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Podem optar pelo lucro presumido as empresas que não estão obrigadas ao lucro real. Neste sistema é menor a complexidade para a apuração dos tributos, por não serem tão rígidas as normas relativas à contabilização.

Como dispõe Oliveira et al (2005, p. 178), “lucro presumido difere do lucro real, visto tratar-se de uma presunção por parte do fisco em que seria o lucro das organizações caso não houvesse a contabilidade.”

Já para Andrade Filho (2005, p. 420), “o lucro presumido é a base de cálculo do imposto que será determinada pela aplicação de um percentual sobre o montante da receita bruta decorrente da venda de mercadorias e de serviços, e acrescido de outras receitas e ganhos de capital, apurados na forma da lei.”

Visa-se assim a facilidade na apuração da base de cálculo, por não serem necessárias as demonstrações contábeis para os cálculos do IRPJ e da CSLL, ou seja, para a apuração dos tributos, as mesmas continuam sendo obrigatórias para outros fins.

As condições para a opção pelo lucro presumido estão descritas no art. 13 da Lei n. 9.718/68:

Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. (Redação dada pela Lei n. 10.637, de 2002)

§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação ao todo o ano-calendário.

§ 2º Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido.

Não podem optar por esse regime de tributação as pessoas jurídicas elencadas no art. 14 da supracitada lei (obrigadas ao lucro real).

A composição da receita para fins de enquadramento no limite de R$ 48.000.000,00 é composta por:

• receitas auferidas na atividade objeto da empresa;

• receitas não operacionais, não relacionadas diretamente com a atividade fim;

• ganhos de capital, ganhos líquidos em operações de renda variável;

• rendimentos decorrentes de aplicações financeiras de renda fixa e participações societárias.

O momento da opção pelo lucro presumido está transcrito no § 1° acima, e se dá com o pagamento da primeira quota do imposto no primeiro período de apuração em que houver receita.

O IRPJ será recolhido trimestralmente, e sua base de cálculo será determinada mediante aplicação dos percentuais fixados no art. 15 da Lei n. 9.249/95 (já citada no tópico de lucro real anual).

Por outro lado, os rendimentos de aplicações financeiras e as receitas e os ganhos de capital, decorrentes da atividade operacional e não-operacional da pessoa jurídica, são incluídos na base de cálculo do IRPJ, sem aplicação dos percentuais de presunção de lucro, aplica-se a alíquota de 15% diretamente sobre a receita.

2.11.1 Adições à Base de Cálculo

Serão adicionadas a base de cálculo as variações monetárias ativas descritas no art. 9° da Lei n. 9.718/98:

Art. 9º As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição PIS/PASEP e da COFINS, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso.

Já o art. 53 da Lei n. 9.430/96 relata:

Art. 53. Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido ou

arbitrado para determinação do imposto de renda, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado.

Por isso, a empresa que no ano anterior foi tributada com base no lucro real, deverá adicionar à base de cálculo do IRPJ os saldos dos valores cuja tributação havia diferido, controlados no LALUR (art. 54 da supracitada lei), o ganho na alienação de bens do ativo permanente.

Em relação aos ganhos na reavaliação de ativos referido no art. 52 da Lei n. 9.430/96, estes só poderão ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos.

As alíquotas a serem aplicadas sob a base de cálculo são: • alíquota do imposto de renda 15%;

• adicional de 10%, sendo seu pagamento feito trimestralmente sobre a parcela do lucro que exceder a multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração (R$ 60.000,00 no trimestre).

São permitidas deduções do imposto apurado no trimestre com base no lucro presumido, ou seja, o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integram a base de cálculo. O IRRF sob rendimentos de aplicação financeira e sobre os juros de capital próprio é retido por antecipação.

No lucro presumido não são permitidas deduções de qualquer valor a título de incentivo fiscal (art. 10 da Lei n. 9.532/97).

Diante do exposto, percebe-se que a vantagem do lucro presumido está na menor complexidade no momento da apuração dos tributos e na facilidade de aplicação de suas alíquotas que incidem diretamente sob o faturamento não permitindo deduções de custos e despesas. Para as empresas que não possuem grande número de empregados nem de volume de compras e não são obrigadas a outra forma de tributação, ele pode se tornar uma opção interessante.

O lucro arbitrado seria a terceira forma de tributação, mas não será acrescentado nessa pesquisa por não fazer parte do objetivo proposto.

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