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4 METODOLOGIA

4.1 Procedimento de coleta das informações

A pesquisa qualitativa possui, basicamente, duas categorias de procedimentos para a eleição dos dados, conforme Appolinário (2009, p.85):

A primeira refere-se ao local onde os dados são coletados (estratégia-local) e, neste item, há duas possibilidades: campo ou laboratório. [...] A segunda estratégia refere-se à fonte dos dados: documental ou campo. Sempre que uma pesquisa se utiliza apenas de fontes documentais (livros, revistas, documentos legais, arquivos em mídia eletrônica), diz-se que a pesquisa possui estratégia documental. Quando a pesquisa não se restringe à utilização de documentos, mas também se utiliza de sujeitos (humanos ou não), diz-se que a pesquisa possui estratégia de campo.

Para o levantamento das informações desta pesquisa, especificamente no que se refere a política Educacional Inclusiva, quatro caminhos foram elegidos, a saber: primeiramente, realizamos uma busca no sítio http://www4.planalto.gov.br/legislacao/, do

conjunto normativo em âmbito federal (Códigos, Leis Ordinárias, Decretos etc.), acessando a aba “pesquisa de legislação”. Tal busca objetivou identificar na legislação brasileira as normativas, com suas respectivas ementas, que traçam diretrizes sobre a política de inclusão para pessoas com deficiência no contexto educacional. Vejamos o Quadro 1, a seguir:

Quadro 1 – Documentos normativos que tratam da política de inclusão educacional brasileira com suas ementas e itens relacionados à Educação Superior no período de 1988 a 2018

Documento Normativo por

ordem cronológica Ementa Item/Diretriz relacionado a Educação Superior

Constituição Federal de 1988 Constituição da República Federativa do Brasil Artigo 207 e 208

Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa

Portadora de Deficiência – Corde

Artigo 2º, inciso I, alíneas f e inciso IV, alínea b.

Portaria n.º 1.793, de dezembro de 1994

Necessidade de complementar os currículos de formação de docentes e outros profissionais que interagem com portadores de necessidades

especiais. Artigos 2º e 3º

Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (Decreto no 5.622, de 19 de dezembro de 2005 - regulamenta o art. 80)

Artigos 1º, 4º, inciso III. Artigos 43 ao art. 57 Educação Especial: art. 58 ao art. 60

Aviso Circular nº 277 MEC/GM 08 de maio de 1996

Execução adequada da política educacional dirigida aos portadores de

necessidades especiais e adequação estrutural das IES. Documento não organizado por artigos, sendo considerado em sua completude.

Decreto nº. 3.298 de 20 de

dezembro de 1999 Regulamenta a Lei n

o 7.853, de 24 de outubro de 1989 Documento considerado em sua completude, visto que o regulamento tem como objetivo pormenorizar

determinados assuntos disposto na Lei.

Lei no 10.048 de 8 de novembro de 2000

Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências (regulamentação por meio do Decreto nº 5.296 de 2 de

dezembro de 2004)

Artigo 4º. Tal regra legal é aplicável às Instituições de Ensino Superior - IES.

Lei no 10.098 de 19 de dezembro de 2000

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências (Regulamentação por meio do Decreto

nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004)

Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Lei nº 10.436 de 24 de abril 2002

Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras

providências (Regulamentação por meio do Decreto 5.626/2005). Artigo. 4º

Portaria do Ministério da Educação-MEC no 3.284 de

07 de novembro de 2003

Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de

reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições. Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Lei nº.10.845 de 5 de março de 2004

Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá outras

providências.

Art. 1º inciso II

Lei nº.10.861, de 14 de abril de 2004

Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES (Regulamentado pelo Decreto 9.235 de 15 de dezembro de 2017)

Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Decreto nº 6.096 de 24 de

abril de 2007 Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI.

Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Programa Incluir (2008) Decretos nº 5.296/2004 e nº 5.626/2005 e no edital INCLUIR 04/2008 Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação

Inclusiva instituída pelo MEC/SEESP (2008)

Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Decreto nº. 7.234 de 19 de julho de 2010

Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011

Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências (revogou o Decreto no 6.571, de

17 de setembro de 2008).

Art. 5º, parágrafo 2º, inciso VII.

Decreto nº 7.612 de 17 de

novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano

Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012

Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições

federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES.

Lei nº. 13.005 de 25 de junho

de 2014 Plano Nacional de Educação – PNE Artigo 4º, suas metas e estratégias

Lei nº. 13.146 06 de julho de

2015 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa Com Deficiência-LBI Art. 1º e seguintes.

Artigo 27 ao art. 30.

Lei nº. 13.409 de 28 dezembro de 2016

Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, para dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível

médio e superior das instituições federais de ensino.

Documento considerado em sua completude por ser aplicável às IES

Num segundo momento, restringimos tal investigação ao âmbito local, desse modo concentramos nossa pesquisa no portal da UFRN (https://www.ufrn.br/) acessando, especificamente, a aba "Institucional" e, em seguida, o ítem "Documentos". Direcionamos nosso olhar para a identificação e o conhecimento das normativas instituídas pela UFRN no contexto de sua política de inclusão para pessoas com deficiência e outras Necessidades Específicas. Vejamos o Quadro 2, a seguir:

Quadro 2 – Normativas da UFRN relacionadas à política de inclusão para pessoas com deficiência e outras necessidades específicas no período de 2010 a 2018

Ano Documento Normativo organizado por ordem cronológica

(2010-2018) Ementa

2010

Plano de Desenvolvimento Institucional (2010 -2019).

Plano de Desenvolvimento Institucional aprovado pelo CONSUNI33 por meio da Resolução 015 de 27 de outubro de 2010 (atualizado por meio da Resolução 019/2015-CONSUNI)

Portaria nº. 203/10-Reitoria34, de 15 de março de 2010 Institui a Comissão de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais na UFRN.

Resolução nº. 193/2010-CONSEPE, de 21 de setembro de 2010. Dispõe sobre o atendimento educacional a estudantes com necessidades educacionais especiais na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

2011 Portaria nº. 1.169/2011 – Reitoria, de 19 de setembro de 2011. Institui comissão para constituírem uma banca especial para o vestibular 2012, com a finalidade de analisar os requerimentos dos candidatos ao vestibular com NEE.

2012

Portaria nº. 001/2012-PROGRAD, de 12 de março de 2012. Institui comissão para elaborar uma proposta de formação continuada em educação para pessoas com NEE na UFRN.

Portaria nº. 1.456/2012 – Reitoria, de 13 de setembro de 2012. Institui comissão para constituírem uma banca especial para o vestibular 2013, com a finalidade de analisar os requerimentos dos candidatos ao vestibular com NEE.

33 São quatro os Conselhos Superiores da UFRN: Conselho Universitário – CONSUNI; Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE; Conselho de Administração – CONSAD; e Conselho de Curadores – CONCURA.

34 Devido a Comissão Permanente de Apoio Estudantes com Necessidades Educacionais estar vinculada ao Gabinete da Reitoria, as orientações normativas (Portarias e Resoluções) são da competência desta, conforme Regimento da UFRN (UFRN, 2002, art. 39, incisos XI, XX e XXI). Isso justifica a escolha e identificação dos referidos atos normativos.

2013

Resolução nº. 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013 (Alterado pela Resolução 037/2019).

Aprova o Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN.

Estabelece no capítulo XVII, “Dos estudantes com Necessidades Educacionais Especiais”

Resolução nº 004/2013-CONSUNI, de 05 de abril de 2013 Aprova o Regulamento35 do Sistema de Bibliotecas da UFRN.

Resolução no 028/2011-CONSAD de 05 de fevereiro de 2013

Conselho de Administração – CONSAD

Projeto intitulado: “Fortalecimento de Ações para Atendimento aos Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais na UFRN.

Cumpre o que dispõe o Parágrafo 1o do Art. 42 da Resolução no 028/2011- CONSAD36, de 14 de junho de 2011, referente a

2014

Resolução nº. 054/2014- CONSEPE, de 11 de março de 2014 Estabelece normas sobre a política institucional de informação do Repositório de Informação Acessível (RIA) da UFRN.

Portaria nº. 620/14- Reitoria, de 7 de abril de 2014. Designa servidores para compor a Comissão gestora do Repositório de Informação Acessível na UFRN.

Resolução nº. 139/2014-CONSEPE, de 22 de julho de 2014. Institui a Política Editorial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, à qual estarão subordinadas as atividades e ações da Editora da UFRN – EDUFRN.

Resolução nº. 163/2014- CONSEPE, de 19 de agosto de 2014. Dispõe sobre a concessão de Bolsa Acessibilidade para Estudantes com Deficiência na UFRN.

Edital nº 01/2014 UFRN/ PROGRAD/ PROPESQ/ PROEX/ PROAE/CAENE, em cumprimento ao que dispõe as Resoluções nº 259/1988, nº 013/2006, nº 053/2008 e nº 169/2008-CONSEPE

Concessão de bolsas para estudantes com Necessidades Educacionais Especiais em projetos de ações acadêmicas de Ensino, Pesquisa e Extensão

35 É o conjunto de normas que disciplinam as atividades comuns aos vários setores e serviços integrantes da estrutura organizacional das bibliotecas da UFRN (UFRN, 2013, p. 4).

36 Alguns atos normativos são deliberados pelo Conselho de Administração sobre matéria administrativa e de políticas de recursos humanos. Por essa razão, é necessário mencionar os documentos selecionados na presente pesquisa.

2015

Portaria nº 1.619/15-Reitoria, de 24 de agosto de 2015.

Institui comissão coordenada pela CAENE com a finalidade de propor, implementar e acompanhar ações da política de acesso à informação e à comunicação no âmbito da UFRN.

Portaria nº. 2.265/2015-Reitoria, de 6 de novembro de 2015

Institui comissão coordenada pela CAENE com a finalidade de propor, implementar e acompanhar ações da política de acesso à informação e à comunicação no âmbito da UFRN.

2016

Edital nº. 001/2016 PROGRAD37/CAENE Processo Seletivo de Bolsa Tutoria Inclusiva

Portaria nº. 102/16-PROGESP38, de 16 de fevereiro de 2016 Institui o Programa de Integração ao Serviço Público para os Servidores Técnico- Administrativos em Educação ingressantes na UFRN

Portaria nº. 1.809/16-Reitoria, de 26 de agosto de 2016 Institui Grupo de Trabalho para análise de proposta inclusiva (cotas para deficientes), dos Editais de Concurso Público no âmbito da UFRN

2017

Proposta de Resolução para cumprimento ao disposto no parágrafo único, do Art.8, da Resolução nº. 061/2016-CONSAD, de 15 de dezembro de 2016

Projeto de Desenvolvimento Institucional no 562/2016-

CAENE/PROPLAN/FUNPEC, intitulado: “Inclusão e Acessibilidade Acadêmica: estratégias, mediação para o ensino-aprendizagem e serviços de apoio”.

Portaria nº. 1.157/17-Reitoria, de 12 de junho de 2017.

Cria o Comitê de Serviços de Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, vinculada à Comissão Permanente de Apoio ao Estudante com Necessidade Educacional Especial – CAENE da UFRN.

Resolução nº. 025/2017-CONSAD39, de 29 de junho de 2017. Institui e regulamenta o Programa de Capacitação e Qualificação – PCQ dos servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

37 A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) encaminha proposta ao CONSEPE nas matérias de sua competência, conforme Regimento Geral da UFRN.

38 Subordinada à Reitoria, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – PROGESP é o órgão de planejamento e de gestão administrativa, dirigido à formulação e implementação da Política de Gestão de Pessoas da Universidade, a qual compete: Coordenar o sistema de Gestão de Pessoas no âmbito da UFRN; Promover as ações estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Institucional e no Plano de Gestão; Assessorar o Reitor nos assuntos de Gestão de Pessoas no âmbito da UFRN. (Ver também: https://progesp.ufrn.br/quem-somos).

39 O Conselho de Administração (CONSAD) possui competência para expedir resoluções destinadas a complementar disposições do Regimento Geral da UFRN (UFRN, 2002, art. 243). Quando o assunto deliberado pelos Órgãos Superiores versar sobre programa institucional que utilize de recursos financeiros, deverá ser autorizado pelo CONSAD.

Portaria nº. 1.649/17-Reitoria, de 04 de agosto de 2017 Regulamenta as normas referentes à prestação de serviço de tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Resolução nº. 181/2017-CONSEPE, de 14 de novembro de 2017. Aprova a política de melhoria da qualidade dos cursos de Graduação e de Pós- Graduação oferecidos pela UFRN.

Resolução nº. 182/2017-CONSEPE, de 14 de novembro de 2017. Institui a Política de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Resolução nº. 205/2017 - CONSEPE, de 19 de dezembro de 2017.

Estabelece procedimentos e critérios para validação da autodeclaração de pessoas com deficiência nos processos seletivos para ingresso nos cursos de nível técnico e de Graduação da UFRN, em decorrência do disposto nas Leis no. 12.711/2012 e no. 13.409/2016, e dá outras providências.

Portaria nº. 2.729/17-Reitoria, de 21 de dezembro de 2017

Institui Comissão Coordenadora do processo de validação, com a finalidade de gerenciar o processo relacionado à validação dos termos de autodeclaração de candidatos com deficiência, submetidos a processos seletivos para os cursos de nível técnico e de graduação da UFRN e analisar, em primeira instância, os recursos interpostos aos procedimentos relativos à validação.

2018 RESOLUÇÃO nº. 152/2018-CONSEPE, de 25 de setembro de 2018.

Aprova solicitação do Instituto Metrópole Digital – IMD, quanto à inclusão dos §§ 1o e 2o, no artigo 7o, e a alteração dos artigos 10o e 11o, da Resolução no 053/2015- CONSEPE, de 28 de abril de 2015, que aprova a criação do Programa Talento Metrópole, vinculado ao Instituto Metrópole Digital – IMD, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Considerando que a pesquisa está alinhada à política de inclusão da UFRN, a busca pelos documentos institucionais ocorreu com base nos órgãos responsáveis pela elaboração das políticas em seu contexto. Portanto, iniciamos a identificação dos documentos focando no Regimento Geral da UFRN40 e seu Estatuto que os revelou como os órgãos responsáveis pela construção de tais políticas, a saber, o Conselho Universitário (CONSUNI)41 e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) conforme os artigos 13, 14, 16 e 17 do Estatuto da UFRN:

Art. 13. O Conselho Universitário - CONSUNI - é o órgão máximo da

Universidade, com funções normativas, deliberativas e de planejamento [...]

Art. 14. Compete ao Conselho Universitário:

I - exercer jurisdição superior e traçar a política geral da Universidade; [...]

Art. 16. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE -, órgão

superior com funções deliberativas, normativas e consultivas sobre matéria acadêmica, didático-pedagógica, científica, cultural e artística [...]

Art. 17. Compete ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão:

I - traçar políticas e definir prioridades da Universidade nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão; [...] (UFRN, 2002, p.18)

O grau de importância e a natureza das atribuições dos Conselhos da UFRN aqui identificados podem ser observados a partir do organograma institucional abaixo (Figura 2):

40 Publicado no Boletim de Serviço nº. 036, de 29 de agosto de 2002 e atualizado pela Resolução nº. 022/2015- CONSUNI, de 25 de novembro de 2015. Regimento Geral é o conjunto de normas que disciplinam as atividades comuns aos vários órgãos e serviços integrantes da estrutura organizacional da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos planos administrativo, didático-científico e disciplinar, tendo, para isso, o objetivo de complementar e operacionalizar o seu Estatuto (art. 1º).

41 O Regimento Geral da UFRN (2002) também atribui ao CONSEPE e CONSUNI a natureza de órgãos colegiados deliberativos (art. 3º).

Figura 2 – Organograma Institucional da UFRN

Fonte: UFRN (2019).

Uma vez identificados os órgãos responsáveis pela deliberação normativa e elaboração das políticas na UFRN, buscou-se empreender o levantamento e a seleção dos documentos institucionais no âmbito dos Conselhos Superiores, acima citados, a partir de temas relacionados à inclusão de pessoas com deficiência ou que contemplem outra necessidade específica na UFRN. A obtenção dos documentos seguiu trajeto semelhante ao demonstrado acima, com destaque para a aba “documentos dos Colegiados Superiores”.

A partir de então, houve o levantamento das pautas e respectivas atas das reuniões do Conselho Universitário-CONSUNI e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão-CONSEPE para verificar a menção a discussões sobre o tema pesquisado, observando, nesta ordem, o período definido da pesquisa (2010 a 2018), a natureza normativa do documento42 a data e o conteúdo da pauta. De posse dos resultados, identificamos 13 normativas aprovadas pelos referidos conselhos, sendo 2 pelo CONSUNI e 11 PELO CONSEPE.

42 Para fins de análise documental, para o interesse desta pesquisa considera-se como documento com natureza normativa as portarias, as resoluções, os editais e os regulamentos, cuja importância será demonstrada adiante.

As normativas referendadas pelos referidos Conselhos fazem referência aos assuntos de interesse da comunidade universitária, dos estudantes com deficiência e cuida da implementação das políticas de acessibilidade no contexto da UFRN.

O terceiro momento voltado para o levantamento das informações pertinentes à pesquisa ocorreu por meio de uma diligência no site da Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE), especificamente, na aba “Legislação da UFRN” com o objetivo de encontrar documentos que tenham sido aprovados em instâncias diferentes daquelas referentes ao Conselho Universitário-CONSUNI e ao Conselho de Ensino Persquisa e Extensão-CONSEPE.

Nesse espaço encontramos uma lista com as normativas publicadas no período de 2010 a 2017. As informações contidas nessa lista, que contemplavam a temática da inclusão, foram somadas às normativas aprovadas pelo CONSUNI e CONSEPE. Constatamos que as normativas disponibilizadas no site da CAENE tinham como origem de publicação: a Reitoria, o Conselho de Administração (CONSAD), as Pró-Reitorias Acadêmicas (PROGRAD, PROPESQ e PROEXT), a Pró-reitoria de Assistência Estudantil (PROAE), a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) e a Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).

O último procedimento adotado para a realização de tal levantamento dos dados aconteceu por meio da análise dos relatórios de gestão da universidade, relacionados aos períodos de 2010 a 2018. Esses documentos de âmbito local, nesse caso a UFRN, constituiu o corpus de análise da pesquisa.

Ressaltamos que para empreender as investigações acerca dos documentos que tratam da política Educacional Inclusiva foram utilizados os descritores: Inclusão, Acessibilidade, Pessoa com deficiência, Pessoa com Necessidade Especial.

Ao final da pesquisa obteve-se os seguintes resultados: vinte e sete (27) normativas federais, um (1) Plano de desenvolvimento institucional (2010-2019), doze (12) portarias, doze (12) Resoluções e sete (7) Editais.

Frente o exposto, depreende-se a importância da pesquisa documental como método que contribui para outras reflexões sobre o objeto de pesquisa e do papel do pesquisador implicado, responsável e curioso para atuar como detetive em busca de pistas que elucidem o problema em questão.

Como bem denomina Antunes (2007), fazer pesquisa documental assemelha-se a um processo de garimpagem, pois as categorias de análise dependem dos documentos que necessitam ser localizados, dispostos de forma concatenada para, assim, receberem o

tratamento científico adequado para responder às demandas históricas e sociais que constituem a produção do conhecimento.

Desse modo, a pesquisa qualitativa possibilita a ampliação das lentes epistemológicas que estão situadas na fronteira entre a educação e o direito que ao invés de constituírem uma relação distanciada e, por vezes, indiferente podem adquirir outros contornos. Isto significa que, ao lançar um olhar histórico e social para a política de inclusão para pessoas com deficiência da UFRN possibilita-se que a atuação jurisdicional seja compreendida para além da instrumentalização legal.

Assim, podem-se construir fronteiras entre as áreas, ora citadas, que aproximem e promovam interlocuções que contemplem de forma mais fiel possível às necessidades específicas das pessoas com deficiência no Ensino Superior. Para tanto, foram analisados os desdobramentos das políticas de inclusão da UFRN por meio das ações em âmbito institucional, comprovadas através das normativas internas como: portarias, resoluções, editais etc.

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