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CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO DO CESIF

3.4. Processo Metodológico

1.1. Recolha e tratamento dos dados

No decorrer do estágio, foram utilizadas técnicas de recolha e análise de dados com o intuito de obter informações necessárias para este estudo. Neste sentido, foram utilizadas as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, a observação participante, a entrevista semi-diretiva e, por último, a observação. A análise de conteúdo visou o tratamento de dados.

1.1.1. Pesquisa bibliográfica e documental

Na planificação do estudo, decidi utilizar uma investigação de abordagem naturalista, pois a mesma prevê “situações concretas existentes e identificáveis pelo investigador, sem intervenção, em termos de manipulação, física e deliberada, de quaisquer variáveis” (Afonso, 2005, p. 43). Deste modo, procurei observar situações relativas aos processos desempenhados pela diretora de formação e restante equipa de apoio na área de formação.

A pesquisa bibliográfica e documental, tal como indica Afonso (2005, p. 88), assenta “na utilização de informações existentes em documentos anteriormente elaborados, com o objetivo de obter dados relevantes para responder às questões”. Esta técnica de recolha de dados foi utilizada desde o início do estágio no CESIF, devido à necessidade de recolha de informação sobre a instituição em estudo.

Inicialmente esta foi utilizada para a análise de conceitos que estão enquadrados no segundo capítulo e para recolha de documentos da empresa, que auxiliaram mais tarde a análise de resultados. Também foi útil para a interpretação de algumas situações que ocorreram no quotidiano da empresa ou dificuldades na monotorização de algumas tarefas, como, por exemplo, a utilização da plataforma SIGO.

1.1.2. Observação Participante

Durante o estudo optei por utilizar a observação participante uma vez que esta metodologia tem como objetivo descrever o quotidiano e os sentidos que os indivíduos dão às suas ações. A utilização desta técnica derivou da necessidade de compreender fatores relacionados com o estudo, possibilitando-me, assim, registar comportamentos, interações ou acontecimentos ocorridos na organização.

Segundo Afonso (2014, p. 98), a observação “(…) é uma técnica de recolha de dados particularmente útil e fidedigna, na medida em que a informação obtida não se encontra condicionada pelas opiniões e pontos de vista dos sujeitos, como acontece nas entrevistas e nos questionários”.

O facto de a observação ter sido participante permitiu-me ter pontos de vista adicionais através da experiência direta com os diferentes fenómenos como, por exemplo, o tratamento e discussão de documentos relacionados com a qualidade da formação, bem como a ida à sede do CESIF em Madrid e uma melhor compreensão de metodologias de trabalho. Considerando a perspetiva de Estrela (1994, p.128), “Nunca é demais sublinhar a importância que assume a observação dos comportamentos no processo de ensino- aprendizagem. A pedagogia atual tem chamado a atenção para o papel desempenhado pelos processos de diagnóstico e avaliação como fundamento de toda a ação educativa”.

No decorrer do estágio, reuni diferentes informações referentes à comunicação entre membros da equipa, atividades realizadas, relações existentes, bem como formas de trabalho. Foi através da observação participante que consegui dar um outro sentido ao projeto de investigação, ou seja, não realizar um estudo inicialmente planeado que insidia sobre planeamento da formação, mas sim um estudo que permitisse compreender a formação adotada pelo CESIF, designadamente as políticas e práticas de formação tendo por base o sistema de gestão da qualidade e a certificação.

1.1.3.Entrevista

Em relação à entrevista, optei pela entrevista semidiretiva. Esta técnica assenta numa abordagem que abrange um plano antecipado, conduzida por um guião em que se regista o essencial daquilo que se pretendeu num primeiro momento, obtendo-se por essa via uma resposta ampla do entrevistado (Amado, 2013, p. 208).

Foram realizadas duas entrevistas, uma à diretora de Marketing e da Qualidade da Formação, com o objetivo de recolher informação sobre a caracterização do CESIF, e uma outra à gestora de formação, com o intuito de compreender a certificação e gestão da formação da entidade em estudo. Na elaboração das entrevistas considerei os objetivos do estudo inicialmente estipulados, tendo construído um guião com aspetos mencionados anteriormente. Considerando o presente estudo, os temas centrais de ambas as entrevistas abordaram questões relacionados com o trabalho desenvolvido na organização. A primeira entrevista foi realizada à diretora de Marketing e teve como principal objetivo

conhecer a estrutura e cultura organizacional do CESIF. Foram abordados tópicos como os recursos humanos da empresa, a criação do CESIF, os seus objetivos, etc. Também teve como objetivo obter a visão da entrevistada relativamente à competitividade e ao clima organizacional. A segunda, realizada à gestora de formação, focou-se essencialmente em conhecer a organização e gestão da formação no CESIF assente no Sistema de Acreditação. Primeiramente comecei por perceber o interesse da organização na integração no Sistema de Acreditação, qual o processo percorrido, o modo como era organizado o sistema de formação e a estratégia utilizada anualmente de forma a garantir a qualidade da formação no CESIF.

Concluídas as entrevistas, passei para a segunda fase, nomeadamente a análise dos dados recolhidos que se encontram nos anexos 2.2 e 3.2 “Grelha de análise de conteúdo da entrevista”. Tendo como principal foco articular o trabalho realizado na integra no CESIF com as respostas dos entrevistados, determinei uma análise assente numa tabela dividida por categorias, subcategorias, indicadores e unidades de registo. (Afonso,2005)

A recolha de informação em ambas as entrevistas tiveram um papel importante no que se refere à recolha de informação referente aos diferentes contextos, uma vez que alguns dos documentos fornecidos pela empresa não estavam completamente de acordo com a realidade. Com o passar do tempo apercebi-me de que a documentação interna, nomeadamente manual da qualidade, avaliação dos formadores e o balanço anual por vezes não iam ao encontro com o trabalho desenvolvido pelos membros da equipa do CESIF. Esta situação deveu-se devido ao reduzido número de membros da equipa.

1.2. Tratamento e análise dos dados

1.2.1.Análise de Conteúdo

Numa fase final realizou-se a análise de conteúdo de toda a documentação recolhida ao longo do estágio. Na perspetiva de Afonso (2005, p. 88), a análise de conteúdo

“consiste na utilização de informação existente em documentos anteriormente elaborados, com o objetivo de obter dados relevantes para responder às questões de investigação (…) o investigador não precisa de recolher a informação original. Limita-se a consultar a informação que foi anteriormente organizada com finalidades específicas, em geral, diferentes dos objetivos da pesquisa” (Afonso, 2005, p.88).

Ao recorrer a esta técnica de tratamento de dados, baseei-me nos passos a ter em consideração referidos por Bardin (1995) que visam a organização de informação recolhida. O primeiro passo que segui foi uma pré-análise do material que iria utilizar para uma futura interpretação do mesmo, tendo em conta o estudo em questão. No momento em que comecei a estruturar o meu relatório de estágio e a ganhar uma noção mais próxima do resultado final do projeto, determinei alguns documentos a serem analisados, como, por exemplo, documentos internos do CESIF, nomeadamente o Manual de Qualidade, o Plano de Atividades anual, Balanço anual, bem como o Estudo de Mercado. O segundo passo assentou na exploração do material, ou seja, na compreensão e interpretação dos documentos recolhidos num primeiro momento. Com o passar do tempo, nem todos os documentos recolhidos num primeiro momento foram os mais utilizados. Na verdade, foram surgindo outros com maior importância, como a documentação relativa à certificação de entidades formadoras. Numa última fase, procedi à exploração e interpretação destes mesmos dados. De forma a compreender todos os dados recolhidos e consequentemente articulá-los, optei por escrever resumos de cada temática, de forma a orientar o trabalhar posterior da análise dos dados.

A tabela abaixo ilustrada surgiu da técnica da observação participante e acompanhou-me ao longo das observações. A partir desta, redigi notas descritivas sobre o meu quotidiano na empresa. Com o passar do tempo, estas revelaram-se uma mais-valia para a análise de resultados e compreensão de alguns acontecimentos que ocorreram no CESIF. Na presente tabela, exponho o quadro de registo de observação que abrange três categorias, sendo elas: Semana/Mês/Ano; Registos; e Observação. Toda a informação inserida nesta tabela refere-se a diferentes tarefas desempenhadas, conversas importantes, reuniões, entre outras ocorrências e, por fim, algumas observações pertinentes.

Semana/Mês/Ano Registos Observação

Semana de 11 a 15 de setembro de 2017

xxxxxx xxxxxxx

No projeto de investigação procurei reunir as informações possíveis nas diversas atividades realizadas, recorrendo às técnicas de recolha e ao tratamento de dados

mencionadas anteriormente. Foi neste sentido que alcancei os objetivos estipulados no estudo aplicado ao CESIF, como é possível verificar no presente relatório de estágio.

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