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As várias possibilidades de contratos disponíveis no mercado de derivativos permitem a implementação de estratégias financeiras diversas, utilizadas para atender de forma mais efetiva os diferentes objetivos e perfis dos participantes do mercado. Essas estratégias facilitam, ainda, a escolha da melhor opção, de acordo com os diferentes cenários econômicos.

As três principais estratégias são:

Trata-se de uma estratégia que consiste na obtenção de lucros sem riscos, através da realização de transações simultâneas em dois ou mais mercados.

As operações realizadas, portanto, têm por objetivo identificar eventuais desajustes verificados nos preços, entre um mercado e outro, e aproveitar a oportunidade para efetuar transações simultâneas e realizar lucros (por exemplo, diferenças de preços entre o mercado à vista e o mercado de futuros).

O arbitrador procura tirar vantagens financeiras quando percebe as oportunidades de obtenção de lucros por distorção de preços em dois ou mais mercados. Sua participação é de capital importância, na medida em que ele, ao atuar, ajusta o preço do ativo, eliminando temporariamente a possibilidade de arbitragem.

Tomemos como exemplo as seguintes relações cambiais: 1 dólar igual a 90 ienes; 1 dólar igual a 1 real; 1 real igual a 93 ienes. A arbitragem será feita com a compra de 93 ienes por 1 real e com a venda de 90 ienes por um dólar. Simultaneamente, compra-se 1 real por 1 dólar, obtendo-se um ganho líquido e sem risco de 3 ienes.

3.1.1 – Arbitragem com Futuros

A arbitragem com futuros pode ocorrer, por exemplo, quando o arbitrador, ao fazer uma avaliação do mercado percebe que determinada ação no mercado de futuros encontra-se com seu preço em discrepância com o preço no mercado à vista. Ele aproveita essa oportunidade de efetivar lucros e realiza operações nos dois mercados.

As operações nesse mercado estão vinculadas a um contrato. Todos esses contratos são ajustados diariamente em dinheiro através da

Clearing de Derivativos da BM&F, em função da variação de seus valores de

referência. Por essa razão, para ingressar nesse mercado, o aplicador tem de fazer depósito prévio de margem inicial – que pode ser em dinheiro, ouro, carta de fiança bancária ou título da dívida pública federal. Depósitos em dinheiro serão remunerados pela BM&F.

É de se notar que as oportunidades de arbitragem são, geralmente, de curto prazo, pois o que se espera é que os preços, em eventual desajuste em dois mercados, voltem rapidamente a apresentar equivalência.

3.2 - Hedge

O hedge é a proteção de um determinado valor – presente ou futuro – contra variações que possam ocorrer ao longo do tempo.

Um hedge perfeito é aquele que elimina completamente o risco. Na prática, a eliminação completa do risco é rara, logo, o hedge diminui riscos ou elimina possibilidades de perdas financeiras no caso de variações em taxas, índices ou preços.

Essa estratégia se aplica ao participante que, pela natureza de sua atividade econômica, é obrigado a manter posições à vista com preços sujeitos a flutuações futuras.

O agente que opera com derivativos para se proteger ou para diminuir o risco de perdas com derivativos (hedge) é chamado de hedger. Uma das vantagens de operar como hedger no mercado é a redução nas margens de garantia solicitadas pelas bolsas.

No mercado de futuros, o hedger assume uma posição futura contrária à sua posição assumida no mercado à vista. Ele tem, certamente, algum vínculo com o ativo financeiro ou com a mercadoria objeto da operação.

Analisemos o seguinte exemplo: um banco capta no exterior recursos equivalentes a US$ 100 mil, contraindo uma obrigação para pagamento em dólares. Para se proteger deverá emprestar esses recursos a uma determinada taxa de juros, mais a variação cambial. Dessa forma, não ficará exposto aos riscos de oscilações da moeda.

Faz-se um hedge com o objetivo de minorar ou, se possível, reverter eventuais perdas. Filosoficamente, uma operação de hedge pode ser comparada a um seguro: paga-se para evitar uma perda maior, mas, caso não aconteça, o hedge (seguro) não pode ser encarado como uma perda.

3.2.1 – Hedge com Termo

É comum em nosso país a compra a termo de dólares pelos bancos comerciais, para atender exportadores (agentes que irão receber os dólares dentro de um período de tempo), ou, então, a venda a termo pelos bancos comerciais para atender importadores (agentes que irão pagar os dólares correspondentes dentro de um período de tempo).

3.2.2 – Hedge com Futuros

É uma operação com derivativos cujo objetivo é evitar o risco da oscilação de preços. Nesse tipo de operação há a necessidade da provisão de recursos para honrar os ajustes diários.

3.2.3– Hedge com Swap

O mercado de swaps permite a obtenção de um hedge quase perfeito, já que as partes definem seus interesses, trocando os fluxos de caixa que representem risco para seus investimentos.

A partir de 1995, todos os contratos de swap da BM&F estão reunidos em um único Contrato a Termo de Troca de Rentabilidade, procedimento este que simplificou o entendimento e o processo operacional.

Existem diversas possibilidades de se fazer swap, id est, pode-se contar com várias alternativas, dentre elas a taxa prefixada, a taxa DI de um dia, a taxa de câmbio e de dólar comercial, etc..

3.2.4– Hedge com Opções

As opções são instrumentos versáteis para a especulação, arbitragem ou hedge. A principal desvantagem ao se realizar uma trava de segurança da carteira com opções é o seu custo, no caso de compra, e o risco assumido, quando vendemos.

Muitas vezes o custo da opção – prêmio – inviabiliza o hedge, pois a venda da opção pode não proporcionar a segurança desejada, causando perdas.

Podemos dividir o hedge com opções em duas modalidades:

lPosição ou hedge estático – a posição com opções fica mantida em carteira

até o seu vencimento. Nessa modalidade não há necessidade de ajustes na operação ao longo do tempo. Quando a opção definir somente uma data futura para a realização do direito de compra ou venda, é denominada de européia.

lGestão ou hedge dinâmico – a posição com opções fica mantida em carteira

por determinado período de tempo, anterior a seu vencimento. É preciso acompanhar a eficiência do hedge dia-a-dia. Quando o exercício da opção puder ser realizado em qualquer momento do prazo estabelecido para a operação, diz-se que é uma opção americana.

3.3 – Especulação

É a estratégia adotada pelo investidor que atua apostando em uma tendência futura de preços para obter ganhos.

Podemos dizer que os participantes do mercado que usam essa estratégia aceitam correr riscos, ficam expostos a variações indesejáveis de preços e assumem os riscos do negócio. A especulação é uma atividade necessária porque absorve, por exemplo, o risco dos produtores, permitindo que os mesmos se dediquem à produção de bens ou mercadorias.

No mercado de futuros, a figura do especulador não tem o tom pejorativo das bolsas de valores. É ele quem dá liquidez ao mercado, assumindo riscos e, evidentemente, procurando realizar seus ganhos. Pode-se perceber facilmente que, se as operações com derivativos fossem praticadas tão-só por agentes que buscam proteção, a liquidez nesses mercados seria baixíssima, pois cada um dos agentes teria que encontrar outro agente econômico com uma necessidade de proteção simétrica à sua em termos de riscos, prazos e volumes.

É, pois, de se ressaltar que o especulador, com sua estratégia de assumir o risco do negócio, age no mercado de forma diversa do hedger. Normalmente as ordens de compra ou de venda do especulador são menores e, dificilmente, ele mantém posição comprada ou vendida até o vencimento porque entra e sai do mercado rapidamente.

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