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TEMA 1: CONSULTA FARMACÊUTICA 27 

3. Procedimentos 33 

Para dar início a este serviço, houve um conjunto de ações e procedimentos estabelecidos para que toda a equipa ficasse preparada e interiorizada com o assunto. Em conjunto com a Diretora Técnica, defini quais os critérios de seleção de utentes, os objetivos a atingir com a CF, os procedimentos a realizar durante a prestação do serviço e elaborei os documentos de apoio necessários.

3.1. Formação da equipa da Farmácia Lopes

Para que todos os membros da equipa estivessem dentro do assunto, elaborei um documento em que explica a essência deste serviço e como o oferecer. Ou seja, para todos conseguirem no atendimento ao balcão oferecer este serviço é necessário que saibam no que consiste, qual a forma correta de o anunciar e quando o fazer (ANEXO XVI).

3.2. Critérios de seleção

O critério de seleção para esta primeira fase é tratarem-se de doentes polimedicados, independentemente da idade.

3.3. Métodos

O método que optamos para a realização da CF foi o Método de Dáder. Assim, ficou estabelecido que quando se identifica um doente em que notámos a necessidade do SF e se enquadra nos critérios de seleção se faz a Oferta do Serviço, expondo-lhe em que consiste, as principais caraterísticas e o que se pretende. Explica-se que tem de trazer o seu saco dos medicamentos, MSRM e MNSRM, mesmo os que já tomou e os que só toma em SOS, bem como os suplementos. Para além disto, também pedimos que traga os

A primeira visita tem como objetivo recolher informação sobre os problemas de saúde do doente, a sua preocupação e a data de início dos mesmos, os medicamentos que toma, os hábitos sociais, situações de alergia. Inicia-se, assim, por uma pergunta aberta acerca dos problemas de saúde que preocupam o doente. De seguida, abre-se o saco de medicamentos e fazem-se as perguntas necessárias para avaliar o conhecimento acerca de cada medicamento e a adesão à terapêutica. Por fim, é importante fazer uma revisão da “cabeça aos pés” para averiguar se o doente não se esqueceu de mencionar nenhum problema de saúde ou algum medicamento. Faz-se o registo de parâmetros biológicos e fica-se com os dados pessoais do utente. A entrevista é realizada em um gabinete da farmácia, para haver um ambiente descontraído, com privacidade, cómodo e que favoreça a confiança entre o farmacêutico e o doente. A linguagem utilizada é também muito importante, tendo que ser adequada, que se saber escutar de forma ativa, atuar com empatia, usar e saber interpretar a linguagem não-verbal, facilitar a expressão de sentimentos e promover a tomada de decisões em conjunto. De acordo com o Método de Dáder, há um conjunto de documentos necessários para exercer uma CF com qualidade, entre eles, a pasta da História Farmacoterapêutica do doente e as folhas da entrevista farmacêutica. Assim, elaborei estes modelos para serem utilizados nestas consultas e melhoradas à medida que o serviço é implementado (ANEXO XVII).

A fase seguinte é designada por Estado de Situação, que é um documento que apresenta, sumariamente, a relação entre os problemas de saúde e os medicamentos do doente, em determinada data. Este permite analisar a “fotografia do doente” e é elaborado com a informação da história farmacoterapêutica. Permite visualizar o panorama sobre o estado de saúde, avaliar a farmacoterapia ou expor um caso numa sessão clínica e identificar suspeitas de RNM’s. Desta forma, elaborei um documento para o registo do estado de situação do doente para ser utilizado na Farmácia Lopes (ANEXO XVIII).

A próxima fase é a Fase de Estudo, em que se estuda, através de fontes de informação seguras e relevantes, os problemas de saúde e a medicação do doente. Avalia- se a necessidade, efetividade e seguridade da medicação, desenha-se um plano de atuação com o doente e a equipa de saúde, para melhorar ou manter os resultados clínicos continuamente e promove-se a tomada de decisões clínicas baseadas na evidência científica. Nesta fase há ainda a ter em conta aspetos que possam comprometer a efetividade e a segurança do medicamento, como interações farmacológicas, interações fármaco-alimento e efeitos dos problemas de saúde e outras situações do doente sobre o medicamento.

Segue-se a Fase de Avaliação, em que há a identificação de RNM e/ou suspeitas, que se realiza por um processo sistemático de perguntas, disponíveis no ANEXO XIV

(figura 1). Este processo inicia-se pela primeira linha do estado de situação e o resultado é uma lista de suspeitas de RNM detetadas e classificadas.

Posteriormente, define-se o Plano de Atuação, em que se priorizam e decidem as atuações para resolver os RNM’s detetados. Assim, na etapa de Intervenção Farmacêutica comunica-se ao doente o RNM detetado e propõe-se a solução, combinando com ele como resolvê-lo. A intervenção pode ser apenas Farmacêutico - Doente quando o RNM se deve a causas derivadas do uso do medicamento por parte do doente, ou ser Farmacêutico - Doente – Médico se a estratégia delineada pelo médico não está a atingir os efeitos esperados ou caso se trate de um problema de saúde que necessite de diagnóstico médico. Estabelece-se aqui uma data para uma próxima visita com o objetivo de avaliar a resolução ou não do RNM – Resultado da Intervenção Farmacêutica.

Assim, o resultado da intervenção leva a que haja um Novo Estado de Situação, tendo que recolher as alterações existentes desde a intervenção, respeitantes aos problemas de saúde e aos medicamentos. Há um conjunto de Entrevistas Sucessivas para continuar a resolver os RNM’s pendentes segundo o plano de atuação acordado, prevenir o aparecimento de novos RNM’s e obter informação para documentar os novos estados de situação e melhorar a fase de estudo.

3.4. Documentos

Tal como já referi anteriormente, para registar toda a história farmacoterapêutica dos utentes criei um documento modelo que ficará arquivado num dossiê específico para CF na Farmácia Lopes (ANEXO XVII). O Estado de Situação ficará também arquivado neste dossiê (ANEXO XVIII).Para além disto, criei um documento de consentimento informado para que possa utilizar os dados dos doentes obtidos na CF neste trabalho (ANEXO XIX).

Para além disto, foi criado um documento com a medicação diária e o respetivo horário, tamanho de bolso (ANEXO XX). Assim, o doente leva-o consigo e pode consultá- lo sempre que tiver dúvidas, ou então, em caso de incapacidade, poderá ajudar o seu cuidador. Sempre que houver alguma alteração ou introdução de um novo medicamento, este deverá ser anulado e redigido um novo.

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