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Pressupostos Pedagógicos do Câmpus

No documento PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO - PPP - (páginas 35-80)

3.1 – Ética, cidadania e inclusão social

A palavra ética vem do grego “ethos”, que significa “modo de ser” ou “caráter”. Pode- se afirmar que a Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica.

No que diz respeito aos autores fundamentais no estudo da ética, dentre outros se destaca Kant, que refletiu sobre a forma como organizar as liberdades humanas e os limites morais.

A filosofia moral de Kant afirma que a base para toda razão moral é a capacidade do homem de agir racionalmente. O fundamento para esta lei de Kant é a crença de que uma pessoa deve comportar-se de forma igual a que ela esperaria que outra pessoa se comportasse na mesma situação, tornando assim seu próprio comportamento uma lei universal. Trata-se de um conjunto de hábitos do ser humano e do seu caráter, manifestando-se de acordo com o tempo e de acordo com algumas sociedades específicas de maneira diferente. Entendemos, então, que a ética são os costumes agregados a uma sociedade, não uma lei imutável.

Em outras palavras, ética é o ramo da filosofia que se propõe a estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.

Pode-se afirmar que o objetivo da ética é auxiliar na construção das bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, orientando-o quanto à melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

O termo Cidadania (do latim “civitas” que significa cidade) sempre esteve fortemente associado à noção de direitos. No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de direito pressupõe a contrapartida de deveres uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedade.

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A cidadania também pode ser definida como o exercício dos direitos civis, políticos e sociais estabelecidos na constituição. Para que possamos ter uma sociedade equilibrada, os direitos e deveres dos cidadãos estão interligados e é fundamental o cumprimento e o respeito a ambos.

A proposta pedagógica do IFSP é desenvolver no aluno a cidadania que se aplica em uma escola inserida em contexto social que procura atender não só ao aluno, mas a toda a sociedade. O papel do professor é fundamental para a cidadania do estudante, podendo ser um referencial na elaboração social da política do conhecimento.

Ética e cidadania, portanto, são conceitos cruciais dentro da sociedade, estando relacionados às atitudes dos seus integrantes e à maneira como interagem entre si.

Por se tratarem de conceitos dinâmicos, estão sempre em evolução, visto que são os parâmetros sociais que os constroem e que possibilita a visão geral de uma sociedade. A ética está restrita ao lado particular do caráter e da conduta dos indivíduos, relacionando sua cidadania a princípios morais e investigando o escopo desses princípios morais em seu sentido fundamental.

O que se pretende no nosso Câmpus de São José dos Campos/Petrobras é procurar abordar a Ética como considerando suas implicações sobre a conduta e suas consequências, chamando-nos à responsabilidade sobre nossas ações e, na medida do possível, da sociedade na qual estamos inseridos.

A inclusão social deve respeitar a diversidade, contemplando as condições físicas, intelectuais, culturais e socioeconômicas dos indivíduos. Desse modo, o IFSP se posiciona na sociedade com objetivo de promover a inclusão social das pessoas, contribuindo para a formação do indivíduo que busca sua inserção no mundo do trabalho.

O processo de inclusão social, com o objetivo de promover a igualdade das condições de permanência dos estudantes na instituição, é suportado pela assistência estudantil, de acordo com o critério de renda per capita familiar de até um salário mínimo e meio. Tal processo também se efetiva por meio da oferta de bolsas aos discentes; nesse caso, independentemente da renda per capita e origem escolar. Atualmente a instituição oferece lanche escolar a todos os alunos no intervalo das aulas.

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Programa de Assistência Estudantil

A Política de Assistência Estudantil (PAE) no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo é um conjunto de princípios, diretrizes e objetivos que norteiam a elaboração do processo formativo, contribuindo na perspectiva da equidade, da produção de conhecimento e da melhoria do desempenho escolar, observando os critérios referendados pelo Decreto nº 7234/2010, e Resoluções nº 135 e 136/IFSP, de 04 de novembro de 2014. A Política de Assistência Estudantil tem como objetivos:

 Democratizar as condições de permanência dos estudantes na educação profissional e tecnológica;

 Minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e êxito no âmbito da educação profissional e tecnológica em todos os níveis e modalidades ofertadas;

 Contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico e atuar preventivamente nas situações de retenção e evasão;

 Colaborar para a formação integral dos estudantes na perspectiva de cidadania. As ações da Política de Assistência Estudantil possuem duas modalidades de assistência: Programa de Auxílio Permanência e o Programa de Ações Universais, os quais serão definidos de acordo com a dotação orçamentária da União e poderão ser distribuídos conforme Tabela 1.

Tabela 4 – Programas de auxílio Permanência e Ações Universais

Programa de Auxílio Permanência

Alimentação;

Apoio didático-pedagógico;

Creche (apoio aos estudantes pais e mães); Moradia;

Saúde; Transporte.

Porcentagem destinada

No mínimo setenta e dois por cento (72%) do montante repassado para cada Câmpus.

Programa de Ações Universais

Acesso e aprendizagem de estudantes com necessidades educacionais específicas;

Cultura; Esporte; Inclusão digital.

Porcentagem destinada

Até vinte e oito por cento (28%) do montante repassado para cada Câmpus.

Os auxílios financeiros serão destinados aos alunos regularmente matriculados neste Instituto, selecionados por meio de edital publicado semestralmente, observando os critérios

38 referendados pelo Decreto nº 7234/2010 e Resoluções nº 135 e 136/IFSP, de 04 de novembro de 2014.

Programa de bolsas aos discentes

O Programa de bolsas aos Discentes foi aprovado pela Resolução do Conselho Superior nº 568, de 05 de abril de 2012, em conformidade com a Lei 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional a todos os discentes regularmente matriculados.

O Programa tem o objetivo de apoiar a participação dos discentes em atividades acadêmicas de ensino e projetos de estudos que colaboram para a formação integrada e para o aprimoramento acadêmico e profissional do estudante na sua área de formação.

As atividades educacionais deverão ser compatíveis com seu grau de conhecimento e aprendizagem integrada com os docentes, por meio de ações pedagógicas relacionadas com as disciplinas dos cursos correlatos.

O IFSP também deve atender alunos com necessidades educacionais especiais, de modo que seja garantida a sua inclusão na sociedade.

O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (MEC/SEESP, 2007).

Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas

A Resolução do Conselho Superior nº 137 de 04 de novembro de 2014, em conformidade com a Lei n° 9.394, de 20/12/1996, com o Decreto n° 6.949, de 25/08/2009, com o Decreto n° 7.611. de 17/11/201, com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, com o Plano de Desenvolvimento Institucional

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( PDI ) e demais documentos pertinentes, rege todos os procedimentos necessários para a estruturação do NAPNE de cada câmpus do IFSP.

O NAPNE busca atuar na promoção de uma cultura da educação para a convivência, para o respeito à diversidade, para a promoção da acessibilidade arquitetônica, bem como para a eliminação das barreiras educacionais e atitudinais, incluindo socialmente a todos por meio da educação. Além de prestar apoio educacional aos estudantes com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades/superdotação do Câmpus, o NAPNE objetiva também difundir e programar as diretrizes de inclusão dos estudantes com deficiência, com transtorno do espectro autista e com altas habilidades/superdotação no Câmpus. Integrar os diversos segmentos que compõem a comunidade escolar, promovendo o sentimento de corresponsabilidade na construção da ação educativa de inclusão no IFSP também está entre os objetivos do Núcleo.

3.2 – Educação Ambiental

O crescimento acelerado da população do planeta levou a um rápido processo de urbanização, que mesmo nos dias atuais continua a se expandir, resultando também no intenso crescimento da industrialização, acarretando mudanças nos padrões de consumo excessivo de produtos dos diversos segmentos da população moderna. Nesse processo de evolução, o homem apropria-se indiscriminadamente dos recursos naturais, pouco se preocupando com a renovação das fontes naturais ou com as consequências que a sua ocupação pode trazer ao espaço geográfico que o cerca (SILVA, 2009).

A Educação Ambiental constitui um processo ao mesmo tempo informativo e formativo dos indivíduos, tendo por objetivo a melhoria de sua qualidade de vida e a de todos os membros da comunidade a que pertencem. A Legislação Federal que institui a Política Nacional de Educação Ambiental define como educação ambiental os processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à saudável qualidade de vida e sua sustentabilidade. Segundo Jacobi (2003), a reflexão sobre as práticas sociais em um contexto marcado pela degradação

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permanente do meio ambiente e do seu ecossistema envolve uma necessária articulação com a

produção do sentido da educação ambiental.

A inclusão da questão ambiental na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB/96) foi uma importante ação no nível educacional que passou a considerar a compreensão do ambiente natural como fundamental para a educação básica, gerando discussões e abrindo portas ao tema, contribuindo para a aprovação da Lei nº 9.795 de 27/4/1999 regulamentada por meio do decreto nº 4.281, de 25/6/2002, estabelecendo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), que trouxe grande esperança, especialmente para os educadores, ambientalistas e professores, pois há muito já se fazia educação ambiental, independente de haver ou não um marco legal. A Educação Ambiental, de acordo com Guimarães (1995), Pádua et al. (1997) e Leff (1998) deve ser interdisciplinar, participativa, comunitária, criativa e valorizadora da ação, auxiliando na formação da própria cidadania.

A educação ambiental no Brasil, segundo diretrizes do MEC, é desenvolvida por meio de três modalidades básicas: projetos, disciplinas especiais e inserção da temática ambiental nas disciplinas. Os PCN trazem orientações para professores destacando que o trabalho pedagógico com a questão ambiental centra-se no desenvolvimento de atitudes e posturas éticas e, no domínio de procedimentos mais do que na aprendizagem de conceitos.

A recomendação n0 1 da Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação

Ambiental - a Conferência de Tbilisi - organizada pela UNESCO em 1977, diz que:

“A educação ambiental é o resultado de uma orientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais (...). Para a realização de tais funções, a educação ambiental deveria (...) enfocar a análise de tais problemas através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora, que permita uma compreensão adequada dos problemas ambientais”.

Por ser de caráter interdisciplinar e participativo, a Educação Ambiental pode contribuir para renovar o processo educativo, trazendo a permanente avaliação crítica, a adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos educandos em ações concretas de transformação desta realidade. Portanto, ao adotar o exercício interdisciplinar na escola envolvendo os educadores de diferentes formações consegue-se envolver os temas transversais às disciplinas. Sendo assim, professores e alunos compartilham o aprendizado e constroem juntos os conhecimentos, principalmente quando se trata da Educação Ambiental

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que é um componente essencial para a educação nacional e está presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal e não formal.

3.3 – Relações étnico-raciais

O governo vem buscando alternativas para preparar as novas gerações para o convívio entre as diferentes culturas, porém somente em 2009 foi estabelecido o Plano Nacional das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que define a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileiras e africanas nas Instituições de ensino do Brasil.

Esta obrigatoriedade trata-se da formação de um novo modelo educacional, que não inclui apenas a população negra, ao contrário, diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes numa sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.

Este novo direcionamento para a educação atingirá a médio e longo prazo toda a sociedade, pois as instituições de ensino terão que atender a legislação e formar professores capacitados para o ensino das relações étnico-raciais e cultura afro-brasileira e africana. Os alunos após absorver as informações serão disseminadores aos familiares e conviventes. As famílias estarão mais preparadas e aptas para o ensino sobre a diversidade, ou seja, conforme ocorrer a instrução a sociedade se tornará mais justa e igualitária (COUTO, 2015).

A Lei 10639/2003, que estabelece o ensino da História da África e da Cultura afro- brasileira nos sistemas de ensino, foi um marco nacional quanto ao reconhecimento da importância da questão do combate ao preconceito, ao racismo e à discriminação na agenda brasileira de redução das desigualdades. A Lei 10639/2003 e, posteriormente, a Lei 11645/2008, que dá a mesma orientação quanto à temática indígena, não são apenas instrumentos de orientação para o combate à discriminação (mas reconhecem a escola...). (São também Leis afirmativas, no sentido de que reconhecem a escola) como lugar da formação de cidadãos e afirma a relevância da escola promover a necessária valorização das matrizes culturais que fizeram do Brasil o país rico, múltiplo e plural que somos. A Lei 10639/2003, o Parecer CNE/CP 003/2004 e a resolução CNE/CP 01/2004 são instrumentos legais que orientam ampla e claramente as instituições educacionais quanto a suas atribuições.

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Estas ações resultam de mobilização e esforços de muitas instituições, como a UNESCO, o CONSED, a UNDIME, dos Ministérios e também da contribuição de intelectuais, movimentos sociais e organizações da sociedade civil. No entanto, sua adoção ainda não se universalizou nos sistemas de ensino (HADDAD. 2004).

A educação das relações étnico-raciais no Ensino Médio.

É nesta fase em que o indivíduo consolida as informações e conhecimentos necessários para o exercício da cidadania. É também esta a fase que antecede o ingresso para a Educação Superior e em que muitos jovens se preparam para o mercado de trabalho. Em 2009, 60,3% dos jovens brancos de 15 a 17 anos frequentavam a escola, enquanto que o percentual de negros é de 43,5%. (PNAD, 2009). A educação das relações étnico-raciais pode contribuir para a ampliação do acesso e permanência de jovens negros e negras no Ensino Médio e possibilitar o diálogo com os saberes e valores da diversidade (HADDAD, 2004).

A educação das relações étnico-raciais no Ensino Superior.

De acordo com o Parecer CNE/CP 03/2004, as instituições de educação superior devem elaborar uma pedagogia antirracista e antidiscriminatória e construir estratégias educacionais orientadas pelo princípio de igualdade básica da pessoa humana como sujeito de direitos, bem como se posicionar formalmente contra toda e qualquer forma de discriminação. Segundo o PNAD de 2009, a desigualdade no acesso ao ensino superior entre brancos e negros: 21,3% dos jovens brancos frequentam a escola, enquanto a taxa para a população negra é de 8,3%.

As IES são as instituições fundamentais e responsáveis pela elaboração, execução e avaliação dos cursos e programas que oferecem, assim como de seus projetos institucionais, projetos pedagógicos dos cursos e planos de ensino articulados à temática étnico-racial. É importante que se opere a distribuição e divulgação sistematizada deste Plano entre as IES para que as mesmas, respeitando o princípio da autonomia universitária, incluam em seus currículos os conteúdos e disciplinas que versam sobre a Educação das Relações Étnico- raciais (HADDAD. 2004).

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A educação das relações étnico-raciais na Educação Tecnológica e Formação Profissional.

Segundo a LDB, alterada pela lei 11.741/2008, “A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia” (art. 39).

Em 2008, a SETEC publicou o livro “Implementação das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana da Educação Profissional e Tecnológica”, resultado de oficinas desenvolvidas com a SECAD, com uma série de artigos sobre a relação entre a Educação Profissional e Tecnológica e a Lei 10.639/2003. Os artigos explanam sobre a implementação da lei 10.639/2003 no âmbito da Educação Profissional, Científica e Tecnológica, na tentativa de facilitar os trabalhos dos gestores e professores que atuam nessa modalidade de ensino.

A seguir, as principais ações para Educação Tecnológica e Formação Profissional norteadas pelo Plano nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para educação das relações étnico-raciais e para o ensino de historia e cultura afro-brasileira e africana (HADDAD. 2004).

a) Incrementar os mecanismos de financiamento de forma a possibilitar a expansão do atendimento, possibilitando maior acesso dos jovens, em especial dos afrodescendentes, a esta modalidade de ensino.

b) Garantir que nas Escolas Federais, agrícolas, centros, institutos, colégios de aplicação das universidades e Instituições Estaduais de Educação Profissional, existam Núcleos destinados ao acompanhamento, estudo e desenvolvimento da Educação das Relações Étnico-raciais e Políticas de Ação Afirmativa;

c) Manter diálogo permanente entre os Fóruns de Educação e Diversidade e as instituições das Redes de Educação Profissional e Tecnológica;

d) Inserir nos manuais editados pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica as diretrizes e demais documentos norteadores de currículos e posturas, os

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conceitos, abordagens e metas descritos nos documentos deste Plano, no que se refere às ações para Ensino Médio e Ensino Superior.

e) Os Institutos Federais, Fundações Estaduais de Educação Profissional e instituições afins, deverão incentivar o estabelecimento de programas de pós-graduação e de formação continuada em Educação das Relações Étnico-raciais para seus servidores e educadores da região de sua abrangência;

f) A SETEC, em parceria com a SECAD e os Institutos Federais, contribuirá com a sua rede e os demais sistemas de ensino pesquisando e publicando materiais de referência para professores e materiais didáticos para seus alunos na temática da Educação das Relações Étnico-raciais.

3.4 – Direitos Humanos

Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, de 1948, foi desencadeado um processo de mudança no comportamento social e a produção de instrumentos e mecanismos internacionais de direitos humanos que foram incorporados ao ordenamento jurídico dos países que assinaram. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 formalmente consagrou o Estado Democrático de Direito e reconheceu, entre seus fundamentos, a dignidade da pessoa humana e os direitos ampliados da cidadania (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais).

No Brasil e na maioria dos países latino-americanos, a temática dos direitos humanos adquiriu elevada significação histórica, como resposta à extensão das formas de violência social e política vivenciada nas décadas de 1960 e 1970. No entanto, persiste no contexto de redemocratização a grave herança das violações rotineiras nas questões sociais, impondo-se, como predominante, romper com a cultura oligárquica que preserva os padrões de reprodução da desigualdade e da violência institucionalizada. O debate sobre os direitos humanos e a formação para a cidadania vem alcançando mais espaço e relevância no Brasil, a partir dos anos 1980 e 1990, por meio de proposições da sociedade civil organizada e de ações governamentais no campo das políticas públicas, visando o fortalecimento da democracia. (Brasil, PNEDH 2007)

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O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), lançado em 2003, está apoiado em documentos internacionais e nacionais, demarcando a inserção do Estado brasileiro na história da afirmação dos direitos humanos e na Década da Educação em Direitos Humanos, prevista no Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH) e seu Plano de Ação10. São objetivos balizadores do PMEDH conforme estabelecido no artigo 2°: a) fortalecer o respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais; b) promover o pleno desenvolvimento da personalidade e dignidade humana; c) fomentar o entendimento, a tolerância, a igualdade de gênero e a amizade entre as nações, os povos indígenas e grupos raciais, nacionais, étnicos, religiosos e linguísticos; d) estimular a

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