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Na primeira parte do trabalho, Freud realiza uma revisão da obra de alguns autores e

No documento PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III (páginas 40-51)

destaca seus pontos principais:

Gustave Lê Bon, Psicologia das Multidões

(1895):

William McDougall, em The group mind (1921),

Freud julga que Lê Bon esboça um quadro apenas

descritivo da psicologia de grupo e sobre

Mcdougal, cconsidera sua explicação sobre o tema

insuficiente e insatisfatória.

Como se estabelece a coesão de um grupo. Como explicaria a exaltação dos afetos e a inibição de

pensamento que caracterizam a psicologia de grupo?

Recorrendo à noção de libido, Freud sugere a

hipótese de que

são as relações amorosas (em termos neutros: as ligações sentimentais) que constituem a essência de sentimentos que soldam os grupos.

Em outras palavras, pode-se atribuir ao amor a força que mantém a coesão de um grupo e faz com que o indivíduo abandone sua singularidade e se deixe influenciar pelos outros. 84

Assim, nos grupos,

cada indivíduo isolado está ligado libidinalmente, de um lado, ao líder, de outro, aos indivíduos do grupo.

Freud considera que não só o amor como também

o ódio constitui um fator de unidade do grupo, a

hostilidade manifesta-se através da intolerância:

No fundo, toda religião é igualmente uma religião de amor por todos aqueles que ela engloba, e todas tendem à crueldade e à intolerância em relação àqueles que não pertencem a ela.

Além do amor como fator de coesão, Freud indica

que a identificação constitui-se como outro fator

capaz de criar uma ligação afetiva dentro de um grupo.

Um capítulo inteiro da Psicologia das massas e análise do eu (1921) é dedicado à identificação.

Identificação é o processo pelo qual um

individuo assimila um aspecto, uma

propriedade, um atribudo do outro e se

transforma, total ou parciamente, segundo o modelo dessa pessoa.

Freud considera que é a identificação do indivíduo

com o líder e a identificação entre os membros do

grupo que criam a coesão de um grupo, e a perda

dessa ligação afetiva é a causa de sua dissolução.

Para Freud, a ligação ao líder é também uma

ligação fundada na idealização, de modo que o

indivíduo, atraído por esse ideal, vê sua personalidade prestes a desaparecer, a ponto de que o "ideal do ego" representado pelo líder do grupo assume o lugar do "ego" de cada indivíduo.

Neste texto, o conceito de Ideal do Eu designa os

valors morais e éticos que constituem um ideal ao

qual o sujeito aspira.

O ideal do Eu seria um modelo ao qual o indivíduo procura se conformar. resultante das identificações

com os pais, como os seus substitutos e com os

ideais coletivos.

A noção de ideal do eu permite a Freud explicar a

fascinação amorosa a dependência para com o

hipnotizador e a submissão ao lider. Nestes casos

a pessoa é colocada pelo individuo no lugar do seu ideal do eu.

“Certos individuos puseram um só e mesmo objeto no lugar do seu ideal do eu, e em consequência disso identificarma-se uns com os outros no seu eu

De que forma o estudo dos fenômenos dos grupos pode esclarecer sobre o funcionamento do indivíduo?

Cada individuo faz parte de vários grupos, está ligado por identificação de vários lados e construiu o seu ideal do eu segundo os mais divrsos modelos.

Assim, a identificação pode ser definida como o método pelo qual o indivíduo assume as características de outras pessoas e torna-as uma parte integrante de sua personalidade.

A criança se identifica com os pais porque eles parecem ser onipotentes, pelo menos durante os anos da infância inicial.

À medida que as crianças crescem, encontram

outras pessoas com as quais se identificar,

pessoas cujas realizações estão mais de acordo com seus atuais desejos. Cada período tende a ter suas figuras de identificação características.

Não é necessário que uma pessoa se identifique com outra em todos os aspectos. Geralmente

selecionamos e incorporamos apenas as

características que acreditamos que vão nos ajudar a atingir um objetivo desejado.

A identificação também é um método pelo qual podemos recuperar um objeto perdido. Quando nos identificamos com uma pessoa amada que morreu ou de quem nos separamos, a pessoa perdida é reencarnada como uma característica incorporada da personalidade.

Também podemos nos identificar com alguém por medo. A criança se identifica com as proibições dos pais a fim de evitar o castigo. Esse tipo de identificação é a base para a formação do superego.

A identificação refer-se a uma aquisição mais ou

menos permanente da personalidade

A estrutura final da personalidade representa um

acúmulo de numerosas identificações feitas em

vários períodos da vida da pessoa, embora a mãe

e o pai provavelmente sejam as figuras de

identificação mais fortes na vida de qualquer pessoa.

A identificação designa o processo central pelo

qual o indivíduo se constitui e se transforma,

assimilando ou se apropriando, em momentos-chave de sua evolução, dos aspectos, atributos ou traços dos seres humanos que o cercam.

Deste modo, o conceito de identificação é

essencial na teoria freudiana do desenvolvimento

ESBOÇO DE PSICANÁLISE (1940 [1938])

O objetivo deste trabalho breve é reunir os princípios da Psicanálise e enunciá-los, por assim dizer, dogmaticamente, sob a forma mais concisa e nos termos mais inequívocos. Sua intenção, naturalmente, não é compelir à crença ou despertar convicção.

Os ensinamentos da Psicanálise baseiam-se em número incalculável de observações e experiências, e somente alguém que tenha repetido estas observações em si próprio e em outras pessoas acha-se em posição de chegar a um julgamento próprio sobre ela.

PARTE I - [A MENTE E O SEU FUNCIONAMENTO]

No documento PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE III (páginas 40-51)

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