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4. Metodologia

4.7. Procedimentos

Atendendo ao tema escolhido a instituição onde o estudo se realizou é uma instituição de caráter público. Posto isto surgiu a ideia de fazer o trabalho empírico numa Autarquia Municipal, uma vez que as Autarquias Municipais das grandes cidades são de muito difícil contacto devido aos inúmeros casos e processos que têm em curso, ficou decidido que seria melhor contatar uma autarquia de uma cidade mais pequena que pudesse ser mais facilmente contactada e que desse mais garantia de viabilização do estudo. Neste sentido foi contactada a empresa Câmara Municipal da Trofa (CMT) para a realização desta investigação.

Num momento inicial foi feita uma breve pesquisa sobre a Câmara Municipal da Trofa (CMT) de modo a perceber quais seriam os departamentos que enquadram cada uma das unidades orgânicas e quantos trabalhadores estão a desempenhar funções dentro da própria CMT e de que forma(s) estão organizados de modo a ser mais fácil decidir a amostra de participantes mais adequada para a realização do estudo.

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Como o estudo se focava muito na realização de entrevistas, foram definidos os parâmetros e condições desejáveis em que estas deveriam decorrer e quem faria sentido entrevistar, uma vez que se pretendia uma amostra de participantes que abrangesse funcionários com desempenho de papéis de avaliados que avaliadores. Sendo que há mais avaliados que avaliadores, ficou decidido que seriam 4 avaliadores e 13 avaliados, de modo a ter um grupo significativo da instituição. A escolha dos avaliadores e avaliados, bem como as divisões que os mesmos ocupavam, foi feita de forma aleatória. Sendo assim, foram pessoas escolhidas do Departamento de Obras Municipais e Ambiente, do qual faz parte o departamento de Logística e Transportes (onde foi entrevistado apenas o avaliador), o Departamento de Ação Social, Educação, Saúde e Habitação Social e por fim o Departamento de Recursos Humanos, sendo que os avaliadores são chefes de divisão destes departamentos. Do primeiro departamento mencionado foram entrevistados 4 avaliados, do segundo departamento foram entrevistados 4 avaliados, do terceiro departamento mencionado foram entrevistados 5 avaliados.

Uma vez decididos os departamentos e o número de pessoas que iam constituir a amostra foi necessário requisitar uma autorização ao Presidente da CMT para que o estudo fosse autorizado na sua organização

Esta requisição foi feita presencialmente com a entrega de um documento e também via

mail com conhecimento de todas as partes envolvidas na realização do estudo, desta feita, orientador e pessoas que ajudaram na obtenção da autorização, pessoas essas que estão diretamente ligas à CMT.

Esta fase do pedido e obtenção da autorização foi a mais morosa, não só pelo facto de ter que ser corrigida duas vezes para que pudesse ser entregue ao Presidente como depois de entregue ainda houve um grande compasso de espera para que fosse aceite. A insistência para com a CMT foi bastante, não só com o envio de e-mails como também através de contato presencial para que a resposta fosse dada com a maior brevidade possível, deste modo, passado um mês de o pedido ter sido feito foi conseguida a resposta positiva e ficou agendado de imediato as entrevistas para os dias 18 e 20 de Março.

Como a CMT tem os departamentos em localizações distintas na cidade da Trofa, isso dificultou o processo de celeridade das entrevistas porque a deslocação para os vários pontos acabava por tornar o tempo útil de entrevistas muito escasso. De modo a diminuir esta distância, no primeiro dia foram escolhidos os departamentos que estavam no mesmo

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ponto, desta forma foram entrevistados funcionários do departamento de Recursos Humanos e do Departamento de Obras Municipais e Ambiente. No segundo dia, num outro ponto, foram entrevistados funcionários do Departamento de Ação Social, Educação, Saúde e Habitação Social e por último o Departamento de Transportes e Logística que estava situado num ponto diferente.

As entrevistas foram feitas ao longo do dia, conforme disponibilidade dos funcionários que muito prontamente se disponibilizaram a ajudar e a colaborar, sendo que se registou apenas um caso no segundo dia, no departamento de Ação Social, Educação, Saúde e Habitação Social que se recusou a fazer a entrevista por não estar à vontade para falar do assunto uma vez que era um assunto delicado para a pessoa.

Todas as outras entrevistas foram realizadas em salas silenciosas (salas essas que foram imediatamente disponibilizadas pelos funcionários) de modo a deixar o entrevistado mais confortável e à vontade para falar. Todas as entrevistas decorreram dentro da normalidade, de forma ordeira com a resposta a todas as perguntas, mostrando-se os funcionários da CMT muito prestáveis. Não houve qualquer problema com o fato da entrevista ser gravada na íntegra, respondendo a todas as perguntas feitas, nunca apresentando problema algum ou entrave à realização das entrevistas.

É de salientar o fato de todos se terem sentido confortáveis aquando das entrevistas uma vez que o fato das entrevistas serem gravadas na totalidade poder deixar, de certo modo, o entrevistado algo desconfortável e, dessa forma, não responder de forma verdadeira e livremente às perguntas colocadas. Este problema apenas se registou num único momento, quando um entrevistado não quis responder a uma questão por estar a ser gravado. Tal como combinado com o entrevistado no momento inicial, nada seria gravado sem o consentimento do mesmo e, desta forma, o gravador desliga-se nesse momento e só se volta a ligar quando a pessoa está pronta e dá permissão para que as suas respostas sejam gravadas.

Tal como referido anteriormente, a duração médias das entrevistas fixavam-se pelos trinta minutos, sendo que algumas das entrevistas ultrapassaram esse tempo, principalmente as entrevistas dos avaliadores que se alongaram sempre, atingindo os quarenta minutos de entrevista uma vez que o número de perguntas dirigidas a este tipo de participantes era em maior número do que as efetuadas aos avaliados. Quando a entrevista demorava mais que o tempo médio isso pode justificar-se pelo facto de por vezes não ser seguido à risca as

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perguntas que estavam previstas isto porque no meio da entrevista surgem sempre outras perguntas que são importantes e que advém de respostas dos entrevistados. O facto de outras entrevistas durarem menos tempo pode justificar-se pelo facto dos entrevistados responderem simplesmente às questões feitas sem se alongarem muito e sem fugirem à pergunta feita.

Esta duração não corresponde ao tempo todo, desde a entrada na sala da entrevista até à saída da mesma, uma vez que, depois do gravador se desligar, a conversa continuava em relação ao mesmo tema onde retratavam diversos casos pessoais e situações provenientes do modo como o SIADAP é aplicado. Na maior parte das vezes, as conversas que existiam depois demonstravam muitas vezes o descontentamento dos funcionários com o sistema, e por vezes esse descontentamento refletiam-se mesmo em reclamações aos resultados apresentados.

Para além disso, durante as várias entrevistas surgiam questões que não estavam preparadas fruto do desenrolar da mesma, principalmente ao nível das reclamações que os colaboradores faziam, isto é, como é que essas reclamações eram feitas e de que forma eram feitas como pode ser visto no capítulo seguinte.

Posto isto, e depois de todas as entrevistas realizadas foi feita a transcrição integral das mesmas de modo a permitir a descrição, análise e discussão dos dados que se apresenta no capítulo seguinte.

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