Em relat´orio apresentado em 2013 `a Comiss˜ao de Ciˆencia e Tecnologia, Comunica¸c˜ao e Inform´atica, o deputado Sandro Alex apresentou parecer onde n˜ao recomendava a ado¸c˜ao de um modelo com exclusividade entre os dois padr˜oes concorrentes, ”mas sim permitir que as emissoras adotem os parˆametros que melhor atendam `as suas caracter´ısticas e aos ouvintes”[23]
Espera-se que at´e o fim do mandato atual da presidˆencia (dezembro de 2018), a segunda fase de testes seja retomada, para que enfim se tenha definido um modelo e ent˜ao que se possa inicializar a era digital do r´adio brasileiro. H´a ainda muita press˜ao por partes interessadas em um ou outro modelo, e apenas dados espec´ıficos e definitivos devem ser utilizados para a decis˜ao sobre o padr˜ao.
Em junho de 2017, o ministro das comunica¸c˜oes, Gilberto Kassab,anunciou que o governo ainda trabalhava na pr´oxima etapa do processo de digitaliza¸c˜ao do r´adio nacional, por´em sem detalhar quais os objetivos dessa etapa e quais s˜ao os impactos na implanta¸c˜ao nacional.
Por´em mesmo ap´os a defini¸c˜ao do padr˜ao a ser adotado no Brasil, h´a muito ainda sobre o que se preocupar em rela¸c˜ao a implanta¸c˜ao no Brasil. A adapta¸c˜ao das emissoras a
nova tecnologia, assim como a disponibilidade de aparelhos no mercado para a popula¸c˜ao ´e uma preocupa¸c˜ao que sempre vˆem a tona.
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E de amplo conhecimento entre os envolvidos que a adapta¸c˜ao das emissoras ap´os a defini¸c˜ao do padr˜ao digital poder´a ser problem´atico em rela¸c˜ao a produ¸c˜ao dos programas porque a qualidade do sistema digital ´e t˜ao boa que a produ¸c˜ao das emissoras precisar´a ser muito mais cuidadosa, pois tudo ser´a mais percept´ıvel. Outro ponto da adapta¸c˜ao, como foi apontado pela CBN na primeira fase dos testes ´e em rela¸c˜ao a troca de aparelhos de transmiss˜ao, onde cada transmissor pode chegar a custar US$ 1 milh˜ao. E tamb´em h´a a quest˜ao sobre mais de um tipo de programa¸c˜ao simultˆanea, o que atualmente no contexto brasileiro ainda n˜ao ´e permitido e uma mudan¸ca deve ser discutida junto ao Congresso Nacional, pois existe a d´uvida se esses canais adjacentes ser˜ao considerados uma nova concess˜ao ou n˜ao[27]
H´a tamb´em o problema da troca do receptor. Uma das caracter´ısticas do ve´ıculo r´adio ´e ser um aparelho de baixo custo e estar em 99,9% dos domic´ılios brasileiros, que deixa uma d´uvida na cabe¸ca dos pesquisadores e envolvidos com o processo: ”Como atender aqueles que n˜ao tˆem recursos para trocar o receptor?”.
Cap´ıtulo 6
Conclus˜ao
Podemos perceber que a digitaliza¸c˜ao do r´adio ´e de grande importˆancia para o ˆambito das telecomunica¸c˜oes, da economia e da difus˜ao de informa¸c˜oes e entretenimento pelo pa´ıs.
No ˆambito das telecomunica¸c˜oes, temos um melhor aproveitamento do espectro eletromagn´etico.
Mesmo que existam custos para a troca dos equipamentos anal´ogicos, h´a uma economia de energia. Com isso, esse ´e um investimento que se paga a longo prazo. Com uma economia nos custos operacionais, a empresa de radio difus˜ao, pode investir em conte´udo, e com a qualidade maior alcan¸cada pela digitaliza¸c˜ao busca-se um aumento na audiˆencia e consequentemente, maiores receitas em publicidade.
Para o mercado nacional, devido as dificuldades, caracter´ısticas pr´oprias, levando em conta a opini˜ao de pesquisadores e especialistas em r´adio difus˜ao, considerando as qualidades e custos de cada modelo de padr˜ao de r´adio digital apresentado, vimos que o modelo mais indicado para o Brasil ´e o Digital Radio Mondiale, ou DRM.
O HDRadio, al´em de n˜ao preencher todas as exigˆencias da portaria do SBRD, ainda representaria um retrocesso, pois por ser um sistema fechado, impede que melhorias possam ser feitas por pesquisadores nacionais.
Como mostrado nos cap´ıtulos anteriores, tamb´em h´a a preocupa¸c˜ao em rela¸c˜ao a legisla¸c˜ao, pois ainda ´e necess´ario definir como os canais adicionais ser˜ao enquadrados. E tamb´em se deve ter em mente que ´e necess´ario uma legisla¸c˜ao que n˜ao seja suscet´ıvel a diferentes interpreta¸c˜oes. Com isso, ´e poss´ıvel evitar que altera¸c˜oes na lei atrapalhem a implanta¸c˜ao do sistema digital.
pre¸cos dos receptores, para que haja o incentivo pela troca dos aparelhos, que atualmente s˜ao estimados em algumas centenas de reais.
Ainda n˜ao existe uma posi¸c˜ao oficial do Minist´erio da Ciˆencia, Tecnologia, Ino- va¸c˜oes e Comunica¸c˜ao, mas ´e esperado que o MCTIC, na face do Sistema Brasileiro de R´adio Digital decida em breve, para que comece a era digital na r´adio difus˜ao nacional.
Cap´ıtulo 7
Trabalhos Futuros
Com base no trabalho desenvolvido, podem ser identificadas vertentes para trabalhos futuros.
Ainda h´a testes que necessitam ser realizados para a defini¸c˜ao do padr˜ao, com rela¸c˜ao a cobertura do sinal digital em rela¸c˜ao ao anal´ogico.
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E interessante que tamb´em sejam feitas fa¸ca novas pesquisas para que os sistemas HDRadio e DRM, com as devidas mudan¸cas, sejam compat´ıveis com o Ginga, como foi proposto ao Governo Federal[4].
Pode-se tamb´em ser desenvolvido um novo padr˜ao brasileiro, que contemple todas as ´areas desejadas e ofere¸ca um padr˜ao aberto, de f´acil acesso para as emissoras e de f´acil adapta¸c˜ao as necessidades delas.
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