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2 REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Análise de Dados consiste num processo que conduz à compreensão de um determinado fenômeno pelo pesquisador, com base na estruturação da pesquisa, associada a uma posterior leitura dos resultados. (SZYMANSKI, 2002).

Bardin (2009) conceitua a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens. A finalidade da análise de conteúdo é produzir inferência, trabalhando com vestígios e índices postos em evidência por procedimentos mais ou menos complexos (BARDIN, 2009).

Para Bardin (2009), a análise de conteúdo se divide em três etapas:

[...] pré-análise, corresponde a um período de intuições, mas tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as idéias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise; a exploração do material consiste em operações de codificação, decomposição ou enumeração, em função de regras previamente formuladas, e no tratamento dos resultados, a interferência e a interpretação, os resultados brutos são tratados de maneira a serem significativos e válidos (BARDIN, 2009).

As fases propostas por Bardin (2009, p. 121-128) indicam leitura aprofundada e repetida das informações, mediante pré-análise, exploração do conteúdo levantado, tratamento dos resultados, inferência e a interpretação, gerando categorias finais e possíveis resultados temáticos, bem como apresentação do quadro final de cada entrevista realizada.

Passadas essas etapas, é chegada a hora de fazer leitura dos dados que, para Bardin (2009, p. 129), significa o ―processo pelo qual os dados em brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das

características pertinentes do conteúdo‖.

Após codificação dos dados, Bardin (2009) sugere a categorização deles, ou seja, um processo de reunião de elementos em mesma classe, de acordo com critérios pré- estabelecidos, porém ressalva que nem todos os estudos necessitam se submeter a esse processo.

Para Bardin (2009), em uma entrevista (instrumento utilizado por este estudo), há inúmeras informações subjetivas que através da análise proposta pela autora, serão percebidas e aproveitadas, fato que não se observa no método que se utiliza da análise categorial.

Com o intuito de propiciar uma análise mais rica dos dados obtidos, Bardin (2009, p. 96-101) propõe duas fases: a decifração estrutural e a transversalidade temática. Para fins deste estudo, foi realizada a primeira fase que se refere à abordagem que leva em conta os trabalhos existentes em matéria de enunciação, de análise do discurso e da narrativa, porém de forma não sistemática, com flexibilidade, em função do próprio material verbal. Nessa fase, apresentam-se cinco possibilidades de análise, discriminadas a seguir.

1. Análise temática: na qual se pode dividir o texto em alguns temas principais.

2. Características associadas ao tema central: referem-se à maior concentração no

tema geral de investigação, podendo ser extraídos os significados associados ao tema da mente da pessoa entrevistada.

3. Análise sequencial: aqui, a entrevista é dividida em sequências, com base em

critérios semânticos e também estilísticos.

4. Análise das oposições: é utilizada quando, no discurso, dois universos opõem-se,

apresentando um minicombate maniqueísta.

5. Análise da enunciação: como uma entrevista se trata de uma fala espontânea de

inquérito, composta, muitas vezes, por palavras, expressões, fins de frases aparentemente supérfluos e não levados em conta pela determinação semântica da procura de temas, mas, muitas vezes, de fato, portador de sentido, compreende-se a importância desse tipo de análise. Além disso, o próprio estilo, nas variações, está carregado de significados. Uma leitura da maneira de dizer, separada da leitura temática, pode completar e aprofundar a análise.

Sendo assim, realizou-se a pré-análise e exploração do conteúdo levantado existente na Planilha com os Dados Tabulados (Apêndice D), cuja finalidade foi organizar e apresentar os dados dos 80 alunos evadidos para análise e investigação de suas trajetórias escolares. Após essa etapa, ocorreu o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação deles, possibilitando o cálculo dos dados e elaboração das tabelas que constam do capítulo de Resultados e Discussão. Essa análise possibilitou o estudo das trajetórias escolares dos alunos investigados e teve como base as seguintes temáticas:

 Relação de alunos matriculados e alunos evadidos;

 Perfis e trajetórias escolares dos alunos pesquisados, considerando:

 gênero e idade  trajetórias escolares

 Os alunos entrevistados.

Após leitura minuciosa das entrevistas realizadas com os oito alunos, definiram-se quatro eixos de análise:

 A trajetória escolar do aluno – nesse eixo destacou-se o percurso escolar do aluno,

visando compreender o seu desenvolvimento até o momento em que a Educação Profissional de Nível Médio se fez presente e o que representou a evasão nesse nível escolar em sua trajetória de vida;

 Os contributos para a desistência do curso - aqui destacaram-se os motivos que

levaram o aluno a desistir do curso, se esses motivos foram individuais, externos à instituição ou internos à instituição;

 A percepção consequente da desistência – buscou-se identificar os sentimentos e

percepções do aluno após a desistência, uma vez que participou de todo o processo seletivo para o ingresso no curso por ele escolhido e depois o abandonou. Buscou também a identificação da reação de pessoas do convívio do aluno, como familiares e amigos, ante essa decisão, bem como a identificação de como essas pessoas próximas influenciaram na decisão;

 As sugestões de melhoria para a permanência – eixo em que se destacou a

preocupação com os possíveis fatores para evitar a evasão e, de certa forma, contribuir para a garantia da permanência do aluno na instituição.

Após a apresentação de cada eixo, realizou-se análise do depoimento de cada aluno entrevistado com base no referencial teórico estudado.