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Art. 25. S‹o penalmente respons‡veis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de institui•‹o financeira, assim considerados os diretores, gerentes.

¤ 1¼ Equiparam-se aos administradores de institui•‹o financeira o interventor, o liquidante ou o s’ndico.

¤ 2¼ Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou part’cipe que atravŽs de confiss‹o espont‰nea revelar ˆ autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa ter‡ a sua pena reduzida de um a dois ter•os.

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Este dispositivo determina que s‹o penalmente respons‡veis quanto aos crimes tipificados nesta lei o controlador e os administradores da institui•‹o financeira. O interventor, o liquidante e o s’ndico (administrador judicial) s‹o equiparados aos administradores.

Os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, portanto, s‹o pr—prios, apenas podendo ser praticado por essas pessoas.

O ¤2¼ trata de hip—tese de dela•‹o premiada. O coautor ou part’cipe pode ter sua pena reduzida de um a dois ter•os, caso releve toda a trama delituosa.

Perceba que aqui h‡ a necessidade de o delator revelar uma informa•‹o bastante completa acerca do crime no qual est‡ envolvido.

O coautor ou part’cipe em crime contra o Sistema Financeiro Nacional pode ser beneficiado pela dela•‹o premiada, caso revele ˆ autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa, sendo poss’vel a redu•‹o de sua pena de um a dois ter•os.

Art. 26. A a•‹o penal, nos crimes previstos nesta lei, ser‡ promovida pelo MinistŽrio Pœblico Federal, perante a Justi•a Federal.

Esta regra Ž muito importante para sua prova. A compet•ncia para julgamento de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional Ž da Justi•a Federal, por meio de a•‹o penal pœblica, oferecida pelo MinistŽrio Pœblico Federal.

Atualmente a Justi•a Federal conta com varas especializadas neste tipo de crime, cuja exist•ncia Ž amplamente discutida pela Doutrina. A Jurisprud•ncia, contudo, vem chancelando a possibilidade de sua cria•‹o.

Vale mencionar o julgado a seguir, que refor•a o entendimento do STF de que a compet•ncia para julgar esses crimes Ž da Justi•a Federal, ainda que os preju’zos causados tenham sido suportados exclusivamente por institui•‹o privada.

HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO. COMPETæNCIA DA JUSTI‚A FEDERAL. INCISO VI DO ART. 109 DA CF. ORDEM DENEGADA. 1. A compet•ncia da Justi•a Federal para julgar crimes contra o sistema financeiro nacional tem assento constitucional. A alega•‹o de que o preju’zo decorrente do delito foi suportado exclusivamente por institui•‹o financeira privada n‹o afasta tal regra constitucional. Interesse da Uni‹o na seguran•a e na confiabilidade do sistema financeiro nacional. (...) (

HC 93733, Rel. Min. CARLOS BRITTO, 1a Turma, j. 17.06.2008, DJe 02.04.2009.

Art. 27. Quando a denœncia n‹o for intentada no prazo legal, o ofendido poder‡ representar ao Procurador-Geral da Repœblica, para que este a ofere•a, designe outro —rg‹o do MinistŽrio Pœblico para oferec•-la ou determine o arquivamento das pe•as de informa•‹o recebidas.

V‡rios autores interpretam este dispositivo no sentido da impossibilidade de o ofendido intentar a a•‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica. Eu particularmente n‹o vejo muito sentido nisto, pois o direito de intentar a a•‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica Ž direito assegurado pela Constitui•‹o (art.

5¼, LXI) ao ofendido, diante da des’dia do MinistŽrio Pœblico.

A lei concede ao ofendido, portanto, o direito de representar ao Procurador-Geral da Repœblica quando a denœncia n‹o for oferecida no prazo legal, mas isso n‹o significa que a a•‹o penal privada subsidi‡ria n‹o pode ser ajuizada.

Os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional s‹o de a•‹o penal pœblica incondicionada, e de compet•ncia da Justi•a Federal.

Art. 28. Quando, no exerc’cio de suas atribui•›es legais, o Banco Central do Brasil ou a Comiss‹o de Valores Mobili‡rios - CVM, verificar a ocorr•ncia de crime previsto nesta lei, disso dever‡ informar ao MinistŽrio Pœblico Federal, enviando-lhe os documentos necess‡rios ˆ comprova•‹o do fato.

Par‡grafo œnico. A conduta de que trata este artigo ser‡ observada pelo interventor, liquidante ou s’ndico que, no curso de interven•‹o, liquida•‹o extrajudicial ou fal•ncia, verificar a ocorr•ncia de crime de que trata esta lei.

O procedimento investigativo relacionado aos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional Ž muito complexo. Pode ser necess‡ria a atua•‹o de peritos especializados em Contabilidade, Economia, etc. Por essa raz‹o, Ž mais comum que as entidades reguladoras identifiquem e investiguem as irregularidades antes mesmo de a Pol’cia Federal ter qualquer not’cia do cometimento de crime.

Nesse sentido a obriga•‹o de o BC e a CVM, no momento em que identificarem a conduta criminosa, informarem o MinistŽrio Pœblico a respeito. Por interpreta•‹o sistem‡tica, acredito que seja razo‡vel estender a obriga•‹o tambŽm ˆ Susep e ˆ Previc.

Quanto aos procedimentos de liquida•‹o extrajudicial, interven•‹o e fal•ncia, o primeiro relat—rio elaborado pelo interventor, liquidante ou administrador judicial tem o cond‹o de identificar condutas possivelmente criminosas praticadas pelos administradores. Este relat—rio sempre Ž enviado ao MPF para subsidiar eventuais investiga•›es.

Art. 30. Sem preju’zo do disposto no art. 312 do C—digo de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei n¼ 3.689, de 3 de outubro de 1941, a pris‹o preventiva do acusado da pr‡tica de crime previsto nesta lei poder‡ ser decretada em raz‹o da magnitude da les‹o causada.

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Apesar da reda•‹o do dispositivo dar a entender que a pris‹o preventiva possa ser decretada apenas em raz‹o da magnitude da les‹o causada pelo agente criminoso, a Doutrina majorit‡ria entende que ela n‹o pode ser o œnico par‰metro para a ado•‹o dessa medida cautelar.

A Jurisprud•ncia acompanha esse posicionamento. Encontrei o posicionamento em alguns julgados de Tribunais Regionais Federais. Se a magnitude da les‹o fosse o œnico par‰metro considerado, a pris‹o preventiva assumiria car‡ter punitivo, e n‹o acautelat—rio.

4 - Quest›es

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