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4 CESARIANA

5.2 Revisão de literatura

5.2.7 Principais fármacos utilizados no controle do ciclo estral

a) PGF2α

A PGF2α foi descoberta no início da década de 70 como um potente agente luteolítico. A partir de então, estas substâncias e seus análogos têm sido os agentes farmacológicos mais utilizados nos tratamentos para sincronização do estro em fêmeas bovinas. O sucesso da sincronização do estro com PGF2α depende da presença de um CL, já que a ação da luteolisina é provocar a regressão morfológica e funcional desta estrutura e a queda dos níveis endógenos de progesterona. Após a luteólise, o estro e a ovulação são distribuídos ao longo de seis dias e são influenciados não apenas pela responsividade do corpo lúteo, mas também pelo estágio de desenvolvimento do folículo dominante (BARUSELLI et al., 2004).

VASCONCELOS et al. (2004) afirmam que obtém-se grande taxa de regressão do corpo lúteo quando a PGF2α é injetada por via intramuscular entre os dias 6 e 17 do ciclo estral. No entanto, a PGF2α controla somente a regressão do corpo lúteo não alterando o crescimento folicular.

b) Progesterona e progestágenos

Segundo VASCONCELOS et al. (2004), as progestinas são divididas em P4 (fonte natural) e progestágenos (fonte sintética). No subgrupo P4, podemos citar os dispositivos intravaginais, e no subgrupo progestágenos, os implantes subcutâneos de norgestomet e o acetato de melengestrol, este último administrado por via oral.

Desde a década de 50 os progestágenos vêm sendo utilizados na sincronização de estros e sua função é simular uma fase lútea, permitindo

regressão do CL e, consequentemente, concentrando o estro em um curto período de tempo. No entanto, o período ideal de exposição ao progestágeno para se obter ótima fertilidade não deve ultrapassar sete a nove dias (FARIAS et al., 2004).

O tratamento com P4, quando longo (14 a 21 dias), é efetivo para sincronizar o estro, porém a fertilidade dessa ovulação é reduzida por induzir a ovulação de folículos persistentes, com conseqüente envelhecimento do oócito, que provoca baixa fertilidade. Sendo assim, deve-se associar o tratamento a estrógenos para sincronização da nova onda de crescimento folicular e à PGF2α como agente luteolítico (BARUSELLI et al. 2004).

c) Estradiol

O tratamento com estradiol, na presença de P4, induz a supressão do FSH circulante e consequentemente a atresia de todos os folículos dependentes de FSH, que recrutará os folículos de uma nova onda folicular após três a cinco dias, dependendo do tipo de estradiol (BÓ et al., 2004).

A aplicação de 1,0 a 2,0 mg de benzoato de estradiol no momento da colocação dos dispositivos de progesterona, provoca a atresia nos folículos dominantes e sincroniza a emergência da nova onda folicular. Porém, como o benzoato de estradiol possui uma vida média curta, os dispositivos poderão permanecer por um período de sete a oito dias. Portanto, o benzoato de estradiol não parece ser tão eficaz quanto o valerato de estradiol (possui uma vida média muito longa), para provocar a regressão luteínica, de modo que uma aplicação de PGF2α se faz necessária no momento em que os dispositivos são retirados (MADUREIRA, 2000).

O estrógeno pode agir como um agente sincronizador da ovulação, induzindo um pico de LH através de feedback positivo ao GnRH e consequentemente liberação de LH (MOREIRA, 2002).

Os estrógenos são capazes de induzir a luteólise pela sua capacidade de estimular a secreção endógena de PGF2α (BARUSELLI et al. 2004).

Segundo CUNNINGHAM (1999), o estrogênio diminui a amplitude de pulso e a progesterona diminui a freqüência de pulso da secreção de gonadotrofina. Isto significa que durante a fase folicular a freqüência de pulso

aumenta por causa da ausência de progesterona, e a amplitude diminui por causa da presença de estrogênio. Esta combinação de freqüência de pulso aumentada e amplitude de pulso diminuída é importante para a maturação da fase de crescimento final do folículo ovulatório.

A administração de 1 mg de benzoato de estradiol, 24 horas após a retirada dos dispositivos de progesterona, antecipa e sincroniza eficientemente a ovulação, além de diminuir o diâmetro máximo do folículo ovulatório (HAFEZ, 2004).

MADUREIRA (2000) afirma que a aplicação de 0,5 a 1,0 mg de benzoato de estradiol 24 horas após a retirada dos implantes sincroniza o estro e a ovulação, aumentando inclusive a porcentagem de fêmeas bovinas que ovulam após o tratamento.

d) Gonadotrofina coriônica eqüina – eCG

O eCG é um fármaco de meia vida longa (até 3 dias), produzido nos cálices endometriais da égua prenhe que se liga aos receptores foliculares de FSH e de LH e aos receptores de LH do corpo lúteo. O eCG cria condições de crescimento e de ovulação e seu uso tem-se mostrado compensador em rebanhos com baixa taxa de ciclicidade, em animais recém paridos e em animais com condição corporal comprometida (BARUSELLI et al. 2004).

De acordo com HAFEZ (2004), o crescimento de folículos ovarianos em fêmeas anéstricas (acíclicas) pode ser estimulado com FSH de origem hipofisária ou gonadotrofina coriônica eqüina. O FSH e o LH têm meia-vida biológica mais curta que o eCG. Assim, múltiplas injeções de FSH e LH são necessárias para estimular a quantidade de crescimento folicular e a ovulação que iria resultar de uma única injeção de eCG.

Além do FSH, uma grande dose de GnRH provoca a ovulação de um folículo maduro pela liberação de LH e FSH endógenos. Também deve-se notar que bovinos e ovinos exibem cio em resposta à injeção de gonadotrofina apenas após prévia exposição a níveis elevados de progesterona ou progestágeno sintético.

e) Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH)

O acetato de buserelina é um análogo sintético do GnRH, sendo um decapeptídeo composto de 10 aminoácidos.

Vários dos hormônios hipotalâmicos foram sintetizados e comercializados para utilização clínica. O papel do hipotálamo na reprodução envolve os efeitos acionantes dos hormônios esteróides sobre o comportamento sexual e simultaneamente o controle da secreção das gonadotrofinas hipofisárias.

O hipotálamo pode controlar o comportamento sexual de várias maneiras: fixação dos esteróides sexuais e elaboração de baixa ação da motivação sexual, controle direto da atividade sexual e satisfação sexual (HAFEZ, 2004).

O GnRH tem sido utilizado para diminuir a variação no tempo de ovulação após o tratamento com prostaglandinas, viabilizando a IATF em bovinos.

A aplicação de GnRH causa ovulação do folículo dominante presente no momento do tratamento, desde que não esteja na fase de crescimento e sim no início da fase após a divergência, e possibilitar o aparecimento de uma nova onda de crescimento folicular 2 a 3 dias após o tratamento com GnRH (MOREIRA, 2002).

O tratamento com GnRH em dias desconhecidos do ciclo estral promove a ovulação do folículo dominante presente no momento do tratamento e uma nova onda de crescimento folicular emerge após 1 a 2 dias (BARUSELLI, 2004)

A administração de GnRH ou estradiol pode induzir um pico de LH, mas a ovulação seguida da formação de um CL com vida normal pode não ocorrer a menos que este pico de LH tenha sido precedido por uma fase lútea normal ou por algum tratamento com progestágeno durante um período mínimo de 7 dias. Tratamentos envolvendo única ou múltiplas aplicações de GnRH associados a implantes de progesterona, com ou sem a remoção temporária da amamentação, podem ser usados para induzir a ovulação em vacas lactantes (MOREIRA, 2002).

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