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Procedimentos no grupo controlo

No documento Ana Rita Dias Patrocínio Sousa (páginas 40-44)

H 1 e Um programa de intervenção diário composto por intervenção conservadora e um programa de exercício físico, realizado individualmente e com duração de

3.6 Instrumentos de Avaliação

3.7.1 Procedimentos no grupo controlo

Foi elaborado um pedido de autorização por escrito à administração da Leirisport, explicando os objetivos da investigação e os procedimentos a realizar, que foi aceite sem reservas (Apêndice VIII). Imediatamente após a resposta ao pedido de autorização, um dos técnicos da Leirisport (cego em relação aos objetivos do estudo) entrevistou

pessoalmente cada elemento da população em estudo9 e procedeu à análise da informação clínica/relatório médico10 desses indivíduos, para selecionar os sujeitos elegíveis através da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Esta seleção foi registada no Questionário de Diagnóstico dos Participantes, que foi preenchido durante a entrevista (Apêndice II).

Todos os sujeitos elegíveis foram convidados pelos investigadores a participar no estudo. Os investigadores explicaram com pormenor as implicações da sua participação, entregaram uma folha informativa sobre o estudo e solicitaram que assinassem uma folha de Consentimento Informado (Apêndice V e Apêndice VI). Aos que aceitaram participar no estudo foi aplicado o Questionário de caracterização da amostra (Anexo I) por entrevista direta, realizada pelo mesmo técnico que procedeu à seleção dos utentes elegíveis. Este questionário foi utilizado para caracterizar individualmente cada sujeito, tendo sido aplicado uma única vez no início deste estudo por entrevista direta. Todos os participantes foram entrevistados pelo mesmo técnico/entrevistador. Todo este procedimento decorreu entre Julho e 8 de Outubro de 2011.

Na segunda semana de Outubro foram realizadas as avaliações iniciais (com a aplicação do Questionário KOOS e da goniometria) nas instalações da Leirisport. Para efetuar as avaliações, os investigadores convidaram dois fisioterapeutas que exercem noutra instituição, sendo que nenhum deles conhecia os objetivos do estudo, nem a que grupos pertenciam os participantes (examinadores cegos).

Ambos os fisioterapeutas têm 10 anos experiência clínica e realizam regularmente medições com o goniómetro em utentes com lesões e patologias do joelho.

Na avaliação da amplitude articular, o movimento passivo de flexão e de extensão do joelho foi realizado sempre pelo mesmo mobilizador. Por sua vez, a medição com o goniómetro universal também foi realizado pelo mesmo medidor. Realizaram-se três medições e calculou-se a média, que era registada na folha de medições (Apêndice X).

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A população em estudo é constituída pelos utentes da Leirisport inscritos para participar no Programa

“Viver Activo”, com OA do joelho e idade igual ou superior a 65 anos 10

No ato da inscrição no Programa Viver Activo, organizado pela Leirisport, todos os indivíduos levaram um relatório médico contendo todas as informações clínicas relevantes (patologias diagnosticadas, antecedentes pessoais e familiares, etc.) e com autorização médica para a prática exercício físico. Este é um procedimento obrigatório imposto pela Leirisport. Este relatório médico permitiu selecionar a população em estudo (sujeitos com OA do joelho, com idade igual ou superior a 65 anos).

Estes pressupostos foram tidos em conta para minimizar o erro de medida, visto que poderiam interferir nos resultados finais, dado a fiabilidade intra-observador ser maior do que a inter-observador (Norkin & White, 1997).

O questionário KOOS foi aplicado apenas por um fisioterapeuta, que teve um mês de treino no uso do KOOS antes de iniciar o estudo. Foram feitas análises dos questionários aplicados ao longo desse mês. Antes do início da aplicação do KOOS no estudo, foi feita uma reunião onde foram discutidas todas as dúvidas que surgiram e como foram ultrapassadas. Este procedimento garantiu que os dados fossem recolhidos de forma semelhante nos três momentos de avaliação.

Durante a primeira avaliação os utentes com OA bilateral foram informados que a avaliação incide unicamente sobre o joelho mais sintomático (mais doloroso). A segunda recai sobre o mesmo joelho, ou seja, aquele que o utente identificou como mais doloroso na primeira avaliação. Este aspeto foi bastante reforçado durante as avaliações. A aplicação dos instrumentos foi sempre realizada pelos mesmos avaliadores, de forma a aumentar a fiabilidade intra-observador.

Para se garantir ao máximo possível a homogeneidade entre os grupos foi avaliada a equivalência entre os grupos, imediatamente após a avaliação inicial, pela aplicação de testes estatísticos e posterior comparação de algumas variáveis que poderão ter influência sobre os resultados: género, idade, habilitações literárias, grau da OA. Analisou-se, também, a homogeneidade dos grupos na baseline ao nível dos outcomes: amplitude articular, dor e rigidez do joelho, função física e qualidade de vida. (Fink, 2008).

O controlo destas variáveis é importante, uma vez que a ausência de aleatorização impossibilita uma distribuição igual das variáveis estranhas entre os grupos de participantes e a homogeneidade, o que poderá falsear a relação de causalidade entre a variável independente a as variáveis dependentes (Fortin, 2009).

No dia 17 de Outubro teve início o programa de exercício “Viver Activo”, implementados por um instrutor da instituição/Leirisport, que também foi cego, uma vez que não conheciam os objetivos do estudo. Todas as sessões do programa de exercício a solo “Viver Activo” foram sempre implementadas pelo mesmo instrutor, que

possui formação específica na área do exercício em idosos, assim como larga experiência (conhecimentos teóricos e práticos) neste tipo de programas com idosos. O programa de exercício no solo “Viver Activo” foi aplicado no pavilhão municipal de Leiria. O programa teve uma duração de 8 semanas ininterruptas11, com uma frequência de duas vezes por semana, em dias alternados, e com uma duração de 50 minutos por sessão12, tal como é recomendado pela Arthritis Fundation (1996). Todos os 21 participantes do grupo controlo obtiveram as várias sessões em simultâneo, não tendo sido divididos por subgrupos13. Desta forma, cada sessão foi constituída por um máximo de 21 participantes, sendo que todos eles executaram exatamente os mesmos exercícios, a fim de padronizar os procedimentos utilizados.

O programa de exercício aplicado14 foi desenvolvido pela equipa de investigação e baseado nas guidelines desenvolvidas pela Arthritis Foundation (1996)15, que autorizou

a sua implementação neste estudo16. Vários RCT’s (Doyle et al, 1992; Kennedy et al, 1992; Quitoni, 2000; Hinchman, 2001; Minor et al, 2007; Callahan et al, 2008) comprovam a efetividade do programa a solo PACE.

Para implementar o programa, o instrutor teve acesso, previamente, às guidelines e aos DVD´s desenvolvidos pela Arthritis Foundation, bem como ao programa de exercício propriamente dito, elaborado pela equipa de investigação. O instrutor teve uma semana de estudo e de treino antes da implementação do programa.

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Vários estudos realizados nesta área também aplicaram um programa de exercício físico no solo com uma duração de 8 semanas (Fisher, Dolan, Brenner, Pendergast, 2004; Callahan, Mielenz, Freburger et al, 2008)

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O programa de exercício decorreu às terças e quintas-feiras das 10h às 10h50min. Os programa iniciou a 25 de Outubro e terminou a 15 de Dezembro.

13 Embora o ideal seriam 6 a 10 utentes por sessão, tendo em conta a experiencia dos técnicos/instrutores (capacidade de instrução, demonstração, observação, correcção, liderança etc.) e o espaço e matérias disponíveis, optámos por não criar subgrupos. Os vários estudos nesta área não mencionam o número de utentes por sessão.

14 O programa pode ser consultado no Anexo 2, assim como todas as informações relativas ao mesmo. 15 O programa de exercício a solo é denominado People With Arthritis Can Exercise Program (PACE) 16 Os investigadores contactaram a Arthritis Foundation, via correio electrónico, realizando um pedido formal para a autorização e o fornecimento das guidelines desenvolvidas pela fundação. O pedido foi aceite e a Arthritis Foundation remeteu as guidelines aos investigadores, via correio normal.

Todas as sessões do programa de exercício no solo “Viver Activo” iniciaram com um período de aquecimento, seguindo-se os exercícios de flexibilidade,

endurance/resistência cardiovascular e fortalecimento, e por fim o retorno à calma ou

relaxamento. Todas as sessões foram realizadas pelo mesmo instrutor, sempre à mesma hora do dia e em condições (luz, humidade, temperatura e ruído) semelhantes.

No documento Ana Rita Dias Patrocínio Sousa (páginas 40-44)