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CAPÍTULO III – PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

3.5 PRODUÇÃO DE PROVAS

Como a audiência é una, todas as provas serão produzidas na referida sessão, ainda que não requeridas previamente (art. 852-H, CLT). A regra é da produção de todas as provas em audiência, porém, há situações nas quais isto não é possível como é o caso da prova técnica para a apuração de insalubridade ou periculosidade (art. 195, § 2º, CLT e art. 852-H, § 4º, CLT).

A prova documental deve ser produzida com a inicial e a defesa (arts. 787, CLT e 283 e 396, CPC). A reclamada deverá manifestar sobre os documentos juntados com a inicial quando da formulação da resposta, adequando-se a resistência ao que foi produzido pelo reclamante, sob pena de sofrer as decorrências do princípio da eventualidade (art. 302, CPC). Quanto aos documentos juntados com a defesa, o reclamante deverá manifestar em audiência, não se justificando o adiamento, exceto a hipótese de absoluta impossibilidade, a critério do juiz (art. 852- H, § 1º, CLT).

As testemunhas permitidas são de no máximo de duas para cada parte, as quais deverão comparecer a audiência, independentemente de intimação (art. 825-H, § 2º, CLT). Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva (art. 825-H, § 3º, CLT).

Cotejando-se os dois parágrafos, temos: a) cada parte poderá ouvir no máximo duas testemunhas; poderá se for o caso, o juiz limitar o número de testemunhas a serem ouvidas de acordo com o art. 825-D, CLT; b) as testemunhas deverão comparecer de forma independente de intimação; a intimação só é cabível quando a testemunha convidada não comparece, devendo a parte comprovar o convite, sob pena de preclusão da prova; c) não comparecendo a testemunha intimada, haverá a sua condução coercitiva; em tal hipótese teríamos um segundo adiamento, o que prejudicaria o prazo dos 15 dias; o juiz, se a testemunha for convidada e não comparecer em primeira audiência deverá determinar a sua condução coercitiva de imediato, evitando-se assim um segundo adiamento.

821, CLT), sendo que as testemunhas devem comparecer à audiência independentemente de intimação. As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas à condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado não atendam à intimação (art. 825, CLT).

Há situações nas quais não é possível, ao magistrado, concluir a audiência com o encerramento da instrução processual. Neste caso, interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa (art. 852-H, § 7º, CLT). Podemos exemplificar tais situações como sendo o adiamento para se ouvir testemunhas convidadas, para realização de prova técnica, etc.

Quanto à prova técnica, seja imposta por lei (insalubridade e periculosidade) ou em função do fato (perícia médica em face de um pedido de reintegração), a mesma será deferida, devendo o juiz fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito (art. 825-H, § 4º, CLT).

Entendemos, diante do texto claro e objetivo da lei, bem como do prazo para o término da instrução e prolação da sentença, que não é cabível a faculdade para indicação de assistentes técnicos e formulação de quesitos pelas partes. Pondere-se, ainda, que o juiz possui a liberdade para determinar as provas a serem produzidas, limitando ou excluindo as que considerarem excessivas (art. 852-D, CLT).

Após a entrega do laudo dentro do prazo fixado pelo juiz, as partes serão intimadas para a respectiva intimação no prazo comum de cinco dias (art. 852-D, § 6º, CLT).

Se o juiz, não sentenciar no prazo máximo de trinta dias, deverá justificar os motivos nos autos (art. 852-H, § 7º, CLT). Pondere-se que somente são aceitos motivos relevantes. Um dos argumentos relevantes, claro que em descompasso com o espírito da Lei nº 9.957/2000, é a falta de elementos materiais e funcionais para a celeridade processual. É comum nas Varas do Trabalho, a falta de funcionários, aliás, nem todas possuem a lotação completa.

brevemente resenhado, por questão metodológica, a análise será destacada, porquanto diversos incidentes podem advir dessa importante fase processual, norteadora da solução do conflito intersubjetivo.

Os alentadores mecanismos para o órgão jurisdicional no tocante à coleta de provas introduzidas pelo diploma em estudo devem ser sublinhados, porquanto essa talvez seja a mais complexa etapa na experiência judicante – a busca da verdade real. Esses dois instrumentos estão estatuídos no art. 852-H, § 1.º (redução do número de testemunhas), e no art. 852-F, autorizador da resenha dos atos processuais, ambos da CLT.

A prova oral no rito sub examine, além da restrição já mencionada, sofre a imposição da audiência una, devendo ser produzida na ocasião designada, não sujeita a requerimento prévio, que para o professor Manoel Antonio Teixeira Filho, (2000), expurga “malfadado rol prévio, que caiu no gosto de alguns juizes do trabalho”.

A previsão inovadora da Lei n.º 9.957/2000 condicionada a possibilidade de intimação (art. 852-H, § 3.º) com a conseqüente postergação da audiência se, convidada, a testemunha não comparece. À parte é imposto o ônus de comprovar que efetivamente convidou sua testemunha; portanto, a sua recusa em comparecer em juízo não é presumível, mas depende de prova para facultar o indigitado § 3. º. A extrema vicissitude criada pelo procedimento repousa na forma de comprovação que, de regra, não se dará por escrito. Aqui se conta, mais uma vez, com o poder criativo dos Juizes do Trabalho, diuturnamente sujeitos a imbróglios legislativos.

De outra quadra, a testemunha instada a comparecer e abstinente deve ser conduzida na oportunidade (art. 852-H, §3 º, in fine), o que impõe a presença de um oficial de justiça à disposição do condutor da audiência, pois a norma não supõe a possibilidade de adiamento sob essa motivação. Decorre daí a impossibilidade de prever a duração de cada audiência e a extensão temporal da sessão, gerando tumultos e possíveis plantões de partes e procuradores.

Sob outro enfoque, sem poder deixar de falar sobre o caráter excepcional da lei instituidora do rito sumaríssimo, onde não se ensejou a possibilidade de expedição de carta precatória inquiritória. Assim, sempre que a ação dependa de intimação da parte ou de testemunha residente em diferente jurisdição através de

deprecação, a conversão do rito se impõe, pois a medida somente torna compatível a adoção do ordinário.

Novamente a conversão do rito deve ser opção do magistrado, para não incorrer em cerceamento do direito de acesso à Justiça e em atentado ao principio da economia processual.

A realização de prova técnica resta condicionada à sua imprescindibilidade (art. 852-H, § 4º, CLT), legal ou factual, jungindo-se ao ato ordenatório a fixação do objeto da investigação pericial, a nomeação do especialista e o prazo de entrega do laudo, quando as partes se pronunciarão no prazo comum do qüinqüídio.

A celeridade a ser impressa pelo novo rito sucumbiu em face do veto ao § 5.º do art. 852-H, CLT, que reduzia para 72 horas o prazo para os litigantes e impedia a indicação de assistentes.

Ainda que o imperativo desta prova possa se enquadrar no art. 852-H, § 7o, CLT, facultando ao juiz justificar o retardamento dos exíguos.

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