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Primeira interpretação: O valor da Serra da Cantareira

No documento Chão (páginas 81-93)

econômica, social, política e cultural brasileira e, como produtos dessa dinâmica, estamos impregnados de alienação e

CAMPO 02 – Risco Ambiental da pré-Serra da Cantareira

2.1 Três possibilidades de interpretação das formas de apropriação e produção da paisagem

2.1.1 Primeira interpretação: O valor da Serra da Cantareira

O reconhecimento da paisagem do distrito de Brasilândia como “Brasilândias” se dá inicialmente no período de 2004 a 2007, durante os estudos desenvolvidos para a pesquisa de mestrado. Porém, esses possíveis matizes de interpretação estavam relacionados às formas de valoração da Serra da Cantareira. Nessa interpretação, foram analisados processos estruturais, relacionando- os às histórias dos lugares, aos dramas de vida, chegando a compreensão da valoração desse elemento da paisagem. Assim, retomar essa análise ampliada tem o propósito de fechar um grupo de interpretações que, suscita novos olhares sobre a realidade do distrito.

A Serra da Cantareira ao longo de sua história foi marcada por momentos de regeneração, tanto quanto de degradação, sempre relacionados aos valores atribuídos a esse elemento da paisagem.

Primeiro desenho de Douglas, 12 anos morador do Jardim Paraná feito em 2011, feito nas oficinas de percepção da paisagem na Comunidade Católica São Pedro. Segundo desenho de Felipe, 11 morador Jardim Damasceno feito em 2006 em oficinas de percepção da paisagem no espaço comunitário Arte na Rua. Diferentes visões de bairros da Serra da Cantareira

Primeiramente, por quatro séculos, a Serra foi explorada predatoriamente, principalmente nas encostas da vertente sul, devido ao seu potencial para cultivo de cana-de-açúcar e café, atividades pecuárias, extrativistas, como as de minerais e de madeira. ”acredita-se que até fins do séc. XIX, a Serra da Cantareira teve quase toda sua cobertura vegetal primária destruída” (HERLING, 2002:14).

Depois, no início do séc. XX, com o intenso crescimento demográfico na cidade de São Paulo para a transformação da vila Paulistana em cidade industrial, o seu potencial era o de infra- estrutura para a produção de água2. O que demandou, ao longo do período, uma série de medidas com o objetivo de proteger seus recursos hídricos como, por exemplo, o afastamento da área urbana. Segundo a “ótica sanitarista, a água potável só seria possível com a captação de mananciais puros, protegidos por florestas, situadas principalmente em regiões Serranas” (SILVA, 2004), o que levou o governo a investir em desapropriações de terras3. Em todas as bacias hidrográficas contribuintes do manancial da vertente sul da Serra da Cantareira (HERLING, 2002). Essas desapropriações fortaleceram a regeneração da Serra, assim, áreas que até então eram desmatadas foram gradualmente tomadas pela vegetação nativa (HERLING, 2002).

Porém, na década de 1960, essa valorização da Serra como elemento de infra-estrutura urbana começa a tomar outras formas. As suas vazões, até então suficientes, não conseguem atender ao novo incremento demográfico da cidade e à expansão das indústrias. As principais propostas pelo governo para atendimento das novas demandas são as reversões de nascentes do Rio Piracicaba e de diversas bacias da vertente marítima da Serra do Mar4, bem como o uso de novas técnicas como o tratamento químico da água (HERLING, 2002).

2 Até então, o sistema de abastecimento de água era composto por quatro chafarizes de águas, captadas dos córregos,

na própria área urbana, o que era insuficiente (MARCONDES,1999). Para resolver esse problema, em 1877, foi criada, pela iniciativa privada, Capitais Ingleses, a Companhia Cantareira de Águas e Esgoto, recebendo a concessão para cuidar do abastecimento público de água de São Paulo, que, na época, era responsabilidade do Estado (HERLING, 2002).

3 Nas décadas seguintes, as desapropriações tornaram-se inviáveis devido aos altos p eços da te a, e da exte s o

das eas a se e p otegidas, pa a sup i de a das es e tes da et ópole (MARCONDES, 1999).

4 A criação desse Novo Sistema Produtor da Cantareira teve grandes impactos ambientais, j ue as águas supe fi iais, su te eas e at osfé i as o eça a se disso ia de suas espe tivas a ias (HERLING, 2002:.37),

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O “abandono” da Serra persiste até mesmo com a criação da Lei de Proteção dos Mananciais. Porque, ao contrário da política anterior, na qual as áreas do entorno eram desapropriadas, essa lei mantém a propriedade privada e passa a admitir outros usos. Além disso, a lei previa uma compensação financeira para os donos das glebas e municípios, onde boa parte do território era área de proteção aos mananciais, o que não ocorreu (HERLING, 2002)5. Desvalorizada como elemento de infra-estrutura da cidade e ao mesmo tempo valorizada como espaço de lazer, recreação e pesquisas científicas, a Serra sofre com a expansão do tecido urbano periférico6, mesmo quando parte dela é elevada à categoria de parque, em 19637.

Até mesmo na década de 90, quando a Serra passa a ter um outro valor como “elemento regulador ambiental da paisagem natural de grande importância no metabolismo urbano global”8

, valorização que resultou na criação da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde9, ainda assim sofre com a ocupação de sua Zona de Fronteira, com a expansão urbana regular e irregular, e com atividades como reflorestamento, atividades hortifrutigranjeiras, indústria, mineração, implantação de linhas transmissoras de energia, implantação de sistema viário, aterros sanitários, implantação de torres de transmissão (SILVA, 2000).

Em uma outra escala de análise, podemos também compreender outras formas de valoração da Serra e interferência em seus processos de regeneração e de degeneração. Esta escala seria a do Distrito de Brasilândia; com relação a essa análise, na pesquisa de mestrado foi identificada uma diferença na forma de valorização da Serra da Cantareira por parte da população do distrito.

volume de água para os sistemas de drenagem e esgotamento da cidade, além de gerar conflitos entre as bacias produtoras e consumidoras, isto porque as bacias produtoras deixam de atender as demandas internas por água, para servir as bacias consumidoras.

5 Esse processo se agrava, de acordo com Herling (2002), devido à estrutura administrativa dos recursos hídricos que se descentraliza, sendo dividida em DAEE, SABESP E SEMA, o que ocasionou políticas conflitantes.

6 A expansão urbana não é a única ação geradora de impacto sobre a Serra. Atividades como: hortifrutigranjeiras, industrias, mineração, implantação de áreas institucionais (clubes), linhas transmissoras de energia e vias de circulação também geraram grande impacto sobre a reserva (DIMAS,1999).

7 O Parque faz parte dos municípios de São Paulo, Caieiras, Guarulhos e Mairiporã, com uma área total de 7.900ha. Enquanto era reserva, tinha uma área inferior, com um total de 5.600ha (MAZZEI, 1999).

8 Nesse momento, surgem novas propostas de macro-drenagem para a Bacia do Alto Tietê, através da redução da velocidade do escoamento, bem como propostas complementares, envolvendo aspectos culturais que permeiam a relação entre a população e os rios (HERLING, 2002).

9 Esse foi um movimento popular a fim de reagir às ameaças ao patrimônio natural da cidade, na época em que se discutia o projeto da Via Perimetral Metropolitana (JORNAL DA SERRA, 2002), processo detalhado no capítulo 5 A Estrada, a Floresta e a Casa.

Estava relacionada ao tempo de moradia no distrito, bem como com o lugar de moradia. Na época, foram analisadas as valorizações atribuídas pelos moradores entrevistados, dividindo estas referencias a três períodos de ocupação, marcantes do processo de expansão urbana do distrito e organizados segundo análises seqüenciais de fotos aéreas, levantamento documental, estudos de campo e histórias de vida.

O primeiro período foi definido entre as décadas de 1940 a 1970, o segundo de 1970 a 1990, e o terceiro de 1990 a 2007. Porém, com a continuidade dos estudos no doutorado, atentou-se para uma nova forma de apropriação da paisagem, tendo os mesmos parâmetros (espaço e tempo), o que levou a subdivisão do terceiro período, ocupações de 1990 a 2000 e 2000 a 2011.

Imagem da localização dos territórios definidos a partir do valor atribuído a Serra da Cantareira

Fonte: Corte Base, Silva 2002 Organização e mapeamento das informações Cecilia 2007, 2011

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A ocupação da paisagem no primeiro período (1940-1970) se dá, como em toda a região periférica da cidade de São Paulo, uma substituição de sítios por loteamentos populares. Em números esse processo significou o surgimento de 35 favelas na região sul do distrito de Brasilândia (área de expansão junto ao Distrito de Freguesia do Ó). O incremento populacional do distrito é alimentado por levas de imigrantes (italianos, japoneses e espanhóis), além de migrantes em sua maioria nordestinos e comunidades negras vindas do interior do Estado de São Paulo e de regiões centrais da cidade, chegando o distrito a ser chamado de “Pequena África”. Vindos de outros países ou de outras regiões do país, esses novos moradores têm em comum a necessidade por habitação, e encontram na Brasilândia a possibilidade de suprir suas necessidades, devido ao baixo custo dos imóveis.

Imagens do primeiro loteamento Brasilândia e das famílias de imigrantes que chegam no distrito neste período. Fotos: Acervo Esquina da Memória

O segundo período (1970 a 1990) é marcado pela ocupação da região da pré-Serra da Cantareira com a grande expansão de loteamentos e favelas10. Esse processo foi fortalecido por grandes alterações econômicas no país, e pelas legislações urbanas municipais da época, que tinham por objetivo regulamentar os loteamentos irregulares em toda a cidade (SANTOS,1992). No entanto, o número de exigências urbanísticas e administrativas (SACHS, 1999) associado à falta de fiscalização, estimulou a expansão de loteamentos clandestinos. No distrito surgem, neste

10 Na década de 1970 com a introdução do tratamento químico da água e com a reversão de bacias hidrográficas de outros municípios para o abastecimento da cidade de São Paulo, o manancial da Cantareira perde sua importância enquanto elemento de infra-estrutura da cidade

período, 45 novas favelas e 18 loteamentos irregulares. Este período também é marcado por grandes mobilizações populares, principalmente com o apoio da Igreja Católica.

Imagens da abertura de novos loteamentos na região da pré-Serra da Cantareira Fotos: Acervo Esquina da Memória

O terceiro período (1990-2000) é marcado pelo avanço das ocupações junto ao limite do Parque Estadual da Cantareira, e por grandes áreas desmatadas. O número de novas favelas diminui passa a ser 16, porém há um aumento nos novos loteamentos irregulares, 20 no total.

Imagens de loteamentos localizados na Serra da Cantareira, uns consolidados e outros em processo de ocupação. Fotos: Marta Baião (primeira foto) Acervo Esquina da Memória (segunda e terceira foto).

O quarto período (2000 a 2011) começa de forma diferente. As ocupações acontecem de modo mais lento até 2005. A causa apontada por moradores foi a dificuldade de acesso a novas áreas, devido à presença do tráfico de drogas, que neste período “contribuiu” com a redução do avanço da mancha urbana na região. Porém, a partir de 2005, os poderes locais são alterados e, com a implantação de obras públicas na região, novos interesses passaram a incidir sobre a produção da

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paisagem local. Neste período, surgem três novas favelas na pré-Serra da Cantareira, e um loteamento irregular, promovendo um grande e rápido desmatamento.

Tendo como base essa organização, foi possível identificar nos estudos de campo diferentes formas de valoração da Serra da Cantareira influenciadas pelo período e local de implantação das moradias.

Na área mais antiga e consolidada do distrito de Brasilândia, junto ao distrito da Freguesia do Ó, os moradores mais antigos falam da Serra em suas narrativas “como uma bela vista das suas janelas”. Estabelecem uma relação distanciada, como sendo a Serra um mero elemento de contemplação, e não de vivência.

A partir de análises de história de vida, pode-se perceber que esse distanciamento se amplia, porque a Serra não é mencionada nas narrativas. O que é lembrado é a mata, os morrotes da pré-Serra. A Serra como “bela vista” aparece como uma reconstrução dessa paisagem inicial do distrito “um mar de morros verdes a se perder de vista”, mostra-se como um “saudosismo” da vida comunitária de outros tempos, outras formas de morar com muito espaço e pouca gente.

Imagem da Comunidade Ordem e Progresso, localizada na Serra da Cantareira

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Imagem dos primeiros loteamentos do distrito de Brasilândia década de 1940

“Naquela época, nós que éramos crianças, ficávamos em casa. Aqui parecia uma cidadezinha do interior, com muita vegetação, não tinham favelas, essa é a grande diferença deste novo período. Antes tudo era comprado. A mudança foi rápida, as favelas apareceram do dia para a noite, eram pessoas de fora do distrito que chegavam. Nós que fazemos parte do bairro sentimos essa transformação, mas aceitamos. Quem ficou 30 anos fora e voltou, não reconhece essa paisagem, foram muitas as mudanças. Mas o que mais nos afeta são as ocupações no pé da Serra. Da minha casa vejo o CEU da Paz, à direita e o Jd. Damasceno, à esquerda, e com as novas ocupações, essas áreas que eram distantes, estão se tornando uma coisa só”. (Waldir dos Santos, 2006)

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Assim, o distanciamento não é só físico mas temporal, reflete um outro momento de produção da paisagem do distrito. Esse morador estabelece pouco vínculo com a Serra, porque o que ele recorda não é a Serra, é uma reconstrução da sua memória, da mata em volta de sua casa. Isso reflete em uma mínima comoção dessa população quando questões conjunturais de transformações atuais da paisagem da Serra, como a obra do Rodoanel Trecho Norte, são colocadas para debate. Isto porque nesta região os morros verdes já foram vencidos por obras públicas e ocupações urbanas: agora se espera pelo “desenvolvimento”. O debate aqui sobre a paisagem é referente ao metrô, às agencias bancárias que devem ser instalada, aos novos condomínios em prédios residenciais. Fala-se sobre uma grande transformação urbana, que parece ser muito esperada por esses moradores, ao contrário das outras regiões que as temem. Ao contrário dos moradores dessa região consolidada, muitos moradores da área da pré-Serra da Cantareira, região que passa a ser ocupada na década de 1970, vivenciam a Serra. Vivência que a partir da década de 1990 se restringe devido à ocupação pelo tráfico de drogas de algumas regiões que eram usadas para acesso à Serra, bem como pela violência que se instala nesta região.

Mesmo assim, eles buscam caminhos alternativos para cruzar essa região, a fim de chegar até as cachoeiras da Serra da Cantareira. Falam do processo de ocupação e de degradação. Lembram em suas narrativas que, ao chegarem ao distrito, “era tudo mato”, e o lazer eram as trilhas junto aos antigos sítios da região. Mas, além da vivência, existe uma questão fundamental que a difere da região ocupada em período anterior, sendo esta a que “eles presenciaram toda a transformação da paisagem da Serra”. Eles foram expectadores destas ocupações.

“O futuro eu não sei como vai ser, alguma coisa pode acontecer, mas não sei. Acho que como nas outras áreas da Serra, isso tudo vai estar ocupado daqui uns 10 anos. E aí, pessoas como eu, que estão acostumados com essa paisagem e com a mata, vão embora. Gosto demais daqui, mas é triste como está hoje e parece que vai ficar pior. Antes a Serra era protegida por vários guardas, os

guardas mata e os guardas água, eram várias guaritas e ninguém sujava aqui. Depois foi tudo acabando.” (Raul, 2006)

Diferente desses moradores, os que ocupam a própria Serra da Cantareira de 1990 a 2000, e são protagonistas das transformações mantêm uma relação dual de distanciamento bem como de vínculo. Por um lado, existem os que estão sobre a Serra, e pouco percorrem suas trilhas, desconhecem sua importância ambiental, ou mesmo os riscos em se morar ali. Por outro lado, muitos outros conhecem seu valor, sabem o que significa estar sobre a Serra e todas as questões de regularização fundiária e de legislações ambientais que incidem sobre eles.

Ainda em meio a essas formas polarizadas de valorização, existe uma outra relação caracterizada pelos que se apropriaram e estabeleceram vínculos com a Serra e com a natureza. Nesse caso, tem-se um sentido profundo do morar na Serra já que aparece a idéia do “espaço em que tenho o meu chão”, sendo comum ouvir “a Serra me acolheu, aqui reconstruí minha vida” (Francisca, Jardim Paraná), “em que lugar do mundo vou ter um barraco em um lugar lindo como esse” (Sonia, Jardim Paraná).

A relação das moradias com a Serra fotografada por crianças da comunidade Jardim Paraná, nos estudos de percepção realizados na pesquisa.

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A ocupação dessas áreas significa deste modo uma realização, a de ter a “casa própria”, mesmo que esta casa esteja em área de risco e que esses serviços sejam precários.

Imagem de casas no Jardim Paraná junto à Serra da Cantareira. Foto: Marta Baião, 2002

Ao contrário desses moradores, os que passam a ocupar a região no período de 2000 a 2011, mesmo estando próximos de áreas de mata, e sobre a Serra, desconhecem seu valor ambiental, e não conseguem estabelecer nenhum vínculo porque se mantêm em um estado de provisoriedade permanente. São comunidades que vivem a “cronologia de uma remoção” que não chega nunca. Assim, a comunidade em meio a sua espera não constrói vínculos com o lugar, porque são comunidades cuja maior parcela está em área de alto risco geotécnico. As casas são precárias sem qualquer infra-estrutura (água, luz, esgoto, pavimentação) e os moradores são processados

“Eu pagava aluguel, saia de um lugar ia para outro. Uns tinham dó de mim pegava me botava no ferro velho. Até eu conseguir construir aqui em cima da casa da minha mãe. A gente pagou na associação, foi comprado esse lugar de segunda mão. Minha casa foi construída assim, eu trabalhava um tanto e comprava uma coluna, no outro mês comprava outra coluna, foi assim.”

por crime ambiental, não podendo consolidar suas habitações. Para eles a Serra é o lugar do hoje, é provisório. A intenção não é lutar para reestruturar a comunidade, e dar a ela o mínimo de habitabilidade, o que se espera é sair para um lugar melhor.

Mesmo com o distanciamento, a Serra vem se tornando questão importante para debate nestas áreas ocupadas de 1990 a 2011, devido a implantação do Trecho Norte do Rodoanel. O projeto é apresentado como uma barreira para conter as ocupações irregulares sobre a floresta, o que levou ao longo do doutorado a um grande interesse dos moradores em estudar a Serra da Cantareira e os impactos das ocupações sobre ela.

Em linhas gerais, a periodização enriquecida por estudos qualitativos de campo, permitiu uma possibilidade de análise na escala do distrito, mas também apontou para novas possiblidades de análise a partir do reconhecimento das múltiplas situações que permeiam este fenômeno, a partir de uma outra escala de pesquisa, a da pessoa, da casa, do bairro - os micro territórios.

Imagem de uma moradora da comunidade Ordem e Progresso se arrumando para ser filmada pelos alunos da disciplina AUP 0665. A moradora apresenta sua casa, e o papel amassado que comprova seu endereço, sendo somente esta a garantia para receber sua moradia.

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2.1.2 Segunda interpretação: Da apropriação dos espaços a provisoriedade

No documento Chão (páginas 81-93)