• Nenhum resultado encontrado

Capítulo II – Problematização e metodologia

2.1. Problematização

A presente investigação centrou-se no processo de avaliação formativa na disciplina de Geografia, em conformidade com o Despacho normativo n.º 1/2005 de 5 de janeiro, republicado nos Despachos normativos n.º 6/2010 de 19 de fevereiro, e n.º 14/2011 de 18 de novembro de 2011 e as orientações curriculares do CNEB (2001), numa situação de inovação onde foram utilizadas ferramentas digitais no desenvolvimento da literacia geográfica dos alunos.

“A avaliação no ensino básico como, aliás, em todos os níveis de ensino – é uma questão complexa, em permanente discussão e geradora de muitas tensões. A avaliação é um elemento integrante e regulador das práticas pedagógicas, mas assume também uma função de certificação das aprendizagens realizadas e das competências desenvolvidas”. (Abrantes, 2002, p. 9)

O ensino da Geografia segue as orientações curriculares criadas para desenvolver uma nova visão de currículo afastando-se da mera transmissão de conteúdos, pretendendo-se que passe a desenvolver aprendizagens que integrem conhecimentos, capacidades, atitudes e valores a desenvolver pelos alunos, através de experiências educativas diversificadas ajustadas ao contexto da turma e às necessidades de cada aluno.

As experiências educativas proporcionadas deverão ser diversificadas, abranger trabalho de campo, trabalho de grupo, de pesquisa e visitas de estudo, visando envolver o aluno nas tarefas, colaborando na construção da sua aprendizagem, sendo um elemento ativo que pensa e reflete, desenvolvendo as capacidades cognitivas e metacognitivas. Por sua vez, num mundo global em que as tecnologias assumem relevada importância, em que é exigido ao cidadão a capacidade de se adaptar a este mundo em mudança, estando disponíveis cada vez mais recursos educativos, consideramos pertinente o uso das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem.

A Geografia assume, atualmente, a responsabilidade de através da educação geográfica dar um contributo precioso para a formação de jovens com competências e capacidades para resolver problemas, tomar decisões, e tomar posição crítica e reflexiva

em relação ao seu comportamento e às relações sociais e ao Mundo que os rodeia. A aprendizagem em Geografia, no final do ensino básico, deverá permitir aos alunos a apropriação de um conjunto de competências que os tornem geograficamente competentes para melhor compreender o espaço e atuar sobre ele.

A necessidade de uma nova postura individual e coletiva confere à Geografia grande responsabilidade na formação integral e desenvolvimento dos jovens. A educação geográfica deve proporcionar aos discentes a curiosidade científica, a criatividade e a inovação, a formulação de pequenas questões de investigação sobre problemas da atualidade, a pesquisa, a procura de soluções para os problemas atuais e futuros de ordenamento e organização do espaço a diferentes escalas. Esta compreensão favorecerá o seu papel cívico na sociedade, a educação social, ética, humanística, politica, estética e ambiental, conhecer, dar resposta, explicar e problematizar acerca dos fenómenos que ocorrem a diferentes escalas, local, nacional, internacional e global.

A educação geográfica constitui uma mais-valia na formação dos indivíduos, para o exercício da cidadania, com respeito pelos Direitos Humanos, o Desenvolvimento Sustentável e o Desenvolvimento Humano. E pretende desenvolver competências de intervenção territorial, numa perspetiva de cidadania. Deste modo a Geografia assume um papel educativo tanto académico como na formação para a cidadania, e desenvolvimento da literacia geográfica que constitui prioridade no século XXI.

O estudo dos temas propostos pelo currículo do ensino básico, definidas nas orientações curriculares, numa interação Homem, Ambiente e Desenvolvimento, permitem o desenvolvimento de atividades motivadoras, sobre temáticas do mundo atual, através de tarefas realizadas com apelo à descoberta e pesquisa, com recurso às tecnologias, permitem a aquisição de conceitos básicos e essenciais e o desenvolvimento de competências, habilidades, e opiniões pessoais, facilitando a mobilização das aprendizagens, na compreensão do espaço a diferentes escalas, na explicação dos fenómenos que nele ocorrem, tanto físicos como humanos, no sentido da tomada de decisões na sua resolução a diferentes escalas. Promovendo desta forma o seu empenhamento na procura de soluções para problemas locais, regionais, nacionais e internacionais, relacionadas com os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável e

humano, conforme o preconizado na Carta Internacional de Educação Geográfica (1992).

Tanto a Comissão da União Geográfica Internacional em Educação Geográfica como a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DNUEDS) 2005-2014, encaram a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) como um compromisso da parte do indivíduo perante mudanças ambientais e sociais. Uma educação virada para a compreensão da relação entre o indivíduo, a natureza e a sociedade contribui para “um futuro sustentável e para uma transformação positiva da sociedade”. A educação – incluindo a educação geográfica – terá como objetivo criar um conhecimento maior sobre o mundo, assente em valores que promovam comportamentos ecológica, económica e socialmente positivos, a fim de se aperfeiçoarem os estilos de vida das pessoas e contribuir para um mundo melhor e sustentável.

A aprendizagem em Geografia permitirá a apropriação de conhecimentos, valores e atitudes, que serão fulcrais no desenvolvimento mundial. Poder-se-á aproveitar as ferramentas digitais, como meio de pesquisar e obter informação e desenvolver competências no sentido de uma educação com um conhecimento mais real sobre as culturas inerentes às nações do mundo. Compreender os motivos que separam o mundo em países desenvolvidos e em desenvolvimento e assim desenvolverem uma consciência informada e atuante na compreensão e resolução de problemas e também nos efeitos da globalização.

Neste contexto é a educação das pessoas que assume maior importância na visão dos educadores, que acreditam que a formação e a educação são fundamentais para transformar o mundo, através da adoção de atitudes e comportamentos de tolerância e respeito pelos outros, na construção de uma sociedade mais justa, no sentido de passar à prática as intenções definidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e na Declaração Universal da Educação para o Desenvolvimento, proclamadas pelas Nações Unidas.