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3.5 Procedimentos de coleta de Dados

3.5.4 Procedimentos para a coleta de exames laboratoriais

Os exames laboratoriais foram coletados pela punção da veia antecubital, sendo coletados, aproximadamente, 10 ml, pelo método de aspiração a vácuo e colocados em tubos também a vácuo, de acordo com os critérios utilizados pelo laboratório. Antes de proceder à coleta dos exames laboratoriais, foi, novamente, certificado se os profissionais permaneciam em jejum por 12 horas.

O sangue coletado era identificado com o nome do participante e encaminhado até o laboratório do Hospital Sanatorinhos de Carapicuíba-São Paulo, hospital que faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS), localizado a quase 30 km da base mais distante da coleta. O laboratório é certificado pela empresa DQS do Brasil Ltda., sistema de qualidade ISO 9001. A escolha do referido hospital deu-se, conforme acordo firmado entre a pesquisadora e o Diretor Superintendente do referido hospital. Esclarece-se que toda a coleta e encaminhamento das amostras de sangue ao laboratório foram feitos pela pesquisadora

A coleta foi realizada pela manhã, no início do plantão diurno dos profissionais, após a verificação da pressão casual e da colocação do aparelho da MAPA. Ao todo, foram coletados exames de 154 participantes, sendo dois exames repetidos por terem sido hemolisados.

Os exames laboratoriais foram realizados no aparelho automático denominado Vitros 950, (Johnson & Johnson), HWRGRVRV³NLWV´XWLOL]DGRVHUDPGR mesmo fornecedor. A lâmina do Vitros 950 é constituída por um elemento analítico de múltiplas camadas envolvido em um suporte transparente de poliéster.

Os exames de glicose, triglicérides e colesterol total foram realizados pelo método enzimático, a proteína C reativa utiliza o formato imunocinético, que é baseado em um formato de imunoensaio enzimático heterogêneo em sanduíche, sendo o anticorpo monoclonal anti-CRP, conjugado com peroxidase de rábano que atua como gerador de sinal.

O HDL-c é separado pela precipitação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c) e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL-c), utilizando método de precipitação do dextrano e cloreto de magnésio, o LDL-c estimado pela fórmula

de Friedewald (LDL-c=CT-(HDL-c+TG/5), somente utilizada essa fórmula se os triglicérides estiverem abaixo de 400 mg /dL, não é possível utilizá-la com triglicérides acima de 400 mg/dL. Nessa situação, o resultado do exame era fornecido como LDL-c não medido. Os resultados dos exames laboratoriais eram impressos em duas vias, ficando uma anexa com o instrumento de coleta de dados do respectivo profissional e outra entregue a ele.

Para classificar os valores de lipídeos, foi utilizado o critério estabelecido pela III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias90,conforme o Quadro 9.

Quadro 9 - Classificação de Dislipidemias, segundo III Diretrizes Brasileiras de Dislipidemias. São Paulo; 2001.

Lipídios Valores (mg/dL) Categoria

Colesterol Total < 200 Ótimo

200 ± 239 Limítrofe • Alto LDL - colesterol < 100 Ótimo 100 ± 129 Desejável 130 ± 159 Limítrofe 160 ± 189 Alto • Muito Alto HDL - colesterol < 40 Baixo 40 ± 60 Limítrofe > 60 Alto Triglicérides < 150 Ótimo 150 ± 200 Limítrofe 201 ± 499 Alto • Muito Alto

Em relação à glicemia o valor foi classificado segundo o Consenso Brasileiro sobre Diabetes de 200991 , conforme os dados do Quadro 10.

Quadro 10 - Valores de glicose plasmática para o diagnóstico de Diabetes Mellitus e seus estágios pré-clínicos. Segundo o Consenso Brasileiro sobre Diabetes. São Paulo; 2008.

Categoria Glicose Plasmática (mg/dL)

Jejum 75 g de glicose 2 horas após Casual

Glicemia normal ”110 < 140 -

Tolerância diminuída à glicose > 110 e < 126 •H -

Diabetes Mellitus • • •

Para a análise de dados de glicose, foram considerados os valores acima de 110 mg/dL, pois refletem a tolerância diminuída à glicose.

Para o perfil lipídico, todos os valores que se encontravam acima dos níveis considerados limítrofesIRUDPFRQVLGHUDGRVDOWHUDGRVRFROHVWHURO•GHmg/dL, para o LDL-FROHVWHURO•mg/dL, HDL-F”mg/dL e para o triglicérides >150 mg/dL para alterações do metabolismo do colesterol, que permite estimular mudanças de estilo de vida, antes que os níveis lipídicos alcancem níveis considerados altos.

No presente estudo, para a dosagem da proteína C reativa, utilizou-se o método de ensaio imunoenzimático, cujo resultado é referenciado em mg/dL. Para a compilação dos dados, foram divididos em quartis, assim distribuídos: menor que 0,1 mg/dL / entre 0,1 a 0,3 mg/dL / maior que 0,3 a 0,5 mg/dL e maior que 0,5 mg/dL.

Para o colesterol total, foram considerados os valores menores, maiores e iguais a 200 mg/dL que são os níveis considerados limítrofes para alterações do metabolismo do colesterol, que permitem estimular mudanças de estilo de vida.

A Síndrome Metabólica é um transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, usualmente relacionados à deposição central de gordura e resistência à insulina, devendo ser destacada sua importância do ponto de vista epidemiológico, responsável pelo aumento da mortalidade cardiovascular estimada em 2,5 vezes92.

Para determinar a prevalência da Síndrome Metabólica da população estudada foram utilizados os critérios definidos National Cholesterol Education 3URJUDP¶V3DQHO $73,,, e referenciadas pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome metabólica, conforme os dados do Quadro 11; a presença de, pelo menos, três destes fatores já indicam a Síndrome Metabólica47.

Quadro 11 - Componentes da Síndrome Metabólica, segundo os critérios da I Diretriz Brasileira de Diagnostico e Tratamento. São Paulo; 2005.

Componentes da Síndrome Metabólica Níveis

Circunferência abdominal x Homens > 102 cm x Mulheres > 88 cm Triglicérides •mg/dL HDL ± colesterol x Homens < 40 mg/dL x Mulheres < 50 mg/dL Pressão arterial •PP+JRX•PP+J Glicemia de jejum •0 mg/dL

Para verificar o risco absoluto que é a probabilidade de ocorrência ou frequência de um dado evento em uma população sob risco, por um período de tempo,usou-se Escore de Risco de Framingham que permite avaliar o risco absoluto de eventos coronarianos (morte, infarto agudo do miocárdio e angina pectoris) em 10 anos; possibilitando-se elaborar estratégias populacionais, além de identificar pacientes de alto risco e que, portanto necessitam de atenção e intervenções imediatas90,93.

Para o cálculo do Escore de Risco de Framingham, utilizou-se a idade, a pressão arterial sistólica e diastólica, o nível de colesterol total, HDL-c, tabagismo (qualquer quantidade fumada no último mês) e presença ou não de Diabetes Mellitus. Após o cálculo, foi consultada uma tabela onde se verificou o risco de doenças cardiovasculares em 10 anos. (anexo VIII)

No presente estudo, a estratificação do Escore de Risco de Framingham foi utilizada, segundo as III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose90,92.

x Baixo risco: HPDQRVULVFRDEVROXWRGHHYHQWRV”D

x Médio risco: em 10 anos, risco absoluto de evento maior que 10%, porém, menor do que 20%.

x Alto risco:emDQRVULVFRDEVROXWRGHHYHQWRV•D

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