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Parte 2: Estudo Empírico

4.3 Procedimentos

Em primeiro lugar, foi realizada uma revisão bibliográfica que permitiu uma melhor compreensão do tema, assim como orientar a investigação e definir o objectivo do estudo. Este procedimento possibilitou, também, a construção das primeiras versões dos instrumentos de recolha de dados – Questionário de Contextualização da CRI e

Guião de Entrevista – subordinados ao objectivo do estudo.

As primeiras versões foram submetidas a uma análise por parte do orientador deste estudo e, como resultado dessa análise, elaborou-se uma nova e definitiva versão do Questionário de Contextualização da Instituição e uma nova versão do Guião de Entrevista. Essa versão foi novamente reformulada após a sua aplicação numa entrevista piloto a um elemento do universo de estudo, mas que não fazia parte

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do grupo a estudar, em registo informal, elaborando-se assim a versão definitiva do Guião de Entrevista.

Contactou-se então o coordenador do Centro de Recurso para a Inclusão sediado na CERCIGUI através do envio de uma carta, pedindo-se colaboração. O coordenador respondeu afirmativamente. A amostra foi então construída, por conveniência, com o apoio do Coordenador de CRI que pediu directamente colaboração aos profissionais que trabalham no CRI, no Centro de Formação e Reabilitação Profissional e CAO da CERCIGUI, reuniu os contactos de quatro professores do ensino especial de agrupamentos com PIT em coordenação com o CRI e indicou uma das empresas que recebe alunos em PIT, um centro desportivo.

A amostra constitui-se então por sete dos profissionais que fazem parte da equipa que participa no processo de elaboração e implementação dos PIT a cargo do CRI: o coordenador do CRI, que acumula funções de psicólogo; uma psicóloga da equipa do CRI; dois professores do ensino especial de escolas do ensino básico do 2º e 3º ciclo (EB 2,3) de agrupamentos escolares distintos, uma no centro da cidade e uma na periferia; uma formadora do Centro de Formação e Reabilitação Profissional da CERCIGUI da área de informática; uma monitora do Centro de Actividades Ocupacionais da CERCIGUI; e um instrutor de um centro desportivo parceiro da CERCIGUI, que fornece o ponto de vista dos empregadores.

As entrevistas com os profissionais do CRI e com a formadora foram agendadas presencialmente pela investigadora, a entrevista da monitora do CAO foi agendado pelo coordenador e as dos restantes entrevistados via correio electrónico, sendo os entrevistados informados do objectivo do estudo e que seria assegurada a confidencialidade dos dados. Para a realização desta investigação foram, desde o início, tidas em conta as questões éticas e de salvaguarda dos direitos dos profissionais que nele participaram.

As entrevistas foram realizadas no final do ano lectivo de 2011-2012, de 9 a 27 de Julho, de modo a não entrar em conflito com a carga horário e de trabalho do período de aulas, nos locais de trabalho dos entrevistados, em horário por eles agendado. Os professores foram entrevistados em salas de aula, o coordenador e a psicóloga num gabinete do CRI, a formadora na sua sala do Centro de Formação e a monitora num gabinete do CAO, as divisões eram na sua generalidade pequenas mas com boas condições de iluminação e ventilação. Nas escolas, por se tratar de um período de avaliações sem a presença de alunos, proporcionou-se um ambiente calmo e tranquilo, assim como no CAO. No CRI e no centro de formação, que funcionavam

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ainda com a presença de alunos, houveram algumas interrupções. No centro desportivo a entrevista ao instrutor realizou-se numa bancada exterior, num período em que não estavam a decorrer actividades, proporcionando-se também um ambiente tranquilo e sem interrupções. Dado que o empregador se encontra num contexto bastante divergente dos restantes entrevistados, o guião de entrevista foi ligeiramente adaptado a este entrevistado.

Todas as entrevistas e o questionário foram gravados em áudio para possibilitar uma posterior transcrição e análise do conteúdo das entrevistas. Foi solicitado a todos os entrevistados que formalizassem a sua aceitação na participação no estudo assinando uma autorização que assegura aos entrevistados que a gravação será apenas usada no âmbito do estudo, mantendo-se o seu anonimato (ver Anexo V - Termo de Consentimento Informado). Antes de cada entrevista foi preenchido um questionário sociodemográfico (junto ao guião de entrevista – Anexo II), que possibilitou a caracterizar a amostra.

Ao longo da maioria das entrevistas foi necessária a reformulação e explicação de algumas perguntas, de modo a se tornarem mais perceptíveis aos entrevistados, e foram acrescentadas outras perguntas, sempre que a entrevistadora considerou pertinente. Procurou-se sempre manter o carácter aberto das questões, de modo a que as respostas resultassem de uma reflexão que desenvolvesse o tema de cada questão. Os participantes mostraram-se colaborantes e com vontade de participar.

Após o período de realização do questionário e das entrevistas, foi feita a transcrição integral dos dados obtidos a partir das gravações. Para uma representação gráfica dos dados transcritos mais homóloga entre todos os entrevistados e para mais fácil compreensão na consulta dos resultados, foram estabelecidas regras e critérios para transcrição (Anexo VI - Glossário de regras e critérios utilizado na transcrição das entrevistas). As transcrições das entrevistas foram depois submetidas a uma análise e categorização do conteúdo para posterior discussão dos resultados.

A análise de conteúdo constitui-se como uma técnica sistemática e replicável para comprimir muitas palavras de um texto em poucas categorias de conteúdo. O investigador realiza inferências, que, por se apresentarem com um fundamento explícito, podem ser questionadas e corroboradas ou contrariadas por outros procedimentos de recolha e tratamento de dados (Esteves, 2006).

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