• Nenhum resultado encontrado

Capítulo II- Contextualização Teórica

Esquema 2: Processo de intervenção em Animação Sociocultural

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 37

2.3.3. Animação na Infância e na Juventude: Aspetos Socioeducativos

Na sociedade atual, onde a educação deve ser permanente e comunitária pressupondo a participação coletiva, o processo educativo rejeita o modelo de escola/armazém, valorizando a partilha de saberes entre os diferentes contextos de aprendizagem (formal e não formal), assim como na interação com o meio envolvente (Lopes, 2008).

Segundo o mesmo autor, deve existir uma relação de proximidade entre o plano educativo e o plano social, uma vez que a educação condiciona uma sociedade. É nesta interação entre sociedade e educação que o ato de animar deve assumir um papel de participação/ação, o que vai também ao encontro do defendido por Ander-Egg (2000), que afirma a educação permanente, para construir uma ação válida, deve ser complementada por ações de animação.

Na perspetiva de Pereira, Vieites e Lopes (2008) a Animação Sociocultural transformou- se num sopro de ar fresco e renovador que penetrou, e em alguns casos impregnou a praxis social e a praxis educativa. Defendem, ainda, que tanto no trabalho social como na prática educativa, tem-se recorrido à Animação como forma de estímulo e motivação nestes campos de ação socioeducativa.

Neste contexto, torna-se essencial abordar a Animação Socioeducativa enquanto modalidade da Animação Sociocultural, uma vez que os dois conceitos apresentam uma relação indissociável. Segundo Pereira et al. (2008) a Animação Socioeducativa apresenta-se como uma estratégia de educação em contexto não formal e promove uma educação global e permanente de carácter lúdico, criativo e participativo.

Segundo Calvo, A. (1997:213), a Animação no contexto da infância não altera os seus princípios norteadores: “a animação sociocultural na infância mantém na sua forma de fazer os princípios próprios que a animação sociocultural defende, e somente nos seus programas de intervenção, nas suas atividades e metodologias, encontraremos processos específicos e deferenciais, fruto, por um lado, do ajuste às características e necessidades dos grupos destinatários da sua atuação, e por outro, da sua estreita relação com a pedagogia do ócio”.

Nos dias de hoje, os novos espaços e possibilidades de trabalho na área da Animação Socioeducativa estão a aumentar, tendo como objetivo primordial a ligação desta a uma inovadora tecnologia educativa que articula, cruza e partilha saberes relativos aos

Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 38 diferentes espaços educativos (formal, não formal e informal) através de técnicas como a expressão dramática, expressão plástica, expressão musical.

Citando Lopes (2008:315) “o desenvolvimento da Animação infantil surgiu com o Portugal democrático, ganhando expressão como forma de Animação socioeducativa. Teve como objetivo central complementar as funções atribuídas tradicionalmente à escola, pela via da Educação Não Formal”.

Assim, numa fase inicial, a Animação Socioeducativa foi encarada como um conjunto de atividades que se realizavam no exterior da escola - educação não formal. Estas atividades consistiam em campos de férias, passeios e visitas de estudo, permitindo às crianças visitarem e conhecerem lugares e regiões diferentes dos seus locais de residência. Deste tipo de atividades resultavam a partilha e a interação das crianças entre si e com os seus monitores, criando assim uma dimensão intergeracional.

É importante salientar que em todo este processo da animação infantil está presente a educação informal no seu carácter não organizacional/institucional e permanente. Reforçando que é na interação desta variedade de técnicas que a Animação Socioeducativa pode contribuir para o sucesso da educação formal. É nesta pluralidade que encontra espaços de ação, participação, motivação e envolvência para o estudo de matérias consideradas pouco atrativas dado que são ótimos recursos e técnicas de incentivo.

Segundo Pere Soler (2008) podemos definir uma tríade de programas e serviços de Animação Sociocultural na infância, no âmbito da educação não formal:

 Desenvolvimento Social: essencialmente através do associativismo infantil (fomenta o carácter transversal e intergeracional);

 Desenvolvimento cultural: nomeadamente através de museus, teatros, bibliotecas, centros culturais e programas de desenvolvimento artístico e cultural (Fomenta potencialidades educativas, terapêuticas e variados desafios);

 Trabalho Socioeducativo: nomeadamente ludotecas, programas extraescolares, casas de colónias, programas de tempo livre e ócio (de forma geral, estes trabalhos são direcionados ao coletivo infantil).

A ASC, nesta faixa etária deve assumir portanto um carácter lúdico, tendo como principais objetivos:

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 39  Dar prazer/satisfação à criança;

 Dar espaço à imaginação;  Dar espaço à criatividade;

 Estimular a participação efetiva e real;  Promover a sociabilização;

 Fomentar a dimensão intergeracional;

 Valorizar a educação nos seus três âmbitos (formal, não formal e informal).

Em suma, a Animação Sociocultural é uma forma de estímulo e motivação no campo de ação socioeducativa. A Animação Socioeducativa enquanto modalidade da Animação Sociocultural intervém no sistema educativo como estratégia, através da educação não formal. Ao assumir um carácter lúdico, a Animação Socioeducativa permite à criança dar espaço à imaginação e criatividade bem como promover e motivar grupos e comunidades para a participação.

2.3.4. A Animação Sociocultural em Grupos com NEE

A Animação Sociocultural procura ajudar as pessoas com NEE a superar a discriminação de que sofrem por parte da sociedade, mas acima de tudo, ajuda-as a ganhar confiança em si próprias para que lutem por si e pelos seus direitos.

A luta pela igualdade é necessária para que as pessoas com NEE sejam cidadãos com direitos como todos merecem ser, sem esquecer que as condições sociais, culturais e políticas não são um impedimento para elas, mas sim uma oportunidade de exercerem a sua cidadania e a sua integração.

Atualmente as NEE leva-nos a um modelo social, que resgata as pessoas como indivíduos independentes com cidadania tendo estes possibilidades e limitações como todas as outras pessoas, sendo a sociedade a responsável pela sua discriminação e exclusão. Este modelo social veio contrariar o antigo modelo que considerava as pessoas com NEE como doentes e sem capacidade para exercer a sua cidadania.

Segundo Merino (2009:168) “ O modelo social permite e possibilita desenvolver o ideal da igualdade no marco da diferença em todas as dimensões que o princípio de igualdade de oportunidades implica. Isto é, todos os seres humanos possuem direitos e deveres e

Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 40 seja qual for a nossa realidade individual, cultural, religiosa, educativa, labora, social, política, etc.”.

Neste contexto social aparece a inclusão como um procedimento pessoal, social, político, económico, entre outros, baseado na aceitação da diferença que procura criar condições que permitam aos indivíduos, independentemente das suas capacidades e limitações, estimular o seu potencial cognitivo, biológico, psicológico, cultural e social. Por isso, a ASC surge no encalce da inclusão, como uma resposta devido à sua aptidão para a estimulação do desenvolvimento pessoal e para criar condições sociais e culturais que ajudem as pessoas com NEE a construir a sua identidade, de serem autónomos, de serem capazes de conceber realidades sociais e culturais que lhes permitam a igualdade. A ASC aparece então “como um modelo de ação social e como metodologia ativo- dinamizadora” (Merino, 2009:171) para o crescimento da cidadania das pessoas com Necessidades Educativas Especiais.

Tem de se ter em conta os âmbitos de intervenção que englobam todos os aspetos pessoais, sociais e educativos dos indivíduos e que são os seguintes: a família, a escola e a sociedade.

A família é indispensável na inclusão dos indivíduos com NEE, ela presta o apoio emocional e físico que eles necessitam, e é através da família que os indivíduos experienciam a relação com outras pessoas e partilham vivências que o ajudam a ganhar independência pessoal para fortalecer relações e participar em atividades culturais. Antigamente a família dava mais valor à higiene do indivíduo deixando de parte o desenvolvimento educativo e social. Mas a ASC aparece para dar resposta a esta falta de estimulação educativa do indivíduo sem esquecer os cuidados de saúde que necessitam. A escola também é uma organização instrutiva e socializadora mas que se cinge à formação dos indivíduos virando as costas à sociedade. Esta sofreu adaptações curriculares para dar resposta às necessidades das pessoas com NEE, mas são consideradas insuficientes porque limitam-se a modificar o currículo e restringem-se à parte da formação esquecendo as outras necessidades educativas e sociais de que os indivíduos precisam. Por isso é necessário mudar o modelo técnico da escola para um modelo mais humanista, para uma escola inclusiva.

Para enquadrar a intervenção da ASC na sociedade e perceber as transformações que a inclusão lhe impõe, tem de se ter em conta quatro vetores:

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 41  O vetor sociológico que consiste no meio social em que está inserido o indivíduo com NEE;

 O vetor pedagógico que refere a biografia do indivíduo, ou seja, se teve ou não programas de estimulação cognitiva e social, de práticas de convivência e de criatividade artística;

 O vetor comunitário que tem a ver com o contexto familiar e social, isto é, se tem o apoio ou não da família e dos amigos;

 O vetor teleológico que estabelece os objetivos futuros com que se comprometeram alcançar com a sua família, amigos e conhecidos.

Mas estes quatro vetores só são possíveis se existirem pessoas habilitadas para incrementar programas de ASC. Se não existir pessoas habilitadas a Animação Sociocultural não vai conseguir motivar as famílias e as escolas a integrar no modelo de inclusão, e a sociedade tornará a pessoa com NEE como um mero espetador.

Por isso pode-se afirmar que a ASC é indispensável para atingir o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas com necessidades educativas especiais. (Merino, J.; Ceballos, G., 2010).

2.3.4.1. Necessidades Educativas Especiais

A deficiência é uma perturbação ao nível do funcionamento de um órgão originado de alguma doença que o afetou. Esta cria incapacidade no funcionamento da pessoa impedindo-a de realizar atividades dentro dos termos considerados habituais no ser humano.

Segundo a UNESCO (1977) “A deficiência é uma de entre todas as possibilidades do ser humano, portanto, deve ser considerada, mesmo se as suas causas e consequências se modificam, como um fator natural que nós mostramos e de que falamos do mesmo modo que o fazemos em relação a todas as outras potencialidades humanas”.

O termos deficiência então tem vindo a ser substituído pelo termo de necessidades educativas especiais (NEE). “Há uma necessidade educativa especial quando uma deficiência (física, sensorial, intelectual, emocional, social ou qualquer combinação destas) afeta a aprendizagem até ao ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo, ao currículo especial ou modificado, ou a condições de aprendizagem

Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 42 especialmente adaptadas para que o aluno possa receber uma educação apropriada. Tal necessidade educativa pode classificar-se de ligeira e severa e pode ser permanente ou manifestar-se durante uma fase do desenvolvimento do aluno”. (Brennan, 1988: 36). Assim, as NEE dão resposta ao início da democratização das sociedades, tendo em conta a integração e propiciando a igualdade de direitos, principalmente no que toca à não discriminação do indivíduo tendo em conta as suas características físicas, emocionais, sociais e sensoriais.

Correia (1997) afirma que o termo NEE se aplica a crianças e adolescentes com problemas sensoriais, físicos e de saúde, intelectuais e emocionais e, também, com dificuldades de aprendizagem específicas (fatores processológicos/de processamento de informação) derivadas de fatores orgânicos ou ambientais.

Para o autor, as NEE abrangem as crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem, sendo preciso adaptar os currículos e utilizar os serviços e apoios de educação especial, tendo em conta os problemas de crianças e jovens. Por isso este público- alvo tem tanto direito a um programa de educação público como todas as outras crianças, mas um programa gratuito e adaptado às suas necessidades, capacidades e limitações.

2.3.4.2. Tipos de Necessidades Educativas Especiais

Para ser mais fácil a sua compreensão podemos dividir as Necessidades Educativas Especiais em dois grupos:

 NEE Significativas;  NEE Ligeiras.

As NEE Significativas englobam as crianças e jovens que sofrem grandes alterações no seu desenvolvimento devido a problemas orgânicos ou funcionais, sociais, culturais e económicos. Por isso são crianças que possuem problemas a nível sensorial, intelectual, físico, emocional, processológico e todos os outros problemas que envolvam o seu desenvolvimento e a sua saúde. As NEE Significativas abrangem várias categorias específicas que são as seguintes:

 NEE de caráter intelectual, crianças com deficiência mental ou problemas intelectuais;

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 43  NEE de caráter processológico, crianças que têm dificuldade com a receção, organização e expressão de informação;

 NEE de caráter emocional, crianças com problemas emocionais graves desenvolvendo comportamentos inadequados, pondo em risco a sua segurança e das pessoas que a rodeia, como por exemplo a esquizofrenia e as psicoses;

 NEE de caráter físico e de saúde, crianças com problemas motores, isto é, as suas capacidades físicas sofreram alterações devido a problemas orgânicos ou ambientais dificultando a sua mobilidade e o seu desenvolvimento. Os problemas mais comuns são a paralisia cerebral, a distrofia muscular, amputações e acidentes que afetam as capacidades do indivíduo. Ainda engloba as crianças com problemas sensoriais, principalmente as que têm problemas relacionados com a saúde, como por exemplo, epilepsia, asma, hiperatividade, diabetes, entre outros;

Enquanto as NEE Ligeiras abrangem as crianças que apresentam problemas ligeiros, ao nível da leitura, escrita ou cálculo, ou com pequenas perturbações a nível físico, linguístico, social ou emocional. (Correia, 2013).

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 42

3.1. Estágio Curricular

De acordo com Buriola (1995) o estágio pré-profissional é comparado a um “espaço” privilegiado de aprendizagem do fazer concreto da Animação Sociocultural, onde a diversidade de situações e atividades se manifestam, de modo a proporcionar ao estagiário a continuação da sua formação. De acordo com a visão da autora, o estagiário adquire e constrói a própria identidade profissional no âmbito do local de estágio, devendo este desenvolver uma visão baseada em ações reflexivas e críticas.

Desta forma, a realização desta tarefa assume um espaço privilegiado de aproximação inicial ao mundo do trabalho, uma vez que consiste na observação direta e no desenvolvimento de habilidades no campo profissional da ASC. O estágio permite ainda adquirir conhecimentos, estabelecer relações e empreender tomadas de decisão.

3.2. Plano de Estágio

O Plano de Estágio contempla um conjunto de atividades a desenvolver intervindo de diversas formas junto dos três públicos-alvo, nomeadamente através de atividades físico- motoras, atividades de expressão plástica, atividades cognitivas e lúdicas. Tentei replanear as atividades por forma a torna-las mais adequadas às necessidades e ao gosto pessoal de cada público-alvo facilitando a sua participação e empenho nas mesmas. Durante o período de estágio tinha como horário de trabalho a entrada às 9h e saída às 16h.

Para além das minhas funções enquanto estagiária, a dinamização e animação dos residentes, auxiliei principalmente os idosos na hora das refeições bem como os funcionários: na colocação da loiça nas mesas, na distribuição da alimentação, na recolha da loiça suja e no auxílio do deslocamento para a higienização pessoal.

3.3. Objetivos Gerais e Específicos

Os objetivos deste estágio foram divididos e concretizados a partir das valências em que o estágio foi realizado, Lar, CATL e CAO. Depois de escolhidos os públicos-alvo, definimos objetivos a atingir. Estes devem ser coerentes indo ao encontro das necessidades e interesses dos públicos-alvo, a fim de identificar previamente, as situações a colmatar. Ao longo do nosso trabalho, compete-nos monitorizar a consecução dos

Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 43 objetivos propostos, avaliando e alterando ou reajustando, de acordo com o trabalho desenvolvido e com as necessidades que forem surgindo.

A nossa grande meta foi planear, organizar e avaliar as atividades de caráter educativo, cultural, social e lúdico, na instituição referida, tendo em conta as necessidades do grupo, com vista a atingir os seguintes objetivos gerais:

 Criar ligações de empatia entre os elementos do grupo;

 Promover a participação e a organização do grupo de modo a consolidar um tecido social cimentador de um grupo democrático;

 Aumentar e otimizar os recursos existentes no meio com vista ao desenvolvimento do grupo;

 Melhorar a qualidade de vida através do desenvolvimento do ócio, da cultura, da comunicação e da expressão pessoal e coletiva;

 Assegurar as condições de bem-estar.

Depois de descritos os objetivos gerais, estão descritos, em seguida, os objetivos específicos, os quais pretendem apresentar um carácter mais concreto e restrito da ação- interventiva desenvolvida:

 Exercitar a expressividade e a criatividade;

 Estimular o desenvolvimento de competências pessoais e sociais;

 Estimular a socialização e cooperação entre todos, criando um meio de comunicação entre eles;

 Unificar o grupo;

 Desenvolver a autoconfiança.

Estes objetivos pretendem contribuir para uma melhor realização das atividades e das metas a atingir.

3.4. Metodologias de Intervenção

Quando falamos em metodologia, remetemos para a definição de tarefas ou normas para a sua execução (Serrano, 2008). Podemos, então, concluir que se refere a um conjunto de atividades pensadas e desenvolvidas, com a finalidade de alcançar os objetivos propostos.

Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 44 Implica sempre, a definição de tarefas, normas e processos para a sua execução. A metodologia desempenha um papel essencial no desenvolvimento do processo interventivo.

Revendo, salientado e relatando todos os problemas destes públicos, mencionados anteriormente, podemos dizer que só foi possível a realização deste estágio, com a definição de métodos adequados a estes públicos-alvo.

Logo no primeiro contacto, apercebemo-nos que deveríamos, com atividades simples e pequenas designadas por jogos de “quebra-gelo” e de aproximação de grupo, ganhar a confiança, promover a sua desinibição e envolver o grupo. Por isso, neste primeiro mês de Estágio (Julho), trabalhamos essencialmente a aproximação, a confiança, a descontração e a criação de novos momentos de distração.

Foi necessário trabalhar arduamente para estabelecer um bom contacto e conquistar a sua confiança, pois são dois elementos essenciais na realização de qualquer proposta a dinamizar.

Lentamente, conseguimos momentos de aprendizagem e de comunicação entre o público, criando assim episódios fornecedores de sabedoria e proximidade tanto com o grupo como connosco.

3.4.1. Caracterização do Público-Alvo (áreas de intervenção)

As atividades desenvolvidas nas diferentes áreas de intervenção foram uma contribuição única para as relações sociais e a saúde e bem-estar dos idosos. É importante para um envelhecimento com sucesso que as atividades contribuam para que o individuo se repare, e recupere das muitas exigências da vida associadas ao próprio envelhecimento.

Nos últimos tempos foi produzida uma revitalização da noção de velhice, que era até aqui considerada como uma fase de aposentação voltada para o passado, em que os indivíduos eram “obrigados” a um descanso contínuo imposto pela situação- velhice.

Atualmente já se pensa de forma diferente, pois chegou-se à conclusão que a diminuição das faculdades não é um fator inevitável, uma vez que é a falta de exercício que pode provocar a deterioração na capacidade dos idosos.

Para combater o sedentarismo e evitar a deterioração tanto física como psicológica dos idosos, a ASC, interveio usando para isso estratégias ligadas ao ócio e tempo livre, sendo

Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 45 que destas a que mais se destaca, e passo a descrever, é o ócio. O ócio é usado tanto numa perspetiva sincrónica como diacrónica, estas chegam muitas vezes a ser confundidas, desta forma e segundo Cuenca (2013) podemos definir que o ócio tem como finalidade “a satisfação vital”, enquanto a ASC promove “a participação e o desenvolvimento”. Podemos ainda salientar que o envelhecimento da sociedade portuguesa é comprovado, quer pelo considerável aumento de lares públicos e privados para idosos que se verificou na última década, quer pelo incremento das ações formativas, de caráter técnico profissional e até superior, no âmbito de Animação Sociocultural para a terceira idade, para profissionais designados como animadores geriátricos.

Desta forma, podemos concluir que na terceira idade, o ócio e a sua boa utilização é essencial e importante. É também essencial saber tirar um bom partido deste, usando-o em prol do bem-estar físico e psicológico dos indivíduos, não considerando o ócio apenas como uma forma de “não fazer nada”.

3.4.2. Atividades Desenvolvidas

As atividades desenvolvidas durante o presente estágio dividiram-se em quatro âmbitos de intervenção: atividades físico-motoras, atividades lúdicas, atividades cognitivas e atividades de expressão plástica.

Por uma questão de organização e metodologia de trabalho desenvolvi planificações

Documentos relacionados