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Efeito da acupuntura e eletroacupuntura na contração gástrica em cães (Canis familiaris)

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(1)

Efeito da acupuntura e eletroacupuntura na

contração gástrica em cães (C

anis familiaris

)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação, na Área de Cirurgia Veterinária, Sub-área de Acupuntura, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Estadual Paulista - UNESP – Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Stelio Pacca Loureiro Luna

(2)

DADOS CURRICULARES

Jean Guilherme Fernandes Joaquim

Nascimento 02. II. 1976 – Garça / SP

Filiação Celso Fernandes Joaquim

Maria José Fernandes Joaquim

1995 / 1999 Curso de Graduação em Medicina Veterinária

Universidade Estadual Paulista - UNESP

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu

1996 / 1998 Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária

Instituto Homeopático Jacqueline Peker

1999/ 2002 Mestrando na Área de Cirurgia Veterinária

Sub-área Acupuntura Veterinária, da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade

Estadual Paulista – UNESP -

(3)

Ao amigo e mestre, Prof. Dr. Stelio P. Loureiro Luna, pela paciência, pelo sorriso sempre aberto, pela compreensão e estímulo nesses anos de convivência e ensinamentos constantes.

“se fosse dado escolher viver sem a amizade ou não viver, preferiríamos não viver” – Aristóteles.

Ao primeiro mestre e “irmão”, Dr. Eduardo Diniz da Gama, por

acreditar, por lutar e por conseguir.

“é tentando o impossível que se chega a realização do possível” –

Henry Barbusse, escritor francês.

À minha família:

Ao meu pai, por ter me ensinado o que é ser Veterinário.

A minha mãe por curar as feridas feitas ao longo da vida e por ter

sido minha primeira paciente em acupuntura.

Aos meus pais, pelas pegadas que deixaram para que eu pudesse seguir o melhor caminho.

Aos meus irmãos, Celso e Andrei pelo exemplo de que um caráter firme não se curva ao maior vento.

A minha esposa Caroline, pelo estímulo diário e por suportar as

horas de trabalho subtraídas de seu convívio.

A minha irmã Carol e cunhadas Paula e Elaine por despertar

nosso lado feminino no convívio fraterno.

A minha segunda família, Sr. Sylvio, D. Iracema, Silvia e Fábio, por me “adotarem” nestes anos todos em Botucatu.

“Aos meus avós, por me acolherem como filho em seu ninho construído de amor, para o qual sempre voltarei nas horas em que a paz se fizer

(4)

AGRADECIMENTOS

Aos amigos da Biofísica, por terem adotado um veterinário e ainda

por cima acupunturista entre vocês.

Ao Amigo e “ irmão” Rogério Moraes, pelas horas abdicadas em

prol deste experimento sem as quais ele nunca teria acontecido, pelas

horas de descontração e conversas compartilhadas e pela força e simpatia

sempre demonstrada.

Ao amigo e “ instrutor de física, matemática....” , Prof. José

Ricardo-Zézão, sem o qual esse projeto nunca sairia de forma a romper com os

paradigmas de uma área tão nobre como a física e biofísica.

Ao grande Murilo Stelzer, cujo apoio na parte de informática neste

experimento (e na minha vida) foram imprescindíveis. Obrigado pelo tempo perdido me ensinando a arte de uma ciência virtual, de cuja trilha

ainda estou no início.

Aos cães, por terem sido utilizados sem que em nenhum instante

fossem lhes dado o direito a se opor. Obrigado e perdão.

Ao Departamento de Física e Biofísica do Instituto de Biociências da

Unesp de Botucatu por ceder suas dependências para a parte prática do

experimento junto ao Laboratório de Biomagnetismo.

Ao Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, pelo

apoio e pela oportunidade.

Ao Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária da FMVZ-

UNESP - Campus de Botucatu, pela oportunidade.

As funcionárias do setor de Pós-Graduação em Medicina

Veterinária da FMVZ- UNESP - Campus de Botucatu, Denise e Maria, pela

(5)

Ao biotério central do Campus de Botucatu por cederem os

animais.

Aos colegas do Ambulatório de Acupuntura Veterinária, pela

motivação e apoio.

Às bibliotecárias Elza Numata e Nivaldete, pelo auxílio na

elaboração da ficha catalográfica e das referências bibliográficas.

À Faculdade de Medicina e à Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia, Unesp, campus Botucatu, pela oportunidade de realização

deste trabalho e pelo apoio material e humano.

Ao Dr. Sebastião Galiaço Prata, pelo apoio recebido ao longo dos

anos e por perpetuar o ensino da acupuntura veterinária.

“QUANDO TODOS PENSAM IGUAL, SIGNIFICA QUE NINGUEM

(6)

SUMÁRIO

RESUMO 9

LISTA DE FIGURAS 11

LISTA DE TABELAS 13

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 15

1. INTRODUÇÃO 17

2. REVISÃO DE LITERATURA 19

2.1. Anatomia do Estômago 19

2.2. Fisiologia do Estômago 20

2.3 Atividade Elétrica e Motora do Estômago 22

2.4. Acupuntura e o Sistema Digestório 23

2.5. Acupuntura Manual 25

2.6. Eletroacupuntura 26

2.7. Susceptometria 27

2.8. Pressão Intragástrica 28

2.9 Anestesia com Barbitúricos e o Sistema Digestório 29

3. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 30

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 31

4.1. Animais 31

4.2. Protocolos do estudo 31

4.2.1 Preparação Geral 31

4.2.2 Diferenciação dos Grupos 34

4.3. Estimulação dos Pontos de Acupuntura 36

4.4. Pontos de Acupuntura 37

4.5. Pontos Sham/ Falsos 39

4.6. Status Gástrico 41

(7)

4.7.1 Susceptometria – Método de Registro 41

4.7..2 Pressão Intragástrica – Método de Registro 44

4.7.3. Análise dos Sinais 45

4.7.3.1 Índice de Motilidade 45

4.7.3.2 Análise de Freqüência 45

4.8 Análise Estatística 46

5. RESULTADOS 47

5.1 Resultados do Índice de Motilidade (IM) 47 5.1.1 Grupo 1: Acupuntura Manual Ponto Sham Versus Acupuntura Manual nos pontos E36 e IG4 47

5.1.1.1 Pressão Intragástrica 47

5.1.1.2 Susceptometria 48

5.1.2 Grupo 2: Acupuntura Manual E36 e IG4 Versus

Eletroestimulação nos mesmos pontos 52

5.1.2.1 Pressão Intragástrica 52

5.1.2.2 Susceptometria 53

5.1.3 Grupo 3: Eletroestimulação nos Pontos Sham Versus Eletroestimulação nos Pontos E36 e IG4 57

5.1.3.1 Pressão Intragástrica 57

5.1.3.2 Susceptometria 58

5.2 Resultados com Relação À Análise de Freqüência 62 5.2.1 Grupo 1: Acupuntura Manual Ponto Sham Versus Acupuntura Manual nos Pontos E36 e IG4 62

5.2.1.1 Pressão Intragástrica 62

5.2.1.2 Susceptometria 62

5.2.2 Grupo 2: Acupuntura Manual E36 e IG04 Versus Eletroestimulação nos Pontos E36 e IG4. 65

5.2.2.1 Pressão Intragástrica 65

5.2.2.2 Susceptometria 65

5.2.3 Grupo 3: Eletroestimulação Nos Pontos Sham Versus Eletroestimulação Nos Pontos E36 e IG4 67

5.2.3.1 Pressão Intragástrica 67

5.2.3.2 Susceptometria 67

7. DISCUSSÃO 70

Índice de Motilidade 71

Freqüência de Contração Gástrica 72

(8)

Eletroestimulação dos Acupontos com uso de Baixa Freqüência

77

Mecanismo de Ação 78

Sistema nervoso e Neurotransmissores 78

Opióides Endógenos 79

Serotonina 80

Vias colinérgicas 80

Vias anticolinérgicas 81

Reflexo somato-vísceral: A inervação e os efeitos dos estímulos dos pontos de acupuntura 82

Via de Ação Humoral 84

8. CONCLUSÕES 86

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

(9)

JOAQUIM, J.G.F. Efeito da Acupuntura e Eletroacupuntura na Contração

Gástrica em Cães (Canis familiares). Botucatu, 105. Dissertação

(Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de

Botucatu, Universidade Estadual Paulista.

RESUMO

O estudo do trânsito intestinal de cães tem merecido grande destaque nas

pesquisas mais recentes dada sua grande importância como sede de diversas patologias bem como devido ao grande número de estudos

envolvendo os efeitos da acupuntura nesse sistema. Dessa forma,

procurou-se verificar a possível ocorrência de alterações da atividade de

contração gástrica por meio da avaliação da susceptometria e da pressão

intragástrica, decorrente do estímulo bilateral dos pontos de acupuntura

Estômago 36 e Intestino Grosso 4 em comparação com a estimulação de

pontos falsos, através de estimulação manual e elétrica. Foram utilizados

28 cães adultos e clinicamente sadios divididos em 3 grupos. G1: dez (10)

cães foram submetidos a estímulo manual nos pontos E36 e IG4 ou em

pontos falsos (sham). G2: dez (10) cães submetidos a estímulo manual e

elétrico nos pontos E36 e IG4. G3: oito (8) cães submetidos a eletroestimulação nos pontos E36 e IG4 ou em pontos falsos (sham).

Concluiu-se que o estímulo manual dos acupontos Estômago 36 e

Intestino Grosso 4 apresenta maior eficiência no incremento da atividade

de contração gástrica que o estímulo de pontos falsos localizados no

mesmo dermátomo; que a eletroestimulação de baixa freqüência destes

mesmos acupontos apresenta um efeito mais intenso na atividade de

contração gástrica que a acupuntura manual; que a eletroestimulação de

(10)

de contração gástrica, não observada quando a eletroestimulação foi

realizada em pontos falsos à distância e que a acupuntura manual ou

eletroacupuntura de baixa freqüência podem ser utilizadas para aumentar

a atividade de contração gástrica ou fase III do complexo mioelétrico em

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Sonda oro-gástrica sendo preenchida com ferrita, iogurte e água... 32

Figura 02 Animal em decúbito dorsal com o susceptômetro posicionado na região gástrica... 33

Figura 03 Eletroestimulador modelo WQ-EF – Electronic Acupunctoscope – Beijing. ... 37

Figura 04 Figura 4: Localização do ponto E36. Fonte: JANSSENS & STILL (1995)... 38

Figura 05 Localização do ponto IG4 no membro anterior esquerdo. Vista medial. Fonte: JANSSENS & STILL (1995)... 38

Figura 06 Pontos falsos próximos aos verdadeiros. No membro posterior, 1cm ao lado do E36 e no membro anterior, na membrana interdigital entre o primeiro e o segundo osso metacarpiano... 39

Figura 07 Pontos falsos utilizados no Grupo 3 na região de prega inguinal... 40

Figura 08 Pontos falsos utilizados no Grupo 3 na região de prega de pele axilar. ... 40

Figura 09 Esquema do susceptômetro AC. Fonte: Adaptado de MORAES et al

(2003). ... 43

Figura 10 Sinal detectado pelo susceptômetro moldado pela variação da parede gástrica... 43

Figura 11 Monitor de respiração e transdutor de pressão. ... 44

Figura 12 Exemplo de um sinal temporal manométrico da análise espectral de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham (de 600 a 1500s) e acupuntura manual nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s). 50

Figura 13 Exemplo de um sinal temporal magnético da análise espectral de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham (de 600 a 1500s) e acupuntura manual nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s). 51

(12)

Figura 15 Exemplo de um sinal temporal magnético da análise espectral de um cão submetido à acupuntura manual nos ponto E36 e IG4 (de 600 a 1500s) e eletroestimulação nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s)... 56

Figura 16 Exemplo de um sinal temporal magnético da análise espectral de um cão submetido à eletroacupuntura nos ponto sham (de 600 a 1500s) versus eletroacupuntura nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3500s)... 60

Figura 17 Exemplo de um sinal temporal manométrico da análise espectral de um cão submetido à eletroacupuntura nos pontos sham (de 600 a 1500s) versus eletroacupuntura nos pontos E36 e IG4 (de 1500 a 3300s)... 61

Figura 18 Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham e acupuntura manual nos pontos E36 e IG4, utilizada para análise de freqüência gástrica... 64

Figura 19 Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à acupuntura manual nos pontos E36 e IG4 e eletroestimulação nos pontos E36 e IG4... 66

Figura 20 Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à eletroacupuntura em ponto sham e eletroacupuntura nos pontos E36 e IG4... 68

Figura 21 Ampliação da análise de sinal magnético onde se observa um número de aproximadamente quatro ondas de contração gástrica em 60 segundos, que corresponde ao padrão normal de cães... 69

Figura 22 Musculatura do membro posterior de cão, face lateral da coxa, região crural e társica indicando o ponto de acupuntura E36 e musculatura de membro anterior de cão, vista medial, indicando o ponto de acupuntura IG4. Fonte: BOYD & PATERSON (1993)... 77

(13)

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Grupo 1: Protocolo Experimental... 34 Tabela 02 - Grupo 2: Protocolo Experimental... 35 Tabela 03 - Grupo 3: Protocolo Experimental... 36 Tabela 04 - Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos

desvios-padrão, dos animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 47 Tabela 05 - Tabela 5: Valores médios do Índice de Motilidade dos

animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 48 Tabela 06 - Tabela 06. Valores médios do Índice de Motilidade e

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria...

48 Tabela 07 - Tabela 07. Valores médios do Índice de Motilidade dos

cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 49 Tabela 08 - Tabela 08. Valores médios do Índice de Motilidade e

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria. ... 52 Tabela 09 - Tabela 09. Valores médios do Índice de Motilidade dos

cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria. ... 53 Tabela 10 - Tabela 10. Valores médios do Índice de Motilidade e

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria. ... 53 Tabela 11 - Tabela 11. Valores médios do Índice de Motilidade dos

cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 54 Tabela 12 - Tabela 12. Valores médios do Índice de Motilidade e

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 57 Tabela 13 - Tabela 13. Valores médios do Índice de Motilidade dos

cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 58 Tabela 14 - Tabela 14. Valores médios do Índice de Motilidade e

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 58 Tabela 15 - Tabela 15. Valores médios do Índice de Motilidade e

(14)

respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 59 Tabela 16. Valores médios de freqüência de contração gástrica e

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 62 Tabela 17 Valores médios de freqüência de contração gástrica e

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 62 Tabela 18 Valores médios de freqüências de contrações gástricas e

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 65 Tabela 19 Valores médios de freqüências de contrações gástricas e

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria... 65 Tabela 20 Valores médios de Freqüência de contração gástrica e

respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria... 67 Tabela 21 Valores médios de Freqüência de contração gástrica e

(15)

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

a.C: Antes de Cristo

AC: Corrente Alternada

ACTH: Hormônio adrenocorticotropina

Be: Bexiga – ponto do meridiano da Bexiga

CCK: Colecistocinina

E36: Estômago 36 –ponto do meridiano do Estômago

E37: Estômago 37 EA: Eletroacupuntura

FFT: Fast Fourier Transformer – Transformada Rápida de Fourier

g: Gramas

Hz: Hertz

IG2: Intestino grosso 2

IG4: Intestino grosso 4 – ponto do meridiano do intestino grosso

IM: Índice de Motilidade

IV: Intravenoso

Kcal: Quilocalorias

Kg: Quilograma

mg: Miligrama

mHz: Milihertz

mL: Mililitros

mm: Milímetro

mV: Milivolts

n: Número de animais

PC: Personal computer/ Co mputador pessoal tipo desktop

Pc05: Pericárdio 5 – ponto do meridiano do pericárdio

Pc06: Pericárdio 6

(16)

RSA: Running spectrum analysis

SNC: Sistema Nervoso Central

s: Segundos

V: Volts

VB37: Vesícula Biliar 37 – ponto do meridiano da Vesícula Biliar VB39: Vesícula Biliar 39

W: Watts

(17)

1. INTRODUÇÃO

A acupuntura é uma modalidade médica baseada na medicina tradicional chinesa, compreendendo na sua forma mais comum a inserção

de agulhas em pontos cutâneos específicos, situados em seis pares de

canais de energia denominados meridianos. A nomenclatura dos

meridianos deriva dos principais órgãos internos, tais como meridiano do

pulmão, intestino grosso, fígado, vesícula biliar, rim, bexiga, coração,

intestino delgado, pericárdio sendo que destes, três têm seus nomes

derivados da linguagem figurada da medicina tradicional chinesa (MTC)

que são o meridiano do triplo-aquecedor, vaso governador e vaso

concepção. Os textos referentes a teoria e prática da MTC e acupuntura no

homem e nos animais foram elaborados a mais de 1000 a.C. sendo que

seus preceitos orais datam de até 5000 a.C. No ocidente a acupuntura foi apresentada primeiramente na Europa, por jesuítas franceses, no início do

século 17. Entre as teorias mais conhecidas e que permeiam a acupuntura

no que concerne a aplicação da mesma estão a do Yin e Yang, princípios

relacionados com as energias negativas e positivas, deficiência e excesso,

noite e claro, respectivamente. Outra teoria comumente empregada é a dos

Cinco Movimentos, que visa a auto-regulação entre os órgãos internos, o

clima, os hábitos alimentares e as emoções, aparecendo a doença quando

do desequilíbrio entre os diversos órgãos dentro desse sistema que se auto

regula através de leis de criação e destruição, linguagem figurativa do

sistema de feed back a que se referem (JAGGAR & ROBINSON, 2001).

A gastroenterologia veterinária tem se mostrado como uma das áreas de maior interesse científico pelos pesquisadores devido à

quantidade de patologias relacionadas ao sistema digestório (DILL, 1992).

(18)

funcionamento, sem provocar efeitos colaterais como bradicardia,

aumento de secreções, desconforto gastrointestinal (WALSHAW &

WELLARD, 1989; GWEE & READ, 1994; BRUNTON, 1996) comumente

observados com o uso de antidopaminérgicos, de metoclopramida e

também com o uso de colinomiméticos tal como betanecol (WISEMAN &

FAULD, 1994).

Os sintomas mais comumente associados com alterações de

motilidade são os relacionados com o trânsito gastrointestinal como

náusea, vômito, dor abdominal, distensão, constipação e diarréia

(FARRUGIA et al., 1996), os quais constituem sinais indistinguíveis

daqueles ocasionados por obstrução mecânica (RICHARDS et al, 1990). Em

cães, além das alterações descritas anteriormente, tem sido relatada a

presença de Hipomotilidade Gástrica Idiopática, doença primária de causa

ainda não bem esclarecida e cujo tratamento é a base de metoclopramida

(WILLARD, 1994) e como uma de suas conseqüências pode ocorrer o

chamado Complexo Dilatação/ Volvo Gástrico, que dentre outros fatores, tem como uma de suas causas primárias uma motilidade gástrica anormal

(LORENZ & FERGUSON, 1996; WILLARD, 1994).

Alguns fármacos têm sido indicados para alterar o trânsito

gastrointestinal de cães, tais como a cisaprida, fármaco pertencente ao

grupo das benzamidas, cujo mecanismo de ação é baseado no aumento

seletivo da liberação de acetilcolina pelos neurônios pós-ganglionares do

plexo mioentérico. Entretanto, existem outras vias de ação ainda não

conhecidas deste fármaco, haja vista o fato da administração prévia de

atropina não inibir totalmente os efeitos excitatórios da cisaprida

(19)

O uso da acupuntura tem sido indicado de maneira empírica para o

tratamento de distúrbios gastrintestinais em várias espécies animais e no

homem há vários milênios (LI et al, 1992; DILL, 1992; SHOEN, 1994).

Alterações digestivas importantes no homem como a gastroparesia,

situação na qual o tempo de esvaziamento gástrico está aumentado e cujas

formas de tratamento são escassas, têm sido investigadas em cães tendo

como principal foco o uso da acupuntura, observando-se diminuição do

tempo de esvaziamento gástrico (OUYANG et al. 2002).

REVISÃO DE LITERATURA

2.1

ANATOM IA DO ESTÔM AGO

O estômago é a grande dilatação do canal alimentar, caudal ao

diafragma, que se localiza entre o esôfago e o intestino delgado (SISSON,

1986). Seu volume nos cães é em média de 3 litros, com uma variação entre

0,6 e 8 litros, numa proporção de 100-250 mL/ kg ou 1 litro/ 10 kg

(ELLENPORT, 1986; CASCELLI et al. 1993). Anatomicamente o estômago

é dividido em três partes que são a região de fundo (parte mais dorsal),

corpo (sendo que os mesmos são normalmente duas vezes maiores que terceira região) e piloro. Divide-se ainda em cárdia, piloro, curvatura

maior e menor. Localiza-se, quando vazio, na cavidade abdominal,

próximo ao arco costal, caudal ao fígado, entre as vértebras torácicas nove

e onze. Quando cheio, expande-se à esquerda, indo de encontro ao

diafragma e com a porção esquerd a do fígado, porém não chegando a

parede abdominal. A curvatura maior se encontra paralela a décima

segunda costela. O estômago cheio se dilata caudoventralmente e assim a

(20)

abdominal, a meia distância entre a cartilagem xifóide e o púbis

(ELLENPORT, 1986).

A circulação gástrica é dada pela artéria celíaca, que é um vaso

curto derivado da borda ventral da aorta abdominal, próxima ao hiato

aórtico do diafragma. Esta se deriva à esquerda, formando a artéria

gástrica esquerda que passa pela curvatura menor do estômago, liberando

ramos para as superfícies parietais e viscerais do órgão, que irão suprir as

regiões do fundo e omento menor e, finalmente, se anastomosa com a

artéria gástrica direita hepática, cuja função é nutrir a região de piloro,

antro-pilórico e omento menor. Ainda próximo ao piloro, encontra-se a

artéria gastroduodenal, que irá formar os ramos arteriais

pancreaticoduodenal cranial e gastroepiplóica direita (GHOSHAL, 1986).

A inervação do estômago é feita pelos ramos vagais (tronco vagal dorsal e

ventral) e pelo ramo simpático proveniente do plexo celíaco (CASCELLI et

al. 1993).

2.2

FISIOLOGIA DO ESTÔM AGO

O estômago apresenta três funções motoras: (1) armazenagem de

alimento, (2) mistura dos alimentos com as secreções gástricas para a

formação do quimo e (3) a passagem do alimento de forma controlada ao

intestino delgado, fazendo com que este último possa proceder à absorção

de nutrientes e digestão dos alimentos (GUYTON & HALL, 1997).

A peristalse do sistema gastrintestinal, mais precisamente do

estômago, tem sua regulação em dois níveis, o extrínseco, exercido pelo

SNC, autônomo e endócrino, geral a todos os órgãos, e o intrínseco,

exercido pelos plexos mioentéricos (plexo de Auerbach) e submucoso

(21)

parede gástrica e pelos componentes parácrinos. A partir desses níveis,

pode-se dividir a digestão gástrica em três fases distintas: 1) cefálica,

mediada pelo nervo vago e desencadeada a partir de estímulos extra

gástricos; 2) gástrica, subdividida em duas partes, sendo a primeira

mecânica, que consiste na distensão do estômago, seguida de contração do

mesmo, como resposta à distensão do órgão, ocorrendo ainda a liberação

de gastrina e a segunda que é a química, que consiste na liberação de

gastrina, associada a reflexos locais neuro -entéricos e 3) entérica, iniciada

com a passagem dos resíduos sólidos ao intestino, desencadeando a

liberação de gastrina pelas células do duodeno e caracterizada por fortes

contrações de expulsão na região distal de corpo e antro gástrico (HERDT,

1993).

Entre os hormônios, os que mais atuam sobre o estômago são a

colecistocinina (CCK), produzida no intestino delgado e cuja ação

secundária é inibir o esvaziamento gástrico; a gastrina, produzida na parte

distal do estômago, sendo um dos responsáveis pela motilidade gástrica; e o peptídeo inibidor gástrico (PIG), cuja ação primária é inibir a motilidade

gástrica (HERDT, 1993; GO, 1994).

Particularizando-se o sistema nervoso entérico, composto pelos

plexos mioentéricos (plexo de Auerbach) e submucoso (plexo de

Meissner), localizados entre a camada muscular e mucosa da parede

gástrica e pelos componentes, sabe-se que os mesmos são interconectados

e que possuem neurônios motores que inervam a musculatura lisa. Estes

plexos contem ainda: neurônios secretórios, que regulam a secreções

endócrinas e exócrinas da mucosa; neurônios sensórios, que respondem

ao estiramento, tonicidade, a glicose e a amino ácidos e ainda fazendo

(22)

inervação extrínseca. As fibras parassimpáticas pré-ganglionares

consistem de aproximadamente 2000 fibras vagais eferentes e outras vias

eferentes parasimpáticas provenientes dos nervos sacrais. Estas fibras

geralmente terminam nas células nervosas colinergicas dos plexos

submucoso e mioentérico. Já as fibras simpáticas são pós-ganglionares e

muitas delas terminam em neurônios colinérgicos pós-ganglionares nos

quais a noraepinefrina secretada por eles irá inibir a secreção de

acetilcolina pela ativação de receptores ?2 pré-sinápticos (GANONG,

1995).

Além dos mecanismos já citados, o status emocional também pode

influenciar a motilidade e a secreção gástrica via nervo vago. Situações

como raiva e hostilidade foram associadas a turgor, hiperemia e

hipersecreção pela mucosa gástrica ao passo que situações de medo e

depressão diminuem a secreção gástrica e o fluxo sanguíneo local, bem

como inibem a motilidade gástrica. Ainda como outras influencias pode-se

citar a hipoglicemia, que estimula a secreção acida e de pepsina via SNC e ramos vagais eferentes e o álcool e a cafeína que estimulam a secreção

gástrica agindo diretamente sobre a mucosa (GANONG, 1995).

2.3 ATIVIDADE ELÉTRICA E M OTORA DO ESTÔM AGO

No que se refere a motilidade gástrica, o estômago, bem como a

musculatura lisa do trato gastrointestinal, apresentam uma atividade

elétrica de ininterrupta. Essa atividade elétrica, chamada de ondas lentas é

caracterizada por contrações gastrintestinais rítmicas e definidas

fisiologicamente por alterações lentas e ondulantes no potencial de

(23)

contrações rítmicas determinam uma atividade mecânica do estômago e

um movimento da parede gástrica de aproximadamente cinco ciclos por

minuto em cães (AZPIROZ & MALAGELADA, 1985; MIRANDA, 1997). A

atividade elétrica de ondas lentas diferencia o estômago das outras partes

no sistema digestório com relação a sua atividade motora, devido ao fato

destas serem exclusivas a este órgão e a principal forma de controle do

aparecimento dos potenciais em ponta, que são potenciais de ação

responsáveis pela maior parte das contrações gastrintestinais e cuja

origem se deve a entrada de íons sódio e cálcio, diferentemente das fibras

nervosas que apresentam apenas canais sódio-dependentes. Os potenciais

de ação em ponta são gerados e controlados pelos plexos mioentéricos e

submucosos, que se constituem no sistema nervoso entérico (GUYTON &

HALL, 1997).

2.4

ACUPUNTURA E O SISTEM A DIGESTÓRIO

LUNA & JOAQUIM (1997) constataram aumento do trânsito

intestinal em cães submetidos a eletroacupuntura (EA) comprovando a

eficácia do método e sugerindo seu uso no tratamento de constipações.

Estes resultados foram corroborados por outros estudos nos quais,

estimulando-se o ponto E36 obteve-se um aumento dos movimentos

gástricos em cães (STILL, 1984) e no homem (LIU & ZHAO, 1991), onde

observou-se um aumento no trânsito intestinal em pacientes submetidos a

cirurgia intestinal, com a primeira defecação após a cirurgia em 58+24 h

para o grupo tratado pela acupuntura e 86+20 h para o grupo controle.

Em um experimento realizado por KUDO et al (1991) em cães,

(24)

pelo estímulo elétrico do ponto Be19 (Weiyu), demonstrando um efeito

antiperistáltico deste último ponto.

Em ratos, o uso do ponto E36 diminuiu o efeito de inibição elétrica

gastro -cólica induzida, cujos efeitos são a redução da freqüência e

amplitude das ondas de contração, desordens rítmicas, entre outros (XU,

1994a). IWA & SAKITA (1994) também constataram que a acupuntura

reduziu o trânsito intestinal em ratos tratados pela fisiostigmina sendo

que nos animais tratados pela atropina o trânsito intestinal foi aumentado.

O ponto estômago 36 tem sido utilizado para o tratamento de

suínos com diarréia induzida por Escherichia coli enteropatogênica, com a

mesma eficácia que a neomicina administrada por via oral (HWANG &

JENKINGS, 1988).

Em um experimento com cabras saudáveis e cabras com

hipocalcemia induzida, a EA de 1 volt e 3 Hz, nos pontos de acupuntura

Tien Ping e Bai Hui foi capaz de aumentar a motilidade do rúmen e do

abomaso, sendo que nas cabras com hipocalcemia nem a motilidade nem a contração do rúmen e abomaso foram aumentadas, revelando uma

dependência da EA com relação aos níveis sanguíneos do íon cálcio (NAM

et al,1987).

Outros estudos no homem demonstraram ser possível o tratamento

de desordens tônico-motoras do trato gastrointestinal e refluxos

duodenogástricos com o uso de laser hélio-neon, irradiado sobre pontos

de acupuntura como o E21, obtendo normalização do gradiente de pressão

intragástrico e redução do refluxo (VOROB’EV, 1993), bem como analgesia

para crises de cólica intestinal aguda (JIANG, 1990).

Por fim, em um estudo visando avaliar através de ultra-sonografia

(25)

com o uso do ponto Bexiga 27, que é o ponto de associação o u diagnóstico

de alterações no intestino delgado (LIMEHOUSE & LIMEHOUSE, 2001).

2.5

ACUPUNTURA M ANUAL

O uso de acupuntura manual com a utilização de agulhas foi

descrito a cerca de 474 a.C. pelos chineses, no Nei-Jing, o Livro Clássico do

Imperador Amarelo (WANG, 2001). Mais recentemente, YAMAMURA et

al (1995), em estudos no homem, demonstraram a existência de um

potencial elétrico na ponta dos dedos da ordem de 140 mV em média,

sendo ainda observados potenciais elétricos de 65 mV em média quando

as mensurações foram realizadas dentro da gaiola de Farady.

YAMAMURA et al (1996) também comprovaram que as agulhas de

acupuntura apresentam propriedades que as caracterizam como antenas

receptoras, onde quanto maior o seu comprimento, maior e mais intensa

será a captação de ondas eletromagnéticas do meio ambiente. Neste

mesmo estudo, o potencial elétrico obtido na ponta da agulha foi da

ordem 1.800 mV em média.

Sabe-se que estímulos fortes, como a rotação manual da agulha,

movimentação para baixo e para cima e a inserção da agulha entre 0,5-1

cm de profundidade pode ser utilizada para o estímulo dos pontos de

acupuntura (ALTMAN, 2001). Com relação à manipulação da agulha, KIM

et al (2000) verificaram uma melhor eficácia analgésica da EA associada

com a estimulação manual, em relação ao estímulo elétrico isoladamente.

As diferentes formas de inserção e retirada da agulha também

podem ser utilizadas com o objetivo de sedação ou tonificação dos pontos.

A inserção da agulha de forma lenta, profunda e a retirada rápida ao final

(26)

a inserção rápida, superficial e a retirada em três etapas promovem a

sedação dos pontos de acupuntura (INADA, 2003). Já CECCHERELLI

(1998) demonstrou que a inserção profunda das agulhas nos acupontos

apresentou um efeito antiinflamatório melhor que a inserção superficial,

sendo que a inserção profunda contralateral à lesão inflamatória,

apresentou menor eficácia que a inserção ipsilateral. Segundo o autor a

inserção profunda apresenta uma eficiência maior, provavelmente devido

ao fato de afetar um maior número de receptores.

HWANG (1988), em um estudo com suínos infectados

experimentalmente com Escherichia coli, concluiu que a acupuntura

convencional e a moxabustão fo ram superiores para o tratamento em

relação ao uso de EA e neomicina.

2.6

ELETROACUPUNTURA

A eletroestimulação dos pontos de acupuntura é uma das técnicas

mais difundidas de estímulo, tendo sido objeto de vários estudos para

observação de seus efeitos sobre a fisiologia do organismo,

particularmente na área de analgesia. Na rotina clínica, a EA vem sendo

utilizada para tratar desordens orgânicas e, entre elas, algumas

relacionadas ao sistema digestório. Pesquisas na área de analgesia com EA

sugerem o envolvimento de fatores humorais como participantes dos

mecanismos de ação da mesma, ocorrendo liberação de opióides

endógenos. HAN (1993) demonstrou que o uso de EA com baixa

freqüência (2 Hz) acelera a liberação central de encefalina e ß-endorfina,

enquanto com alta freqüência (100 Hz), induz a liberação de dinorfina na

(27)

Em outro estudo, BYUNGSUN & HEEIN (1998a) monitorando a

atividade mioelétrica gástrica e cecal em eqüinos, utilizaram EA nos

acupontos Be 21, 25 e 26, durante 20 minutos, concluindo que houve maior

amplitude das ondas de contração com estímulos de baixa freqüência (2V -

1Hz), diminuindo-se a freqüência de contrações gástricas com o uso de

freqüência mais alta (2V - 30Hz ou 4V - 30Hz).

2.7

SUSCEPTOM ETRIA

Poucas técnicas têm sido desenvolvidas no intuito de se diagnosticar alterações de trânsito gástrico em cães, destacando-se

algumas já consagradas na rotina de exames clínicos como o gastrograma

contrastado, cujo conteúdo estomacal de bário deve ser eliminado no

máximo após 3 horas da administração do mesmo em cães saudáveis, e

ainda a fluoroscopia, que embora apresente de forma dinâmica a

motilidade gástrica, possui a desvantagem da alta exposição à

radioatividade. Existem ainda outras técnicas através da medicina nuclear,

porém esta é inviável em medicina veterinária devido ao seu alto custo.

O método biomagnético não invasivo é baseado em alterações de

fluxo magnético do traçador ferrita de manganês (MnFe2O4) misturado a

100 ml de iogurte de chocolate como veículo (80 Kcal), sendo o mesmo após administração, detectado no estômago por um susceptômetro de

corrente alternada. Tal método proporciona a medida imediata da

atividade de contração gástrica e é validado tanto no homem como em

cães, sendo um imp ortante parâmetro para análise clínica de diversas

anomalias do trato gastrintestinal, podendo ainda fornecer informações

sobre a fisiologia desse sistema (MIRANDA et al, 1992; BAFFA et al, 1995;

(28)

Desta forma, a biosusceptometria pode ser utilizada para se

observar o efeito dos fármacos no sistema digestório de forma segura,

dinâmica e de baixo custo, tendo sido usada para investigação dos efeitos

da metoclopramida, hioscina e prostigmine na motilidade gástrica

(MIRANDA et al, 1998; COSTA et al, 2002; MORAES et al, 2003).

2.8

PRESSÃO INTRAGÁSTRICA

A medida da pressão intragástrica tem sido utilizada no homem de

forma rotineira e primordial como procedimento diagnóstico de alterações

de motilidade esofágica e intestinal, sendo que novas sondas com

diâmetros menores (2,7 mm) propiciam hoje em dia mensurações acuradas

da motilidade gástrica e do intestino delgado (MATHIAS et al., 1985).

Outros autores, como ROSENBAUM et al (1967), ainda na década de 60,

utilizaram a manometria como forma de mensuração da amplitude de

contração e freqüência da atividade gastrointestinal de cães, obtendo

padrões até hoje utilizados.

Na clínica veterinária, a técnica de manometria tem-se mostrado de

grande valia na mensuração de pressão intragástrica, bem como nas

mensurações de tônus do esfíncter anal e esofágico (WILLIAMS &

GUILFORD, 1996).

SATO et al (1993) estudaram o efeito da estimulação com agulhas

de forma semelhante à acupuntura na motilidade gástrica de ratos

anestesiados, sendo que a motilidade gástrica foi medida através de

pressão intragástrica com a alocação de balão distensivel intragástrico na

região do piloro. Os estímulos foram realizados com agulhas de diâmetro

(29)

durante um minuto, em várias áreas segmentares do corpo do animal,

como abdome e membros posteriores. Observaram aumento na

motilidade gástrica devido aos estímulos e reflexos somato-víscerais

nessas áreas. Em humanos, LEVEIN et al (1999) utilizaram com sucesso o

sistema de mensuração de pressão e balão intragástrico para avaliação do

tônus gástrico frente a estímulos e bloqueios dopaminérgicos.

2.9

ANESTESIA COM BARBITÚRICO E O SISTEM A

DIGESTÓRIO

O uso de barbitúricos tem sido indicado em casos de procedimentos

de sedação, hipnose, anestesia geral e como anticonvulsivante

(MASSONE, 1999). Para anestesia geral pode ser utilizado na dose de 25 a

30 mg/ kg por via endovenosa. A duração da ação varia de 1 a 2 horas

(MASSONE, 1999). Deve-se evitar a reaplicação da droga, pois os animais podem apresentar recuperação anestésica prolongada em razão de seu

efeito cumulativo (MASSONE, 1999). Em estudos realizados com

greyhounds de corrida, não se observou alteração significativa do ritmo

elétrico basal intestinal, porém houve um aumento da atividade dos

segmentos do duodeno e jejuno, não tendo sido observadas alterações na

atividade do íleo e do estômago, ocorrendo na somatória geral dos efeitos

uma diminuição da motilidade gastrointestinal (HEALY et al, 1981; GLEN

(30)

3. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

Considerando-se os efeitos colaterais, custos e tempo de ação dos

fármacos normalmente utilizados como pró -cinéticos (FARRUGIA et al,

1996) e avaliando-se a possibilidade do efeito positivo da acupuntura na

esfera do sistema digestório (LUNA & JOAQUIM, 1998), procurou-se

avaliar os efeitos da acupuntura sobre esse sistema de forma direta,

dinâmica e imediata como uso da susceptometria.

Devido também aos diferentes tipos de técnicas de estimulação de acupontos, procurou-se avaliar a eficiência do estímulo dos pontos de

acupuntura de forma manual, técnica simples e de baixo custo frente a

eletroestimulação, técnica de grande difusão no ocidente devido a

facilidade de se proporcionar estímulos mais fortes sem que haja a

necessidade da manipulação dolorosa da agulha. Por fim, procurou-se

avaliar a eficácia dos diversos tipos de estímulo nos pontos E36 e IG04 e

nos pontos falsos, verificando-se de forma indireta a existência de um

reflexo víscero -somático inespecífico (SATO et al, 1993).

Este trabalho teve como objetivos:

1) Avaliar o efeito do estímulo da acupuntura na amplitude

de contração e pressão intragástrica de cães;

2) Comparar os efeitos da acupuntura manual e a EA na

motilidade gástrica em cães;

3) Avaliar os efeitos dos estímulos manual e elétrico nos

pontos E36 e IG04 e também em pontos falsos, visando a

observar uma relação entre os pontos descritos na

medicina chinesa ou os apregoados reflexos

(31)

Tais objetivos foram avaliados através de mensuração da

amplitude de contrações gástricas por meio de susceptometria e da

pressão intragástrica por meio de manometria.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. ANIMAIS

Vinte e oito cães machos e fêmeas, de idades variadas e sem raça

definida, oriundos do Biotério Central da Unesp, Campus Botucatu, foram

utilizados para realização deste estudo, sendo divididos em três grupos

(G1: n=10; G2: n=10 e G3: n=8).

A seleção foi baseada em exames clínicos e estado geral como

critério para serem considerados sadios.

Após serem considerados aptos, os cães permaneceram por 30

minutos antes de serem submetidos ao experimento, no canil do

Laboratório de Física e Biofísica – Instituto de Biociências, Campus

Botucatu, onde se disponibilizou água potável e ração industrial1 à

vontade.

4.2. PROTOCOLOS DO ESTUDO

4.2.1 PREPARAÇÃO GERAL

Cada animal foi anestesiado apenas uma única vez, sendo os

procedimentos anestésicos e de mensuração dos parâmetros idênticos em

todos os animais dos três grupos, variando-se apenas o procedimento de

estímulos dos pontos de acupuntura e pontos falso (sham).

1

(32)

Antes de cada procedimento anestésico, foi realizada tricotomia na

região das veias cefálicas no membro anterior com máquina de tosa,

seguida de antissepsia. Administrou-se, a seguir, 25mg/ kg de

pentobarbital2 IV.

Depois de anestesiado, o animal foi posicionado em decúbito

dorsal em uma calha e submetido a intubação oro -gástrica utilizando-se

uma sonda gástrica de diâmetro e tamanho adequado ao peso e estatura

dos animais. Na seqüência, foi administrado, via sonda, 4g do traçador

magnético ferrita a 3% (MnFe2O4), triturado e moído em pequenas

partículas menores que 125 µm e diluído em 100 ml de iogurte

achocolatado3 como veículo, conforme observado na figura 1 (MORAES,

2003).

Figura 1. Sonda oro-gástrica sendo preenchida com ferrita, iogurte e água.

2 Hypnol, Cristália

(33)

A seguir, o Susceptômetro foi posicionado sobre a projeção

abdominal do estômago, conforme observado na figura 2, realizando-se

uma mensuração basal durante 10 minutos, considerando-se a mesma

como Controle (MIRANDA, 1997; MORAES, 2003). As amplitudes dos

sinais temporais foram comparadas antes e após a aplicação dos diferentes

estímulos nos pontos de acupuntura e nos pontos Sham (pontos falsos),

com finalidade de quantificar seus efeitos. As mensurações da atividade

de contração gástrica foram iniciadas durante um período máximo de 30

minutos após a ingestão dos alimentos (OUYANG et al. 2002).

A avaliação da contratilidade gástrica foi baseada nos dados de

susceptometria e pressão intragástricas.

Figura 2. Animal em decúbito dorsal com o susceptômetro posicionado sobre a região gástrica.

(34)

4.2.2 DIFERENCIAÇÃO DOS GRUPOS

Grupo 1 (n=10):

Após 10 minutos de monitoramento do valor basal da contração

gástrica pela susceptometria e pressão intragástrica (M0), as agulhas

foram inseridas em “ pontos falsos (Sham)” , laterais aos pontos descritos

na literatura, sendo estimuladas manualmente por 5 minutos e deixadas no local, monitorando-se em seguida por mais 10 minutos (M1). Na

seqüência, as agulhas foram realocadas nos pontos IG4 e E36, estimuladas

manualmente por 5 minutos e deixadas no local, monitorando-se a

atividade por mais 10 minutos (M2), conforme a tabela 1.

Tabela 1: Protocolo Experimental do Grupo 1.

MOMENTOS MO M1 M2

Procedimento 10 minutos iniciais de monitoramento

controle

5 minutos de estímulo

manual ponto falso

10 minutos de monitoramento

5 minutos de estímulo

manual ponto E36 e

IG 4

10 minutos de monitoramento

Tempo 10´ 15´ 25´ 30´ 40´

Grupo 2 (n=10)

O procedimento anestésico e de mensuração dos parâmetros foi o

mesmo do utilizado no Grupo 1.

Após 10 minutos de monitoramento do valor basal da contração

gástrica (M0), as agulhas foram inseridas nos pontos E36 e IG4 e

estimuladas manualmente por 5 minutos e deixadas no local, monitorando-se a atividade por mais 10 minutos (M1).

Por fim, as agulhas foram conectadas ao eletroestimulador e

(35)

com estímulo elétrico intermitente, onda quadrada, bifásica e na

freqüência máxima de 5 Hz (BASBAUM & FIELDS, 1978; KOTHBAUER,

1999), monitorando-se a atividade gástrica por mais 10 minutos (M2),

conforme a tabela 2. A amplitude (voltagem e amperagem) foi

incrementada até serem observadas as contrações dos grupos musculares

adjacentes as agulhas.

Tabela 2: Protocolo Experimental do Grupo 2.

M omentos MO M1 M2

Procedimento 10 minutos iniciais de monitoramento controle 5 minutos de estímulo manual ponto E36 e

IG 4

10 minutos de monitoramento

5 minutos de estímulo

elétrico ponto E36 e

IG 4

10 minutos de monitoramento

Tempo 10´ 15´ 25´ 30´ 40´

Grupo 3 (n=8)

O procedimento anestésico e de mensuração dos parâmetros foi o mesmo do utilizado nos Grupos 1 e 2.

Após 10 minutos de monitoramento do valor basal da contração gástrica

(M0), as agulhas foram inseridas em “ pontos falsos (Sham)” , sendo então

conectadas ao eletroestimulador e submetidas à estimulação elétrica por 5

minutos, com estímulo elétrico intermitente, onda quadrada, bifásica e

freqüência de 5 Hz (BASBAUM & FIELDS, 1978; KOTHBAUER, 1999), monitorando-se em seguida por mais 15 minutos (M1). Após o

monitoramento, as agulhas foram alocadas nos pontos E 36 e IG4

conectadas ao eletroestimulador, sendo submetidas à mesma estimulação

elétrica anterior por 5 minutos (BASBAUM & FIELDS, 1978;

(36)

(voltagem e amperagem) foi incrementada até serem observadas as

contrações dos grupos musculares adjacentes as agulhas.

Tabela 3: Protocolo Experimental do Grupo 3.

M omentos MO M1 M2

Procedimento 10 minutos iniciais de monitoramento controle 5 minutos de estímulo elétrico nos pontos falsos

15 minutos de monitoramento

5 minutos de estímulo elétrico nos pontos E36

e IG 4

15 minutos de monitoramento

Tempo 10´ 15´ 30´ 35´ 50´

4.3. ESTIM ULAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA

ESTÍMULO MANUAL

As agulhas de acupuntura foram inseridas na pele e músculos

subjacentes a uma profundidade de média de 15 mm com o uso de tubos

plásticos como guia (INADA, 2003). A estimulação manual foi realizada através de movimentos rotatórios nos sentidos horário e anti-horário, de

forma contínua por 5 minutos (SHOEN, 1994), tanto nos pontos

verdadeiros como nos falsos.

ESTÍM ULO ELÉTRICO

Os corpos das agulhas foram conectados aos eletrodos do

eletroestimulador (figura 3) e submetidas à estimulação elétrica por 5

minutos, utilizando-se onda intermitente quadrada, bifásica e freqüência

máxima de 5 Hz (BASBAUM & FIELDS, 1978; WALSH, 2001), sendo a voltagem incrementada até a obtenção de contrações musculares

(37)

Figura 3. Eletroestimulador modelo WQ-EF – Electronic Acupunctoscope – Beijing.

4.4 PONTOS DE ACUPUNTURA

Os seguintes pontos de acupuntura foram utilizados:

Tsu San Li (Estômago 36): numa depressão lateral a crista da tíbia,

na base do músculo tibial cranial, conforme figura 4. O substrato

morfológico se faz pelos fusos tendíneos e musculares do músculo tibial

cranial e inervação através dos nervos fibular comum, cutâneo lateral da

sura e ramificação da pele do nervo safeno (DRAEHMPAEHL &

ZOHMANN, 1997; HWANG 1992). A agulha foi introduzida até aproximadamente 15 mm.

He Gu (Intestino Grosso 4): na inserção entre o primeiro e o

segundo metacárpico, na extremidade medial do osso metacárpico

segundo, no meio da dobra da pele, conforme a figura 5. O substrato

morfológico se faz pelo ponto de união da artéria, veia e nervo digital

(38)

Introduziu-se a agulha até aproximadamente 15 mm (DRAEHMPAEHL &

ZOHMANN, 1997; HWANG 1992).

Figura 4: Localização do ponto E36. Fonte: JANSSENS & STILL (1995).

Figura 5: Localização do ponto IG4 no membro anterior esquerdo. Vista medial. Fonte: JANSSENS & STILL (1995).

Ponto E 36

(39)

4.5. PONTOS SHAM/FALSOS

Na acupuntura em pontos sham (falsos), a pele é perfurada, porém

em locais diferentes dos tradicionalmente utilizados como pontos de

tratamento. Neste experimento, utilizou-se o esquema proposto por

FUNG et al (1986), com inserção do ponto falso 10 a 20 mm distante da

localização tradicional do ponto (Figura 06), realizando-se o mesmo

esquema de estimulação manual e elétrica entre os grupos controle (sham)

e tratado, nos Grupos 1 e 2. No Grupo 3 foi adotado o sistema de estímulo

distante dos ponto tradicionais de tratamento, E36 e IG 4, introduzindo-se

as agulhas nas pregas de pele na região ventral inguinal (figura 07) e nas

pregas ventrais da pele na região da axila (Figura 08).

Figura 6: Pontos falsos próximos aos verdadeiros. No membro posterior, 1cm ao lado do E36 e no membro anterior, na membrana interdigital entre o primeiro e o segundo osso metacarpiano.

(40)

Figura 7: Pontos falsos utilizados no Grupo 3 na região de prega inguinal.

Figura 8: Pontos falsos utilizados no Grupo 3 na região de prega de pele axilar. Ponto Falso na prega inguinal

(41)

4.6. STATUS GÁSTRICO

Devido ao fato de todos os animais terem sido alimentados com

pelo menos 200g de ração comercial, 30 minutos antes de serem

anestesiados, os mesmos provavelmente se encontravam, quanto ao status

fisiológico gástrico, na fase III do complexo de migração mioelétrico

gastrointestinal (CODE & MARLLET, 1975), que é caracterizada por

contrações regulares e ondas lentas, chamada Fase Entérica, iniciada com a

passagem dos resíduos sólidos ao intestino (GUYTON & HALL, 1997). Ressalte-se ainda que refeições com baixos níveis de gordura

(rações comerciais), proporcionam uma atividade gástrica até a expulsão

de todo o conteúdo alimentar ao intestino, por um período em torno de 3 a

4 horas (HERDT, 1993).

4.7. AVALIAÇÃO PARAM ÉTRICA

GÁSTRICA

Os seguintes parâmetros foram avaliados

4.7.1. SUSCEPTOMETRIA - MÉTODO DE REGISTRO

A medida da atividade mecânica gástrica foi realizada com o

auxílio de um susceptômetro de corrente alternada (AC), segund o BAFFA

(1995).

Conforme observado na figura 9, o susceptômetro AC consiste de

um par de bobinas de excitação e um par gradiométrico de bobinas para a

detecção, sendo os pares separados por uma linha de base fixa. O seu

princípio de funcionamento está baseado em um transformador de fluxo

magnético no qual o par localizado mais distante do alimento teste funciona como referência. Assim, ao aproximar o susceptômetro do

(42)

esquema da figura 10, ocorrerá um desbalanceamento do fluxo magnético

devido uma maior concatenação deste fluxo sobre a bobina detectora mais

próxima, que causará uma força eletromotriz na saída do detetor

gradiométrico.

O sistema geral de medida, envolvendo o detector sensível à fase

“ lock-in” , empregado para uma melhor performance do sistema quanto a

razão sinal/ ruído, também está ilustrado na figura 9. O sinal de excitação

foi gerado pelo “ lock-in” e amplificado (amplificador com potência

nominal igual a 18 W) antes de chegar nas bobinas de excitação. Portanto,

o sinal de saída é locado nesta freqüência pelo amplificador sensível a fase,

minimizando fortemente o ruído.

Considerando-se que a atividade mecânica do estômago

proporciona um movimento ritmado da parede gástrica de

aproximadamente cinco ciclos por minuto em cães (AZPIROZ &

MALAGELADA, 1985; MIRANDA, 1997), o sinal detectado pelo

susceptômetro foi moldado por esta variação da parede gástrica, conforme o esquema da figura 10, podendo-se assim acompanhar este processo

durante um intervalo de tempo e obter um registro gráfico da atividade

(43)

Figura 9: Esquema do susceptômetro AC. Fonte: Adaptado de MORAES et al

(2003).

(44)

4.7.2. PRESSÃO INTRAGÁSTRICA – MÉTODO DE REGISTRO

A pressão intragástrica foi mensurada utilizandose um sonda oro

-gástrica inserida através do esôfago em direção ao estômago com o animal

anestesiado e com uso de um laringoscópio, sendo que a confirmação da chegada da mesma até o local foi realizada por palpação abdominal

externa, através da qual um alimento teste contendo o traçador magnético

foi administrado. A sonda foi preenchida com água e então conectada a

um transdutor de pressão4 e monitor de pressão ligado a uma placa A/ C

(AZPIROZ & MALAGELADA, 1985).

Figura 11: Monitor de respiração e transdutor de pressão.

(45)

4.7.3. ANÁLISE DOS SINAIS

4.7.3.1 ÍNDICE DE MOTILIDADE

Para expressar a amplitude de contração gástrica estudada através

de susceptometria e manometria utilizou-se o Índice de Motilidade, sendo

que o mesmo pode ser caracterizado pela seguinte fórmula:

im = log [ (S A) x (c) + 1 ].

Onde: (S A) é a somatória das amplitudes no intervalo considerado

(por exemplo: M1) e (c) é o número de contrações nesse intervalo

(RICHARDS et al, 1990).

4.7.3.2 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA

A FFT (“ Fast Fourier Transformer” ) e a RSA (“ Running spectrum

analysis” ) foram as ferramentas matemáticas utilizadas pelo programa MathLab, para o tratamento dos sinais obtidos pelo susceptômetro e pela

manometria para a análise de freqüência de contração gástrica e análise

temporal.

Ambos os resultados foram calculados através de rotina de

programação desenvolvida para o software MathLab no Laboratório de

Biomagnetismo do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu. Todos

os sinais foram adquiridos e digitalizados de forma simultânea por uma

placa analógico-digital de 12 bits5, instalada em um computador IBM/ PC

compatível, com freqüência de aquisição entre 10 Hz e armazenadas em

formato ASCII. Os sinais magnéticos e manométricos foram filtrados com

filtro Butterword bidirecional passa-banda de dois pólos com freqüência de corte entre 30 mHz e 120 mHz, de forma a evitar-se ruídos externos e

perturbações ambientais, levando-se em conta o fato da freqüência

gástrica dos cães situarem-se entre 70 e 80 mHz (MIRANDA et al, 1992;

(46)

MIRANDA, 1995; MORAES, 2003). A análise e tratamento dos sinais foi

realizada em ambiente do programa MathLab6.

4.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada com o programa Graphpad Instat,

conforme CURI (1997), utilizando-se análise de variância para amostras

repetidas e a comparação entre os momentos dentro dos grupos pelo teste

de Student-Newman-Keuls. Para a análise dos dados não paramétricos que não apresentaram distribuição normal, foi realizada análise de

variância para amostras repetidas seguida pelo teste de Friedman

(empregada apenas no item 5.2.2.1 – análise de freqüência do grupo 2,

avaliado por susceptometria). Todos os testes foram aplicados

considerando-se níveis de significância de p<0.01.

(47)

5. RESULTADOS

Os valores médios de pico a pico dos sinais temporais filtrados

antes e após a acupuntura foram comparados e os resultados expressos em

índice de motilidade (IM) e freqüência (n°/ s) conforme as tabelas a seguir:

5.1 RESULTADOS DO ÍNDICE DE MOTILIDADE (IM)

5.1.1 GRUPO 1: ACUPUNTURA MANUAL PONTO SHAM VERSUS

ACUPUNTURA MANUAL NOS PONTOS E36 E IG4.

5.1.1.1 PRESSÃO INTRAGÁSTRICA

Tabela 04. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual ponto verdadeiro

IM M édio 6,1 7,0 8,2

Desvio padrão 5,6 6,2 7,2

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P<0.01

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs verdadeiro P>0.05

Observou-se uma diferença significativa entre o momento controle

(48)

Tabela 5: Valores médios do Índice de Motilidade dos animais submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

5.1.1.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 06. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual pontos E36 e IG4

IM M édio 6,2 7,6 8,7

Desvio padrão 2,7 3,5 3,5

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P<0.001

Controle vs Falso P<0.05

Falso vs Verdadeiro P<0.05

Observou-se uma diferença significativa entre o Momento controle

o tratado com estimulação manual nos pontos E36 e IG4.

Pressão Intragástrica Grupo 1

6,1 7 8,2 0 2 4 6 8 10 1

Índice de Motilidade

(49)

Tabela 07. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Susceptometria Grupo 1

6,2

7,6 8,7

0 2 4 6 8 10

1

Índice de Motilidade

(50)
(51)
(52)

Tabela 08. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 3,8 4,4 7,0

Desvio padrão 1,9 2,0 3,1

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Eletroestimulação P<0.001

Controle vs Manual P>0.05

Manual vs Eletroestimulação P<0.01

A pressão intragástrica foi significativamente superior no

(53)

Tabela 09. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

5.1.2.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 10. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual nos pontos E36 e IG4

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 3,6 4,2 6,0

Desvio padrão 1,2 1,7 1,6

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Eletroestimulação P<0.001

Controle vs Manual P>0.05

Manual vs Eletroestimulação P<0.001

O índice de motilidade magnético foi significativamente maior

durante a EA em relação ao momento controle e estímulo manual

Pressão Intragástrica Grupo 2

3,8 4,4 7 0 2 4 6 8 1

Índice de Motilidade

controle

acup. manual ponto IG4/ E36

(54)

Tabela 11. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à acupuntura manual e elétrica nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Susceptometria Grupo 2

3,6 4,2

6

0 2 4 6 8

1

Índice de Motilidade

controle

acup. manual ponto IG4/ E36

(55)
(56)
(57)

Tabela 12. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 2,4 2,7 4,0

Desvio padrão 1,8 1,9 2,7

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeira P<0.05

Controle vs Falsa P>0.05

Falsa vs Verdadeira P<0.05

A EA em pontos verdadeiros produziu maiores valores de IM

(58)

Tabela 13. Valores médios do Índice de Motilidade dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria

Pressão Intragástrica Grupo 3

2,4 2,7 4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1

Índice de Motilidade

Controle Eletroestimulação pontos falsos Eletroestimulação IG4/ E36

5.1.3.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 14. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria

Controle Eletroestimulação pontos falsos

Eletroestimulação dos pontos E36 e IG4

IM M édio 4,0 5,2 8,1

Desvio padrão 1,9 2,2 3,0

IM: Índice de Motilidade.

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeira P<0.001

Controle vs Falsa P>0.05

Falsa B vs Verdadeira P<0.01

A EA nos pontos E36 e IG4 produziu maiores valores de IM

(59)

Tabela 15. Valores médios do Índice de Motilidade e respectivos desvios-padrão, dos cães submetidos à eletroestimulação nos pontos falsos e nos pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Susceptometria Grupo 3

4

5,2

8,1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1

Índice de Motilidade

(60)
(61)
(62)

ACUPUNTURA MANUAL NOS PONTOS E36 e IG4.

5.2.1.1 PRESSÃO INTRAGÁSTRICA

Tabela 16. Valores médios de freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos pontos E36 e IG4 monitorados por manometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual ponto verdadeiro

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,08

Desvio padrão 0,009 0,012 0,019

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P>0.05

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs Verdadeiro P>0.05

Não foi observada diferença entre os momentos.

5.2.1.2 SUSCEPTOMETRIA

Tabela 17. Valores médios de freqüência de contração gástrica e respectivos desvios-padrão dos cães submetidos à acupuntura manual em pontos sham e nos

pontos E36 e IG4 monitorados por susceptometria.

Controle Acupuntura manual ponto falso

Acupuntura manual pontos E36 e IG4

Freqüência

(n°/ segundos) 0,07 0,07 0,07

(63)

Média Comparada Valor de P

Controle vs Verdadeiro P>0.05

Controle vs Falso P>0.05

Falso vs Verdadeiro P>0.05

(64)

0 0.02

0.04 0.06

0.08 0.1

0.12 0.14

0.16 0.18 0

500 1000 1500 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 Tempo (s) Freqüência (Hz) Intensidade (u.a)

Figura 18: Exemplo de um sinal RSA manométrica de um cão submetido à acupuntura manual em ponto sham e

Referências

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