Manutenção em tempo de crise
Equação 5 OEE, segundo (Vorne Industries, Inc., 2014).
4.4 A aplicação de metodologias de análise económica e financeira ao ciclo de vida dos ativos
4.4.1 Primeiro exemplo: Decidir pela aquisição de uma máquina nova ou efetuar o recondicionamento da máquina existente
analisar a capacidade interna versos o que efetivamente se produz. Para efetuar esta análise é necessário possuir algumas noções básicas de contabilidade, para ser possível aos engenheiros, dialogar com os gestores e financeiros.
Estes dois exemplos são fictícios e foram trabalhados e desenvolvidos com o Engenheiro José Lopes dos Santos, que é atualmente Presidente da APMI, e que pelo seu longo percurso profissional de sucesso foi Gerente da Integridade, Lda. (empresa do Grupo ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade), que tem sido um elemento de acompanhamento e apoio no meu percurso de vida laboral, e em especial na realização deste trabalho de investigação.
4.4.1 Primeiro exemplo: Decidir pela aquisição de uma máquina nova ou
efetuar o recondicionamento da máquina existente
De acordo com (Santos, 2011), este primeiro exemplo demonstra como se pode decidir pela aquisição de uma máquina nova ou efetuar o recondicionamento da máquina existente.
Está-se no ano de 1993, e uma empresa fictícia fabrica produtos para o lar (no ramo das mobílias para cozinha).
A rentabilidade mínima exigida pelos sócios é de 12% depois de impostos.
Os Departamentos de Manutenção e Produção desenvolveram um projeto para o fabrico destes produtos de uma forma inovadora e com maior eficiência do que o processo atualmente utilizado, que tem maiores custos de manutenção e uma capacidade de produção inferior.
Para tal, é preciso adquirir uma máquina, que instalada e pronta a produzir, custa 695,7 Milhões de euros.
54 A previsão de vendas e custos (em milhões de euros) utilizando esta nova máquina, é a que se mostra na Tabela 4, para a sua vida útil estimada de 5 anos.
Tabela 4 - Vendas e custos previstos para os anos1994 a 1998, para a máquina nova.
1994 1995 1996 1997 1998 Vendas previstas 200 500 600 700 500 Custos previstos 90 225 270 315 225 Anos Em Milhões de Euros
A Direção da empresa tem de decidir se aceita o projeto. Assim solicitou ao Diretor Financeiro para preparar uma análise do projeto.
Em resumo os dados, para a máquina nova, são:
Rentabilidade mínima depois de impostos: 12%; Impostos: 35%;
Máquina (custo ): 695,7 (milhões de euros); Vida útil: 5 anos;
Entrada da máquina em produção: Janeiro de 1994.
O Diretor Financeiro começou por calcular o Fluxo de Fundos, e seguidamente, calculou o VAL - Valor Atualizado Líquido e a TIR - Taxa Interna de Rentabilidade, com a aquisição da máquina nova, conforme se pode ver na Tabela 14, ver no Anexo III.
Com a aquisição da máquina nova face a estes resultados, pode considerar-se que irão ser cumpridas as exigências dos sócios porque a TIR é bastante superior à taxa de rentabilidade exigida pelos sócios, daí o VAL ser bastante positivo, mas têm de ser comparados com os valores do VAL e TIR calculados para a situação atual.
Para se poder tomar uma decisão mais consistente, a Direção pediu ao Diretor financeiro que lhe apresentasse os cálculos do VAL e do TIR para a situação atual.
Os cálculos das rentabilidades médias e do período de recuperação de capital - pay-back, para a máquina nova, será o que se mostra na Tabela 15, ver no Anexo IV.
O pay-back da máquina nova ocorre durante meados do 3º mês do 4º ano.
Ficando com a máquina atual, tem de fazer uma grande reparação, em 1993, que custa 315 milhões de euros e é amortizada em 5 anos, tal como se mostra na Tabela 5.
Tabela 5 - Vendas e custos previstos para os anos 1994 a 1998 para a máquina atual.
1994 1995 1996 1997 1998 Vendas previstas 200 390 390 390 390 Custos previstos 100 250 300 350 250 Em Milhões de Euros Anos
55 Rendibilidade mínima depois de impostos: 12%;
Impostos: 35%;
Máquina atual necessita de uma grande reparação em 1993, que custará: 315 milhões de euros;
Amortização da reparação: 5 Anos.
Calculou-se o VAL e o TIR, com a aquisição da máquina atual, conforme se mostra na Tabela 16, ver no Anexo V.
Verificou-se que o VAL e o TIR da situação "Máquina Nova" são superiores, logo é uma melhor solução efetuar a reparação da máquina atual, é a melhor solução.
Está-se no Verão de 1995 e a máquina de fato entrou em produção em Janeiro de 1994, as previsões foram todas alcançadas, com bastante facilidade. O fornecedor da máquina propôs a venda de uma nova máquina com tecnologia mais avançada que custaria 720 milhões de euros com uma vida útil de 5 anos.
O fornecedor estava disposto a retomar a máquina atual por 350 milhões de euros.
Esta nova máquina permitiria uma poupança de 35 milhões de euros anuais nos custos de produção.
As previsões de custos e vendas (em milhões de euros) para os anos 1999 e 2000 eram pouco animadoras, conforme se ilustra na Tabela 6.
Tabela 6 - Vendas e custos previstos dos anos 1999 e 2000. 1999 2000
Vendas previstas 150 160
Custos previstos ( máquina actual ) 110 110
Anos Em Milhões
de Euros
Os dados são:
Nova máquina com Aquisição no final de1995: 720 milhões de Euros; Entrada em produção a Janeiro1996;
Vida útil (anos): 5;
Retoma da Máquina antiga: 350 milhões de Euros;
Redução de custos anual devido à instalação da máquina nova: 35 milhões de Euros;
Reparação máquina atual, no caso de ser reparada no final de 1995, poderá prolongar a sua vida útil até ao final do ano 2000: 150 milhões de Euros;
56 No Anexo VI e VII, respetivamente apresentamos a:
Tabela 17 - Mapa de fluxos de fundos para o ano 1995, com a máquina atual. Tabela 18 - Mapa de fluxos de fundos para o ano 1995, com a máquina nova.
Portanto não deveria ter sido aceite a proposta do vendedor, porque o VAL e o TIR são inferiores ao da situação com a máquina atual.
O valor da retoma da máquina que tornaria o projeto viável deverá ser superior a 350 milhões de euros (este valor de retoma deverá ser apurado para igualar o VAL da alternativa com a máquina atual).