• Nenhum resultado encontrado

Os instrumentos utilizados para coleta de dados são: análise bibliográfica e documental, entrevistas e questionários.

3.5.1 Análise bibliográfica e documental

A utilização da pesquisa bibliográfica coleta informações por meio de variadas técnicas de leitura. O uso da bibliografia contribui na produção científica, fundindo variadas concepções sobre um mesmo tema, além, ainda, de se fundamentar nas considerações de pesquisadores e suas metodologias, como pode ser verificado:

Ao tratar da pesquisa bibliográfica, é importante destacar que ela é sempre realizada para fundamentar teoricamente o objeto de estudo, contribuindo com elementos que subsidiam a análise futura dos dados obtidos. Portanto, difere da revisão bibliográfica, uma vez que vai além da simples observação de dados contidos nas fontes pesquisadas, pois imprime sobre eles a teoria, a compreensão crítica do significado neles existente. (LIMA e MIOTO, 2007, p.44).

Assim, nosso enfoque bibliográfico fica norteado por publicações referentes às políticas afirmativas de relações étnico-raciais.

ALUNOS CATÓLICOS E DA RCC ESCOLA CATÓLICOS TRADICIONAIS CATÓLICOS RENOVADOS 1 29 5 2 44 19 3 8 2 4 24 4 5 37 12 TOTAL 142 42

Sobre a parte documental, temos leis referentes ao assunto, que utilizaremos fontes primárias digitalizadas como: Lei nº 10.639/2003, a Lei 11.645/2008, o Parecer do Conselho Nacional de Educação – Câmera Plena (CNE/CP) nº 03/2004, referente às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Temos ainda o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico- Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2009) e ainda a Resolução No. 416/2006 do Conselho Estadual de Educação do Ceará (2006).

Ao fazermos a junção das fontes bibliográficas e documentais, temos uma configuração de estratégias para a escrita da pesquisa utilizada por historiadores, o que nos interessa até mesmo pelo foco no componente curricular analisando, onde “montar, combinar, compor, cruzar, revelar o detalhe, dar relevância ao secundário, eis o segredo de um método do qual a História se vale, para atingir os sentidos partilhados homens de um tempo ao outro” (PESAVENTO, 2008. p.65)

3.5.2 Entrevistas

Fruto da pesquisa qualitativa, as entrevistas foram realizadas com os professores e são utilizadas como documentos que contêm a vivência do objeto estudado, a lei 10.639/03, em sua aplicação no cotidiano escolarέ Segundo May (2004, pέ 14η), “as entrevistas geram compreensões ricas das biografias, experiências, opiniões, valores, aspirações, atitudes e sentimentos das pessoas”έ Isso nos remete a pensar que “o historiador produz as próprias fontes que irá utilizar, por meio de entrevistas gravadas, constituindo-se arquivos com condições e recursos técnicos diferentes dos tradicionais” (JAστTTI, 200κ, pέ19)έ

As entrevistas são do tipo semiestruturadas, por terem um roteiro simples a ser seguido, “de caráter aberto” (MAY, 2004, pέ149), norteadas basicamente pelos seguintes temas: formação de professores, a lei 10.639/03 e o ensino de História, semana da

consciência negra, religiosidade e tensões no ensino, preconceito racial e contribuições do ensino de História para a sociedade.

Explorando a História Oral, utilizaremos o recurso de entrevistas para recolhermos as falas de nossos depoentesέ Segundo May (2004, pέ 14η), “as entrevistas geram compreensões ricas das biografias, experiências, opiniões, valores, aspirações, atitudes e sentimentos das pessoas”έ Isso nos remete a pensar que “o historiador produz as próprias

fontes que irá utilizar, por meio de entrevistas gravadas, constituindo-se arquivos com condições e recursos técnicos diferentes dos tradicionais” (JANOTTI, 2008, p.19).

O valor do uso da História Oral reside na possibilidade de diálogo a ser mantido entre os entrevistados e o pesquisador, onde a subjetividade na construção do conhecimento histórico não brota exclusivamente de uma única opção, mas do diálogo travado entre entrevistador e o entrevistado. (JUCÁ, 2010, p.61).

As entrevistas são do tipo semiestruturadas, por terem um roteiro simples a ser seguido, “de caráter aberto” (MAY, 2004, pέ149), registradas em aparelho específico, de propriedade do entrevistador, para gravação em áudio.

Este instrumento de coleta de dados é importante para reapresentarmos a inserção da RCC no Bom Jardim, entrevistando alguns de seus representantes, pois onde os registros escritos silenciam, outros lugares da História, como as pessoas, falam.

O relato engole forçosamente as palavras dos homens para dar forma a uma aventura humana que se desdobra através do tempo. O sentido e o conhecimento se dizem então pelo escrito do historiador encarregado de classificar e de isolar os fatos, de devolvê-los a uma eventual coerência que provoca a inteligência do passado para o leitor. (FARGE, 2011, p.59)

Assim, estamos dispondo do uso das entrevistas com os professores como relatos históricos analíticos, capazes de estabelecerem uma temporalidade à escrita.

3.5.3 Questionários

A pesquisa fez uso da aplicação de questionários aplicados de modo individual junto aos alunos do 8a. Ano. Estes questionários foram elaborados na intenção de extrairmos dos alunos informações sem a necessidade da formalidade das entrevistas, até mesmo pela inviabilidade delas devido a quantidade de alunos a serem pesquisados, e por este instrumento servir também a fim de complementar e cruzar as informações colhidas nas entrevistas com os professores.

(...) o questionário serve para coletar informações a propósito de fenômenos humanos, onde o pesquisador pode, segundo a natureza do fenômeno e a de suas preocupações de pesquisa, também consultar documentos sobre a questão,ou encontrar essa informação observando o próprio fenômeno, ou ainda interrogar pessoas que o conhecem.( LAVILLE; DIONNE;1999, p.176)

Foi organizado um questionário com perguntas curtas, diretas, de fácil entendimento, e que contém interrogações abertas para os alunos responderem na perspectiva

que considerassem corretas. Chamamos este instrumento de pesquisa de Questionário sobre

Cultura Afro-brasileira. Ele foi elaborado com 20 perguntas, todas dispostas em um único

lado de uma folha de papel ofício, divididas em duas colunas e estruturadas da seguinte forma: pensando em questões sobre: 03 perguntas sobre informações pessoais dos alunos, 01 referente ao ensino de História, 02 abrangendo raça, 06 sobre religiões, 04 compreendendo religiões de matriz africana e 04 interessadas em cultura afro-brasileira. Um detalhe importante nos permitia colher uma maior liberdade nas respostas dos alunos: não era necessário colocar identificação.

O questionário, segundo Gil (1999, p.128), numa pesquisa qualitativa, pode ser compreendido “(...) como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etcέ” Assim, o questionário é um instrumento de pesquisa que tem a função de colher informações o mais próximo da realidade do campo em que os participantes habitam.