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3. DEVELOPMENTAL STATE

4.2. BALANÇA COMERCIAL

4.2.4. Principais Parceiros Comerciais

Desde o surgimento da Coréia do Sul, os Estados Unidos tem sido o maior parceiro comercial do país – principalmente em relação ao destino das exportações. Em segundo lugar aparece o Japão, de onde boa parte das importações são procedentes. Historicamente, a Coréia manteve saldos negativos com o Japão. Em relação aos Estados Unidos, a sua posição foi se alterando de deficitário para superavitário na balança comercial. No início dos anos 1960, a Coréia era extremamente dependente do comércio com esses dois países. Mas ao longo do processo de desenvolvimento vai gradativamente aumentando o número de parceiros comerciais e diminuindo a sua dependência em relação ao Japão e os Estados Unidos.

Em 1965 os Estados Unidos eram os grandes responsáveis pela importação de bens coreanos no mundo. 35,24% do total das exportações da Coréia era adquirido pelos americanos, enquanto os japonese compravam 25,5%90 (Gráfico 3).

Os parceiros regionais (excluindo o Japão) mais importantes eram Hong Kong (6,22%), Tailândia (2,48%) e Taiwan (1,17%). Dentre os países europeus destacavam-se a Suécia (3,11%), Holanda (2,52%), Reino Unido (2,34%), Bélgica (2,21%) e Alemanha (2,05%). Em 1991, os principais importadores de produtos coreanos foram Estados Unidos (25,82%), Japão (17,19%), Hong Kong (6,64%), Alemanha (4,44%), Singapura (3,76%), Reino Unido (2,46%), Canadá (2,33%) e Taiwan (2,24%). Entre 1965 e 1991 o Canadá foi o destino de 2,87% das exportações coreanas, em média por ano.

90 Os dados sobre comércio por país são do Korea International Trade Association. Acesso em

http://kosis.kr. Os registros da série se iniciam em 1965 e contabiliza as transações com uma lista de 247 países.

Fonte: Korean Statistical Information Service (2015).

Em relação as exportações, o auge da dependência do comércio com Japão e Estados Unidos foi em 1970 quando somados os dois países adquiriram três quartos das exportações coreanas. Entre 1972 e 1973 os Estados Unidos tem sua participação reduzida de 46,7% para 31,6%, ao passo que o Japão amplia a sua participação na compra de exportados coreanos de 25,1% para 38,5%. O ano de 1973 é o único da série entre 1961 e 1991 em que os Estados Unidos não é o principal destino dos produtos coreanos. Entre 1973 e 1982, a participação dos Estados Unidos é de 30% do total exportado – média inferior ao período entre 1965 e 1972 quando foi de 45,2%. Ao final da série, em 1991, os Estados Unidos eram responsáveis por adquirir um quarto das exportações do país. A participação do Japão também é declinante ao longo do tempo. Atinge o pico em 1973, tem sua participação diminuída paulatinamente até 1983 quando adquiriu 13,7% do total das exportações coreanas. Entre 1984 e 1991, oscilou sua participação na média de 17%. Esses dados mostram o quão dependente a Coréia do Sul era em relação a esses dois países. Ainda que tenha conseguido diluir essa dependência ao longo do período, somados esses dois países nunca responderam por menos de 42% das exportações sul coreanas.

A participação dos principais parceiros europeus91 na compra de produtos

coreanos mantem-se mais ou menos estável ao longo do período. A partir de 1971, quando juntos eram o destino de 7,16% das exportações coreanas, começam a crescer em participação até alcançar 14,5% em 1975. Até o final da série, os países europeus participariam em média como destino de 12% das exportações coreanas.

Os principais parceiros asiáticos92 também tiveram sua participação mais ou menos inalterada durante boa parte do período. No final da série, todavia, apresentam tendência de aumento – puxados por Singapura, o início do processo de abertura econômica chinesa e por Hong Kong. Entre 1965 e 1987, esses países importam, em média, 8,6% do total das exportações coreanas. Mas entre 1988 até 1991, tem sua participação ampliada até atingir 18,7% em 1991 – média de 15% nesses quatro anos. Esses dados mostram uma gradual diminuição da dependência da exportação coreana em relação a Japão e Estados Unidos. Todavia um selecionado de países europeus e asiáticos manteve mais ou menos sua participação constante. Isso sugere que a Coréia do Sul teve o número de parceiros comerciais ampliado, ao invés de aumentar sua participação no comércio regional ou na Europa.

Na ótica das importações coreanas, é possível também observar uma redução da dependência sobre Japão e Estados Unidos (Gráfico 4). Nesse caso, o maior parceiro é o Japão. Entre 1965 e 1979, em média, 39% das importações coreanas vinham do Japão. Em 1967, quase metade das importações coreanas foram abastecidas por produtos japoneses. Mas entre 1980 e 1985, a participação japonesa cai para uma média de 24%. Em 1986 atinge um novo pico (34,4%), mas vai perdendo participação até fechar a série em 1991 com 25,9%. Os Estados Unidos têm, entre 1965 e 1991, sua participação nas importações coreanas lentamente reduzida. Em 1965, 39% das importações coreanas vinha dos EUA. Até 1978 tem sua participação reduzida para 20,3% e a partir de então, mantem-se numa média de 22% até 1991. Destacamos ainda a Alemanha, que tem média mais ou menos estável, fornecendo 3,38% do total das importações da Coréia ao longo de todo o período; e a Austrália, que a partir de 1973 passa a ser um parceiro importante, responsável, em média, por 3,16% das importações coreanas entre 1973 e 1991. Dos países produtores de petróleo destaca-se a Arábia Saudita. Entre

91 São considerados Suécia, Holanda, Reino Unido, Alemanha, França e Bélgica.

1973 e 1991, 6,6% das importações coreanas, em média, eram oriundas do país árabe.

Fonte: Korean Statistical Information Service (2015).

A média de importações coreanas oriundas dos principais parceiros comerciais europeus entre 1965 e 1991 ficou estável: em torno de 8% do total importado pela Coréia. Os países asiáticos também tiveram sua participação estável até 1984, quando começa a ganhar importância como fornecedor de produtos para a Coréia. Entre 1965 e 1983, os países asiáticos forneceram 8,39% das importações coreanas. Entre 1984 e 1991 essa participação sobe para 12%, em média.

Os países da OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries) tem sua participação ampliada durante o período dos dois choques do petróleo. Entre 1974 e 1983, os países da OPEC forneceriam 18,4% do total das importações coreanas do período. Em 1980, mais de um quarto das importações coreanas vieram de países da OPEC.

Segundo os dados da Korea International Trade Association, numa lista de 247 países, em 1965 a Coréia exportava para apenas 42 deles. A partir de 1970, todavia, o número de países que recebem exportações coreanas começa a aumentar significativamente. Em 1970, 95 países adquirem bens coreanos – um

aumento de 50% em relação ao ano anterior. E já em 1972 a Coréia exporta seus produtos para 131 países. Até o ano de 1991, a Coréia vai ampliando seus parceiros comerciais até alcançar 199 países importadores de seus produtos.

A mesma tendência podemos observar quanto a diversificação de fornecedores das importações coreanas. Em 1965, a Coréia importava bens de apenas 36 países, dentre os 247 listados. Esse número quase dobra em 1970 (67 países) e a partir de então começa a subir lentamente – mais lentamente do que no caso das exportações. Em 1973, a Coréia importa produtos de 101 países diferentes. O crescimento do número de parceiros segue até alcançar 177 países fornecedores de bens para a Coréia em 1991.

Outro dado aponta também para a diversificação de parceiros comerciais. Em 1965, apenas 12 países tinham participação superior a 1% das exportações coreanas. Esse número chega a reduzir para 8 em 1972, mas vai paulatinamente aumentando. Atinge 20 países em 1982 e termina a série em 1991 com 19 países. Esse dado aponta que mais países vão adquirindo maior relevância na compra de produtos coreanos, tornando o país menos dependente de um único parceiro comercial. O mesmo movimento é observado nas importações coreanas. Em 1965, apenas 7 países tinham participação maior de 1% nas importações coreanas, o que constata um alto grau de dependência. Esse número dobra em 1971, chega a 20 em 1985 e termina a série com 18 países com participação maior de 1% nas importações coreanas.