5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
O procedimento experimental adotado teve como preocupação primordial a confiabilidade dos dados adquiridos por meio de uma plataforma de simulação veicular onde o condutor está, em grande parte do experimento, em movimento e em alguns casos, com movimentos bruscos.
Um único protocolo de ensaio foi seguido durante os experimentos no simulador para garantir a uniformidade dos resultados.
Para cada um dos voluntários foram coletados simultaneamente os sinais de GSR, respiração e pressão na mão, sendo que tais dados foram transmitidos via wireless mediante uma placa de captura e transmissão TI eZ430-RF2500 da Texas Instruments.
Esses dados foram coletados em dois momentos distintos, que foram:
- Aplicação do instrumento de avaliação subjetiva, com o voluntário sentado no simulador e usando uma prancheta para preencher o questionário e
- Durante a simulação sem os movimentos com o simulador desenvolvido via Unity
3D.
Os sensores foram colocados nos voluntários da seguinte maneira:
- Respiração: O conjunto de dois sensores de pressão foi posicionado sob uma cinta de velcro colocada nos voluntários em volta do tronco, um pouco abaixo na linha das axilas. A placa de aquisição de dados e a bateria foram posicionadas ao lado da cinta de velcro, presas no próprio velcro, lateralmente e sem interferências com os sensores de pressão (Figura 76).
- Sensores de Pressão da mão: Os dois sensores de pressão foram vestidos na palma da mão esquerda do voluntário por meio de velcro. A placa e bateria foram presas no
- GSR: Os dois terminais do GSR foram vestidos na ponta dos dedos da mão direita do voluntário e a placa e bateria foram presas no antebraço direito por meio de velcro (Figura 77).
O conjunto montado em um voluntário sentado no simulador em posição de direção pode ser visto nas Figura 78 e Figura 79.
Figura 76 – Sensores de Respiração (tronco) e pressão (mão esquerda) utilizados no experimento.
Figura 78 – Voluntário com os sensores fixados ao corpo, sentado no simulador.
Figura 79 – Um voluntário com os sensores durante os ensaios, sentado no simulador dentro da CAVE.
O protocolo de ensaio experimental seguiu as seguintes etapas:
1. Gerais/Legais: explicação sobre o funcionamento do simulador e aplicação do TCLE, Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido e Termo para utilização de imagem e som;
2. Aplicação da avaliação subjetiva: preenchimento do questionário antropométrico por parte do voluntário e da primeira etapa do questionário subjetivo, avaliando o estado emocional do voluntário naquele instante e sua experiência em direção e simulação veicular;
3. Ensaio em Repouso: instrumentação do voluntário com os sensores fisiológicos; início da simulação com a tomada dos dados com o voluntário em repouso, sentado no simulador e com duração média de 3 min com a captação dos dados fisiológicos via wifi;
4. Ensaio com a simulação: início da simulação sem movimento com a tomada dos dados fisiológicos do voluntário via wireless e filmagem do evento. O tempo de simulação variou de voluntário para voluntário, dependendo de diversos fatores, como por exemplo, velocidade e tempo de passagem pelos obstáculos;
5. Finalização do ensaio: retirada dos sensores fisiológicos nos voluntários e preenchimento da segunda parte do questionário subjetivo, avaliando o simulador veicular, o estado emocional e as sensações sentidas durante o experimento.
Vale ressaltar que o voluntário teve total liberdade de parar o ensaio em qualquer momento. Considerou-se a possibilidade de o voluntário, durante o ensaio, sentir tonturas e desorientação por conta da imersão em ambiente 3D virtual e por causas das acelerações sentidas pelos atuadores.
Em seguida os dados foram guardados e analisados estatisticamente individualmente no início e depois foram analisadas as suas correlações em função do tempo, juntamente com o questionário subjetivo que foi feito antes e após a tomada dos dados e para cada um dos voluntários. Para isso, foi usado o software MatLab 2013 como ferramenta de leitura dos dados e visualização dos resultados em forma de gráfico.
5.1.1 - Avaliação Subjetiva
A avaliação subjetiva aplicada teve o objetivo de caracterizar os voluntários comportamental e antropometricamente, conhecendo o estado em que se encontravam antes e durante os experimentos, servindo também como um instrumento de caracterização do aparato experimental proposto.
O instrumento de avaliação subjetiva possui três partes principais, aplicadas em diferentes momentos durante o experimento.
A primeira parte contempla os dados pessoais e antropométricos dos participantes e um questionário pré-condução, que tem o intuito de se conhecer quão experiente é o voluntário nos quesitos de condução de veículo e simulação. Serão usadas perguntas diretas, sim/não ou com mais opções de resposta.
A segunda parte do instrumento, de pós-teste e aplicadas depois do experimento, tem a finalidade de se avaliar o simulador em si. Sua funcionalidade e características. Possui perguntas em que o voluntário terá que marcar em um quadro gradual de intensidade, similar ao mostrado abaixo:
1 Como foi a sensação de envolvimento (sensação de interação e imersão no ambiente) dentro do simulador comparado com um veículo real?
Pouco realista Realista Muito realista E a terceira e última parte, também aplicadas depois do experimento, englobando um conjunto de perguntas relacionadas às sensações físicas sentidas pelo voluntário durante e após os experimentos. Um exemplo dessas perguntas é visto abaixo:
Fadiga
Os resultados dos questionários experimentais foram usados em correlação com os dados fisiológicos obtidos e também pelas respostas às ações realizadas pelos voluntários durante os experimentos.