• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados aconteceu em dois momentos distintos. O primeiro foi a exploração dos dados quantitativos, disponibilizados nos Portais de Informação/Bancos de dados (DATASUS, SNIS, Portais da Informação Federal e Estadual), a qual aconteceu de Junho de 2017 até Fevereiro de 2018. No segundo momento deu-se a pesquisa de campo, que aconteceu entre os meses de novembro de 2017 e fevereiro de 2018, para tal foram realizadas entrevistas com os atores sociais (Secretários Estaduais representando a gestão, representantes de CBH e representante da FUNASA).

No primeiro momento (Dados quantitativos): Foram exploradas através do DATASUS informações do SIAB sobre a situação de saneamento; também exploramos as informações de saúde, no espaço dedicado às informações epidemiológicas e de morbidade, com base no SINAN sobre doenças e agravos de notificação; o SIH-SUS, especificamente os registros de internações hospitalares por DRSBI; e o PCE, que através do SISPCE disponibiliza resultados de inquéritos coproscópicos3 e levantamentos malacológicos4 nas áreas endêmicas do Brasil. Destacamos que o recorte temporal utilizado para a coleta de dados nos portais de informação foi do ano 2007 ao ano 2015, e no caso dos casos de Dengue coletamos dados de 2007 a 2012. Estes períodos foram limitados desta forma, para que pudéssemos nos adequar às últimas atualizações disponíveis.

No SIAB utilizamos as informações disponíveis acerca da situação de saneamento básico, especificamente os tipos de abastecimento de água e esgotamento sanitário que as famílias paraibanas tem acesso. Para obtenção dos dados seguimos a seguinte sequência no DATASUS: <Informações de Saúde (TABNET) + Assistência à Saúde + Atenção Básica/Saúde da Família/de 1985 a 2015 + Situação de Saneamento + Abrangência Geográfica + Paraíba>. Foram selecionadas as formas de abastecimento de água – rede pública, poço ou nascente, outras fontes; e para destinação dos dejetos: esgotos, fossa e céu aberto.

Para acessar as informações do SINAN utilizamos as informações de saúde, no tocante a doenças e agravos de notificação relacionadas a partir do ano de 2007. Os dados foram

3 Diagnóstico realizado através do exame parasitológico das fezes (DUNCAN et al, 2013).

obtidos obedecendo a seguinte sequência de busca no Portal de Informação DATASUS: <Informações de Saúde (TABNET) + Epidemiológicas e de Morbidade + Doenças e Agravos de Notificação de 2007 em diante (SINAN)>. Foram selecionadas as seguintes doenças e agravos para a coleta: Cólera, Dengue, Esquistossomose, Febre Tifóide.

No SIHSUS os dados foram coletados obedecendo à seguinte sequência de busca no Portal de Informação DATASUS: <Informações de Saúde (TABNET)+Epidemiológicas e de Morbidade+Morbidade Hospitalar do SUS (SIHSUS)+ por local de residência>. Neste sistema de informação foram selecionados os dados referentes a todas as doenças que são relacionadas ao saneamento básico inadequado.

A coleta de dados no SISPCE foi abalizada pela seguinte sequência de busca: < Informações de Saúde (TABNET)+ Epidemiológicas e de Morbidade + Programa de Controle da Esquistossomose (PCE)>. Neste sistema foram explorados os dados referentes aos exames realizados e considerados positivos no período de 2007 a 2014.

No sistema de informação (SNIS) utilizamos os dados disponibilizados nos Diagnósticos Anuais Água e Esgotos, os quais são divulgados anualmente pelo Ministério das Cidades, com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Desde a Criação do SNIS já foram publicados vinte e duas edições, sendo a primeira referente ao ano 1995 e a última referente ao ano 2016. Para fins deste estudo, exploramos as edições correspondentes ao recorte temporal pertinente.

O Portal da Transparência do Governo do Estado da Paraíba permite o acompanhamento da destinação dos recursos públicos, conferindo receita, despesa, convênios, compras, orçamento e pessoal. Diante dessas possibilidades, no “link” “Despesa”, fizemos uma exploração dos dados referentes à despesa orçamentária e manipulando as variáveis: exercício, mês, valores, poder, órgão, classificação. Neste espaço virtual, nos restringimos aos programas de governo relacionados diretamente com abastecimento de água e destinação esgotos, a saber: “Água Para Todos” e “Sanear a Paraíba”.

Para compilar todos os dados oriundos dos Portais de Informação/Banco de Dados foram construídas planilhas, tabelas e quadros utilizando os Programas Microsoft Excel e Word 2007.

No segundo momento (pesquisa qualitativa): A pesquisa de campo iniciou com o contato prévio com as instituições participantes para tomarem ciência da pesquisa e a autorizassem. Nesta ocasião foi agendada, de acordo com a conveniência de cada participante, uma entrevista para não causar transtornos em sua agenda e ambiente de trabalho.

No momento do encontro agendado, a pesquisadora procurou desenvolver um diálogo aberto, visando estabelecimento de uma relação empática e serena. Em seguida, a pesquisadora fez nova explanação do estudo e seus objetivos e apresentou o TCLE (Anexo I). Este deixa claro o respeito à autonomia do entrevistado em optar por participar ou não da investigação proposta. Após a leitura do referido termo, os que aceitaram participar da pesquisa foram convidados a assinar o termo conjuntamente com o pesquisador e, assim, fornecendo sua anuência.

As entrevistas foram realizadas utilizando-se os roteiros de semi-estruturados (Apêndices A-E) e o gravador. Destaca-se que a gravação possibilita a transcrição de todo o material fornecido, pois nem sempre isto ocorre quando se utiliza outros recursos (GIL, 2002). Dessa forma, atende-se ao critério de fidedignidade na interpretação da fala dos sujeitos.

Foi solicitada autorização para gravação da entrevista. É oportuno destacar que foi utilizado um aparelho de gravação de pequeno porte, facilitando sua discrição diante do olhar dos entrevistados.

Após cada entrevista, foi realizada a transcrição na ordem que as entrevistas foram realizadas e gravadas e reservadas para posterior análise. Os dados foram arquivados no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Campina Grande, sob responsabilidade do pesquisador, permanecendo em local seguro e o tempo de armazenamento de cinco anos após o término da pesquisa.

Para melhor sistematização da pesquisa e também para auxiliar na compreensão utilizamos a Matriz de Coleta de Dados (Apêndice F). Ela foi um importante instrumento de orientação em toda a tese, mas principalmente para sistematizar a coleta dos dados

3.5 ANÁLISE DOS DADOS