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2.5 Aproveitamento de potencial hídrico na implantação de Pequenas Centrais

2.5.3 Processo de implantação: obras civis

Após a realização de todos os estudos preliminares para a análise de viabilidade da implantação da central geradora, passa-se agora ao processo de execução do projeto com as obras civis.

Cabe salientar que são dois os projetos exigidos. Primeiramente se faz um projeto básico, no qual consta o estudo preliminar, o qual analisa a viabilidade do empreendimento, bem como faz o pedido de concessão, permissão ou autorização para implantação à ANEEL. Posteriormente, após o aceite de liberação do Órgão Regulador faz-se um projeto executivo, onde constam, de forma pormenorizada, todas as estruturas das obras civis, com maior ênfase aos elementos ligados a cálculos de estruturas e materiais que serão utilizados.

Adentrando especificamente no processo construtivo, explica o Engenheiro Juarez Bernardi:

Primeiramente faz-se o desvio do rio para a construção do barramento, responsável pela armazenagem de água do reservatório. Para tanto, faz-se uma ensecadeira de argila. Adentra-se no leito do rio com o intuito de desviar o seu curso e, assim, trabalhar em área seca.

Assim, observa-se que o processo construtivo é uma das fases que mais cuidados requer para a implantação da produção de energia, pois se está adentrando em aspectos que somados tem a finalidade de, a partir da construção do barramento, chegar a construção de uma pequena Central Hidrelétrica, objeto desse estudo.

O Engenheiro supracitado continua sua explanação afirmando que,

a construção do barramento se dá em duas etapas, ambas na mesma dimensão. Constroi-se a metade da barragem, com auxílio das ensecadeiras, que deslocam o leito do rio, possibilitando o acesso, e após concluída essa fase, desvia-se o fluxo de água pela parte edificada, pronta, para, então, realizar o resto da obra.

No caso da Pequena Central Hidrelétrica em análise, qual seja, a PCH RS 155, concluída recentemente, foi utilizado um canal adutor que leva a água do reservatório até a casa de máquinas com o auxílio de um túnel adutor, escavado em rocha sã, revestido de concreto para garantir rua rigidez.

Para melhor compreensão do que significa uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), importante ressaltar a Resolução da ANEEL nº 652, de 9 de dezembro de 2003, a qual revogou a Resolução nº 394, de 04 de dezembro de 1998. Estabeleceu a partir de então novos critérios para enquadramento do potencial destinado à implantação de PCHs, sendo que a maior discussão era quanto à reforma do tamanho do reservatório máximo, que era exclusivamente até 3,0 km2.

Tal Resolução se apresenta nos seguintes moldes:

Art. 1º. Estabelecer, na forma desta Resolução, os critérios para o enquadramento de aproveitamento hidrelétrico, com potência superior a 1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, destinado à produção independente, autoprodução ou produção independente autônoma, na condição de Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Art. 2º. Para os fins e efeitos desta Resolução são adotados os seguintes conceitos e definições:

I – área do reservatório: área da planta a montante do barramento, delimitada pelo nível d’água máximo normal de montante;

II – nível d’água máximo normal de montante: nível de água máximo no reservatório para fins de operação normal da usina, definido através de estudos energéticos, correspondendo ao nível que limita a parte superior do volume útil; III – nível d’água mínimo normal de montante: nível de água mínimo do reservatório para fins de operação normal da usina, definido através dos estudos energéticos, correspondendo ao nível que limita a parte inferior do volume útil; e IV – nível d’água normal de jusante: nível d’água a jusante da casa de força para vazão correspondente ao somatório dos engolimentos máximos de todas as turbinas, sem considerar a influência da vazão vertida.

Por outro lado, foi mantida no art. 3º da Resolução da ANEEL nº 652, de 9 de dezembro de 2003, a caracterização deste tipo de central geradora (PCH), adotando o critério pertinente ao tamanho máximo do reservatório, in verbis:

Art. 3º. Será considerado com características de PCH o aproveitamento hidrelétrico com potência superior a 1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, destinado à produção independente, autoprodução ou produção independente autônoma, com área do reservatório inferior a 3,0 km2.

Serão, portanto, considerados com características de PCH, aproveitamentos hidrelétricos com área do reservatório maior do que 3,0 km2, desde que respeitados os limites de potência e modalidade de exploração. Outrossim, caso se verifique uma das condições expressas no art. 4º da referida Resolução da ANEEL, o estudo será baseado em cálculos.

O Portal das Pequenas Centrais Hidrelétricas ressalta de forma muito clara e específica que “uma PCH típica normalmente opera a fio d'água, isto é, o reservatório não permite a

regularização do fluxo d’água. Com isso, em ocasiões de estiagem a vazão disponível pode ser menor que a capacidade das turbinas, causando ociosidade”. (PORTAL PCH, 2013).

Quanto a isso, explica o presidente da Ceriluz, Iloir de Pauli que,

dentro dos elementos que norteiam o sistema de geração pela centrais geradoras denominadas de PCH, por sua vez, de pequeno porte, cabe ressaltar que geralmente são aplicáveis a rios pequenos, o que é o caso da nossa região, que possuem boas quedas. Assim, devido a sua característica, em épocas de estiagem a geração diminui bastante, uma vez que há uma vazão de água obrigatória a permanecer no curso do rio, não podendo ser desviado em sua totalidade para as turbinas, o que também diminui o fluxo do reservatório pois não é possível a sua compensação com o fechamento total das comportas. Ademais, são centrais que geram impactos ambientais minorados, devido a sua área de alague menor. (PORTAL PCH, 2013). Interessante observar que as instalações das PCHs minimizam os resultados referentes ao impacto ambiental produzido na natureza, evidenciando-se uma geração de energia de forma descentralizada. Significa, portanto, que esse tipo de hidrelétrica produz e repassa energia aos consumidores por meio da delegação que recebe do Poder Público para a prestação de um serviço público necessário e imprescindível.

Retomando, pode-se afirmar que na casa de máquinas ficam localizadas as turbinas, que possuem uma espécie de “pás” que, com a passagem da água se movimentam em alta velocidade, girando um eixo central que está diretamente ligado a um gerador. Tal gerador é o responsável pela geração de energia.

A troca de energia no processo de geração é explicada por Juarez Bernardi:

Inicialmente tem-se a energia gravitacional, presente no deslocamento da água do reservatório até a casa de máquinas, que se dá via desnível forçado. Em seguida, com a rotação das “pás” da turbina está presente a energia mecânica que, por sua vez, com a movimentação acoplada ao gerador, dá lugar à energia elétrica.

Após a geração da energia, a água utilizada retorna para o leito do rio via canal de fuga, retomando o volume normal, que fica minorizado nas áreas em que se faz o desvio, pois há uma porcentagem de fluxo de água que tem de ser mantida para que o ambiente natural existente antes da implantação da PCH não seja prejudicado.

Nesse sentido, explica Juarez Bernardi: “geralmente a vazão que tem de ser mantida no curso natural do rio varia entre 8 a 10% do volume de água total, não podendo ser utilizado todo o volume de água para a geração, visando a preservação natural anterior”.

Destaca-se, ainda, que as PCHs têm vantagens e desvantagens, e que por serem de pequeno porte, os custos da construção são menores e mais compensadores em relação a uma usina hidrelétrica normal. Também, deve-se levar em consideração que neste caso o dano causado ao meio ambiente é bem menor.

Por outro lado, as PCHs geram uma energia mais cara, variando em determinadas épocas do ano devido à seca, pois nesses períodos nem sempre há fluxo suficiente de água para fazer girar as pás das turbinas, diferentemente do que acontece nas usinas maiores, onde sempre há água no reservatório.

Nesse sentido, confirma-se a importância e necessidade de haver um órgâo regulador que promova a fiscalização das PCHs, pois as etapas de implantação de uma PCH precisam ser rigorosamente cumpridas.

Como já mencionado, a ANEEL, mais precisamente a Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SCG), enquadrada dentro do órgão regulador responsável pelo setor energético no Brasil, acompanha de forma assídua todo o processo de implantação das Pequenas Centrais Hidrelétricas, bem como a sua distribuição final aos seus usuários. Assim, prima sempre por uma produção e um fornecimento de extrema qualidade e em consonância com o ordenamento jurídico regulador, visando à satisfação da sociedade frente a um serviço de suma importância na atualidade, qual seja, a energia elétrica.

Outrossim, a existência de um órgão fiscalizador atuante gera conforto à sociedade, pois vários fatores são analisados e exigidos, principalmente no tocante à preservação do meio ambiente em obras que, de certa forma, causam impactos, como o caso em tela.

Depreende-se daí que a prestação de um serviço público deve ser realizada de forma descentralizada, em que o particular, mediante delegação do poder público, exerce atividade conciliada com a exploração de um bem público. Dessa forma estará visando o bem da coletividade e da sociedade, envolvendo um bem necessário (energia elétrica) mediante acompanhamento do órgão público competente. Ademais, estará gerando uma perfeita sincronia quando o objetivo é a satisfação do usuário final, beneficiando a todos com um menor custo, mínimo impacto ambiental e máximo aproveitamento energético.

CONCLUSÃO

O presente estudo abordou as formas de delegação de serviço público e exploração de bens públicos, em especial os institutos da concessão, permissão e autorização, necessários para o atendimento das demandas da sociedade.

Realizou-se nesse sentido uma análise das formas de delegação na prestação de serviços públicos e exploração de bens públicos, constatando-se que a distribuição e geração de energia tanto podem ocorrer na forma de permissão como de autorização.

Nesse contexto, a prestação de serviços pode ocorrer de forma centralizada, quando é prestada pelo próprio Estado, e de forma descentralizada, por meio da concessão, permissão ou autorização de serviços públicos, que os delega para as pessoas jurídicas de direito privado. Exemplo disso é a cooperativa Ceriluz, dividida em duas, em que uma é responsável pelo setor de geração e a outra pela distribuição de energia elétrica.

Observou-se ainda que o processo de liberação para implantação de Pequenas Centrais Hidrelétricas mediante a utilização de recursos hídricos disponíveis precisa obedecer a uma série de elementos e normas. Somente assim será possível prestar um serviço de qualidade no tocante à geração de energia elétrica, visando atender à atual demanda.

A presente pesquisa demonstrou que atualmente na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, a maior fonte de geração energética provém da exploração de aproveitamentos hídricos, realizados, na maior parte, por cooperativas de geração de energia. Essas cooperativas, além de realizar o processo de produção, atuam na distribuição da energia gerada aos seus associados, seja de forma direta ou por intermédio de outras cooperativas de distribuição.

Em decorrência disso foi possível perceber que os objetivos institucionais da Ceriluz visam promover o desenvolvimento socioeconômico de sua área de atuação básica. Para tanto, a cooperativa se empenha na geração e distribuição de energia elétrica, bem como na prestação de outros serviços aos seus associados, como estímulo à prática de novas atividades rurais, entre outras, mediante o emprego de modernos processos tecnológicos e de racionalização dessas atividades.

Constatou-se, também, que as instalações das PCHs minimizam os resultados causados pelo impacto ambiental produzido na natureza, evidenciando-se a geração de energia de forma descentralizada, haja vista que esse tipo de hidrelétrica produz e repassa energia aos consumidores por meio da delegação que recebem do poder público para a prestação de um serviço público necessário e imprescindível.

Verificou-se, ainda, que as PCHs apresentam vantagens e desvantagens, e que por serem de pequeno porte, certamente apresentam menores custos da construção e vantagens em relação a uma usina hidrelétrica normal, inclusive quanto ao danos causados ao meio ambiente.

Para finalizar cabe destacar que a Ceriluz cumpre as normas estabelecidas pela Agência Reguladora (ANEEL), à qual é atribuído o poder de regulação, controle e fiscalização, itens de fundamental importância, haja vista que há interferência no meio ambiente, principalmente nos recursos hídricos. No processo de implantação das PCHs é importante observar os levantamentos topográficos e os inventários de potência energética, necessários para determinar a capacidade de produção.

Ademais, observou-se que tal regulação e fiscalização pelo órgão responsável tem como fim principal propiciar a prestação de um serviço de qualidade ao usuário final, garantindo a sua plena utilização em benefício da sociedade, com menor custo, mínimo impacto ambiental e máximo aproveitamento.

REFERÊNCIAS

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______. Lei n. 9.648, de 27 de maio de 1998. Altera dispositivos das Leis no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21 de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e autoriza o Poder Executivo a promover a reestruturação das Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dá outras providências.

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ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Estudo sobre concessão e permissão de serviço público no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1996.

ANEXO I

RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA n 2.602, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2010

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA nº 2.602, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2010

Autoriza a empresa Ceriluz – Cooperativa de

Geração de Energia e Desenvolvimento Social

Ltda. a estabelecer-se como Produtor

Independente de Energia Elétrica, mediante a implantação e exploração da Pequena Central Hidrelétrica RS-155, com capacidade instalada de 5.940 kW, localizada no Município de Ijuí, Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências.

(*) Vide alterações e inclusões no final do texto. Relatório

Voto

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, conforme o disposto na Resolução Normativa no. 389, de 15 de dezembro de 2009 e o

que consta do Processo nº 48500.002750/2006-61 resolve:

Art. 1º. Autorizar a empresa Ceriluz – Cooperativa de Geração de Energia e

Desenvolvimento Social Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.290.060/0001-06, com sede

Rua do Comércio, nº 921, Município de Ijuí, Estado do Rio Grande do Sul, a estabelecer-se como Produtor Independente de Energia Elétrica, mediante a implantação e exploração da Pequena Central Hidrelétrica RS-155, com três unidades geradoras de 1.980 kW, totalizando 5.940 kW de capacidade instalada, localizada às coordenadas geográficas 28º 18’ 42,5’’ S e 53º 53’ 43,7’’ W, no rio das Ijuí, sub-bacia 75, bacia hidrográfica do rio Uruguai, Município de Ijuí, no Estado do Rio Grande do Sul.

Parágrafo único. A energia elétrica produzida pela autorizada destina-se à comercialização, em conformidade com as condições estabelecidas nos arts. 12, 15 e 16 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, regulamentada pelo Decreto nº. 2.003, de 10 de setembro de 1996, e no art. 26, § 5°, da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei nº 10.762, de 11 de novembro de 2003.

Art. 2º. Autorizar a empresa Ceriluz – Cooperativa de Geração de Energia e

Desenvolvimento Social Ltda. a implantar as instalações de transmissão de interesse restrito da

central geradora, constituídas uma subestação elevadora de 4,16 / 23,1 kV, com capacidade de 6,6 MVA, conectada por uma LT de 1.810 m de extensão em circuito simples à SE Ceriluz/RGE de 23,1/69 kV, de propriedade da Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda. (Ceriluz – Distribuição).

Art. 3º. Estabelecer em 50% (cinquenta por cento) o percentual de redução a ser aplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição, para o transporte da energia gerada pela Pequena Central Hidrelétrica RS-155 enquanto a potência injetada nos sistemas de transmissão e distribuição for menor ou igual a 30.000 kW, nos termos da legislação e das regras de comercialização de energia elétrica vigentes e a vigorar a partir da publicação desta Resolução.

Art. 4º. Constitui obrigação da autorizada, implantar e operar a PCH RS-155 conforme cronograma apresentado à ANEEL, obedecendo aos marcos a seguir descritos:

a) obtenção de licença de operação: até 1º de março de 2011; b) início da concretagem casa de força: até 1º de abril de 2011; c) início da montagem eletromecânica: até 1º de abril de 2011;

d) início do comissionamento das unidades geradoras: até 1º de julho de 2011; e) início da operação comercial das unidades geradoras: até 1º de agosto de 2011.

Art. 5º. A presente outorga de autorização vigorará pelo prazo de trinta anos, a contar da data de publicação desta Resolução Autorizativa.

Art. 6º. Esta Resolução Autorizativa entra em vigor na data de sua publicação.

NELSON JOSÉ HÜBNER MOREIRA

Este texto não substitui o publicado no D.O. de 11.11.2010, seção 1, p. 58, v. 147, n. 216.

(*) Alterado o sistema de transmissão de interesse restrito da PCH pelo DSP SCG/ANEEL 1.902, de 05.06.2012, D.O. de 06.06.2012, seção 1, p. 146, v. 149, n. 109.

(*) Texto em negrito com redação alterada conforme retificação publicada no D.O. de 12.06.2012, seção 1, p. 94, v. 149, n. 112.

(*) Alterada a casa de força, a capacidade instalada total e atualizado o sistema de transmissão de interesse restrito da PCH, pelo DSP SCG/ANEEL 2.424, de 24.07.2012, D.O. de 25.07.2012, seção 1, p. 61, v. 149, n. 143.

ANEXO II

Nota Técnica nº 013/2010–SRE/ANEEL

Em 19 de janeiro de 2010.

Processo: 48500.003861/2005-87

Assunto: Homologação das tarifas básicas de energia comprada, de fornecimento de energia elétrica aos consumidores finais e de uso dos sistemas de distribuição – TUSD, e fixação dos encargos setoriais referentes à Cooperativa

Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda. - CERILUZ, que se encontra em

processo de enquadramento como permissionária de distribuição de energia

I. DO OBJETIVO

Esta Nota Técnica tem por objetivo submeter à deliberação da Diretoria nova homologação das tarifas básicas de energia comprada, de fornecimento de energia elétrica e de uso dos sistemas de distribuição – TUSD e fixação dos encargos setoriais referentes à Cooperativa Regional

de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda. - CERILUZ, que se encontra em processo de

regularização como permissionária de serviço público de energia elétrica.

Como motivação de homologação das tarifas básicas da CERILUZ, tem-se a alteração nas bases tarifárias das Concessionárias supridoras Departamento Municipal de Energia de Ijuí e Rio Grande Energia S/A - Demei e RGE, publicadas pela ANEEL, por meio das Resoluções Homologatórias nº 837, de 30 de junho de 2009 e nº 810/2009, de 14 de abril de 2009, além dos encargos setoriais vigentes em 2009, bem como a opção da Cooperativa por segregar as atividades de geração.

II. DOS FATOS

Da Atualização das Tarifas Básicas Propostas pela ANEEL

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