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Conforme explicitado no capítulo de Revisão Bibliográfica, o estudo da previsão de carga do PEN é utilizado para os modelos de otimização da operação elétrica. Dessa forma, a projeção da demanda é essencial para a adequada programação dos despachos da oferta e para a segurança do suprimento.

Em relação ao PEN e suas revisões detalhados nesse trabalho, há um caso pré- Coronavírus (estudo A) e dois outros pós-Coronavírus (estudo B e C). O “A” foi feito em dezembro de 2019, o “B” em março de 2020 e o “C” em maio de 2020. Pela Figura 4.1, verifica-se que no estudo A, há um formato da curva anual semelhante para os 5 anos. Uma carga maior no primeiro trimestre, uma queda no segundo e um aumento a partir de agosto. Observa-se, portanto, uma sazonalidade da distribuição da demanda ao longo de cada ano.

Para o caso B, tem-se comportamento semelhante da curva de carga de 2021 a 2024 com relação ao caso A. No entanto, para 2020, observado na Figura 4.2, há uma queda da carga a partir de março e com maior intensificação em abril, mês de maiores índices diários de isolamento social. Devido às incertezas do momento, esperava-se uma recuperação da carga a partir do segundo semestre.

Figura 4.1 – Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

No estudo C, também pode-se observar um comportamento semelhante da curva de carga de 2021 a 2024. Para 2020, é observado que houve uma estabilização da carga em um patamar mais baixo a partir de abril com uma queda mais brusca entre meados de março e abril comparado com os outros casos. Isso se deve pelas medidas de restrição social intensificadas ao final do mês de março e a sua manutenção durante os meses de abril e maio.

Figura 4.2 – Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C para 2020 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Ainda nesse estudo C, verifica-se uma expectativa de melhora somente a partir de junho em que há uma rampa positiva até o final do ano. Ressalta-se ainda que o último trimestre de 2020 para todos os casos há uma certa estabilização do crescimento da carga devido a premissa tomada de retomada a partir do segundo semestre. Além disso, para o caso C, as tendências quanto aos subsistemas são semelhantes, o que pode ser observado ao filtrar cada um no dashboard, mostrado nas Figuras 4.3 a 4.6.

Figura 4.3 - Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C para o Sudeste (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Figura 4.4 - Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C para o Sul (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Com uma análise em relação à carga do Sudeste, no primeiro PEN, verifica-se uma diferença por volta -1,3 GW entre a média das cargas do último bimestre e a média do primeiro. Já na revisão mais recente, esse valor passou para -1,9 GW. No Sul, Nordeste e Norte, essas diferenças foram de -0,6 GW para -1,4 GW, de 0,2 GW para - 0,1, e de 0,2 GW para 0,1 GW, respectivamente. Desse modo, tem-se que, no SIN, o valor dessa diferença passou de -1,5 GW para -3,4 GW. Observa-se, portanto, que a carga projetada da última revisão para o final do ano não alcançou a carga pré- Coronavírus (primeiro bimestre), de forma que sofreu uma redução maior do que o previsto no primeiro PEN. Somente em janeiro de 2021, há um retorno a uma carga próxima do valor pré-pandemia, de janeiro de 2020.

Figura 4.5 - Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C para o Nordeste (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Figura 4.6 - Previsões de Carga do PEN (A) e suas revisões B e C para o Norte (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Ao se comparar mês a mês do estudo feito pré-Coronavírus (Estudo A) e do pós- Coronavírus mais atual até o trabalho (Estudo C), verifica-se que, para 2020, já nos meses de janeiro e fevereiro houve uma redução da previsão de carga, o que demonstra uma parte da redução da carga atribuída a uma menor demanda que a esperada no início do ano, associada a fatores de retração econômica não relacionados à pandemia, que ocorreram a partir de novembro de 2019 (ONS, 2020). Nos meses seguintes, a carga sofreu uma queda mais acentuada, até que em abril teve seu pico de redução. Durante maio e junho, há uma recuperação até que de julho ao final do ano há uma estabilização da redução. Na tabela 4.1, observam-se os valores de carga das três projeções do PEN

para o SIN no ano de 2020. Dessa forma, verifica-se que não é esperado um aumento da redução de carga, com seu pico em abril, conforme mostrado também na Figura 4.7.

Tabela 4.1 – Previsões de Carga em MWmed do PEN (A) e suas revisões B e C para o SIN em 2020 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Mês Código do Estudo A B C Jan 72353 70651 70681 Fev 73170 70458 71352 Mar 75177 68251 68795 Abr 70950 63135 60285 Mai 68968 62830 61422 Jun 67856 64556 61302 Jul 67795 65338 63642 Ago 69332 66786 64824 Set 70407 67649 65696 Out 71534 68900 67256 Nov 71198 69341 67652 Dez 71222 69161 67564

Figura 4.7 - Variação da Carga do Estudo C para o A em 2020 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Quanto aos demais anos, observa-se nas Figuras 4.8 a 4.11 o comportamento da variação de demanda do estudo C em relação ao A. Há uma constância nas reduções dos 4 anos seguintes, com alteração em 2022 por, provavelmente, alguma adequação de uma variável do estudo nos meses de fevereiro e março. A aplicação de uma constante

mensal de mudança na demanda no curto-prazo para os anos seguintes a 2020 mostra-se adequada diante das incertezas que envolvem esses anos pós pandemia.

Figura 4.8 - Variação da Carga do Estudo C para o A em 2021 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Figura 4.9 - Variação da Carga do Estudo C para o A em 2022 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Figura 4.10 - Variação da Carga do Estudo C para o A em 2023 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

Figura 4.11 - Variação da Carga do Estudo C para o A em 2024 (Elaboração Própria com base nos dados de ONS et al., 2020c, 2020d, 2020e).

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