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PRODUÇÃO EQUINA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

O Exército Brasileiro possui em sua composição a presença de animais em diversas atividades do cotidiano das Organizações Militares, em especial o cavalo. O equino é empregado em instrução militar, cerimonial e práticas desportivas nas mais diversas modalidades equestres. A instituição tem em seu plantel um número superior a dois mil cavalos distribuídos para todas as Organizações Militares que necessitam do animal. Essa quantidade expressiva de equinos faz com que seja destacado tempo para o estudo das necessidades do Exército e, consequentemente, do melhoramento genético do plantel para adaptar-se ao cotidiano e exigências da caserna.

O Exército Brasileiro é composto de 2.320 animais de um total de 1.815 cavalos distribuídos em quase todo o território nacional, com exceção da Região Norte, em diversas unidades militares, em diferentes atividades. Esses animais são utilizados pelo Exército Brasileiro para atividades de patrulhamento e guarda de áreas de fronteira e campos de instrução espalhados pelo território nacional, bem como para cerimonial militar e práticas desportivas como salto, concurso completo de equitação, pólo e adestramento. Para atender a esta gama de empregos, a produção de animais com essa versatilidade e adaptabilidade, não só às tarefas, mas também às características dos diversos ambientes espalhados pelo Brasil, torna-se complexa. (CAMPOS et al., 2007)

Essa adaptação e versatilidade dos animais é fruto do que se investe na Coudelaria de Rincão, centro de produção de equinos para o Exército Brasileiro, que tem como desafio gerar animais capazes de atender às necessidades operacionais e de representatividade da Força Terrestre. Além de assegurar o aumento do prestígio do Exército e a aproximação com a sociedade e Forças amigas através de competições equestres nacionais e internacionais. A conquista desse desafio somente é possível através da execução de um rigoroso controle genético dos produtos e acompanhamento cerrado da produção e manejo destes animais, tendo como objetivo o aumento do rendimento técnico pelos cavalos.

A Coudelaria de Rincão foi criada em 1922, com o nome de Coudelaria Nacional do Rincão, oriunda da antiga Estância de São Gabriel, que pertenceu à Companhia de Jasus. Em 1843 foi sequestrada e incorporada aos bens do Estado, de acordo com o artigo 36 da Lei 31, de 21 de outubro de 1843. Esteve

algumas vezes arrendada aos civis. Em 1891 retornou ao Ministério do Exército com o nome de Colônia de São Gabriel.

[...] Foi extinta no ano de 1975 sendo o seu acervo encaminhado à Coudelaria de Campinas e utilizado pelo Ministério do Exército apenas como Campo de Instrução do Rincão (CIR). Recriada em 19 de agosto de 1987 e organizada com o nome de Coudelaria de Rincão, com sede em São Borja – RS. [..] suas atividades de criação, produção e melhoramento genético de equinos, alcançada através de avançadas técnicas de produção. Sendo os produtos distribuídos posteriormente às demais unidades do Exército Brasileiro, tais como: os Regimentos de Cavalaria de Guarda, a Escola de Equitação do Exército, o Instituto de Biologia do Exército, a Academia Militar das Agulhas Negras, a Escola de Sargento das Armas, Centros Hípicos Militares e Campos de Instrução de todo Brasil.

A finalidade da Coudelaria de Rincão é a produção de equinos para o Exército Brasileiro. É dada atenção especial ao manejo sanitário e nutricional do plantel. A Coudelaria produz animais da raça brasileiro de hipismo, puro sangue inglês, puro sangue hanoveriano e bretões, também produz animais sem raça definida. (JUNIOR, 2013)

Os cavalos utilizados pelo Exército tem em sua seleção rigorosa padrões estabelecidos bem específicos, devendo o animal apresentar características semelhantes para que seja empregado em atividades militares. As raça que atualmente constituem o plantel da Força Terrestre tem como exemplo animais Puro Sangue Inglês e Hanoveriano, usados, por exemplo, em atividade de salto de obstáculos, o Brasileiro de Hipismo, com capacidade expressiva para Concurso Completo de Equitação e Adestramento, e outros animais Sem Raça Definida, que são empregados em atividades equestres diversas e militares.

Todas as raças utilizadas, definidas ou não definidas, precisam apresentar característica que lhes atestam a sua utilização. As raças definidas devem apresentar as características específicas da raça, e as raças não definidas devem apresentar características mínimas para que sejam aproveitas como animal do tipo militar.

As raças para montaria utilizadas atualmente no Exército são: Brasileiro de Hipismo (BH), Hanoveriano (Han), Puro-Sangue Inglês (PSI) e Sem Raça Definida (SRD). Ressalta-se que os animais SRD devem atingir um padrão pré- estabelecido para o cavalo do tipo militar, como altura mínima de 1,45 m, bons aprumos, boa capacidade cardiorrespiratória, boa cobertura muscular, medidas lineares harmoniosas e ter como andadura característica o trote, não sendo

permitidos cavalos marchadores (DLog, 2002). [...]A produção média é em torno de 107 potros por ano. Para manter esse plantel, é fundamental que haja sistemas de produção adequados para produzir animais capazes de se reproduzirem, sem defeitos genéticos ou congênitos. Deve-se, então, investir no controle rigoroso da eficiência reprodutiva e do potencial genético dos reprodutores e das matrizes, além de proporcionar ambiente adequado à manifestação deste potencial. (CAMPOS et al., 2007)

A Coudelaria de Rincão é subordinada diretamente à Seção de Remonta e Veterinária e, e que esta elabora os projetos de melhoria genética e coloca em prática através da primeira. A realidade dos produtos da Coudelaria de Rincão apontam para a manutenção dos animais com aptidão para o salto.

Apesar da prioridade ser a produção de animais para o cerimonial militar busca-se a obtenção de animais que sejam atletas. Cerca de 10% do efetivo distribuído como VR geralmente para a modalidade de salto Atualmente todos os nossos reprodutores BH, são de linhagens de salto. Um animal destes é de dupla aptidão (salto adestramento) um reprodutor BH é meio sangue PSI (Filho de um garanhão PSI doado pelo Haras Joter)[...].(MENEZES, 2015)

Alguns aspectos podem ser acompanhados da produção equina da Coudelaria, como por exemplo a elaboração do plano de monta para abastecer e melhorar o plantel equino do Exército, como esclarece MENEZES (2015) “a elaboração do plano de monta objetiva produzir animais para abastecer os projetos em andamento, formar um plantel de matrizes capazes de atender as necessidades do Exército.”.

Outras atividades importantes são destacadas pelo chefe da Remonta e Veterinária.

Segue-se em um PROGRAMA em desenvolvimento e envolve desde a seleção de matrizes, aquisição de sêmen de garanhões das melhores linhagens ofertados no país e dentro da disponibilidade de recursos para a aquisição, avaliação dos produtos resultantes dos diferentes cruzamentos e do desempenho dos filhos dos reprodutores como medida para avaliar os mesmos.

Existe um projeto cujo piloto esta sendo desenvolvido no 3º Regimento de Cavalaria de Guarda cujo escopo é a coleta de embriões de éguas em campanha desportiva que estejam na carga daquela Organização Militar (O sêmen é enviado pela Coudelaria de Rincão e a equipe de veterinários do Regimento insemina a égua escolhida , coleta o embrião e envia para a Coudelaria de Rincão para ser implantado em uma receptora, ou

congelados para posterior implantação). Há previsão de expandir o projeto para os demais Regimentos e Escola de Equitação do Exército, estando prevista para o ano de 2016 a formação de mão de obra especializada para esta prática e aquisição do material necessário[...].São empregadas na reprodução as técnicas de inseminação artificial, transferência de embriões .Esta em fase de estudo de viabilidade a implantação de uma central de congelamento de sêmen na Coudelaria de Rincão. (MENEZES, 2015)

Ainda se destaca a utilização de conhecimento e estudo em parceria com instituições de ensino e pesquisa no ramo de melhoramento genético e estudo do cavalo em diversos patamares do conhecimento. Os estudos acadêmicos acerca do cavalo está ainda mais aquecido e presente juntamente com os produtores de equinos do Exército.

Existem trabalhos de mestrado e doutorado desenvolvidos em parceria com diferentes universidades e em complementação a trabalhos desenvolvidos na própria Escola de Equitação do Exército. Paralelamente a isso existem inúmeros trabalhos de mestrado e doutorado na área de reprodução e clinica realizados com universidades no Brasil e exterior (Canada, Suíça). (MENEZES, 2015)

Atualmente o Exército produz por ano cerca de 110 cavalos, tendo os mesmos sofridos um criterioso processo seletivo permitindo que os animais que chegam às Organizações Militares carreguem consigo um material genético melhorado em relação a animais antecedentes. O investimento crescente no melhoramento do plantel permite com que cada cavalo apresente um potencial para a prática militar e desportiva, bastando, assim, serem trabalhados e incentivados a evoluírem seus condicionamentos.

Se faz necessário melhorar a iniciação dos produtos, pois é importante lembrar que embora sejam animais de bom porte não se pode apressar o trabalho sob pena de encurtar a vida útil dos mesmos e de não serem atingidos os objetivos propostos. (MENEZES, 2015)

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