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5. Discussão dos Dados Obtidos

5.1. Primeira Couraça

Na crónica de Pina, e juntamente com o que se pode observar na estrutura existente pode-se perceber a existência de uma primeira couraça: “A leitura dos paramentos virados à desembocadura do rio, no arranque do espigão actual, acusa a existência de uma estrutura coincidente e de construção mais antiga.” (CRUZ, 2015: 87).

Existe uma porta que tinha um arco de volta perfeita e ligaria o interior da fortificação ao porto à beira-rio. Esta entrada segundo os dados estratigráficos e a análise de vestígios é possível perceber-se que foi uma construção mais antiga em comparação com a outra porta construída próxima (CRUZ, 2015: 89).

No parapeito ameado consegue-se perceber o alteamento dos muros aquando a remodelação da couraça em 1502, em relação com o alinhamento do adarve actual pode- se teorizar que o caminho de ronda do primeiro espigão estaria mais baixo cerca de 2m relativamente à estrutura posterior (CRUZ, 2015: 89).

É ainda incerto de como funcionaria o acesso desde a primeira porta até ao interior da vila, sendo a construção de um torreão circular a resposta mais provável por permitir uma articulação entre a porta e o castelo. Do lado oposto era possível que existisse uma ligação às camaras do castelo através de escadas que davam do percurso das rondas ao andar superior (CRUZ, 2015: 91).

5.2. Segunda Couraça

As obras de prolongamento da couraça existente são dadas pelo rei D. Manuel I em 1502 e ficam a cargo de Pêro Vaz. Foi acrescentado um novo espigão em túnel à couraça, com o objectivo de a prolongar até ao mar. A sua extremidade teria duas torres redondas. O piso inferior da torre era abobadado, com seteiras e bombardeiras ao longo dos pisos (CORREIA, 2008: 156).

Foi construída em alvenaria de pedra calcária, com aparelho irregular de pequena e média dimensão, ligada com argamassa de cal. Em partes onde era necessário maior

cuidado ou reforço, com os talhes-mares ou vãos para artilharia, ter-se-á recorrido a técnicas de cantaria. (CRUZ, 2015: 93)

Segundo o documento escrito por Pêro Vaz em relação às remodelações da couraça é referido que esta tem de ser prolongada até ao mar, com o levantamento realizado à couraça actual é possível verificar que tem um comprimento de cerca de 132 metros, desde a antiga porta islâmica até aos torreões. Vaz também refere que a largura da couraça não deve ser alterada e dita a construção de dois cubelos, que actualmente não estão evidentes, simplesmente encontram-se presentes dois arranques na couraça que poderão ser os torreões relatados por Pero Vaz. Estes teriam câmaras interiores com dispositivos militares, como seteiras para poder haver o cruzamento de fogo entre os dois cubelos (CRUZ, 2015: 95).

Em relação aos muros das couraças as ameias eram antiquadas e largas demais sendo necessário alterar, mas esta obra não foi realizada em contrapartida o adarve foi alteado e construído um parapeito novo ameado, com seteiras/besteiras ou até troneiras (CRUZ, 2015: 103).

Em 1508 foram enviadas novas informações a Pêro Vaz, que se encontrava em Alcácer Ceguer, para novas obras, inclusive a construção de uma torre de menagem que interferiria com a couraça, pois iria inscrever-se na largura do espigão aproveitando os seus muros. Com esta nova obra foi então construído um muro que seccionava perpendicularmente o braço da couraça com 10,45m de lado, um parapeito com bombardeiras parcialmente coberto, a porta que ligava à couraça tinha 1,57m de largura e 2,16 de altura com um arco de volta perfeita e uma porta de madeira de batente com duas folhas. O corredor foi construído sobre o adarve poente da couraça, com seteiras para o lado do rio e pelo menos uma para o interior da fortificação (CRUZ, 2015: 111).

Considerações Finais

Apesar da importância estratégica que Alcácer Ceguer apresenta durante um período na história da expansão portuguesa, este consiste numa vila ainda com imenso potencial a ser analisado por arqueólogos e investigadores de diferentes áreas, independentemente de revelar espólios e estruturas numerosas desde os anos 70 do século passado.

Após de ter beneficiado, entre 1974 e 1985, de ações arqueológicas dirigidas por Charles L. Redman, o sítio de Alcácer Ceguer é deixado ao abandono durante quase 25 anos (EL-BOUDJAY, 2012: 118). Não obstante, estas campanhas revelaram per si vários aspetos do aglomerado urbano da vila, nomeadamente os dispositivos defensivos, a mesquita maior, os banhos públicos, o mercado e as áreas habitacionais. Relativamente à ocupação portuguesa, percebe-se a “área casteleja”, o reforço feito nas fortificações, a transformação da mesquita principal na igreja matriz, o anulamento dos banhos públicos, a mudança nas habitações de modo a ficarem nos padrões construtivos portugueses e a, pouco afirmativa, mudança na cultura material (TEIXEIRA; CORREIA, 2017: 204).

Durante o presente trabalho foi possível estudar os alçados existentes da couraça da fortificação de Alcácer Ceguer, e dar um contributo arquitectónico e arqueológico à informação existente do local, embora ainda haja muito trabalho por realizar nesta temática. Para a realização deste trabalho a Arqueologia da Arquitetura revelou-se como uma ferramenta indispensável, assim como a todos os que se dedicam à reabilitação de património construído, nomeadamente arquitetos, arqueólogos, engenheiros, conservadores-restauradores e historiadores de arte. No estudo desenvolvido, o edifício histórico passou efetivamente “a ser encarado como qualquer outro documento que é necessário ler e interpretar” (RAMALHO, 1996: 302).

As couraças constituíam singulares e importantes complementos defensivos ao perímetro fortificado de uma praça, permitiam de forma relativamente segura e permanente, em períodos de assédio inimigo prolongado, o acesso ao mar ou ao rio. Por conseguinte, possibilitavam a prestação de socorro e o abastecimento de uma vila ou cidade cercada (MOREIRA, 1989: 123). Em concordância, a realização deste trabalho permite, numa primeira instância, a compreensão da importância crucial que as características geográficas e os acontecimentos históricos desempenharam na construção

da couraça de Alcácer Ceguer, inserida num dos locais mais importantes para o Reino de Portugal no Norte de África entre os séculos XV e XVI.

Progressivamente assistiu-se a uma autêntica inovação da técnica militar, que ocorreu entre os séculos XV e XVI, e se comprometeu com a introdução da pólvora na arte da guerra. Deste modo, a balística que fazia uso de armas que disparavam projécteis e caracterizava os períodos anteriores, deu lugar ao armamento de bocas de fogo e pirotécnico. Assim, surgem as fortificações de transição que revela multiplicidade de ângulos de tiro, procurando-se que a estrutura militar dispare em vários sentidos, uma concepção da fortificação de forma mais unitária e simétrica, uma contenção volumétrica, afirmando-se uma horizontalidade das muralhas e das torres, bem como um reforço da base e alargamento das paredes para que se aguentasse o impacto dos projécteis da artilharia.

Em termos da expansão portuguesa no Norte de África, em 1540 regista-se a primeira perda em Santa Cruz do Cabo de Gué (atualmente Agadir, no litoral marroquino) (FIGANIER, 1945), tornando-se evidente que o conhecimento tecnológico de artilharia tinha sido assimilado pelos inimigos islâmicos mais próximos do espaço português, sendo urgente a modernização das fortificações. Como características principais as estruturas militares quinhentistas e seiscentistas apresentam uma forma geométrica, embora irregular, onde os acessos foram visivelmente reduzidos face ao observado no sistema anterior e onde torres foram sendo progressivamente substituídas por baluartes, desenhados de forma angulosa de modo a resistir ao projéctil inimigo e a aperfeiçoar a ideia de cruzamento de fogos.

Pode concluir-se que Alcácer Ceguer e o seu sistema de defesa militar, tal como a História assim o incita, passou por diversas fases de construção, alteração e demolição. Mudaram-se os tempos, adaptaram-se as realidades, como aliás se observa noutros pontos do território nacional, por exemplo Cascais (ROCHA; SARMENTO, 2012: 445), Setúbal (PORTOCARRERO, 2003) e Lisboa (FERREIRA, 2015: 80-95), sendo este em maior escala, por contemplar duas margens de um rio e uma área bastante superior. Não obstante, este trabalho possibilita o entendimento das mudanças verificadas no sistema de defesa costeira entre a tardo-medievalidade, ainda muito ligado à morfologia original do terreno e a Idade Moderna, onde inovadoras ideias e técnicas tornavam-se claras na observação dos remanescentes arquitectónicos militares. Assim, as alterações militares empregues em meados do século XVI, resultaram em melhores condições, na perspectiva

do poder real, contemplando mais área, quer costeira quer terrestre, e visibilidade do que o anterior.

A análise relativamente à couraça representa uma pequena fração do potencial do estudo da fortificação de alcácer Ceguer através de várias metodologias. Permitiu perceber fases de construção, de alteamento, a história da couraça.

As várias modificações dos elementos militares levaram à consideração de que, a título sugestivo, a presença portuguesa em alcácer Ceguer foi hostil, algo também documentado em relação às outras praças portuguesas em território marroquino e que corrobora as fontes históricas.

Por fim a adoção de uma abordagem Interdisciplinar, nomeadamente a arqueologia arquitectura e arqueologia militar foi essencial para a interpretação dos seus elementos bélicos e construtivos que ainda estão presentes na couraça de alcácer Ceguer.

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Anexos

• Figuras

Fig. 1: Território marroquino, excluindo área disputada do Saara Ocidental e com

Fig. 2: Alcácer Ceguer com indicação (a vermelho) da localização da couraça (Fonte: Google Earth, 2020).

Fig. 4: Alçado Oeste e Este antes da reconstrução (CRUZ, 2015: 94).

Fig. 5: Alternância entre as fileiras de pedra de pequena e média dimensão [001] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 6: Tijolo utilizado para fechar as ameias com vista às reconstruções de 1502 [004] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 7: Porta entaipada [005] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 9: Ameias posteriormente entaipadas [003] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 10: Acréscimo do alçado Oeste [002] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 11: Delimitação da couraça antiga com a parte argamassada (proveniente da fotogrametria).

Fig. 12: Seteiras/Besteiras [006] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 13: Portal do lado poente [007], com os arranques dos dois cubelos [008] e janela [009] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 14: Buracos quadrangulares para a sustentação de cobertura [012] (proveniente da fotogrametria).

Fig. 15: Alçado Este primeiro momento [010] e segundo momento [011] (proveniente da fotogrametria).

• Fichas de Unidades Estratigráficas

Ficha 1

U.E.

DATA 1/Junho/2020

TIPO:Alvenaria de pedra ORIENTAÇÃO: N-S

CONTEXTO:Estrutura positiva REALIDADE: Muralha

DESCRIÇÃO:

Aparelho composto por pedras de dimensão média e pequena, não afeiçoadas dispostas em fiadas horizontais, ligadas por argamassa de cal e areia. O alçado apresenta algum reboco, podendo observar-se ainda as faces dos elementos pétreos. A argamassa é de tonalidade branca acinzentada, com areia de grão médio, com inclusões pedras de dimensão muito pequena, semi rolados, bem como conchas, sugerindo que tenha origem marinha.

RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS:

COBRE: COBERTA POR:

CORTA: CORTADA POR:

ENCHE: CHEIA POR: [004]

INTEGRA: INTEGRADA EM: [003][005]

ADOSSA A: ADOSSADA POR: [002]

EQUIVALENTE A:

INTERPRETAÇÃO:

Couraça

Cronologia – Meados do século XV.

Ficha 2

U.E.

DATA 1/Junho/2020

TIPO:Alvenaria de pedra ORIENTAÇÃO: N-S

CONTEXTO:Estrutura positiva REALIDADE: Muralha

DESCRIÇÃO:

Reconstrução do alçado oeste já existente. Aparelho composto por pedras de dimensão média e pequena, não afeiçoadas dispostas em fiadas horizontais, ligadas por argamassa de cal e areia. O alçado apresenta algum reboco, podendo observar- se ainda as faces dos elementos pétreos.

A argamassa é de tonalidade branca acinzentada, com areia de grão médio, com inclusões pedras de dimensão muito pequena, semi rolados, bem como conchas, sugerindo que tenha origem marinha.

RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS:

COBRE: COBERTA POR:

CORTA: CORTADA POR:

ENCHE: [005] CHEIA POR:

INTEGRA: INTEGRADA EM: [007] [008] [009]

ADOSSA A: [010] EQUIVALENTE A:

INTERPRETAÇÃO:

Couraça

Ficha 3

U.E.

DATA 1/Junho/2020

TIPO:Alvenaria de pedra ORIENTAÇÃO: N-S

CONTEXTO:Estrutura positiva REALIDADE: Ameias

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