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Fonte: Desenvolvido pela autora.

Ou seja, a gestão da comunicação, de acordo com as pesquisas, vem impactando de forma negativa os resultados dos projetos (problema). O foco da pesquisa está em identificar se de fato há uma relação entre a gestão da informação e a gestão de projetos. Se tal relação for verdadeira, significará que um aperfeiçoamento no processo de gestão da informação poderá influenciar na melhoria da gestão de projetos e consequentemente dos seus resultados.

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Diante da problemática exposta anteriormente, é explicitado a seguir o propósito principal desta pesquisa e são detalhados seus objetivos específicos.

GESTÃO COMUNICAÇÃO DEFICIENTE NO AMBIENTE

PROJETOS (Geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e organização da informação) IMPACTO NEGATIVO NOS RESULTADOS DOS PROJETOS

+

Melhor Gestão Melhor Gestão

GESTÃO DA INFORMAÇÃO NOS PROJETOS GESTÃO DE PROJETOS Aperfeiçoar processo (Técnicas)

=

RESULTADOS MELHORES PROJETOS Sim P R O B L E M A P E SQ U IS A

Qual a relação existente entre o processo de gestão da

informação e o desempenho dos projetos? Relação verdadeira? Problema de Pesquisa: P R O B L E M A

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral da pesquisa é identificar a relação entre o processo de gestão da informação e o desempenho dos projetos empresariais.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para alcançar o objetivo acima, alguns objetivos específicos foram definidos:

• Caracterizar a gestão da informação no ambiente de projetos; • Definir, a partir da literatura existente, constructos que

permitam avaliar o processo de gestão da informação;

• Determinar níveis de maturidade para o processo de gestão da informação;

• Identificar a relação entre o nível de maturidade do processo de gestão da informação no ambiente de projetos e sua interferência no desempenho dos projetos empresariais. 1.3 JUSTIFICATIVA

As disciplinas gestão de projetos e ciência da informação, com seus objetos de estudo, projetos e informação, respectivamente, vêm se destacando nos últimos anos em virtude das diversas variáveis envolvidas no atual cenário organizacional (citadas no item 1.1), as quais fazem com que as empresas tenham de responder de forma cada vez mais rápida e eficiente aos estímulos externos, visando sua própria sobrevivência. Neste contexto, a gestão de projetos e a gestão da informação se projetam como mecanismos capazes de garantir estas respostas.

Na medida em que estes temas ganham força, naturalmente, surgem diversos estudos sobre os mesmos. Separadamente, muitos são as publicações acadêmicas que permeiam a literatura nacional e internacional, entretanto, ainda são poucas as pesquisas direcionadas a compreensão da informação dentro do ambiente de projetos. Contudo,

este interesse vem, mesmo que timidamente, aumentando, na medida em que se percebe que os projetos são grandes produtores e consumidores de informação e que a gestão adequada da informação pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de um projeto. Especificamente, dentro da área da Ciência da Informação, a importância gradativa destes estudos, pode ser constatada nos dados obtidos em um breve levantamento bibliográfico6, no qual foram encontrados 53 artigos específicos sobre o tema. O primeiro artigo encontrado é de 1994, entretanto a maior parte das publicações (77%) se deu a partir de 2005, com uma média de nove publicações anuais. Destaque para um estudo realizado por Peter C. Lierni e Vicent M. Ribière em 2008, exatamente sobre a relação entre a melhoria da gestão de projetos e o uso da gestão do conhecimento, sendo este, de acordo com os autores, o primeiro estudo empírico sobre o tema. Os resultados revelaram a influência da gestão do conhecimento na melhoria da gestão de projetos. Os autores ressaltaram a carência de publicações acadêmicas focadas no papel e na utilização da gestão do conhecimento para melhorar a gestão dos projetos e apresentaram alguns poucos estudos encontrados:

• Snider e Nissen (2003) - apontam para a natureza estática e

explícita do PMBOK® e apresentam um modelo

multidimensional do fluxo de conhecimento que inclui o conhecimento criado e compartilhado por meio de interações sociais.

• Koskinen (2004) - analisou os diferentes tipos de conhecimentos necessários no contexto do gerenciamento de projeto.

• Owen et al. (2004) - propõem um modelo de reutilização do conhecimento em um ambiente de gerenciamento de projetos,

6 A pesquisa em questão foi realizada por meio do provedor CSA ILLUMINA, especificamente, na base de dados Library and Information Abstracts ( LISA) por se tratar de uma das bases de dados referencial internacionais mais acessadas na área de Ciência da Informação. A estratégia de busca foi dividida em dois momentos: primeiro foi pesquisado o termo “Project management”, a qual retornou 509 publicações, sendo 297 Peer-Reviewed Journals; em um segundo momento foi refinada a busca utilizando a seguinte consulta “(project management) and ((information management or knowledge management))”, a qual retornou 98 publicações, sendo 53 Peer-Reviewed Journals, as quais foram analisadas detalhadamente.

onde o conhecimento é absorvido em um nível tático e flui para um nível estratégico.

• Newell et al. (2006) - explorou a transferência do conhecimento entre projetos com base nas informações e comunicação (TIC).

• Haddad e Ribière (2007) – estudou sobre os benefícios e a viabilidade da implementação da gestão do conhecimento na aquisição de projetos de software.

• Horner Reich (2007) apresentou um quadro identificando as principais áreas onde os riscos relacionados ao conhecimento ocorrem.

Outro destaque é para um estudo realizado por Monteiro (2006), dentro da área da Ciência da Informação, o qual, por meio de uma pesquisa bibliográfica, desenvolveu um modelo conceitual de gestão da informação, a ser aplicado na gestão de projetos empresariais com o objetivo de promover o aprendizado organizacional.

Por conseguinte, considerando o problema apresentado, a baixa produção acumulada na temática desta pesquisa, sua importância no contexto organizacional atual e sua recorrência em seminários e congressos da área, bem como as lacunas existentes, este estudo, somado a outras pesquisas, representará uma pequena contribuição teórica para a evolução dos temas aqui abordados.

Por outro lado, a pesquisa busca também, subsídios práticos para compreender e, na medida do possível, transformar a realidade envolvida na problemática apresentada, já que está voltada para a solução de um problema específico vivenciado hoje por diversas organizações – a comunicação apontada como uma das principais causas da alta taxa de fracasso dos projetos auferidos pelas mesmas, contribuindo dessa forma, para orientar as ações em busca de uma gestão mais eficaz da informação dentro do ambiente de projetos que corrobore com o melhor desempenho dos projetos empresariais.

A apresentação da pesquisa foi dividida em cinco (5) capítulos, visando facilitar sua leitura e entendimento. O capítulo um (1) apresenta uma introdução em relação ao tema/problema e o contexto onde a pesquisa está inserida, seus objetivos e a justificativa que suportou o desenvolvimento da mesma. No capítulo dois (2), com base em uma revisão de literatura, são elucidados, de forma sucinta, os principais conhecimentos e estudos existentes sobre os temas relacionados à pesquisa – gestão da informação e gestão de projetos, visando aumentar a compreensão sobre os temas abordados e contextualizá-los dentro dos objetivos deste estudo. O capítulo três (3) descreve os procedimentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, os quais buscam garantir a coerência, consistência e confiabilidade dos resultados obtidos. Os resultados da pesquisa são apresentados e discutidos no capítulo quatro (4) e cinco (5), mediante o confronto dos objetivos e conhecimentos relacionados ao tema e a realidade pesquisada. Por fim, o último capítulo (6) apresenta as considerações finais, limitações da pesquisa e sugestões para estudos futuros.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica que serviu de base para o desenvolvimento desta pesquisa versará sobre áreas de informação, gestão da informação e gerenciamento de projetos. Serão apresentados, de forma sintética, o contexto teórico no qual a pesquisa se insere, bem como os principais conceitos, autores e ideias relacionadas às referidas áreas.

2.1 ABORDAGEM HISTÓRICO-CONCEITUAL DA

INFORMAÇÃO

Informação é o tema central deste trabalho, para tal, é imperativo fazer uma reflexão histórica sobre os principais acontecimentos que contribuíram para a valorização da informação no contexto atual, bem como uma reflexão conceitual, já que o termo confunde-se, dentro de uma gama de conceitos e definições, como veremos a seguir.

2.1.1 Conceitos e definições

A informação e o conhecimento sempre estiveram presentes na vida do ser humano – na luta pela sobrevivência, na criação das cidades, nas revoluções sociais e industriais, nas guerras, nas destruidoras bombas e armas nucelares e nos inúmeros descobrimentos - e, permitiram, dentro de um processo evolutivo, a compreensão, o desenvolvimento e a evolução do mundo, com seus sabores e dissabores. Esta evolução segundo os historiadores econômicos ocorre da seguinte forma:

Novos conhecimentos levam a novas tecnologias, as quais, por sua vez, levam a mudanças econômicas; que, consequentemente, geram mudanças sociais e políticas, as quais, em última instância, criam um novo paradigma ou visão de mundo (CRAWFORD, 1994, p. 16).

E assim, neste caminhar, o homem passou de uma economia tribal de caça, aproximadamente há 8000 anos, para uma economia agrícola e desta, migrou para uma economia industrial, há 250 anos. E agora, transita para uma economia baseada na informação e no conhecimento (CRAWFORD, 1994), inaugurando uma nova era – a era da informação e do conhecimento7. Esta nova era é caracterizada, sobretudo, pela intensidade, velocidade e quantidade de informação e conhecimento disponíveis, os quais passam a definir, mais que os outros fatores, as oportunidades de desenvolvimento, tornando-se os responsáveis pela geração de riqueza e, por consequência, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais (TAKAHASHI, 2000; VALENTIN, 2002; VERAS, 2006). Pela primeira vez na história, a mente humana é uma força produtiva direta, não apenas um elemento decisivo do sistema de produção, onde o conhecimento é o que impulsiona o ser humano e mantém a organização social capacitada para enfrentar o desafio de sobreviver e se desenvolver (CASTELLS, 2005; VERAS, 2006).

Para entender o papel da informação nesse contexto, é importante compreender o que de fato é informação. Este conceito como ressalta Saracevic (1974), se modifica de disciplina para disciplina, confirmando assim as ramificações complexas e as muitas manifestações a ele associadas. Aqui, o termo é discutido à luz da Ciência da Informação. Entretanto, seja em qualquer disciplina, é impossível falar de informação, sem mencionar o conceito de dado e conhecimento, pela proximidade dos seus significados. Como destaca Fernández-Molina (1994) é difícil fazer a distinção entre estes três elementos, porque ela será nitidamente imprecisa. Informação é um termo que envolve todos os três, além de servir como conexão entre os dados brutos e o conhecimento que se pode eventualmente obter. No entanto, serão apresentados conceitos de autores que tendem a convergir para uma ideia única do que significa cada um dos termos. Sugerindo uma escala de valores, inicia-se com dado, em seguida informação e por fim conhecimento.

7 Não há um consenso na literatura quanto a esta denominação. Segundo Braga (2004 apud CARVALHO, 2006) há pelo menos 18 rótulos para designar tal período, contudo, os termos acima são os mais comuns. De acordo com Takashi (2002), o termo “Sociedade da Informação” surgiu na década de 1970, especialmente no Japão e nos EUA, no âmbito de discussões sobre o que seria a “sociedade pós-industrial” e quais seriam suas principais características, já a noção de “Sociedade do Conhecimento” é mais recente, surgiu no final dos anos de 1990. Neste trabalho será utilizado o termo “sociedade da informação e do conhecimento”.

Para Davenport (1998), Miranda (1999) e Robredo (2003), dados são definidos como uma série de observações, medidas ou fatos na forma de números, palavras, sons e/ou imagens sobre o estado do mundo. São passíveis de estruturação, quantificação e transferência. Os dados não possuem significado próprio, mas quando organizado, agrupado, categorizado e padronizado adequadamente, dentro de um contexto, transformam-se em informação.

A informação, por sua vez, dentro da Ciência da Informação, pode ser entendida, caracterizada e classificada, de acordo com Buckland (1991) como processo, conhecimento ou coisa, conforme apresentado abaixo no esquema 2: