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Produção e fornecimento do serviço (secção 7.5 da NP EN ISO 9001:2008)

Princípio 8 Relações mutuamente benéficas com fornecedores: Os fornecedores e as organizações são interdependentes Assim, uma relação de benefício mútuo pode

4) Produção e fornecimento do serviço (secção 7.5 da NP EN ISO 9001:2008)

Um serviço é "o resultado, geralmente intangível, de pelo menos uma actividade necessariamente realizada na interface entre o fornecedor e o cliente " (Nota 2 da secção 3.4.2 da NP EN ISO 9000:2005). Como referido anteriormente, as empresas de aquacultura fornecem produtos e não serviços, sendo que a secção 7.5 da NP EN ISO 9001:2008 deve ser considerada unicamente para a realização de produtos.

De acordo com esta secção da Norma, a empresa deve:

a) controlar a produção (controlo da produção e do fornecimento do serviço - secção 7.5.1 da NP EN ISO 9001:2008).

Esse controlo inclui analisar e definir as seguintes condições:

 Informação: as características do produto devem ser descritas e toda a informação necessária à produção e controlo do produto (ex.: características, sequência das operações e parâmetros de processo) deve ser disponibilizada (APCER, 2010);

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 Instruções de trabalho: os critérios e métodos de operação e controlo devem ser definidos (APCER, 2010);

 Equipamento e equipamento de monitorização e medição (EMM): os equipamentos ou outros meios necessários ao cumprimento dos requisitos especificados para as infraestruturas (secção 6.3 da NP EN ISO 9001:2008) e para o controlo do EMM (secção 7.6 da NP EN ISO 9001:2008), devem ser disponibilizados e utilizados;

 Monitorização e medição: os critérios e métodos de monitorização e medição devem ser implementados em fases definidas da produção (APCER, 2010);

 Processos de liberação, entrega e posteriores à entrega: devem ser implementadas atividades de liberação do produto (ex.: emissão de evidências de conformidade do produto), entrega (ex.: instruções de utilização e transporte) e posteriores à entrega (ex.: responsabilidade civil e garantias).

b) validar os processos de produção cujo output não possa ser verificado por monitorização ou medição (validação dos processos de produção e fornecimento do serviço (secção 7.5.2 da NP EN ISO 9001:2008), referidos historicamente como "processos especiais" (APCER, 2010).

A empresa deve começar por identificar os "processos especiais" e depois evidenciar que o modo como são executados assegura que o resultado seja o esperado (APCER, 2010). Esses processos devem ser validados de acordo com as seguintes disposições (quando aplicáveis):

 critérios de revisão e aprovação dos processos;

 aprovação do equipamento e qualificação do pessoal;

 utilização de métodos e procedimentos específicos;

 requisitos para os registos;

 revalidação.

Os "processos especiais" são mais comuns no setor dos serviços do que no setor industrial (APCER, 2010), logo, raramente esta secção da Norma, é aplicável a empresas de aquacultura.

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c) identificar os seus produtos (identificação e rastreabilidade - secção 7.5.3 da NP EN ISO 9001:2008).

A forma de identificação (ex.: rotulagem ou documentos de acompanhamento) é definida de acordo com a natureza do produto e do processo e com os requisitos legais e/ou do cliente (APCER, 2010). No caso da comercialização de MBV, estes devem ser identificados de acordo com o estabelecido na secção 7.5 do Apêndice I e 5.7 do Apêndice II. A identificação é necessária, não só para indicar o uso pretendido para o produto (secção 7.3.3 da NP EN ISO 9001:2008), mas também para facilitar a resolução de eventuais problemas ou para definir ações de melhoria (APCER, 2010). No setor alimentar, a identificação é necessária, não só no produto final, como ao longo do processo de realização do produto (APCER, 2010). Por exemplo, um lote de MBV, movimentado entre a zona de produção e o centro de expedição, deve ser acompanhado de um documento de registo (secção 10.1 do Apêndice I e 8.1 do Apêndice II).

A rastreabilidade, definida na secção 3.5.4 da NP EN ISO 9000:2005, como a "capacidade de seguir a história, aplicação ou localização do que estiver a ser considerado", pode estar relacionada com a origem do produto, historial de processamento, distribuição e localização após a entrega (APCER, 2010) e está estreitamente ligada à identificação. Em Portugal a rastreabilidade é obrigatória, constituindo um requisito legal. As disposições legais relativas à rastreabilidade dos moluscos bivalves comercializados vivos estão indicadas na secção 10 do Apêndice I e 8 do Apêndice II).

d) identificar, verificar e proteger toda a propriedade do cliente (secção 7.5.4 da NP EN ISO 9001:2008) que utilize (nos seus processos de realização do produto, ou quando o cliente a faculta para incorporação no produto), ou que esteja sob seu controlo. A propriedade do cliente engloba os seus dados pessoais (ex.: dados para pagamento) e a propriedade intelectual (Nota do secção 7.5.4 da NP EN ISO 9001:2008). Se a propriedade do cliente se danificar, perder ou for considerada inapropriada para utilização, a empresa deve comunicá-lo ao cliente e manter um registo dessa comunicação (APCER, 2010).

e) identificar e assegurar as condições associadas à adequada preservação do produto (secção 7.5.5. da NP EN ISO 9001:2008), durante todas as fases dos processos de produção e distribuição e, mesmo após a entrega do produto ao

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cliente/consumidor, pelo período estabelecido como "data de validade" (APCER, 2010). Tal como referido na secção 5.7.2.1 do Apêndice II, a determinação da data de validade de MBV não é necessária, podendo essa indicação ser substituída pela menção " estes animais devem encontrar-se vivos no momento da compra". Assim, quando uma empresa determina as condições de preservação de MBV, tem de considerar os fatores necessários para manter os moluscos bivalves vivos.

Além de perecíveis, os moluscos bivalves são frágeis. Segundo APCER (2010), a preservação de produtos frágeis e perecíveis, deve considerar: a identificação (secção 7.5.3 da NP EN ISO 9001:2008); o manuseamento (durante a colheita, lavagem, calibragem e acabamento); o transporte (tanto dos juvenis para o local das longlines, como o transporte dos indivíduos adultos para terra e o próprio transporte em terra); o acondicionamento; e a embalagem do produto.

As condições associadas à adequada preservação dos MBV:

 durante a colheita, estão definidas na secção 7.1 do Apêndice I e na secção 5.3 do Apêndice II;

 durante a lavagem, calibragem e acabamento, estão definidas na secção 7.3 do Apêndice I e na secção 5.5 do Apêndice II;

 durante o acondicionamento e embalagem, estão definidas na secção 7.4 do Apêndice I e na secção 5.6 do Apêndice II;

 durante o transporte, estão definidas na secção 9 do Apêndice I e na secção 7 do Apêndice II.

 depois de entregues ao cliente (condições de conservação - secção 5.7.2.1 do Apêndice II.

5) Controlo do equipamento de monitorização e medição (secção 7.6 da NP EN ISO