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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos da Estrela - ADM Estrela (Guarda)

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Academic year: 2021

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IREI

folltécnico

Polylechnic of Gitaida

-RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Animação Sociocultural

Débora Pátricia dos Santos Gonçalves

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Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Instituto Politécnico da Guarda

Relatório de Estágio

Licenciatura em Animação Sociocultural

Débora Patrícia dos Santos Gonçalves Outubro | 2016

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Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Instituto Politécnico da Guarda

Relatório de Estágio

Débora Patrícia dos Santos Gonçalves

Relatório para obtenção do grau de licenciada em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos da Estrela

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Ficha de Identificação

Nome da Aluna: Débora Patrícia dos Santos Gonçalves Número da Aluna: 5007317

Docente Orientador: Professora Doutora Maria do Rosário Santana Entidade Acolhedora: ADM Estrela

Endereço: Travessa da Rua da Fontinha s/n Apartado 72

6300-569-Guarda

Telefone: 271200870 / 271221579 E-mail:admestrela@admestrela.pt Web: http://admestrela.pt

Supervisor da Entidade: Mónica Xavier Grau Académico da Supervisora: Socióloga Período do Estágio: Três meses

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Resumo

O presente relatório surge no âmbito do estágio curricular integrado na Licenciatura em Animação Sociocultural, do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), tendo como finalidade testemunhar em modo reflexivo as atividades desenvolvidas nas valências da Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos da Estrela (ADM Estrela).

Este estágio teve como principais objetivos aplicar os conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longo do curso; desenvolver e melhorar as minhas competências como Animadora Sociocultural; aplicar as técnicas e as estratégias apropriadas ao grupo; participar e desenvolver atividades, integrando-me no ambiente da Instituição.

Neste percurso, recorreu-se essencialmente a um conjunto de atividades adequadas aos públicos em questão, e que são posteriormente redigidas no decurso do relatório de estágio.

Palavras-chave: Animação Sociocultural; Animador Sociocultural; Animação de Idosos; Animação Infantil; Animação com Pessoas com Necessidades Educativas Especiais

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Abstract

This report comes under the integrated internship at Degree in Sociocultural Animation, the Polytechnic Institute of Guarda (IPG), with the purpose testify in reflective mode the activities in valences Development Association and Improvements Star (ADM Estrela). This stage had as main objective to apply theoretical and practical knowledge acquired during the course; develop and improve my skills as animator Sociocultural; apply the techniques and strategies appropriate to the group; participate and develop activities, integrating me on the Bank's environment.

In this way, resorted mainly to a set of appropriate public activities in question, and which are then drawn up on stage report of course.

Key words: Sociocultural Animation; Sociocultural animator; Senior Animation; Children's entertainment; Animation with People with Special Educational Needs

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Agradecimentos

Com o colmatar desta caminhada, que foi a minha formação académica, chega também a hora de agradecer a todos aqueles que caminharam ao meu lado, me orientaram e me deram forças para chegar ao fim de todo este percurso. Sem menosprezar ninguém, e tendo sempre em mente o valor de todos aqueles que me rodeiam, deixo aqui o meu especial obrigada.

Agradeço primeiramente à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda, e a todos os docentes do curso de Animação Sociocultural, pelos conhecimentos que me concederam ao longo deste percurso académico.

À Professora Rosário Santana, orientadora de estágio, o meu bem-haja por todo o apoio disponibilizado, pela dedicação e profissionalismo que transmitiu, ao longo não só da formação académica, mas também no percurso do estágio curricular e na elaboração do presente relatório.

Gratifico a ADM Estrela que se disponibilizou a acolher-me e a cooperar com este trabalho final de curso. Estando grata de igual modo a toda a equipa técnica e a todos os utentes pela sua colaboração e participação neste desafio.

Quero agradecer de forma geral aos colegas de turma e curso que me ensinaram umas das essências da vida, a importância do profissionalismo quando trabalhamos em grupo. Um agradecimento característico aos meus pais, António e Carmina, ao meu irmão Ivo e à minha cunhada Liliana, pela incansável disponibilidade e apoio incondicional ao longo desta caminhada.

Por último, mas não menos importante, agradeço a todos os meus amigos e familiares, pilares únicos que me acompanharam nas várias etapas da minha vida, assim como a todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste objetivo pessoal e profissional.

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Índice geral

Introdução ... 1

Capítulo I - Entidade Acolhedora ... 14

1.1.Enquadramento Geográfico ... 14

1.2.Enquadramento Socioeconómico... 14

1.3.Caracterização da Instituição ... 16

1.4.Áreas de Intervenção ... 17

1.4.1.Recursos Humanos ... 18

1.4.2.Caracterização das Instalações - Recursos Materiais ... 19

1.4.3.Descrição das Instalações – Lar de São Silvestre ... 20

1.4.4.Objetivos do Lar de São Silvestre ... 21

1.4.5.Objetivos do Centro de Dia ... 22

1.4.6.Horários do Lar de São Silvestre e do Centro de Dia ... 22

1.5.Centro de Atividades Ocupacionais ... 23

1.5.1.Recursos Humanos ... 23

1.5.2.Recursos Materiais ... 23

1.5.3.Local onde decorrem as Oficinas ... 24

1.5.4.Descrição do Público-alvo ... 25

1.5.5.Caracterização Valência CATL ... 25

1.6.Estratégias de Atuação da ADM Estrela ... 26

1.7.Recursos Afetos à ADM Estrela ... 26

1.8.Política de Ética ... 27

1.9.Princípios ... 28

Capítulo II- Contextualização Teórica ... 31

2.1. Animação Sociocultural ... 31

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2.3. Âmbitos de Intervenção da Animação Sociocultural ... 33

2.3.1. A Animação de Idosos ... 34

2.3.2. Estratégias de Animação em IPSS ... 35

2.3.3. Animação na Infância e na Juventude: Aspetos Socioeducativos ... 37

2.3.4. A Animação Sociocultural em Grupos com NEE ... 39

2.3.4.1. Necessidades Educativas Especiais ... 41

2.3.4.2. Tipos de Necessidades Educativas Especiais ... 42

3.1. Estágio Curricular ... 42

3.2. Plano de Estágio ... 42

3.3. Objetivos Gerais e Específicos ... 42

3.4. Metodologias de Intervenção ... 43

3.4.1. Caracterização do Público-Alvo (áreas de intervenção) ... 44

3.4.2. Atividades Desenvolvidas ... 45

3.4.3. Atividades Físico-Motoras ... 45

3.4.4. Atividades Lúdicas e Recreativas ... 47

3.4.5. Atividades Cognitivas ... 48

3.4.6. Atividades de Expressão Plástica ... 49

3.4.7. A ASC na Infância – Atividades Desenvolvidas ... 51

3.4.8. A ASC para os Públicos com NEE- Atividades Desenvolvidas ... 53

Reflexão Final ... 55

Bibliografia ... 56 Anexos

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Índice de Figuras

Figura 1: Mapa de localização da Guarda ... 14

Figura 2: Sala de convívio ... 19

Figura 3: Quarto individual ... 20

Figura 4: WC privativo ... 20

Índice de Esquemas Esquema 1: Caracterização Demográfica ... 15

Esquema 2: Processo de intervenção em Animação Sociocultural ... 36

Índice de Tabelas Tabela 1: Descrição dos espaços onde decorrem as oficinas ... 24

Tabela 2: Planificação das Atividades Físico- motoras ... 47

Tabela 3: Planificação de Atividades Lúdicas ... 48

Tabela 4: Planificação de Atividades Cognitivas ... 49

Tabela 5: Planificação de Atividades de Expressão Plástica ... 50

Tabela 7:Planificação de Atividades de Expressão Plástica ... 52

Tabela 6: Planificação de Atividades Lúdicas ... 52

Tabela 8: Planificação de Atividades Lúdicas ... 53

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Lista de anexos

Anexo I- Organograma da Instituição

Anexo II- Programa de Atividades da Instituição Anexo III- Equipamentos/ Instalações

Anexo IV- Fotos de Atividades Realizadas

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Glossário de Siglas

ADM- Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos ASC- Animação Sociocultural

AVD’s- Atividades da Vida Diária CAO- Centro de Atividades Ocupacional CATL- Centro de Atividades e Tempos Livres ERPI- Estrutura Residencial para Idosos NEE- Necessidades Educativas Especiais IPG- Instituto Politécnico da Guarda

IPSS- Instituição Privada de Solidariedade Social

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Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

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Introdução

O plano de estudos da Licenciatura em Animação Sociocultural integra um estágio curricular como forma de finalização do ciclo de estudos. O estágio permite-nos, ainda enquanto alunos, exercer tarefas e funções em instituições contribuindo, assim, para a aquisição de competências profissionais num contexto real de trabalho.

O período de estágio decorreu numa Instituição Privada de Solidariedade Social (IPSS), Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela, (ADM Estrela) compreendido entre o dia 15 de Julho de 2015 e 15 de Outubro de 2015. A minha escolha recaiu sobre esta instituição porque tive um conhecimento prévio da sua funcionalidade e função. O conhecimento das áreas de serviço que prestavam e dos públicos-alvo que albergava foram decisivos para a minha eleição.

O estágio desenvolveu-se a partir das seguintes tipologias de atividades: atividades de expressão plástica, atividades físico-motoras, atividades cognitivas e atividades lúdicas. A cada tipologia de atividades correspondem objetivos gerais que integram o trabalho que realizei ao longo deste período de tempo, especialmente: aumentar a atividade cerebral, retardar a perda de memória, prevenir doenças degenerativas; incentivar as inter-relações, levar ao auto e hétero conhecimento de cada residente, proporcionar a partilha de vivências, unificar o grupo; promover a destreza manual; combater o sedentarismo; monitorizar a felicidade.

O documento aqui apresentado retrata as atividades desenvolvidas e, para tal, estrutura-se em três capítulos. O primeiro, corresponde à caracterização da entidade acolhedora, enquadramento geográfico, caracterização da instituição (neste ponto é feita a descrição dos recursos humanos; recursos materiais; objetivos e caracterização das valências onde decorreram o estágio), a política de ética e dos princípios que definem a Instituição. No segundo, é abordado o conceito de Animação Sociocultural, o perfil do animador e ainda os âmbitos de intervenção da ASC referentes aos públicos-alvo com que trabalhei. No terceiro e último capítulo relata-se toda a atividade que resultou da aplicação do plano de estágio. São apresentadas e desenvolvidas atividades cujos objetivos gerais e específicos nortearam as minhas escolhas, efetuadas a partir da caracterização dos públicos- alvo. Por fim é exposto uma reflexão crítica, a bibliografia e os anexos.

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Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

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Capítulo I - Entidade Acolhedora

O primeiro capítulo inicia com a caracterização da ADM Estrela, instituição que me acolheu durante os três meses de estágio. A Associação tem sede em Vale de Estrela e tem por âmbito de ação sobretudo o Distrito da Guarda. A data da sua fundação foi o ano de 1989.

1.1. Enquadramento Geográfico

A ADM Estrela atua no distrito da Guarda, limitado a Norte pelo distrito de Bragança, a Sul pelo de Castelo Branco, a Oeste pelos distritos de Viseu e Coimbra e a Leste pela Espanha. Faz fronteira com Celorico da Beira, Pinhel, Sabugal, Manteigas e Belmonte. Este distrito ocupa uma área total de 5536,2km2 e é formado por 14 Municípios e 336 freguesias. Na figura 1, podemos visualizar a localização do distrito da Guarda que se destaca a vermelho e a verde os 14 municípios que a constituem.

1.2. Enquadramento Socioeconómico

No distrito da Guarda tem-se verificado um aumento dos níveis de escolaridade, pelo que as necessidades de formação profissional se têm vindo a tornar cada vez mais exigentes, nomeadamente nas áreas disponíveis (esquema 1) e no público-alvo.

Figura 1: Mapa de localização da Guarda (vermelho) e os seus Municípios (verde) Fonte: http://www.pandaempresas.com/?link=portugal/d_guarda.php

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Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 15 O distrito é, ainda, caracterizado por uma estrutura marcadamente rural, sendo a exploração agrícola, a atividade mais importante e outras que lhes estão associadas, como a pastorícia e a agropecuária. O sector industrial também tem sido um peso significativo, principalmente nas áreas urbanas do distrito, sendo que a maioria são empresas da indústria, produção e construção. O sector terciário tem, também, uma expressão importante na atividade económica das áreas urbanas destacando-se as empresas de comércio, alojamento, restauração, transportes, atividades financeiras e imobiliárias1. Este distrito é, ainda, bastante rico quanto ao associativismo, existindo em quase todas as freguesias pelo menos uma associação e/ou instituição que promova atividades.

Esquema 1: Caracterização Demográfica

Fonte: Própria

Estas atividades estão maioritariamente relacionadas com o desporto e o lazer, existindo, no entanto, algumas associações/ instituições, como é o caso da ADM Estrela, que dão apoio social, prestando cuidados à população mais desfavorecida e aos grupos de maior vulnerabilidade, nomeadamente às crianças, aos idosos, pessoas com deficiências e pessoas em situação de risco.

1 Informação cedida pela instituição durante o período de estágio

Nível Educativo

- Agrupamento de escolas; Instituto Politécnico - Escolas Profissionais; Instituto de Emprego e Formação

Profissional;

Nível Social

- População Envelhecida;

- Instituições de Solidariedade Social;

Nível Económico - Agricultura; -Serviços; -Restauração; - Equipamentos Hoteleiros; Nível Cultural

- Centralização dos equipamentos; -Presença de vestígios Judaicos;

- Boas acessibilidades;

Caracterização Demográfica

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Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

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1.3. Caracterização da Instituição

Como mencionado anteriormente, a ADM Estrela é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sediada em Portugal, que intervem sobretudo no distrito da Guarda. Esteve inicialmente sediada em Vale de Estrela, pela qual foi fundada em dezembro de 1989.

Uma vez que a ADM Estrela é uma IPSS, os serviços por si prestados são gratuitos ou remunerados em regime proporcional à situação económico financeira dos utentes tendo como objetivos a promoção, desenvolvimento, participação e gestão de atividades sociais, culturais, desportivas bem como de beneficência e formação.

Para a concretização dos seus objetivos, a Instituição2 propõe-se criar e manter os pontos

que se seguem: a) Instituição de proteção à infância, juventude, família, comunidade e população ativa, aos idosos e deficientes; b) Centros de cultura, recreio e desporto; c) A promoção da igualdade de direitos e oportunidades entre mulheres e homens, bem como a eliminação de todas as formas de discriminação no exercício das atividades.

Sendo assim, a instituição surge com a necessidade de desenvolver e gerir atividades sociais, culturais, desportivas, recreativas, de beneficência, formação e aperfeiçoamento profissional, assim como suscitar uma sensibilidade ecológica e de preservação.

Deste modo, tem vindo a tentar dinamizar a população envolvente, facilitando o acesso à formação profissional e ao emprego, de forma a melhorar as condições de vida da comunidade. Promove também atividades ecológicas com vista à sensibilização para a preservação do meio ambiente e ações de desenvolvimento que contribuam para o bem-estar da população sob forma de colóquios, conferências e seminários.

Tendo em conta a população que abrange, a ADM Estrela teve a necessidade de colocar ao dispor desta comunidade equipamentos sociais para crianças, jovens e idosos. As infraestruturas que se encontram ao dispor da comunidade promovem o convívio entre a população, inserindo um conhecimento da realidade facultando assim informação para o seu desenvolvimento humano e intelectual. A ADM Estrela procura dinamizar determinadas valências, através dos diferentes serviços de apoio à comunidade. Uma vez que a população na freguesia de Vale de Estrela é maioritariamente idosa, a ADM Estrela intervém nesta população de forma a melhorar as suas condições de vida, atendendo às

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Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 17 suas necessidades específicas. Como tal, os projetos desenvolvidos centram-se nas seguintes valências: no Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL), Centro juvenil “Grémio”; Centro de dia; Lar Residencial, Centro de Atividades Ocupacionais; Serviço de Apoio Domiciliário; e no Centro de Convívio “Espaço Nov’Idade”.

Na cidade da Guarda atua a vários níveis, tendo destaque no apoio à infância com as respetivas valências Jardim de Infância “Arco-íris” e o CATL “Arco-Íris”. Tendo por base o modelo assertivo de uma organização em constante aprendizagem, a ADM Estrela tem uma responsabilidade acrescida na tomada de atitudes e medidas de implementação de boas práticas de solidariedade social ao nível local, as quais se transformam e se transformarão, por certo, em importantes mais-valias de desenvolvimento dos territórios e de afirmação das comunidades envolventes.

É neste contexto que, a ADM Estrela apresenta como missão, contribuir para o desenvolvimento social das populações, de forma global, integrada e inclusiva, tendo como visão, a sustentabilidade na gestão, crescimento e otimização da sua atividade.

1.4. Áreas de Intervenção

Com a implementação/dinamização dos eixos acima referidos fomenta-se, junto da população, uma maior recetividade de mudanças e potencia-se a passagem de uma posição assistencialista para uma outra, em que o sujeito é um elemento transformador e dinamizador de atividades, quer económicas, quer sociais. Facilitou, ainda, o acesso à formação profissional e ao emprego, bem como uma melhoria das condições de vida de vários grupos sociais, através da revitalização do tecido social, mobilização e organização dos recursos da comunidade e criando as condições técnicas e sociais que potenciam o desenvolvimento do território.

De forma a dar respostas às diferentes necessidades da população em geral, a ADM Estrela dispõe das seguintes respostas sociais:

a) Infância e Juventude:

 Jardim-de-Infância Arco-íris;

 Centros de Atividades de Tempos Livres Arco Íris;  Centro Juvenil o Grémio.

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Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 18  Serviços de Apoio Domiciliário;

 Centro de Convívio;

 Centro de Dia Vale de Estrela;  Lar de Idosos São Silvestre;  Espaço Nov’Idade.

c) Apoio a Pessoas Adultas com Deficiência:  Centro de Atividades Ocupacionais;  Residência Léa Nobre;

 Centro de Atividades Léa Nobre.

Estes serviços que pretendem ser um suporte para as famílias no apoio às crianças, jovens, idosos e pessoas com deficiência revelam ser de extrema importância para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de todos os utentes que frequentam a instituição.

1.4.1. Recursos Humanos

Os recursos humanos são a peça fundamental para o funcionamento do Lar São Silvestre e Centro de Dia. Nesta valência podemos contar com os seguintes funcionários:

 Os recursos humanos do Lar de São Silvestre são compostos por cinco ajudantes de Ação direta, uma animadora, um assistente social, uma auxiliar de serviços gerais, uma auxiliar de cozinha, uma cozinheira, uma diretora técnica, uma enfermeira, uma escriturária, um guarda-livros, um médico, dois motoristas, um psicólogo e uma técnica de Educação Especial e Reabilitação. Toda esta equipa trabalha diariamente para o bom funcionamento da instituição.

Atualmente, o Lar de São Silvestre, exerce a sua atividade sobre três valências, de apoio à terceira idade:

Lar de Idosos- A valência de Lar destina-se a acolher, com caráter permanente ou temporário, pessoas idosas de ambos os sexos, desinseridas do meio social e familiar, não autónomos na satisfação das suas necessidades básicas.

Centro de Dia- Esta valência tem como objetivo contribuir para a manutenção dos idosos no seio sociofamiliar, prestação de apoio psicossocial, mas sobretudo é um meio de combate ao isolamento e à solidão. São desenvolvidas atividades de forma a promover a dinamização social dos utentes, bem como o convívio, a interação e a autoestima dos mesmos. Os utentes participam em trabalhos realizados dentro da instituição, em termos

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Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 19 de ocupação e lazer, de acordo com as suas capacidades, de modo a tomar consciência da sua utilidade.

Serviços de apoio domiciliário- Este serviço responde aos desafios causados pelo envelhecimento da população, visando dar resposta às necessidades da população sentidas pelos idosos, contribuindo para o aumento da qualidade de vida e bem-estar, retardando o seu processo de envelhecimento e consequente institucionalização/ hospitalização. Presta apoio a nível da higiene habitacional e pessoal, apoio psicossocial, fornecimento de refeições e tratamento de roupa, bem como colaborar na prestação de cuidados de saúde.

Atualmente, o Lar de São Silvestre e o Centro de Dia dispõem de capacidade para apoiar 24 utentes, 12 em cada valência, uma vez que é o acordo que a instituição tem com a Segurança Social.

1.4.2. Caracterização das Instalações - Recursos Materiais

O edifício onde se encontra em funcionamento o Lar e Centro de Dia é composto pelos seguintes compartimentos:

 Dois WC’s;

 Um WC, mobilidade condicionada (equipado com poliban e banheira);  Um WC para funcionários;

 Quatro quartos duplos com WC privado;  Quatro quartos individuais com WC privado;  Duas salas de convívio;

 Uma sala de visitas;

 Uma sala de atendimento médico;  Uma sala polivalente;

 Uma cozinha;  Um refeitório;  Três viaturas;  Uma lavandaria.

Estes elementos encontram-se dispostos por dois pisos.

Figura 2: Sala de convívio Fonte: Própria

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Estágio Curricular em Animação Sociocultural Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

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1.4.3. Descrição das Instalações – Lar de São Silvestre

Nas instalações do Lar de São Silvestre existem oito quartos, todos eles compostos por camas ortopédicas (figura 3), guarda-fatos incorporados, mesinhas de cabeceira, cómodas e wc’s preparados para auxiliar idosos com

mobilidade reduzida (figura 4).

Na sala polivalente existem, várias mesas e cadeiras, um armário de arrumação, uma secretária e vários jogos de mesa (jogos de reabilitação tais como o jogo do bingo, o dominó, entre outros…).

A sala de atendimento médico está fornecida de uma secretária, um armário para a arrumação da medicação e material médico, um pequeno lavatório e duas cadeiras. Na sala de convívio e bem-estar, existem diversos sofás,

uma mesa de apoio, um leitor de vídeos, um rádio, um armário para arrumação de objetos comuns aos utentes e uma televisão.

O refeitório é composto por várias mesas e cadeiras e dois armários destinados à arrumação da loiça, ficando estes junto da cozinha onde existem vários utensílios obrigatórios para o bom funcionamento desta. É aqui,

que todos os dias se confeciona a alimentação que é servida no lar e que segue para a distribuição das refeições do Centro de Dia.

Em dois dos três wc’s situados no piso superior do lar, há lavatórios de fácil acesso para pessoas com mobilidade reduzida e suportes de apoio. No terceiro wc existe um poliban, um lavatório e uma banheira, também este adaptado aos idosos.

A lavandaria, está provida de uma máquina de lavar a roupa, uma máquina de secar, várias estantes e diversos materiais necessários para o seu funcionamento (figura 5 e 6).

Figura 3: Quarto individual Fonte: Própria

Figura 4: WC privativo Fonte: Própria

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Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 21 É nesta, que diariamente se faz a higienização da roupa e a sua distribuição no lar e pelos utentes do Centro de Dia.

1.4.4. Objetivos do Lar de São Silvestre

O Lar de São Silvestre, tal como as outras valências, tem uma série de objetivos implementados na instituição, na qual têm de ser cumpridos diariamente por todos os colaboradores. Tais como:

 Proporcionar às famílias a sua participação em estruturas de interajuda na concretização dos seus projetos familiares;

 Organizar serviços de apoio e ajuda complementares às famílias com dificuldades específicas na sua missão educativa;

 Garantir e respeitar a independência, a individualidade e privacidade de cada utente;  Assegurar a satisfação das necessidades básicas da pessoa - alojamento, alimentação, conforto, ocupação/lazer, saúde e higiene;

 Prestar às pessoas os cuidados de que carecem;

 Criar espaços de encontro intrafamiliares, que se tornem incentivos e estímulos a um são espírito de convivência e de solidariedade humana e social;

 Promover a continuidade ou restabelecimento das relações familiares e de vizinhança, sempre que possível;

 Favorecer os sentimentos de interação, autoestima e segurança de forma a contribuir para a estabilização e o retardamento do processo de envelhecimento.

Estes objetivos têm o intuito de proporcionar aos clientes o exercício de funções socialmente úteis e estritamente ocupacionais, de forma a mantê-los ativos e interessados.

Figura 5 e 6: Lavandaria Fonte: Própria

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1.4.5. Objetivos do Centro de Dia

Tal como o Lar de São Silvestre, e estando o Centro de Dia inserido neste, é importante fazer referência aos objetivos determinados que ambas as valências têm de cumprir para que estas possam funcionar de forma correta e adequada. Os objetivos são:

 Contribuir para manter ou melhorar a sua independência, com fim a desenvolver a sua autonomia e valorização pessoal;

 Apoiar a população mais idosa para contribuir a manutenção do idoso no seu meio sociofamiliar;

 Cooperar com a família na tarefa de incentivar nas relações de afeto;  Valorizar os saberes, usos e costumes;

 Proporcionar ao idoso atividades de animação para elevar, a sua autoestima. Estes objetivos têm o intuito de proporcionar aos clientes o exercício de funções socialmente úteis e estritamente ocupacionais, de forma a mantê-los ativos e interessados.

1.4.6. Horários do Lar de São Silvestre e do Centro de Dia

Seguidamente são apresentados os horários de funcionamento nas duas valências de estágio.

 Horário do Lar de São Silvestre

O Lar de São Silvestre funciona de segunda a domingo. O período de trabalho começa logo pela manhã. Pelas oito horas da manhã é a hora de levantar, em seguida pelas nove horas serve-se o pequeno-almoço, ao meio dia é hora de almoçar, pelas dezasseis horas é servido o lanche, e às dezassete servem o jantar para que às vinte e uma horas da noite os utentes possam ir deitar-se. Este horário é cumprido de forma rigorosa todos os dias da semana, não havendo exceções.

Existe também o horário para as visitas aos utentes do Lar de São Silvestre que funcionam de segunda a domingo das catorze até às dezasseis horas.

 Horário do Centro de Dia

O horário do Centro de Dia funciona de segunda a sexta-feira. O período de trabalho tem início pelas oito e trinta da manhã até às vinte horas da noite. Ao longo do dia, existem horários definidos para a realização de várias tarefas, tais como o pequeno-almoço que é

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Associação de Desenvolvimento e Melhoramento da Estrela

Página | 23 servido pelas nove horas da manhã, ao meio dia segue-se o almoço, o lanche às dezasseis horas e por último o jantar que é servido pelas dezassete horas. Durante os fins-de-semana, este serviço só está disponível da parte da manhã até às catorze e trinta, sendo que os horários são os mesmos dos dias de semana.

1.5. Centro de Atividades Ocupacionais

Os utentes que frequentam o CAO, são jovens, com idades superiores a dezasseis anos, cuja característica é o facto de serem todos possuidores de uma ou várias deficiências. Por se tratar de jovens diferentes, apresentam dificuldades a vários níveis, nomeadamente físicos, intelectuais, sensoriais e comportamentais, com a existência de perfis intra-individuais complexos, não só em termos de défice cognitivo, como também ao nível da personalidade e competências sociais associadas a outros handicaps.

A maioria da tipologia de deficiência apresentada pelos utentes foi adquirida à nascença, com as dificuldades inerentes a esta situação, a construção da sua identidade ficou de alguma forma condicionada pelo seu grau de incapacidade. Esta situação influenciou todo o seu percurso de desenvolvimento e traduziu-se, para cada um deles, num determinado grau de progressão escolar, o que levou a que uns saíssem da escola ainda no decorrer do 1º ciclo sem qualquer tipo de certificação, e que outros nem sequer por lá tivessem passado.

Alguns dos utentes inseridos no CAO para além de terem multideficiências apresentam carências afetivas, sociais, emocionais e económicas.

1.5.1. Recursos Humanos

Os recursos humanos que compõem esta valência, são: uma coordenadora de respostas sociais; uma diretora técnica; uma auxiliar; uma educadora; uma monitora; uma terapeuta da fala; um monitor de carpintaria; uma monitora de culinária e dois professores destacados. Todo este conjunto de colaboradores são essenciais para garantir o bom funcionamento da instituição, proporcionando um bem-estar aos utentes.

1.5.2. Recursos Materiais

Os recursos materiais são uma ferramenta essencial, uma vez que sem eles o trabalho não poderia ser efetuado com originalidade, criatividade e perfeição.

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Página | 24 Na valência CAO, existem duas salas de aula; uma sala de convívio e atividades; uma sala de terapias e atendimento individual e um auditório. É composta também de uma cozinha/ refeitório, onde são confecionados os pequenos-almoços e os lanches dos utentes. O CAO possui ainda armários de arrumação, uma aparelhagem, computadores, impressoras, uma máquina fotográfica, um leitor de vídeos e dvd’s, uma fotocopiadora, livros, uma televisão e um retroprojetor. Existem ainda outros tipos de materiais, considerados materiais de desgaste, tais como folhas pautadas, folhas quadriculadas, picos, tesouras, x-ato, pincéis, cartolinas, canetas de feltro, lápis, colas, lápis de carvão entre outros materiais. Quanto aos materiais recicláveis, estes são constituídos por, gangas, latas, garrafas, papel, restos de vime, restos de madeira, entre outros.

De acordo com os meios de transporte existem atualmente dois autocarros, com capacidade para cerca de 45 utentes, que serve para o transporte diário dos utentes do CAO e Centro de Dia, e uma carrinha que funciona de igual modo no caso de serem menos utentes (alberga até quatro lugares).

1.5.3. Local onde decorrem as Oficinas

A tabela abaixo apresentada, representa o local onde eram executadas as oficinas que decorriam diariamente nesta valência.

Tabela 1: Descrição dos espaços onde decorrem as oficinas

Oficinas Local onde Funciona

Carpintaria Pavilhão de Carpintaria- Vale de Estrela

Artes Plásticas Sala de Atividades

Expressões (HIP-HOP) Auditório CFE

Expressões (teatro) Sala de Aula

Culinária Cozinha do CFE

Ginástica Pavilhão Desportivo da Guarda

Terapia da Fala Sala de atendimento

Atendimento Psicológico Sala de atendimento

Componente Pedagógica Em 2 salas de aula distintas Fonte: Adaptado da informação cedida pela instituição

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Página | 25 Da análise da tabela aferimos que os utentes têm acesso a atividades diferenciadas que enriquecem o seu dia-a-dia desenvolvendo as suas competências a nível cognitivo e laboral.

1.5.4. Descrição do Público-alvo

Na valência CAO estão, neste momento, inscritos vinte e um utentes, dez do sexo feminino e onze do sexo masculino. As deficiências que caraterizam os utentes desta valência são, sobretudo, a trissomia 21 da qual dois utentes são portadores; a deficiência mental e a mental moderada que contam com sete utentes (sendo estas as deficiências com maior número de portadores nesta instituição); a deficiência mental e auditiva e a deficiência mental e visual possuem um utente portador; e a paralisia cerebral onde já existe um número mais elevado de portadores, em número de três.

Sendo estas as características principais desta valência, podemos concluir que todos os utentes, se encontram a ser acompanhados por profissionais competentes que lhes conferem respostas aos seus níveis de défice.

1.5.5. Caracterização Valência CATL

O Centro de atividades de tempos livres destina-se a proporcionar atividades de lazer a crianças a partir dos 6 anos até aos jovens com 12 anos, de ambos os sexos, nos períodos isentos de responsabilidades escolares e de trabalho, este é também, acompanhado pelo jardim-de-infância destinado ao ensino pré-escolar que tem como finalidade acolher, durante o dia, crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico, com o objetivo de lhes proporcionar condições adequadas ao seu desenvolvimento.

O centro de atividades e tempos livres consegue neste momento abranger acordos com cerca de setenta crianças, que frequentam o estabelecimento diariamente. Já no jardim-de-infância Arco-Íris, têm um número mais reduzido, ou seja, existem cerca de vinte e cinco crianças com acordo, que frequentam diariamente o jardim. Estas duas valências situam-se na cidade da Guarda, ao contrário das valências Lar e CAO.

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1.6. Estratégias de Atuação da ADM Estrela

Como forma de conseguir alcançar os seus objetivos, a ADM Estrela3 tem várias atividades de apoio, como por exemplo:

 Apoio à infância, adolescência e velhice;

 Promoção e reintegração dos seus utentes, na família e na comunidade;

 Atividades de ocupação do tempo livre, tal como férias escolares e ao longo do ano;  Apoio à terceira idade no âmbito da saúde;

 Proporciona meios que contribuem para a valorização pessoal e social;  Apoio Psicossocial dos utentes das diversas valências da instituição;

 Apoio nos cuidados básicos diários de limpeza dos utentes da terceira idade. Desta forma, a ADM Estrela está a colaborar para o desenvolvimento do projeto “Mais Voz, Violência Zero”, cofinanciado pela União Europeia- Programa para Atores Não Estatais- e tem como objetivo incrementar a capacidade das instituições de apoio a vítimas de violência domestica através de ferramentas que aumentem a qualidade da sua intervenção de São Tomé e Príncipe4.

O objetivo global do projeto é, até 2018, contribuir para a redução da violência com base no género, especificamente a violência domestica em São Tomé e Príncipe, no quadro de luta contra a pobreza5.

1.7. Recursos Afetos à ADM Estrela

Quando nos referimos aos recursos, temos como finalidade abarcar tudo aquilo que é abrangido pela instituição, ou seja, todos os seus bens (materiais, humanos, entre outros). Assim, podemos dizer que uma instituição só funciona em pleno se for composta pelos recursos humanos certos, (como auxiliares, professores, educadores, animadores, entre outros), assim como os recursos materiais, pois uma instituição deverá cumprir certos requisitos para poder proporcionar o bem-estar aos utentes que se encontrarem a usufruir dos serviços prestados pelas instituições. É um meio voluntário encontrado, por diversas instituições que permite prestar auxílio, sendo desta forma um instrumento processual,

3 Informação cedida pela instituição durante o período de estágio

4 A ADM Estrela abriu uma Delegação em São Tomé e Príncipe em abril de 2015 5 Informação acedida em: http://www.admestrela.pt/programa.asp?id=5

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Página | 27 previsto na lei com uma finalidade muito própria que se designa a ajuda e o auxílio dos mais necessitados.

Como referido em pontos anteriores, uma instituição necessita de recursos humanos, pois são estes que compõem a instituição e permitem que esta avance. Desta forma podemos associar aos recursos humanos, diversas pessoas, de várias áreas que servem para garantir o bom funcionamento da instituição, ou seja, é todo um conjunto de colaboradores, auxiliares, técnicos, professores, entre os quais um animador sociocultural, que são necessários para garantir o bem-estar dos utentes.

Assim, podemos salientar que para que todos estes colaboradores sejam úteis na instituição, cada um deles deve saber representar e desempenhar corretamente as suas funções, o que permite à instituição, representar graficamente o seu organograma (ver anexo I) formal, da organização da instituição. Assim podemos observar mais rápida e claramente, a estrutura da instituição e estabelecer mais facilmente a ligação que existe entre cada função.

Após análise do organograma geral, verifica-se que a Assembleia Geral está no patamar mais elevado, seguida do Conselho Fiscal, e da Direção, sendo estes três pontos os mais importantes e os que caracterizam essencialmente a instituição, pois estes são os órgãos máximos de decisão e supervisão. Em seguida é possível verificar os vários patamares da instituição constituídos por várias valências, onde podemos verificar, as mesmas onde o meu estágio teve o seu desenvolvimento.

1.8. Política de Ética

A ADM Estrela insere-se no setor do Serviço Social, que é particularmente sensível, estando especialmente exposto ao escrutínio público. Considera-se um agente de mudança social, pela via da promoção da melhoria da qualidade de vida, interagindo diretamente com indivíduos, grupos e comunidades, o que impõe deveres morais especiais e, consequentemente, responsabilidades acrescidas.

Neste contexto, as pessoas que fazem parte e representam a instituição têm também responsabilidades acrescidas, individualmente e em grupo, seja na relação com os pares, os clientes, ou, em suma, com qualquer outra parte interessada.

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Página | 28 Entende-se que é de máxima importância a consciencialização de todos os intervenientes para a questão da Ética, enquanto conjunto de princípios morais fundamentais que regem a sua conduta, no imperativo do respeito absoluto pelos limites e direitos daqueles com quem interagimos, sejam estes internos ou externos à instituição6.

1.9. Princípios

Estabelece-se que toda a conduta profissional na A.D.M Estrela se baseia na assunção dos princípios7 e valores de atuação abaixo enunciados.

 As sociedades precisam e fomentam a intervenção dos agentes da área social, como forma de promover a melhoria da condição humana/social dos indivíduos, dos grupos, e das comunidades (o desenvolvimento dos seres humanos) – Desenvolvimento Social;

 A intervenção da A.D.M Estrela destina-se tanto aos indivíduos, como às famílias, comunidades, e sociedade em geral- Globalidade;

 A A.D.M Estrela pugna pela dignidade a que cada cidadão tem direito- Dignidade;  A A.D.M Estrela tem a “responsabilidade de intervir no sentido de modificar os fatores de risco social que influem desfavoravelmente nos indivíduos, famílias e grupos”, incluindo a prevenção de “ situações de risco, marginalização, discriminação ou exclusão social”- Combate ao Risco;

 A A.D.M. Estrela fomenta a igualdade de oportunidades- Igualdade de Oportunidades;

 A A.D.M Estrela promove a justiça social assente em duas regras básicas: Igualdade na avaliação das necessidades e dos recursos; e Ajuda de acordo com as necessidades- Justiça Social;

 A A.D.M Estrela combate qualquer forma de discriminação baseada na deficiência, cor, raça, classe social, religião, língua, convicções políticas ou opções sexuais - Combate à Discriminação;

 Ao cliente da A.D.M Estrela é devido o máximo empenho dos profissionais para que a sua qualidade de vida seja assegurada - Dedicação e Empenho;

6 Informação acedida em: http://www.admestrela.pt/missao.asp 7 Informação cedida pela instituição durante o período de estágio

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Página | 29  Os intervenientes no apoio social devem estar munidos das capacidades humanas e técnicas indispensáveis para cumprir os pontos anteriores, pelo que a evolução contínua das competências é imperativa- Competências;

 Cada pessoa é única naquilo que constitui a sua existência, merecendo ser considerada como tal- Individualidade;

 Os direitos das pessoas devem ser salvaguardados, como imperativo para que se sintam satisfeitas e motivadas nas várias dimensões de vida- Direitos dos Indivíduos;

 Todos os indivíduos se integram numa sociedade regrada, em sintonia com a moral reconhecida no tempo em que vivem- Integração em Sociedade;

 A A.D.M. Estrela, como todos os agentes da área social, tem responsabilidades acrescidas na construção duma imagem real e credível baseada na qualidade de serviços.

Assim, os princípios da ADM Estrela defendem que os agentes devem intervir de forma adequada e responsável nas atividades propostas bem como nos projetos. Sendo estes destinados a famílias, indivíduos, comunidades, promovem o direito à igualdade e à dignidade. Tentam também com estes princípios combater os riscos de exclusão social, descriminação, e marginalização, incutindo competências e atribuindo aos indivíduos direitos para que estes melhorem a sua qualidade de vida.

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Capítulo II- Contextualização Teórica

Para a execução do presente relatório de estágio, foi indispensável a análise e pesquisa de informação em livros, documentos e artigos sobre contextos essenciais relacionados com a Animação Sociocultural (ASC), que me pudessem auxiliar no planeamento das atividades adequadas aos indivíduos, bem como permitir enquadrá-las e conhecer os resultados dessas dinâmicas.

Ao longo deste capítulo, serão expostos alguns campos conceptuais mais específicos da ASC que irão dar a conhecer e a compreender ao leitor esta ciência social.

2.1. Animação Sociocultural

De acordo com a UNESCO (1977) citado por Lopes (2007:95) o termo Animação Sociocultural é definido “como o conjunto de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa, bem com a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integrados.”

Não é possível identificar com precisão a origem da Animação em Portugal. Sabe-se que começou a soprar de França através dos ventos de mudança do mítico Maio de 68 procura a assunção de cidadãos com cidadania plena conferida de uma democracia participativa e não ritualizada e calendarizada, de uma educação que ultrapassa o sentido formal e se estende à comunidade, de uma cultura ligada ao compromisso que o homem tem com o outro homem (Lopes, 2007).

Limón e Crespo (2002: 50) definem Animação Sociocultural como “elemento técnico que permite ayudar a los individuos a tomar conciencia de sus problemas y de sus necessidades y a entrar en comunicación a fin de resolver colectivamente esos problemas. La animación se implica en todos los dominios de la actividad humana, en todos los problemas de la vida en grupo, de la vida de barrio, de la vida urbana o rural”.

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2.2. Perfil do Animador Sociocultural

Segundo Trilla (1997), a profissão de animador, situa-se entre a de educador e a do agente social puro. Relativamente a este assunto, podemos encontrar algumas propostas de definição do mesmo perfil, tais como:

 O animador ser, de certo modo, um irradiador de cultura e desenvolvimento crítico;  O animador como monitor, que tem como objetivo o desenvolvimento por via da representação social;

 O animador de grupo, que como o nome indica trabalha dentro de um grupo, atendendo às dificuldades, problemas e necessidades desse mesmo grupo;

 O animador coordenador que está ligado a uma instituição e tem a função de coordenar as atividades ali desenvolvidas (Ander-Egg, 2000).

Para que o animador possa desempenhar da melhor forma as funções que lhe estão determinadas deve ter em conta o ser, o saber e o saber fazer, isto é, deve ter em conta a sua identidade, os conhecimentos que possui, que pode e deve partilhar e, claro, ter em atenção os métodos que irá utilizar para atingir os seus objetivos através das atividades predefinidas. O animador é o individuo que deve promover da melhor forma o bem-estar, o conhecimento, a responsabilidade, a autonomia, o sentido crítico da vida e de tudo que a envolve (Ander-Egg, 2000).

O perfil concreto de um animador depende também do seu caráter, personalidade e temperamento e o seu estilo pessoal vai-se afirmando com a prática, como pessoa, com virtudes e defeitos que deverá ir procurando ultrapassar. O animador deve esforçar-se em mostrar uma forte dose de empatia para com os outros, juntamente com dinamismo, otimismo, maturidade emocional e confiança em si mesmo e nos outros, bem como força perante a frustração, a adversidade, firmeza de caráter e espírito democrático. Deve igualmente promover a criatividade, a expressão e a identidade do grupo e dos seus membros.

Nesta perspetiva, o Animador Sociocultural é essencialmente um agente de desenvolvimento, devendo ser capaz de identificar carências e potencialidades sociais, grupais, comunitárias e institucionais na sociedade em que está inserido;

Programar um conjunto de atividades de carácter educativo, cultural, desportivo e social, no âmbito do serviço onde está integrado e das necessidades dos grupos ou comunidades;

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Página | 33 Organizar, coordenar ou desenvolver atividades diversas no âmbito dos programas; Encontrar múltiplas alternativas na utilização de novas técnicas e materiais, para o desenvolvimento das mais variadas atividades, entre outras funções.

Podemos, então, concluir que não existe um perfil determinado ou desenhado para os animadores, visto ser uma área muito complexa e abrangente. Contudo, é de salientar que o animador é o pilar central de toda a atividade da animação, uma vez que é ele que assume a responsabilidade de promover a vida do grupo.

2.3. Âmbitos de Intervenção da Animação Sociocultural

Independentemente do âmbito da Animação Sociocultural, as estratégias de intervenção, têm de possuir uma dimensão social, cultural, educativa e políticas interligadas entre si. Falar de âmbitos de Animação Sociocultural significa ter presente a perspetiva tridimensional respeitante às suas estratégias de intervenção:

 Dimensão etária: infantil, juvenil, adultos, terceira idade;  Espaço de intervenção: animação urbana, animação rural;

 Pluralidade de âmbitos ligados a setores de áreas temáticas, como por exemplo: a educação, o teatro, os tempos livres, a saúde, o ambiente, o turismo, a comunidade, o comércio, o trabalho, entre outros.

Todos estes âmbitos implicam o recurso a um vasto conjunto de termos compostos, para designar as suas múltiplas atualizações e formas concretas de atuação: Animação Socioeducativa, Animação Cultural, Animação Teatral, Animação Comunitária, Animação Turística, Animação Infantil, Animação de Idosos, Animação Desportiva, Animação Juvenil, Animação de Museus, entre outros.

Para além destes, outros termos poderão ser formados, relacionados com potenciais novos âmbitos da animação, cuja emergência é determinada por uma dinâmica social em constante mudança, que origina a permanente promoção de relações interpessoais, comunicativas, humanas, solidárias, educativas e comprometidas com o desenvolvimento e a autonomia.

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2.3.1. A Animação de Idosos

A Animação Sociocultural no âmbito da terceira idade surge em resposta a uma ausência ou diminuição da população idosa e das suas relações sociais. Para preencher esse vazio, a Animação Sociocultural trata de favorecer a emergência de uma vida centrada no individuo ou no grupo, concebendo a ideia de progresso das pessoas idosas através da sua integração e participação voluntária em tarefas coletivas nas quais a cultura assume um papel estimulante (Lopes, 2007).

No caso particular da terceira idade, a ASC surge como um processo de intervenção que parte de uma realidade concreta na tentativa de a modificar e/ou melhorar a todos os níveis. A animação pode ser vista como um estilo de trabalho, uma pedagogia ativa para promover a participação dos indivíduos (Limón e Crespo, 2002).

Para esta intervenção ser bem implementada deve atuar em duas dimensões: a dimensão “geral e circunscrita na política social” (proteção social, resolução das necessidades sociais), e a dimensão “específicas na intervenção socioeducativa” (neste campo situam-se programas e atividades dirigidas à terceira idade, numa perspetiva de educação permanente, de forma a adequar o idoso a contextos socias e culturais). Só é considerada uma intervenção completa nestes dois campos quando se tem em consideração todos os fatores que determinam o envelhecimento: caraterísticas pessoais, sociedade, família, amigos, instituições e tendências demográficas (Correia, 2007).

Cada um destes fatores pode ser avaliado de forma diferente, pois os efeitos variam de idoso para idoso, daí a necessidade de responder eficazmente às necessidades, desejos e expectativas. Os programas de animação devem por isso, ser adaptados às situações de cada individuo ou grupo.

As várias finalidades de Animação da terceira idade podem ter cabimento em múltiplos programas institucionais, tais como: promoção do bem-estar pessoal, grupal e comunitário dos indivíduos; tentar melhorar a qualidade de vida e saúde integral (física, mental e social); fazer com que o processo de envelhecimento seja “normal” sem traumas, dores; proporcionar o desenvolvimento das capacidades, habilidades e destrezas dos idosos; promover a realização pessoal dos idosos; motivar os idosos de forma a torná-los mais ativos, participantes, críticos, criativos, solidários e úteis na sociedade; estimular a educação e formação permanentes; desenvolver atitudes críticas perante a vida, mediante a animação de grupos de reflexão e debate (Limón e Crespo, 2002).

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2.3.2. Estratégias de Animação em IPSS

Com o passar dos anos é visível a alteração da estrutura da maioria dos empregos. Estes são cada vez mais absorventes, devido à competitividade pouco saudável que por vezes se vive nos locais de trabalho mas também devido ao maior número de horas que passam nestes espaços. Esta realidade retira tempo ao Ser Humano para criar relações interpessoais, reduz o tempo passado em família, logo, como consequência assistimos a um afastamento das crianças do seio familiar desde muito cedo. Podemos assim concluir que, atualmente, as crianças têm uma vivência em permanente afastamento dos laços e afetos e, sendo desde muito cedo lançadas em sistemas agressivos e de grande competitividade, pois, socialmente, são lhes impostas exigências. Precisaremos ainda ter em conta que vivemos numa sociedade sustenta de tecnologias de informação e comunicação, que afasta o ser humano do convívio de “qualidade em família”, acabando por não dar azo à criatividade, uma vez que procuram tudo aquilo que já se encontra fabricado.

Neste contexto, torna-se fundamental o trabalho dos Animadores Socioculturais em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) pois é nestes espaços que opera a Animação Socioeducativa e o animador assume um papel de agente de socialização e educador. Estas instituições, sem fins lucrativos, têm como propósito dar uma expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos desde que não sejam administradas pelo Estado ou por um corpo autárquico.

Com a prática, geralmente, à frente da reflexão, o posicionamento metodológico ação/ reflexão/ação tornou-se predominante, pois é uma prática sistemática. Para uma intervenção de ASC procede-se a um diagnóstico social prévio, faz-se o levantamento das necessidades existentes, traçando os objetivos e os recursos que se disponibiliza. São então traçadas as estratégias de ação, seguindo-se a sua avaliação (esquema 2). Com a sua formação e sensibilidade para a realidade, o animador pode organizar os diversos atores de forma a otimizarem esforços, levando-os assim a caminharem para uma situação mais favorável para a comunidade ou qualquer outro âmbito de intervenção. Desta forma, o animador numa primeira fase estuda a comunidade (através de instrumentos) de forma a realizar o seu diagnóstico social e identificar as suas necessidades e potencialidades, integrado de preferência em equipas multidisciplinares de forma a proporcionar uma

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Página | 36 melhor resposta para o grupo alvo e o seu meio envolvente, através do diagnóstico e análise de situações de risco. Desta forma é possível à equipa aplicar práticas de animação tendo em conta o tipo de programas de animação, e características das populações que pretende alcançar e articular a sua intervenção com os atores institucionais nos quais o grupo ou indivíduo se insere.

Com a estratégia anterior, o animador ganha relevância já que consegue humanizar as relações, promovendo o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades, coordenando e desenvolvendo atividades de carácter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo.

Revela-se fundamental a capacidade dos animadores serem solidários, capazes de trabalhar em parceria e de promover o desenvolvimento pessoal e social.

Esquema 2: Processo de intervenção em Animação Sociocultural

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2.3.3. Animação na Infância e na Juventude: Aspetos Socioeducativos

Na sociedade atual, onde a educação deve ser permanente e comunitária pressupondo a participação coletiva, o processo educativo rejeita o modelo de escola/armazém, valorizando a partilha de saberes entre os diferentes contextos de aprendizagem (formal e não formal), assim como na interação com o meio envolvente (Lopes, 2008).

Segundo o mesmo autor, deve existir uma relação de proximidade entre o plano educativo e o plano social, uma vez que a educação condiciona uma sociedade. É nesta interação entre sociedade e educação que o ato de animar deve assumir um papel de participação/ação, o que vai também ao encontro do defendido por Ander-Egg (2000), que afirma a educação permanente, para construir uma ação válida, deve ser complementada por ações de animação.

Na perspetiva de Pereira, Vieites e Lopes (2008) a Animação Sociocultural transformou-se num sopro de ar fresco e renovador que penetrou, e em alguns casos impregnou a praxis social e a praxis educativa. Defendem, ainda, que tanto no trabalho social como na prática educativa, tem-se recorrido à Animação como forma de estímulo e motivação nestes campos de ação socioeducativa.

Neste contexto, torna-se essencial abordar a Animação Socioeducativa enquanto modalidade da Animação Sociocultural, uma vez que os dois conceitos apresentam uma relação indissociável. Segundo Pereira et al. (2008) a Animação Socioeducativa apresenta-se como uma estratégia de educação em contexto não formal e promove uma educação global e permanente de carácter lúdico, criativo e participativo.

Segundo Calvo, A. (1997:213), a Animação no contexto da infância não altera os seus princípios norteadores: “a animação sociocultural na infância mantém na sua forma de fazer os princípios próprios que a animação sociocultural defende, e somente nos seus programas de intervenção, nas suas atividades e metodologias, encontraremos processos específicos e deferenciais, fruto, por um lado, do ajuste às características e necessidades dos grupos destinatários da sua atuação, e por outro, da sua estreita relação com a pedagogia do ócio”.

Nos dias de hoje, os novos espaços e possibilidades de trabalho na área da Animação Socioeducativa estão a aumentar, tendo como objetivo primordial a ligação desta a uma inovadora tecnologia educativa que articula, cruza e partilha saberes relativos aos

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Página | 38 diferentes espaços educativos (formal, não formal e informal) através de técnicas como a expressão dramática, expressão plástica, expressão musical.

Citando Lopes (2008:315) “o desenvolvimento da Animação infantil surgiu com o Portugal democrático, ganhando expressão como forma de Animação socioeducativa. Teve como objetivo central complementar as funções atribuídas tradicionalmente à escola, pela via da Educação Não Formal”.

Assim, numa fase inicial, a Animação Socioeducativa foi encarada como um conjunto de atividades que se realizavam no exterior da escola - educação não formal. Estas atividades consistiam em campos de férias, passeios e visitas de estudo, permitindo às crianças visitarem e conhecerem lugares e regiões diferentes dos seus locais de residência. Deste tipo de atividades resultavam a partilha e a interação das crianças entre si e com os seus monitores, criando assim uma dimensão intergeracional.

É importante salientar que em todo este processo da animação infantil está presente a educação informal no seu carácter não organizacional/institucional e permanente. Reforçando que é na interação desta variedade de técnicas que a Animação Socioeducativa pode contribuir para o sucesso da educação formal. É nesta pluralidade que encontra espaços de ação, participação, motivação e envolvência para o estudo de matérias consideradas pouco atrativas dado que são ótimos recursos e técnicas de incentivo.

Segundo Pere Soler (2008) podemos definir uma tríade de programas e serviços de Animação Sociocultural na infância, no âmbito da educação não formal:

 Desenvolvimento Social: essencialmente através do associativismo infantil (fomenta o carácter transversal e intergeracional);

 Desenvolvimento cultural: nomeadamente através de museus, teatros, bibliotecas, centros culturais e programas de desenvolvimento artístico e cultural (Fomenta potencialidades educativas, terapêuticas e variados desafios);

 Trabalho Socioeducativo: nomeadamente ludotecas, programas extraescolares, casas de colónias, programas de tempo livre e ócio (de forma geral, estes trabalhos são direcionados ao coletivo infantil).

A ASC, nesta faixa etária deve assumir portanto um carácter lúdico, tendo como principais objetivos:

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Página | 39  Dar prazer/satisfação à criança;

 Dar espaço à imaginação;  Dar espaço à criatividade;

 Estimular a participação efetiva e real;  Promover a sociabilização;

 Fomentar a dimensão intergeracional;

 Valorizar a educação nos seus três âmbitos (formal, não formal e informal).

Em suma, a Animação Sociocultural é uma forma de estímulo e motivação no campo de ação socioeducativa. A Animação Socioeducativa enquanto modalidade da Animação Sociocultural intervém no sistema educativo como estratégia, através da educação não formal. Ao assumir um carácter lúdico, a Animação Socioeducativa permite à criança dar espaço à imaginação e criatividade bem como promover e motivar grupos e comunidades para a participação.

2.3.4. A Animação Sociocultural em Grupos com NEE

A Animação Sociocultural procura ajudar as pessoas com NEE a superar a discriminação de que sofrem por parte da sociedade, mas acima de tudo, ajuda-as a ganhar confiança em si próprias para que lutem por si e pelos seus direitos.

A luta pela igualdade é necessária para que as pessoas com NEE sejam cidadãos com direitos como todos merecem ser, sem esquecer que as condições sociais, culturais e políticas não são um impedimento para elas, mas sim uma oportunidade de exercerem a sua cidadania e a sua integração.

Atualmente as NEE leva-nos a um modelo social, que resgata as pessoas como indivíduos independentes com cidadania tendo estes possibilidades e limitações como todas as outras pessoas, sendo a sociedade a responsável pela sua discriminação e exclusão. Este modelo social veio contrariar o antigo modelo que considerava as pessoas com NEE como doentes e sem capacidade para exercer a sua cidadania.

Segundo Merino (2009:168) “ O modelo social permite e possibilita desenvolver o ideal da igualdade no marco da diferença em todas as dimensões que o princípio de igualdade de oportunidades implica. Isto é, todos os seres humanos possuem direitos e deveres e

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Página | 40 seja qual for a nossa realidade individual, cultural, religiosa, educativa, labora, social, política, etc.”.

Neste contexto social aparece a inclusão como um procedimento pessoal, social, político, económico, entre outros, baseado na aceitação da diferença que procura criar condições que permitam aos indivíduos, independentemente das suas capacidades e limitações, estimular o seu potencial cognitivo, biológico, psicológico, cultural e social. Por isso, a ASC surge no encalce da inclusão, como uma resposta devido à sua aptidão para a estimulação do desenvolvimento pessoal e para criar condições sociais e culturais que ajudem as pessoas com NEE a construir a sua identidade, de serem autónomos, de serem capazes de conceber realidades sociais e culturais que lhes permitam a igualdade. A ASC aparece então “como um modelo de ação social e como metodologia ativo- dinamizadora” (Merino, 2009:171) para o crescimento da cidadania das pessoas com Necessidades Educativas Especiais.

Tem de se ter em conta os âmbitos de intervenção que englobam todos os aspetos pessoais, sociais e educativos dos indivíduos e que são os seguintes: a família, a escola e a sociedade.

A família é indispensável na inclusão dos indivíduos com NEE, ela presta o apoio emocional e físico que eles necessitam, e é através da família que os indivíduos experienciam a relação com outras pessoas e partilham vivências que o ajudam a ganhar independência pessoal para fortalecer relações e participar em atividades culturais. Antigamente a família dava mais valor à higiene do indivíduo deixando de parte o desenvolvimento educativo e social. Mas a ASC aparece para dar resposta a esta falta de estimulação educativa do indivíduo sem esquecer os cuidados de saúde que necessitam. A escola também é uma organização instrutiva e socializadora mas que se cinge à formação dos indivíduos virando as costas à sociedade. Esta sofreu adaptações curriculares para dar resposta às necessidades das pessoas com NEE, mas são consideradas insuficientes porque limitam-se a modificar o currículo e restringem-se à parte da formação esquecendo as outras necessidades educativas e sociais de que os indivíduos precisam. Por isso é necessário mudar o modelo técnico da escola para um modelo mais humanista, para uma escola inclusiva.

Para enquadrar a intervenção da ASC na sociedade e perceber as transformações que a inclusão lhe impõe, tem de se ter em conta quatro vetores:

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Página | 41  O vetor sociológico que consiste no meio social em que está inserido o indivíduo com NEE;

 O vetor pedagógico que refere a biografia do indivíduo, ou seja, se teve ou não programas de estimulação cognitiva e social, de práticas de convivência e de criatividade artística;

 O vetor comunitário que tem a ver com o contexto familiar e social, isto é, se tem o apoio ou não da família e dos amigos;

 O vetor teleológico que estabelece os objetivos futuros com que se comprometeram alcançar com a sua família, amigos e conhecidos.

Mas estes quatro vetores só são possíveis se existirem pessoas habilitadas para incrementar programas de ASC. Se não existir pessoas habilitadas a Animação Sociocultural não vai conseguir motivar as famílias e as escolas a integrar no modelo de inclusão, e a sociedade tornará a pessoa com NEE como um mero espetador.

Por isso pode-se afirmar que a ASC é indispensável para atingir o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas com necessidades educativas especiais. (Merino, J.; Ceballos, G., 2010).

2.3.4.1. Necessidades Educativas Especiais

A deficiência é uma perturbação ao nível do funcionamento de um órgão originado de alguma doença que o afetou. Esta cria incapacidade no funcionamento da pessoa impedindo-a de realizar atividades dentro dos termos considerados habituais no ser humano.

Segundo a UNESCO (1977) “A deficiência é uma de entre todas as possibilidades do ser humano, portanto, deve ser considerada, mesmo se as suas causas e consequências se modificam, como um fator natural que nós mostramos e de que falamos do mesmo modo que o fazemos em relação a todas as outras potencialidades humanas”.

O termos deficiência então tem vindo a ser substituído pelo termo de necessidades educativas especiais (NEE). “Há uma necessidade educativa especial quando uma deficiência (física, sensorial, intelectual, emocional, social ou qualquer combinação destas) afeta a aprendizagem até ao ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo, ao currículo especial ou modificado, ou a condições de aprendizagem

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