com a maior proximidade possível o efeito

da acupuntura. No grupo 3 foi adotado o sistema de estímulo distante do ponto tradicional de tratamento (JOBST et al 1986), através da introdução

da agulha nas pregas ventrais da axila e região inguinal e, portanto, fora dos dermátomos, de forma a evitar o estímulo da inervação próxima ao ponto (YAN et al, 1984) e evitar o efeito de meridiano (ALVARENGA et al,

1998). Dessa forma, procurou-se avaliar o efeito da corrente elétrica nas agulhas, pois conforme observado por CHANG et al (2002a) em um estudo

no homem, tanto a estimulação elétrica transcutânea (TENS) quanto a eletroestimulação de baixa freqüência (3 Hz) no ponto E36 foram eficientes em alterar a freqüência gástrica avaliada por eletrogastrograma.

Neste estudo, constatou-se que os pontos sham (placebos), ocasionaram aumento do IM magnético em relação ao momento controle, porém menor que o tratamento com acupuntura em pontos verdadeiros. Poderia ser especulado que tal resposta fosse ocasionada por um aspecto temporal, já que em todos os animais a seqüência de estímulo dos pontos Sham antecede o estímulo dos pontos verdadeiros. Entretanto, nas análises individuais dos sinais, sempre se observou uma correlação entre a introdução da agulha nos pontos verdadeiros e o aumento imediato do

IM, demonstrando um efeito rápido da acupuntura. Além dos resultados observados neste estudo, outros autores como ZHU & POLUS (2002) constataram um efeito semelhante entre a estimulação de pontos de acupuntura e pontos sham. Segundo DEBRECENI (1993), a inserção da agulha anatomicamente próxima ao ponto classicamente descrito na literatura, pode fornecer o mesmo tipo de resposta ao se estimular o ponto correto. Adicionalmente de acordo com JANSSENS (1987), os sítios de localização anatômica podem variar entre os diferentes indivíduos. Observou-se no entanto que o estímulo do ponto verdadeiro apresentou intensidade superior de aumento do IM, tanto no concernente à pressão, como à susceptometria.

Tais estudos corroboram com outras pesquisas onde se comprovou que as fibras musculares participam da resposta à inserção das agulhas pela produção consistente de potenciais de ação musculares (KENDALL, 1989). Este fenômeno é relacionado com o tecido muscular intrafusal e com as fibras motoras tipo gama II, permanecendo mesmo após a interrupção do suprimento vascular e nervoso (KENDALL, 1989). YAN et al (1984) relataram que a intensa manipulação das agulhas produz um

potencial de ação muscular intenso, sendo o mesmo dependente da quantidade, presença e distribuição das fibras musculares intrafusais em pontos específicos de acupuntura. Tal fato poderia ser explicado pela liberação de potássio intracelular pelas fibras musculares “ lesadas” pelas agulhas, liberação essa suficiente para causar a despolarização das fibras nervosas adjacentes, bem como pela maior quantidade de terminações nervosas livres que funcionam como nociceptores polimodais, capazes de intermediar os diversos efeitos da inserção local da agulha de acupuntura até o SNC (STEISS, 2001). Como exemplo, os mesmos autores constataram que a estimulação dos pontos Estômago 36, cujo substrato morfológico se

faz pelos fusos tendíneos e musculares do músculo tibial cranial (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1997), e Intestino Grosso 4 produzem respectivamente 35% e 53% de potenciais de ação musculares e o estímulo do ponto Rim 3, situado na prega de pele atrás do maléolo interno da tíbia e a frente da tuberosidade calcânea, não produziu nenhum potencial de ação devido ao fato de não haver músculos nessa região (Figura 22). Estes fatos levam a conclusão que a simples introdução de agulhas em áreas não reconhecidas como pontos de acupuntura, mas em região de mesma fibra motora do acuponto possuem efeito capaz de produzir uma resposta reflexa visceral. Este fato também foi observado neste experimento, onde os mesmos pontos citados por YAN et al (1984) foram utilizados para o

estímulo da atividade gástrica, obtendo-se resultados estatísticos significativos quando em comparação ao grupo controle e ao grupo de acupuntura em pontos falsos, sendo que estes últimos ocasionaram aumento do índice de motilidade em relação ao momento controle, porém não estatisticamente significante, corroborando com a teoria da resposta reflexa somato-vísceral. Com relação a inervação do ponto IG4, embora o mesmo tenha capacidade de produzir 53% de potenciais de ação quando de um estímulo na musculatura local, os mecanismos de ação deste ponto com o trato digestivo ainda são pouco elucidativos. Sabe-se que sua inervação se comporta como ponto central para o estímulo da ramificação final do nervo ulnar, mediano e do nervo radial (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1997), bem possui indicações empíricas para problemas que afetam o intestino delgado como diarréia infantil, disenteria, constipação e dor abdominal (ROSS, 2003), além de um efeito analgésico e antiespasmódico no sistema digestório (MACIOCIA, 1996).

Figura 22: Musculatura do membro posterior de cão, face lateral da coxa, região crural e társica indicando o ponto de acupuntura E36 e musculatura de membro anterior de cão, vista medial, indicando o ponto de acupuntura IG4. Fonte: BOYD & PATERSON (1993).

Eletroestimulação dos acupontos com uso de baixa freqüência

De forma semelhante à técnica de estimulação da atividade gástrica utilizada neste experimento, onde os estímulos de EA foram feitos com uso de baixa freqüência (5 Hz), outros autores também obtiveram resultados semelhantes como HSIEH (2002) e LI et al (2002), que

constataram um estímulo na atividade gástrica ao utilizarem freqüências de eletroestimulação da ordem 2Hz, em estudos sobre efeitos do ponto E36 na atividade gástrica. Devido a existência de uma pequena imprecisão quando a real freqüência dos eletroestimuladores e a marcação

IG4

da mesma no display, neste experimento optou-se pela freqüência intermediaria de 5Hz, pois em um estudo com diversos eletroestimuladores, a média das freqüências reais quando da sintonia de 5Hz no aparelho foi de 4,4 Hz, isto é, menor do que o mostrado ou ajustado no display (NIEMTZOW et al., 2003).

Mecanismos de Ação

De forma similar a estudos anteriores com uma abordagem de avaliação de motilidade gastrointestinal mensurando-se a excreção do marcador óxido de cromo (LUNA & JOAQUIM, 1997, 1988), observou-se como neste estudo que a acupuntura/ EA aumentou a motilidade gástrica em cães. Tal efeito pode ser discutido dentre de vários mecanismos

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