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CAPÍTULO V METODOLOGIA DA PESQUISA

5.4. Estratégias metodológicas

5.4.7. Procedimentos

A pesquisa se desenvolveu em 7 encontros durante 5 meses (agosto a dezembro de 2013), havendo construção e coleta de dados em todos os encontros. A seguir estão descritos os procedimentos.

1º encontro: foram realizadas as Entrevistas Semiestruturadas com um dos agricultores mais antigos do assentamento e com a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Boa Vista; Observação Participante do assentamento; anotações no Diário de Campo.

Como ainda há poucas publicações sobre o Assentamento Boa Vista e sobre a Escola Municipal Boa Vista, para obter algumas informações, foi aplicada uma breve Entrevista Semiestruturada com um dos agricultores mais antigos do assentamento, presidente de uma das associações do assentamento e com a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Boa Vista.

A Entrevista Semiestruturada aplicada com um dos agricultores do assentamento e com a coordenadora pedagógica da escola teve por objetivo compreender melhor o histórico do assentamento, dos seus moradores, da escola e auxiliar a direcionar a Pesquisa-ação.

Foram realizadas observações com o objetivo de averiguar a heterogeneidade cultural, social e ambiental, identificando, separando e descrevendo características do assentamento e dos alunos.

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2º encontro: foram aplicadas as primeiras Entrevistas Estruturadas (questionários abertos) com os jovens; Roda de Conversa; oficina educacional; Observação Participante e anotações no Diário de Campo.

A aplicação do questionário teve como objetivo compreender mais sobre os hábitos, crenças e valores dos jovens em relação ao meio ambiente, problemas socioambientais no assentamento, lazer, expectativas para o futuro, expectativas para um assentamento melhor e qualidade de vida. Além disso, esta primeira entrevista com os jovens foi de suma importância para direcionar a Pesquisa-ação em relação às demandas dos sujeitos.

A Roda de Conversa foi conduzida com perguntas, os jovens respondiam, depois se organizam em grupos e colocavam as respostas em cartazes em forma de mapa mental. Temas: Lazer e qualidade de vida.

A primeira oficina educacional abordou os temas sobre a complexidade do cérebro humano, mapa mental, maneiras de aprender e de expor as ideias; e cooperação.

3º encontro: Roda de Conversa; oficina educacional para fortalecimento de crenças e valores em relação a eles mesmos, ao campo e à vida; Observação Participante e anotações no Diário de Campo.

A Roda de Conversa foi conduzida com perguntas, os jovens respondiam, depois se organizam em grupos e colocavam as respostas em cartazes em forma de mapa mental. Tema: Maiores problemas no assentamento.

Na segunda oficina educacional, houve três partes. A primeira parte girou em torno de informações úteis como: histórico da questão agrária brasileira; histórico da questão agrária no DF e Entorno; assentamentos de sucesso no país, dicas para o sucesso; reflexões sobre educação e ambiente; reflexões sobre cuidados consigo, com pensamentos e sentimentos. Na segunda parte da oficina foi realizado um jogo cooperativo para estimular uma maior união da turma. Na terceira parte da oficina houve um momento de alongamento, relaxamento e introspecção; dinâmica com argila “momento de criação”, “momento de reciclagem interna” e “momento de criação coletiva”. Desses momentos surgiram palavras. Dessas palavras surgiram poesias e uma música (ANEXO I).

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4º encontro: Roda de Conversa; oficina educacional para fortalecimento de crenças e valores em relação a eles mesmos, ao campo e à vida; Observação Participante e anotações no Diário de Campo.

A Roda de Conversa foi conduzida com perguntas, os jovens respondiam, depois se organizam em grupos e colocavam as respostas em cartazes em forma de mapa mental. Tema: Maiores dificuldades da sua vida.

Na terceira oficina educacional, os estudantes leram as poesias elaboradas e um estudante cantou a música que ele elaborou a partir das palavras que surgiram na oficina anterior (ANEXO I). Foram realizadas reflexões sobre crenças e valores em relação a eles mesmos, ao campo e à vida; reflexões sobre as possibilidades que se pode ter na vida e no campo; reflexões sobre o contexto político, econômico e social local, sobre como sair do eu e chegar ao outro. Em um momento da oficina uma das funcionárias da área administrativa da escola foi convidada para contar sua biografia para os alunos: “De dificuldades à vitórias”. Ela, uma mulher que saiu da periferia de Goiânia, foi morar no Assentamento Boa Vista, trabalhou de sol a sol, enfrentou dificuldades na produção de alimentos, teve problema de saúde grave, passou fome, mas não desistiu. Estudou para o concurso de auxiliar de limpeza da Escola Municipal Boa Vista, passou no concurso, concluiu o Ensino Médio à distância, e passou no concurso para área administrativa da escola. Houve reflexões sobre a biografia da funcionária e sobre outras biografias. Depois houve um jogo cooperativo para estimular mais união na turma. No fechamento da oficina, foi pedido aos jovens para elaborarem um mini projeto com ideias de como gerar renda e valorizar a cultura e o ambiente onde eles vivem (ANEXO II).

5º e 6º encontro: Oficina educacional para fortalecimento de crenças e valores em relação a eles mesmos, ao campo e à vida; oficina “novos conhecimentos úteis”; Observação Participante e anotações no Diário de Campo.

No primeiro momento da oficina (tanto no 5º quanto no 6º encontro) houve um momento de introspecção e arte, reflexão sobre os potenciais de cada um e as possibilidades de alcançar esses potenciais. Além de refletir também sobre os potenciais da escola rural e da vida no campo.

Em um segundo momento, para atender uma demanda de alguns alunos da turma com muito potencial na área de robótica e eletrônica (eles pegam resíduos

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sólidos no lixo e transformam em máquinas), foi feita uma parceria com um grupo de extensão da área de robótica da Universidade de Brasília (UnB) e estes, ministraram uma oficina teórica e prática para os estudantes no 5º e 6º encontro.

Em um terceiro momento foi realizado um jogo cooperativo para estimular mais união na turma (5º e 6º encontro).

7º encontro: conclusão; houve aplicação de Entrevista Estruturada (questionário aberto); oficina educacional para fortalecimento de crenças e valores em relação a eles mesmos, ao campo e à vida; Observação Participante e anotações no Diário de Campo.

A Entrevista Estruturada aplicada ao final da pesquisa teve como objetivo compreender se houve algo positivo em relação às atividades desenvolvidas para: fortalecer crenças e valores referentes às possibilidades de aprendizados na escola rural; fortalecer crenças e valores em relação a eles mesmos acreditarem mais em si e lutarem pelos seus desejos e sonhos; fortalecer crenças e valores em relação a viver e realizar seus sonhos no campo.

Foram realizadas algumas reflexões sobre os potenciais de cada pessoa e as possibilidades de alcançar esses potenciais. Além de refletir também sobre os potenciais da escola rural e da vida no campo. A oficina foi desenvolvida através de arte e música.