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Considera-se poluente atmosféricos qualquer substância presente no ar e que, a depender de sua concentração, possa torná-lo impróprio, ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. O nível de poluição do ar é avaliado através das substâncias poluente presentes, e que o tornam nocivo à saúde pública e prejudicial aos materiais, à fauna e a flora. Os poluentes incluem qualquer elemento ou compostos químicos, naturais ou artificiais, capazes de permanecer em suspensão no ar ou ser arrastado pelo vento. Essas substâncias podem existir na forma de gases, no estado líquido, em forma de gotas ou de partículas sólidas. Assim, a seguir serão descritas algumas características dos principais poluentes atmosféricos.

 Material Particulado - As partículas totais em suspensão podem ser definidas como sendo partículas com diâmetro aerodinâmico equivalente inferior a 100µ. Outro parâmetro adotado são as partículas inaláveis, com diâmetro aerodinâmico equivalente menor ou igual que 10µ. Dentre as partículas inaláveis, as mais grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratório. Dentre estas, as mais finas, penetram mais profundamente. As submicrômicas podem inclusive atingir os alvéolos pulmonares. De acordo com recentes estudos da Organização Mundial de Saúde – OMS, foi estimado que 6% das mortes na Europa (1 em cada 17 mortes) são causadas por exposição a material particulado oriundo da

40.000 mortes prematuras causadas por poluição atmosférica na Áustria, Suíça e na França, relacionadas às emissões veiculares de material particulado, (KUNZLI et al, 2000). Esses estudos demonstram a prioridade de um planejamento do setor de transporte, levando-se em consideração a poluição atmosférica causada por material particulado, (LONDON HEALF COMMISION, 2000).

 Dióxido de Carbono - Principal produto dos processos de combustão de combustíveis fósseis e de outros materiais combustíveis que contenham carbono. Ressalta-se a importante contribuição das emissões deste poluente são provenientes dos processos fermentativos naturais, como por exemplo a decomposição dos vegetais na natureza. Os principais problemas acarretados pelo CO2 estão relacionados com as alterações climáticas, (BRAGA, 2002).

 Monóxido de Carbono - Proveniente da combustão incompleta de materiais fósseis como petróleo e carvão, emissões biogênicas, oceanos, oxidação de compostos metânicos e não metânicos e ainda, da queima de biomassa, este gás é muito nocivo à saúde humana. Segundo STERN (1994) exposição ao CO pode agravar as doenças já existentes de pulmão e coração. Altas concentrações reduzem a absorção de oxigênio pelo sangue, podendo até causar a morte. Seus efeitos são mais danosos nos fetos, recém nascidos, idosos e os doentes, porém qualquer pessoa pode estar sujeita aos seus efeitos, se a dose for elevada.

 Dióxido de Enxofre - Oriundos da queima de combustíveis fósseis, queima de biomassa e vulcões. O ar poluído com dióxido de enxofre agrava as infecções respiratórias, ataca árvores e plantas e material de construção. O SO2 agrava as doenças respiratórias preexistentes e também contribui para seu desenvolvimento. Sozinho provoca irritação no sistema respiratório e, absorvido em partículas pode ser conduzido mais profundamente, podendo causar danos nos tecidos do pulmão, (STERN, 1994).

 Óxidos de Nitrogênio - São provenientes de motores de combustão (aviões, fornos, incineradores, etc.), do emprego excessivo de certos fertilizantes, iluminação e de instalações industriais. No caso dos óxidos de nitrogênio (NO e

NO2), somente o NO2 é motivo de preocupação por si mesmo. Devido à sua baixa solubilidade, é capaz de penetrar profundamente no sistema respiratório, podendo dar origem às nitroaminas, algumas das quais podem ser carcinogênicas. Este poluente é gerado a partir dos processos de combustão ou de processos de descargas elétricas na atmosfera, (BRAGA, 2002).

 Poluentes Orgânicos - Os poluentes orgânicos são provenientes de um grande número de fontes, tanto naturais quanto antropogênicas. Enquanto as fontes naturais ocorrem, por exemplo, através de processo de fermentação, as emissões antropogênicas são, de modo geral, provenientes de áreas industrializadas, (NEVES, 1999). Além de seu papel como um dos precursores na formação de ozônio troposférico e outros produtos de reações fotoquímicas, os poluentes orgânicos específicos também são de grande interesse devido aos efeitos diretos associados à sua exposição, sendo eles: depressão do sistema nervoso central – SNC, cefaléia, tonturas, fraqueza, espasmos musculares, vômitos, dermatites, fibrilação ventricular, convulsões, coma e até a morte quando existe exposição prolongada, (STERN, 1994).

 Ozônio - Segundo STERN (1994), o ozônio é um oxidante secundário formado no SMOG FOTOQUÍMICO. É considerado o maior poluente fitotóxico atmosférico existente, onde provoca redução na colheita e no crescimento de árvores, porque inibe a fotossíntesse. Provoca irritação nas vias respiratórias, dor de cabeça, tontura cansaço e tosse. Não existem emissões antropogênicas significantes de ozônio na troposfera, sendo produzido principalmente a partir de reações fotoquímicas, envolvendo emissões naturais e antropogênicas, de óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos não metânicos. Alta temperatura e luz solar são condições termodinâmicas adequadas para a formação de O3 em áreas urbanas. O smog afeta a visibilidade, além dos outros danos à saúde, causados pelo ozônio, que são inúmeros: pode provocar ressecamento das membranas mucosas da boca, nariz e garganta, dor de cabeça, alterações na visão, ardor nos olhos, mudanças funcionais no pulmão e edema. Pode agravar problemas respiratórios existentes, como a asma, e aumentar a suscetibilidade à infecção pulmonar. Algumas pessoas apresentam náusea, tosse e dor no peito

após exposição ao ozônio. Seus efeitos podem ser agudos (imediatos) ou crônicos (em longo prazo). É o ozônio, dentre os poluentes convencionais, que causa maiores danos às plantas. Além disso, deteriora as tintas à base de óleo, produtos de borracha, pintura de automóveis, etc., (SEINFELD & PANDIS, 1998).