• Nenhum resultado encontrado

Procedimentos éticos e os locais para a construção da pesquisa

2 REFERENCIAL TEÓRICO

3.2 Procedimentos éticos e os locais para a construção da pesquisa

3.2.1 Critérios para seleção e inclusão

Como parte das documentações que necessitam para que uma pesquisa seja formalizada, houve a autorização dos responsáveis para a participação das alunas no torneio, da técnica e do professor, bem como todo o processo de investigação.

Por mais que houve a autorização dos pais, foi decidido manter sigilo sobre as informações, resguardando os nomes e não revelando rosto dos membros participantes. Além do mais, todas as informações foram repassadas aos seus responsáveis com o intuito de deixá- los cientes de todo o processo de formação em participar da construção desta pesquisa.

Ademais, também houve o parecer de aceitação da Escola para acompanhar as estudantes durante a preparação e participação no Torneio Brasil de Robótica. Considerando

61 ser uma escola pública, a autorização da direção é o mais importante e por si só suficiente para que todo processo ocorra.

O termo de autorização da escola permite que a pesquisa ocorra, desde que o pesquisador garanta a integridade dos membros envolvidos e dos materiais utilizados, respeitando as normas e os horários do ambiente.

O processo de seleção dos alunos foi feito pelo professor de matemática da escola, o mesmo já tinha uma carga em seu currículo em orientar projetos com robótica, desenvolvendo pesquisas nessa área do conhecimento. A iniciativa em construir uma pesquisa em parceria, como já dito na introdução, se deu pelo fato do professor se preocupar em promover a inclusão de suas alunas no campo da robótica.

Durante o processo houve um desligamento. O fato não ocorreu devido irresponsabilidades das partes, o motivo se deu pelo fato de uma aluna não conseguir acompanhar o ritmo das exigências do torneio, decidindo se dedicar aos estudos da escola.

3.3.2 O ambiente de pesquisa

3.3.2.1 A escola das alunas

As alunas participantes deste projeto estudam em um dos Institutos Federais. Suas atividades desenvolvidas são voltadas à formação de profissionais diferenciados para o mercado de trabalho.

A Escola tem seu funcionamento em período integral durante o dia, ofertando vagas para o ensino médio, técnico e superior. Ademais as alunas participantes do projeto frequentavam diferentes cursos, o que possibilitou em uma integração entre as diversas áreas do conhecimento.

Outro detalhe importante observado nesta Escola é o fato dela buscar parcerias com outras instituições de ensino, como outras escolas de níveis básicos, tanto pública quanto particular, e a Universidade Federal de Uberlândia. A Escola é aberta para uma metodologia de ensino que auxilie na libertação de pensamentos científicos.

Uma forma de implementar a ciência no espaço escolar, a Escola busca realizar anualmente uma semana para mostra de trabalhos científicos, além de buscar o apoio de professores, ou até membros externos, para ministrar cursos a seus estudantes ou até a comunidade externa, dependendo do evento.

62 A Escola visa desenvolver projetos nas diversas áreas do conhecimento, tendo também em vista o amplo desenvolvimento da formação cidadã e crítica. Além disso, a escola busca focar em um ensino e aprendizagem que auxilie seus estudantes a se ingressar na universidade, tendo alto índice de aprovação.

Em uma reportagem a Escola afirma que possui uma das melhores avaliações no Exame nacional do Ensino Médio (ENEM), se baseando em informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2014), a Escola afirma que se figurou entre as escolas mais bem colocadas no ranking na cidade que se localiza. Na cidade de residência, respaldada nos dados do INEP (2014), a Escola foi a 12ª melhor posicionada, considerando também as instituições particulares.

Entrando na descrição da estrutura da instituição, a Escola possui uma biblioteca bem equipada, laboratórios de informática, laboratórios de ciências, alimentício e eletrotécnico, estação pluviométrica, espaço de estudo diversificado, refeitório, centro de convivência, dentre outros vários setores.

Além do mais, é de suma importância destacar que a escola disponibiliza aos alunos disciplinas que trabalhem a ética, formação política e de iniciação à pesquisa científica, oportunizando espaços para seus estudantes iniciarem ao mundo da pesquisa.

A robótica nesta Escola é conduzida por meio de um projeto do professor de matemática, que se atenta em incluir os alunos independente do gênero e dos cursos que eles estão matriculados. É um projeto independente e possui autonomia para participar em mostras acadêmicas e competições.

3.3.2.2 O laboratório Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED)

O laboratório Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED) é um laboratório

distribuído por várias Instituições de Ensino Superior, com uma de suas unidades localizada na Universidade Federal de Uberlândia que engloba estudantes das áreas de engenharia, computação, gestão da informação, matemática e estudantes do nível básico.

Como dito anteriormente na Introdução, o RIVED foi um espaço criado com a colaboração de três países no ano de 1999, sendo levantado com auxílio do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da UNESCO.

A estrutura do laboratório conta com duas salas, sendo uma destinada às pesquisas desenvolvidas no momento, sendo equipado com computadores, impressora, material de robótica de diversas marcas. A outra sala é destinada para o desenvolvimento de robôs, tanto

63 para competições quanto para pesquisas, sendo compartilhado por diversas pessoas durante as épocas de treinamento para torneios.

Além de formar equipes para participar de diversos torneios que acontece em todo o BRASIL, os integrantes do laboratório buscam demonstrar seus conhecimentos construídos durante todo o ano pelo RIVED em feiras científicas e congressos, fomentando assim a publicação de resultados relevantes para as áreas tecnológicas.

Um fato que chama a atenção no RIVED é a abertura que o laboratório está disposto a realizar para as escolas públicas, dando oportunidade para que estudantes de nível básico participem de treinamento e estudos juntos aos membros que o frequentam.

O laboratório possui um histórico vasto de premiações perante aos torneios que vêm participando no decorrer de sua história. A organização do laboratório, tanto no sentido geral, quanto no acadêmico, para a participação parte dos próprios alunos da Universidade, tendo apoio dos professores orientadores.

3.3.2.3 O Torneio Brasil de Robótica

O Torneio Brasil de Robótica (TBR) foi o espaço utilizado por esta pesquisa para

avaliar o desenvolvimento final dos membros participantes perante todos conhecimentos produzidos durante este processo. Na introdução foi posta um pequeno relato sobre minha participação neste torneio durante minha trajetória, aqui pretendo relatar melhor sobre a organização e estrutura do TBR.

O TBR é uma iniciativa de uma empresa privada que visa focar no desenvolvimento de uma educação científica e tecnológica, preparando crianças, jovens e adultos para atuarem em diferentes modalidades de eventos de cunho científico e tecnológicos (TBR, 2019).

O foco da iniciativa é oportunizar que as pessoas possam compreender melhor sua localização no mundo, respeitando e convivendo com harmonia perante a sociedade em que vive, sendo entendido como um foro livre, que busca a capacitação dos membros participantes para um desenvolvimento holístico crítico, de modo que possa despertar interesses em novas descobertas (TBR, 2019).

O TBR busca fomentar o desenvolvimento sócio educacional, buscando as inovações e o desenvolvimento tecnológico, favorecendo o fortalecimento dos vínculos entre família e em sociedade e contribuindo para a formação escolar (TBR, 2019).

64 A organização do torneio afirma que espera que os estudantes participantes desenvolvam e exercitem a cooperação, disciplina, empatia, envolvimento, imparcialidade, iniciativa, integração, julgamento, liderança, manutenção do diálogo, objetividade na argumentação, participação, prontidão para ouvir, receptividade e reconhecimento das próprias limitações (TBR, 2019).

O TBR oferece várias modalidades de participação, contudo a equipe deste projeto de pesquisa teve a oportunidade de prestigiar uma vaga nas etapas estadual e nacional na categoria Middle, levando consigo o nome de Robô Middle (Figura 2).

Figura 2: Logo da equipe.

Fonte: Robô Middle, 2018.

A modalidade Middle reúne jovens entre 12 e 15 anos de idade. Nesta modalidade as equipes comportam entre três e no máximo dez integrantes (TBR, 2019). A equipe Robô

Middle foi constituída por quatro meninos e quatro meninas. Vale ressaltar que este projeto

vislumbrou investigar os passos percorridos pelas meninas, que eram responsáveis pela construção do robô, sendo as tarefas divididas em montagem, programação e anotações de notas de campo sobre os sucessos, insucessos e evolução do robô para competição.

As avaliações do torneio são divididas em quatro modalidades, sendo englobadas em: tecnologia e engenharia; desafio prático; mérito científico e; organização e método. Todas as atividades são elaboradas pensando no desenvolvimento humano dos participantes, como mostra a Figura 3.

65 Fonte: TBR, 2019. Disponível em: https://www.torneiobrasilderobotica.com.br/middle-2. Acesso em 13 jun.

2019.

A Organização e Método tem como propósito avaliar como foi o trabalho em equipe de todos os membros durante o percurso da organização das atividades do torneio (TBR, 2019). É uma modalidade que visa avaliar se todos os objetivos propostos pela equipe foram atingidos com ética.

O Mérito Científico busca avaliar um trabalho de acordo com o tema proposto pelo TBR, no caso, no ano de 2018 o tema foi “Cultura de Paz no Trânsito” (TBR, 2019). Este quesito tem como propósito verificar a capacidade de criação e inovação dos estudantes, tendo o rigor de verificar todo o projeto de forma científica, exigindo a escrita e a formalização das normas da ABNT.

Finalmente, a Tecnologia & Engenharia tem como objetivo avaliar, no primeiro momento, a estrutura do robô, sua robustez, criatividade e sua lógica de programação. Em um segundo momento o robô é avaliado sobre a capacidade de executar e cumprir as missões propostas sobre um tapete de competição, tendo vários desafios para cumprir com diferentes pontuações (TBR, 2019).

É de fácil percepção que as bases iniciais do torneio não valorizam somente as competições com robôs, mas busca disseminar a robótica como uma ferramenta para incentivo à pesquisa e produção de conhecimento entre jovens e adultos.

66