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PASSIVO POSSÍVEIS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS PROVÁVEIS

4.2 PROCEDIMENTO PARA LEVANTAMENTO E CADASTRO DE PASSIVOS AMBIENTAIS

4.2.1 Planejamento das atividades

A identificação de um passivo ambiental deve ser feita através de vistorias in loco por equipe técnica interdisciplinar composta pelos seguintes profissionais: engenheiros civis, engenheiros ambientais, geólogos, hidrólogos, geotécnicos e outros técnicos usualmente envolvidos nos projetos viários, profissionais das áreas de ciências biológicas, sociais e econômicas.

A equipe deve percorrer o trecho, objeto do levantamento, seguindo um roteiro de procedimentos previamente estabelecido em escritório por meio da consulta a plantas topográficas, fotografias aéreas e outras informações pertinentes, as quais permitam identificar os processos de transformação ambiental que deram ou darão origem ao

passivo e com potencial para interferir no corpo estradal, na segurança dos usuários ou em propriedades adjacentes de terceiros (SÃO PAULO, 2007).

Ainda, em escritório, é necessário identificar as características da rodovia a ser analisada, como por exemplo, a classe funcional e de projeto da rodovia, a largura da faixa de domínio nos diversos trechos, entre outros aspectos considerados relevantes. Em seguida, efetuar a caracterização ambiental detalhada da área de influência do empreendimento que permita a obtenção de segmentos homogêneos, em termos de fragilidade ambiental da região e de suas condições em termos de ocupação humana (PAIVA, 2004).

4.2.2 Levantamento em campo de passivos ambientais

O levantamento de passivos ambientais tem por apoio uma ficha desenvolvida com o intuito de homogeneizar o tratamento e registro das principais questões observadas na pesquisa de campo. Essa ficha, denominada Ficha de Levantamento de Passivos Ambientais para Rodovias em Operação — FILPAR, Figura 52 a seguir, é constituída por seis campos e deverá ser preenchida para cada passivo identificado.

Figura 52 - Ficha de levantamento de passivos ambientais para rodovias em operação (FILPAR)

4.2.2.1 Instruções para preenchimento da FILPAR a) Campo I

O campo I refere-se à identificação da rodovia objeto do levantamento. A nomenclatura da rodovia, bem como a sua quilometragem, deverá respeitar o estabelecido pelo Sistema Nacional de Viação (SNV). Em adição, preencher a data e numerar a sequência do levantamento.

b) Campo II

O campo II tem o objetivo de caracterizar o segmento rodoviário. Devem ser anotados a largura da faixa de domínio à esquerda e à direita em relação ao eixo da rodovia, o número de pistas, se possui terceira e em qual lado, o pavimento da pista de rolamento e do acostamento, se houver, e ainda o relevo da região de inserção da rodovia.

c) Campo III

O campo III destina-se a localizar o passivo em termos de quilometragem (referenciado ao SNV) e/ou estaqueamento constante no projeto geométrico da rodovia (se houver), lado da via (considerando a direção crescente da quilometragem e/ou estaqueamento da rodovia), distância do passivo ao eixo, identificando a sua área de ocorrência, e as coordenadas geográficas e Universal Transversa de Mercator (UTM) do passivo.

d) Campo IV

No campo IV informa-se o local em que ocorre o passivo ambiental. Primeiramente, identifica se a qual grupo o passivo pertence (de acordo com o item 3.3.2) e então se aponta o lugar de sua ocorrência, o qual pode ser: Grupo I (pista de rolamento, acostamentos, sistema de drenagem, corte, aterro, APP - Área de Preservação Permanente - e corpo hídrico; Grupo II (bota-fora, caixa de empréstimo e jazida, instalações industriais e canteiro de obras, caminhos de serviço, APP - Área de Preservação Permanente - e corpo hídrico; Grupo III (faixa de domínio, terreno lindeiro).

Neste campo ainda deve-se identificar o tipo de cobertura vegetal presente na região (sem cobertura, gramínea, arbustiva, arbustiva arbórea ou arbórea) e, seguindo as Especificações de Terraplenagem- cortes (BRASIL, 1997b), definir a categoria do solo (primeira, segunda ou terceira).

e) Campo V

Para identificar um passivo ambiental primeiramente deve-se enquadra-lo nas categorias apresentadas no campo V, cuja descrição encontra-se no item 2.5.3. Em seguida é necessário levantar as suas dimensões (quando couber) em relação à profundidade, largura e extensão e elaborando um croqui que represente o passivo ambiental quanto às suas feições.

Para o passivo “Erosão” é necessário indicar a sua discriminação (sulcos, ravinamento, voçoroca, longitudinal em plataforma e diferenciada), bem como para o passivo “Escorregamento” (em aterro ou corte).

De acordo com a Instrução de Projeto: Levantamento e Cadastro de Passivos Ambientais (SÃO PAULO, 2007), para que alguns tipos de passivo ambiental sejam considerados relevantes, e integrem um cadastro, devem apresentar as características apresentadas no Quadro 9. Quadro 9 - Características mínimas para cadastramento de passivos ambientais.

TIPO DIMENSÕES

Erosão Acima de: 0,30 m de profundidade, 0,20 m de largura ou 3,00 m de extensão.

Escorregamento

Taludes com mais de 3,00 m de altura e trincas de tração com mais de 2,00 m de extensão.

Taludes com mais de 3,00 m de altura apresentando blocos rochosos em sua base, degrau de abatimento, cicatrizes de escorregamento, queda de blocos e/ou rastejo.

Taludes em rocha distante a menos de 1,00 m da borda do acostamento apresentando sinais de quedas de blocos e/ou blocos soltos.

Assoreamento

Acima de 2,00 m de extensão perpendicular ao eixo da linha de drenagem.

Franjas com mais de 2,00 m de extensão em tanques e/ou reservatórios lindeiros à rodovia. Continua

Continuação

Alagamento

Acima de 5,00 m de extensão paralela ao eixo da rodovia e em trecho com alagamento frequente. Vestígios de material particulado em ponto baixo, com extensão acima de 3,00 m.

Fonte: São Paulo, 2007.

Para os demais tipos de passivos não há características mínimas, devendo ser integralmente cadastradas todas as ocorrências observadas.

Em adição, avalia-se o nível de gravidade, o qual varia de 0 a 3, que o passivo oferece em relação ao corpo estradal, às áreas adjacentes, ao usuário da via e/ou à população lindeira.

f) Campo VI

Este campo destina-se ao detalhamento do passivo ambiental, isto é, onde são apontadas as causas e consequências de cada tipo relacionadas no Quadro 8.

Com a finalidade de auxiliar a associação do passivo identificado às causas e consequências associadas apresentadas elaborou-se o Quadro 10 e o Quadro 11, os quais relacionam as causas com a origem do passivo e as consequências sobre os meios antrópico, biótico e físico, respectivamente, facilitando a análise e a elaboração de relatórios. Quadro 10 - Possíveis causas associadas à origem dos passivos ambientais.