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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.6. Procedimentos de Análise de Dados

Inicialmente procedemos à explanação do projeto de investigação e solicitação junto à Gerência Regional de Educação do Agreste Centro Norte – Caruaru, no sentido de autorizar formalmente a realização da investigação a partir de acesso às atas de resultados finais da instituição em estudo, sendo essa uma ferramenta fundamental à seleção dos sujeitos da pesquisa a serem entrevistados segundo critérios estabelecidos nesta atividade acadêmica. Dirigiremo-nos da mesma forma à direção da Escola de Referência em Ensino Médio de Belo Jardim e aos pais/mães/responsáveis no caso de alunos(as) e ex-alunos(as) menores de 18 anos para realização da coleta de dados com os discentes da referida escola, assim como os professores apontados pelos alunos no questionário, os quais foram entrevistados posteriormente. Todos os sujeitos colaboradores diretos e indiretos deste estudo acadêmico foram bastante cordiais e propensos a fornecer-nos as informações necessárias aos objetivos desta investigação, salvo alguns alunos que não devolveram o termo de consentimento assinado, bem como o questionário respondido, e outros que não preencheram todos os campos do questionário, deixando em branco, notadamente, dados referentes ao perfil do sujeito investigado. Outrossim, vale ressaltar a importância da colaboração da equipe gestora e administrativa da instituição escolar que proporcionou o acesso a informações pedagógicas e gerênciais, e a resultados de avaliações internas e externas essenciais à esta investigação científico-acadêmica. Realizamos ainda a coleta dos termos de consentimento assinados pelos alunos e/ou seus responsáveis (quando estes apresentaram idade inferior a dezoito anos), assim como dos professores, para respaldo legal e clareza quanto à natureza voluntária desta atividade. Atendendo essa etapa formal explicamos aos entrevistados, discentes com êxito de aprendizagem em

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matemática e docentes mencionados no questionário, a necessidade de sua cooperação quanto às respostas do questionário e da entrevista de forma a explicitar elementos fundamentais para compreensão e descrição do problema em foco.

Esclarecemos ainda aos discentes e docentes, colaboradores desta investigação, que o desenvolvimento científico em foco tinha como meta apenas a investigação acadêmica, sendo portanto assegurado a eles a inexistência de quaisquer danos de ordem física, psicológica ou administrativa devido às atividades de investigação. Isto posto, comprometemo-nos em manter sigilo quanto à identidade dos entrevistados mesmo quando da necessidade de divulgação dos resultados.

Para análise dos dados obtidos através do questionário aplicado com os alunos(as), foi digitado um banco de dados no programa EPI INFO o qual foi exportado para o software SPSS onde foi realizada a análise. Para avaliar o perfil dos alunos participantes da pesquisa foram calculadas as frequências percentuais e construídas as respectivas distribuições de frequência. Ainda, foi avaliada a percepção dos alunos acerca do ensino da matemática, os fatores que contribuem para o êxito, as práticas de ensino, a influência da família no processo de aprendizagem e os processos avaliativos utilizados na prática docente na disciplina de matemática. Para comparar a distribuição do perfil dos alunos foi aplicado o teste de comparação de proporção. Todas as conclusões foram tiradas considerando o nível de significância de 5%.

Após a realização das entrevistas com os docentes mediante gravação em audio, como já relatado, efetuamos a transcrição e tabulação das mesmas, analisando os dados alcançados através da análise de conteúdo que, segundo Bardin (2010, p. 11), é um conjunto de técnicas de análise das comunicações objetivando alcançar por métodos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores quantitativos ou qualitativos.

Em todos os casos, o tratamento dos dados será exigente: é preciso com frequência transcrever cuidadosamente as frases coletadas, habitualmente registradas em gravador, para logo proceder às análises de conteúdo, que são, em geral, mais delicadas do que as análises estatísticas (LAVILLE & DIONNE, 1999, p. 190).

Utilizamos como recurso de transcrição das entrevistas em audio com os professores, a simbologia descrita na normatização para transcrição de acordo com o Projeto NURC – Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta de São Paulo, conforme ilustrado na tabela 3 a seguir.

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Instituto de Educação Tabela 3 – Normas para transcrição de áudio.

Sinais Ocorrências

( ) Incompreensão de palavras ou segmentos. (hipótese) Hipótese do que se ouviu.

/ Truncamento (havendo homografia... usa-se acento indicativo da tônica e/ou timbre).

MAIÚSCULA Entonação enfática.

::: Prolongamento de vogal ou consoante.

- - Silabação.

? Interrogação.

... Qualquer pausa.

((minúscula)) Comentários descritivos e dos não-ditos observados pelo pesquisador.

-- -- Comentários que quebram a sequência temática da exposição. [ Superposição... simultaneidade de vozes... exatamente no léxico

sobreposto.

(...) Indicação de que a fala foi tomada ou interrompida em determinado ponto.

“ ” Citações literais de textos... durante a gravação. Minúsculas Exceto em nomes próprios.

Grifo Nomes estrangeiros.

[tempo] Identificação da marcação de tempo no vídeo para paradas de transcrição.

Fonte: PRETTI apud MAREGA (2009) - Adaptada

Os sujeitos, investigador e professores, participantes da entrevista foram identificados por siglas, especificadas na tabela 4 abaixo, a fim de garantir o sigilo acordado quando da assinatura dos termos de conssentimento livre e esclarecido, em anexo neste trabalho de investigação acadêmica. A caracterização dos professores traz, em linhas gerias, informações sobre seu sexo, disciplina que leciona e o nível de ensino pelo qual este colaborador está sendo investigado, lembrando ainda que estes professores estão localizados em instituições públicas e particulares neste município, no entanto uma professora (P3) lecionou por muitos anos neste município, mas encontra-se atualmente no município de Caruaru distante 52 km de Belo Jardim.

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Instituto de Educação Tabela 4 – Identificação simbólica dos sujeitos entrevistados

Sujeito Participante Caracterização

I Investigadora

P1 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P2 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P3 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P4 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P5 Professor de Matemática – Ensino Médio

Fonte: Protocolo da investigação. Elaborada pela autora (2013)

A maioria dos professores entrevistados são do sexo feminino, sendo quatro professoras do ensino fundamental e apenas um professor do ensino médio, suas idades variam entre trinta e seis e cinquenta e um anos, quanto a formação pedagógica todos possuem Graduação em Matemática e uma professora P1, está concluindo sua segunda licenciatura no curso de Pedagogia, e todos possuem Especialização Latu Senso em Matemática, sendo que o professor do ensino médio P5, possui também especialização em Ciências da Educação e em Docência do Ensino Superior, e a professora P3, possui também Especialização em Metodologia do Ensino Básico. No tocante aos turnos trabalhados, três trabalham em dois turnos, P3, P4 e P5; uma trabalha apenas em um turno, a professora P2; e outra, a professora P1, trabalha os três turnos. Quanto ao tempo de atuação em educação dois professores tem quinze anos (P1 e P5), uma dezoito (P2), uma vinte e seis (P3) e outra trinta anos (P4), atendendo um quantitativo médio de duzentos e setenta alunos por ano letivo, assim distribuidos: P1, 430 alunos; P2, 200 alunos; P3, 200 alunos; P4, 350 alunos e P5, 250 alunos. Já no que diz respeito ao tempo de experiência com o ensino fundamental e médio, ou com outra função nas redes de ensino particular, municipal ou estadual preferimos expor os dados mediante tabela, nela adotamos algumas abreviações como descritas na tabela 5 que segue:

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Tabela 5 – Identificação de abreviações e caracterização dos sujeitos, vínculo empregatício e experiências docentes

Abreviação Caracterização

P1 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P2 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P3 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P4 Professora de Matemática – Ensino Fundamental P5 Professor de Matemática – Ensino Médio

RM Rede Municipal de Ensino RE Rede Estadual de Ensino RP Rede Particular de Ensino

T Tempo em anos

TT Tempo total de atuação na educação

TEF Tempo de experiência com o ensino fundamental TEM Tempo de experiência com o ensino médio

TOF Tempo de experiência em outra função

Fonte: Protocolo da investigação. Elaborada pela autora (2013)

Tabela 6 – Tempo total de atuação na educação básica por nível e rede de ensino

TT TEF TEM TOF

T RM RE RP T RM RE RP T RM RE RP T RM RE RP P1 15 x x x 15 x x 15 x x 5 x X P2 18 x x x 15 x x x 1 x 2 x X P3 26 x x 23 x x 3 x 12 x P4 30 x x 16 x x 14 x P5 15 x 15 x

Fonte: Protocolo da investigação. Elaborada pela autora (2013) Conforme a tabela 6, percebemos que todos os docentes entrevistados possuem uma notável experiência pedagógica, sendo que as três primeiras professoras possuem experiência na rede pública e estadual e os dois últimos apenas na rede pública. Quanto ao relato de outras funções dentro da educação a professora P1 possui quatro anos de experiência como Diretora de Planejamento na rede municipal e um ano como coordenadora pedagógica na rede particular, a professora P2 possui um ano e oito meses

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de experiência como coordenadora tanto na rede municipal quanto na rede particular, já a professora P3 possui doze anos de experiência como gestora adjunta e como técnica pedagógica ambos na rede estadual.

Durante as entrevistas foi nítido o entusiasmo destes profissionais da educação ao relatarem sua formação acadêmica, que lhes proporcionam maturidade e propriedade para traduzirem suas experiências, percepções e compreensão sobre os itens interrogados, demonstrando competência profissional, preocupação com a aprendizagem por parte de seus alunos e segurança no tocante ao conhecimento dos tópicos analisados. Vejamos algumas falas:

P1: “... eu sou uma professora apaixonada pelo que eu faço, e eu acho que isso faz com que eu motive os alunos [...] fiz licenciatura sem pensar em ensinar, não qeria ser professora, mas depois surgiu o desejo e graças a Deus assim, hoje eu vejo que me fez bem, porque ensinar é uma troca, você ensina e você aprende...”

P2: “... eu cobro demais, eu brinco, tem alguns momentos de brincar, mas eu, eu puxo muito [...] porque eu sei que de certa forma, eu até falo pra eles, vocês estão assim comigo hoje, mas quando for futuramente vocês vão olhar pra mim e... me ensine, e EU NÃO VOU ENSINAR, então eu fiquei muito, muito lisonjeada de fazer esta atividade, esta entrevista, e feliz por saber que eu fui citada por alguns alunos...”

P3: “... nossa profissão tem sido massacrada, mas em meio há tantas turbulências a força que vem de dentro, de gostar do que faço, de me realizar quando estou numa sala de aula ainda é maior, nesses 20 anos em que sou professora da Rede Estadual já me ausentei por alguns períodos de sala de aula como você sabe, e a cada retorno me convenço mais de que lá é o meu lugar, o sucesso de um aluno que seja, já me faz sentir que ainda vale a pena.”

P4: “... amo o que faço, eu amo minha profissão, porque ela é a profissão das profissões, [...] eu amo o meu trabalho, eu amo trabalhar com os alunos, eu não consigo me ver assim, fora de uma sala de aula, eu gosto muito desse contato com os alunos, até mesmo porque quando eu disse que gosto da psicologia, eu gosto muito de observar em cada um o comportamento:::, não é?, ver o que sente cada um, como tratam os outros, como eles chegam..., a atitude de cada um, isso pra mim é importante::: dentro da profissão que eu estou exercendo:::”

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P5: “... minha experiência é basicamente no ensino médio, pra não dizer que eu não tive experiência no fundamental, eu dei uns seis meses de aula assim que entrei no estado, aulas no ensino fundamental, numa oitava série, acho que foi a única experiência no fundamental, o resto, toda experiência com relação ao ensino médio [...] a minha prática pedagógica, específica de matemática, apesar de ter uma licenciatura em matemática eu vejo muito a prática pedagógica no geral, e..., essa prática na qual todo professor quer que tenha resultados, e resultados positivos, então eu vejo muito essa questão da prática como algo hoje que você possa despertar no aluno a vontade de estudar...”

Esperamos que a realização desta pesquisa possa contribuir para academia, somando-se às inúmeras investigações já desenvolvidas, procurando oportunizar aos docentes dessa área a apropriação dos elementos positivos que têm contribuído para um processo ensino-aprendizagem eficaz, visto que tentamos enfatizar aqui as práticas inovadoras que estão dando resultados positivos aos nossos alunos e replicar essas ações a um universo maior de alunos.

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CAPÍTULO IV