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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Produção …

De acordo com a análise de variância observou-se resposta significativa ao nível de 5% para a interação entre os fatores volume de recipiente e salinidade para as variáveis número de folhas comerciais (NFCM) e matéria fresca do caule (MFC). Já para o fator isolado de volume de recipientes, verificou-se que todas as variáveis apresentaram resposta significativa a 1% de probabilidade. Porém, quando analisado o fator salinidade de forma isolada, verifica-se que as variáveis matéria fresca (MF) e matéria fresca do caule (MFC) foram significativas a 1%, enquanto as variáveis número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) foram afetadas significativamente ao nível de 5% de probabilidade, enquanto as variáveis diâmetro do caule (DC) e índice relativo de clorofila (IRC) não foram afetadas pelo fator salinidade (Tabela 1).

Tabela 1. Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para matéria fresca (MF),

número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IRC), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Fonte de variação

Variáveis Volume (V) Salinidade (S) V x S Blocos Resíduo CV(%) MF 48617,29** 4760,23** 453,47NS 1335,64NS 927.94 17.86 NFT 389,66** 35,64* 18,06NS 26,52NS 9.36 12.02 NFCM 313,08** 27,00* 28,16* 26,82NS 8.83 13.56 MFCM 22168,12** 1694,81* 251,04NS 39272NS 513.06 17.80 MFC 1163,20** 218,68** 32,42* 74,15NS 26.04 24.03 DC 15,97** 2,12NS 2,04NS 13,42* 3.06 16.48 IRC 7,96** 1,26NS 1,65NS 9,10** 1,11NS 13.37 DCOPA 298,44** 30,98* 7,81NS 45,82* 9.59 11.18 MS 153,15** 15,66* 5,32NS 7,43NS 4.74 17.81 Nota: *, ** e ns – significativos a 5%, 1% e não significativo, respectivamente, pelo teste F

Avaliando o efeito do volume de recipientes, verificou-se o uso de recipiente de maior volume (3 L) proporcionou maiores valores para MF, NFT, NFCM, MFCM, MFC, DCOPA,

MS, enquanto o menores valores ocorreram no recipiente de menor volume (0,5 L). Verifica-se ainda que o recipiente de 2 L também apreVerifica-sentou baixo rendimento para todas estas variáveis, exceto para o NFT, em que este recipiente apresentou valores superiores aos obtidos nos recipientes de volume (0,5 e 1,0L). Para as variáveis DC e IRC, verificou-se que apenas o recipiente de 2 L diferiu dos demais e apresentou menores valores. De forma geral, verificou-se que os recipientes de 2 L não proporcionaram desenvolvimento satisfatório das plantas. Devido a este comportamento não esperado realizou-se a verificação da temperatura na superfície do substrato para os quatros recipientes e constatou-se as temperaturas médias de 34,2; 33,9; 35,27 e 33,43 °C para os recipientes de 0,5; 1,0; 2,0 e 3,0L. Desta forma, estes resultados não podem ser atribuídos diretamente ao volume do recipiente, mas sim, ao material na confecção do mesmo, tendo em vista que para este volume foi utilizado saco plástico para mudas, e devido a menor espessura da parede transmitiu maior energia ao substrato (Tabela 2).

Tabela 2. Valores médios para matéria fresca (MF), número de folhas totais (NFT), número

de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IRC), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Volume de recipiente MF NFT NFCM MFCM MFC DC IRC DCOPA MS 0,5 L 122,68c 21,00c 17,93c 91,47c 14,32c 10,30ab 8,55a 26,10c 9,44c 1,0 L 180,82b 21,67c 23,73b 131,93b 22,62b 11,31a 8,10a 29,55b 12,90b 2,0 L 131,75c 27,53b 18,47c 106,41c 14,91c 9,29b 6,84b 22,38d 10,10c 3,0 L 246,84a 31,73a 27,53a 179,19a 33,19a 11,54a 8,03a 32,74a 16,46a Salinidade (dS m-1) 0,5 172,95 26,33 23,33 130,74 24,62 10,05 8,25 29,93 12,37 1,5 180,01 25,50 21,67 132,95 24,31 10,68 7,87 26,36 12,54 2,5 188,79 27,58 23,42 136,44 23,26 10,58 7,50 28,45 13,13 3,5 174,17 25,08 21,33 129,61 19,62 10,52 7,63 27,76 12,84 4,5 136,70 22,92 19,83 106,51 14,50 11,23 8,15 25,97 10,25 Nota: Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre sí pelo teste Tukey (p<0,05)

Na literatura são poucos trabalhos avaliando o efeito desses fatores (VxS) na cultura da alface, a exemplo de Targino et al. (2017), os quais também observaram menor desenvolvimento das plantas em função da redução do volume do recipiente. Além disso esses autores constataram que a alface respondeu a salinidade de forma diferente de acordo com o tamanho de recipiente. Cardoso et al. (2015), ao analisarem o cultivo da alface em três

volumes de recipientes (0,4; 1,0 e 2,5 L) também observaram redução no crescimento das plantas ao fazer o cultivo em recipiente de menor volume.

Estes resultados podem ser atribuídos a menor capacidade de armazenamento de água e nutrientes no substrato para os recipientes de menor volume, além de restringir o desenvolvimento do sistema radicular, devido a ocorrência de maior lixiviação da solução nutritiva, reduzindo assim a eficiência na absorção dos nutrientes (TARGINO, 2017).

Em um trabalho realizado com a cultura do morango testando diferentes volumes de substrato, Zorzeto et al. (2016) não verificaram diferença significativa para nenhuma das variáveis analisadas.

Para o fator salinidade, quando analisada a variável MF, pôde-se observar que houve

resposta quadrática e o maior valor de MF ocorreu na salinidade 2,51 dS m-1 (188,50 g planta

-1

), equivalente ao ganho de 9,75% em relação ao valor obtido na salinidade 0,5 dS m-1 (170,13

g planta-1), e para esse mesmo valor quando comparado o nível de salinidade de 4,5 dS m-1

apresentou a menor MF (138,79 g planta-1), apresentando uma redução de 18,42%, de acordo

com (Figura 1).

Figura 1. Massa fresca da alface em função da salinidade da água

Estes resultados divergem, em parte, dos apresentados por Dias et al. (2011), os quais trabalhando com duas cultivares de alface cultivada em fibra de coco verificaram redução linear na MF com o aumento da salinidade, comportamento também observado por Paulus et al. (2010) trabalhando com alface em sistema hidropônico NFT.

Em relação a variável massa seca (MS), observou-se comportamento quadrático em resposta ao aumento da salinidade, onde o maior valor de MS foi no nível de salinidade de

2,07 dS m-1 (13,22 g planta-1), equivalente ao ganho de 8,47% quando comparado ao nível de

0,5 dS m-1 (12,10 g planta-1). Na salinidade de 4,5 d m-1 ocorreu o menor MS (10,52 g planta

-1

), demostrando uma redução de 13,06% em comparação a obtida na menor salinidade (Figura 2).

Analisando as variáveis massa fresca (Figura 1) e massa seca (Figura 2) em conjunto, verifica-se que ocorreu comportamento semelhante para ambas, apresentando resposta quadrática ao aumento da salinidade. Tal efeito ocorreu, possivelmente, por que a salinidade não afetou o teor de matéria seca nas plantas, obtendo-se teor médio de 9,61%, confirmando os resultados apresentados por Ünhükara et al. (2010), e que não observaram efeito do estresse salino sobre o teor de matéria seca, afetando no entanto a produção de biomassa.

Efeito negativo da salinidade sobre o acúmulo de massa seca em alface tem sido observado por vários autores e em diferentes sistemas de cultivo, seja em hidropônia (SOARES et al., 2010; PAULUS et al., 2010; SANTOS et al., 2010), em solo (OLIVEIRA et al., 2011) e fibra de coco (DIAS et al., 2011).

Figura 2. Massa seca da alface em função da salinidade da água

As variáveis NFT e NFCM mostraram comportamento semelhantes, nos quais os

maiores valores foram obtidos nas salinidades 1,8 e 1,04dS m-1, sendo 26,77 e 22,96 folhas,

equivalente aos ganhos de 3,29 e 0,35%, respectivamente, quando comparado aos valores

comerciais. Apesar de ter ocorrido resposta quadrática ao aumento da salinidade, percebe-se que houve pouco ganho em comparação com o número de folhas obtido nas plantas em menor salinidade. Para ambos os casos, o uso de água com maior salinidade proporcionou redução, ocorrendo perdas de 11,16 e 12,61% para NFT e NFCM, respectivamente (Figura 3).

Figura 3. Número de folhas totais e número de comerciais da alface em função da salinidade da água

Além disso, pode-se observar que a variável NFT apresentou maior tolerância à salinidade em comparação NFCM, o que pode ser explicado pelo efeito da salinidade sobre a qualidade visual das folhas, principalmente quanto a presença de bordas queimadas (PEREIRA; JUNQUEIRA; OLIVEIRA, 2005).

Na literatura existem diversos trabalhos avaliando o efeito da salinidade sobre o número de folhas em alface, no entanto os resultados tem sido divergentes, ocorrendo em alguns casos redução linear com o aumento da salinidade, Paulus et al. (2010) em seu trabalho

encontrou resultados onde o número de folhas foi afetado pela salinidade da água havendo queda

linear com o aumento da salinidade. A diminuição do número de folhas foi observada em hidroponia conduzida em substrato (fibra de coco), em duas cultivares de alface (Severus e Ballerina), sob salinidade da solução nutritiva causada por NaCl (MICELI; MONCADA; D‟ANNA, 2003), enquanto outros autores não verificaram resposta significativa. Trabalhos realizados por Oliveira et al. (2011) constaram redução linear no número de folhas em algumas cultivares de alface de acordo com o aumento da salinidade. Trabalho como de Rodrigues et al. (2015) também encontraram tolerância da alface para análise isolada do NFT das cultivares pode induzir a conclusões equivocadas, pois a contagem das folhas foi feita

tanto para folhas pequenas quanto para folhas grandes. No entanto, foi visível que a partir do

nível de salinidade 3 (1,5 dS m-1) o tamanho comercial das folhas das cultivares diminuiu.

Para a variável MFCM, observa-se que houve resposta quadrática, onde o maior valor

para MFCM foi obtido na salinidade 1,90 dS m-1 (137,5 g planta-1) demonstrando ganho de

6,20% quando comparado ao valor obtido na salinidade de 0,5 dS m-1 (128,98 g planta-1),

enquanto o menor valor de MFCM (108,18 g planta-1) ocorreu na salinidade 4,5 dS m-1,

ocasionando uma redução em 16,13%. Observa-se que a variável MFCM, apresentou

tolerância até o nível de salinidade de 1,90 dS m-1, porém com o aumento do nível de

salinidade a cultura começa a apresentar resposta negativa, havendo a redução do peso de MFCM (Figura 4).

Segundo Targino et al. (2017) o aumento dos níveis de sal na água de irrigação

reduziram os valores de MFCM quando as plantas foram submetidas às fertirrigações para

cultura do alface. Trabalhos também realizados por Marques et al. (2017) verificaram que o aumento da salinidade causou redução da matéria fresca comercial, resultando em perdas em

torno de 40,6% quando comparado ao menor nível de salinidade (1,5 dS m-1). Apresentando

resultados divergentes aos estudados nesse trabalho, pois obteve-se resposta quadrática.

Figura 4. Matéria fresca comercial da alface em função da salinidade da água

Não foi observado efeito significativo da salinidade da solução nutritiva sobre DC, obtendo-se diâmetro médio 10,61mm (FIGURA 5). Na literatura são encontrados estudos que mostram certa divergência sobre o efeito da salinidade no desenvolvimento do DC em alface,

a exemplo de Santos et al. (2010), trabalhando em hidropônia, verificaram redução linear com o aumento da salinidade; por outro lado Dias et al. (2005) trabalhando em solo verificaram resposta quadrática. Assim percebe-se que essa variável apresenta resposta variada a salinidade em função de vários fatores, com meio de cultivo utilizado, ao avaliarem a produção de alface (cultivar Verônica) sob diferentes níveis de salinidade do solo (variando

de 1 a 8 dS m-1 , e testemunha com 0,3 dS m-1) verificaram comportamento quadrático, com

ponto de máximo em 2,38 dS m-1.

Figura 5. Diâmetro do caule da alface em função da salinidade da água

A variável IRC também não apresentou resposta significativa à salinidade, obtendo-se IRC médio de 7,88 (Figura 6). Este resultado está de acordo com o apresentado por Sarmento et al. (2014) e Freitas et al. (2017) os quais também não verificaram efeito significativo do estresse salino sobre esta variável. Geralmente, os pigmentos fotossintéticos são afetados negativamente pelo estresse salino, acelerando rapidamente a sua degradação ou reduzindo a sua biossíntese (ASHRAF; HARRIS, 2013).

Figura 6. Índice relativo de clorofila da alface em função da salinidade da água

Quando analisada a variável DCOPA, observou-se que o diâmetro diminui de forma linear de acordo com o aumento dos níveis de salinidade, quando comparado os níveis 0,5 dS

m-1 e 4,5 dS m-1, apresentam DCOPA respectivamente, 29,60 e 26,19 cm, demonstrando uma

queda de 11,52% para esta variável (Figura 7).

Figura 7. Diâmetro de copa de alface em função da salinidade da água

Em estudo realizado por Santos et al. (2010) os mesmos encontraram resultado linear para as duas cultivares de alface por eles estudada, em que ambas apresentaram resposta negativo para o aumento nos níveis de salinidade.

Fernandes et al. (2018) em seu trabalho com alface verificaram efeito quadrático crescente em função do incremento da CE da solução nutritiva hidropônica, sendo registrado

ponto de máxima para o DCOPA de 27,62 cm (2,43 dS m-1 ).

Não houve efeito do volume do recipiente sobre o número de folhas comerciais quando se utilizou a água de menor salinidade, obtendo-se número médio de 23,33 folhas

planta-1. Os recipientes de volume 1,0 e 3,0 L proporcionaram maior número de folhas

comerciais nas demais salinidades, enquanto os recipientes com volume de 0,5 e 2,0 L proporcionaram os menores valores. No entanto, conforme apresentado anteriormente a questão da temperatura, o menor número de folhas apresentado no recipiente de 2,0 L, não pode ser atribuído diretamente ao volume de substrato (Tabela 3.).

Estes resultados estão de acordo com os apresentados por Targino et al. (2017) utilizando recipientes com três volumes (0,5; 1,0 e 3,0 L), os quais também observaram maior número de folhas comerciai ao utilizar recipientes com volumes de 1,0 e 3,0 L.

Na alface, as folhas é o principal órgão a serem analisados pois compreende a maior parte da planta e comercial. Nesse sentido verificou-se que o uso de recipiente com volume de 1,0 L de substrato proporcionou desenvolvimento foliar equivalente ao o uso do recipiente de maior volume (3,0 L). Esta informação é de grande importância pois permite ao produtor aumentar a eficiência do uso do substrato, pois será possível produzir três vezes mais a quantidade de folhas com o mesmo volume de substrato, proporcionando maior rentabilidade.

Tabela 3. Números de folhas comerciais de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 22,00Aa 24,33Aa 20,33Aa 26,67Aa 23,33

1,5 21,23Bb 25,33ABa 21,00Ba 28,00Aa 21,67

2,5 21,00Ba 24,33ABa 19,67Ba 28,67Aa 23,42

3,5 19,00Bab 22,00ABa 16,67Ba 27,67Aa 21,33

4,5 15,33Bab 22,67Aa 14,67Ba 26,67Aa 19,83

Média 21,00 21,67 27,53 31,73

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

A variável NFCM apresentou resposta quadrática nos recipientes de volumes 0,5 e 2,0

L, apresentando maior valor na salinidade de 1,06 e 0,94 dS m-1 (21,92 e 21,13 folhas),

que tiveram os seguintes valores para os respectivos recipientes 21,74 e 20,59 folhas. E para

esse mesmo valor quando comparado o nível de salinidade de 4,5 dS m-1 (15,52 e 14,33

folhas) ocorreu resposta negativa apresentado uma queda de 28,61 e 30,40% (Figura 8). Verifica-se assim que os recipientes de volume 0,5 e 2,0 L proporcionaram menor tolerância para esta variável. Além disso, estas plantas apresentavam folhas com pequeno limbo foliar, o que resultou em menor produção de biomassa, conforme já apresentado anteriormente.

Figura 8. Número de folhas comerciais de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Para a mesma variável os recipientes 1,0 e 3,0 L não apresentaram diferença para o NFCM nos diferentes níveis de salinidade testado, apresentando médias de 23,73 e 27,54 folhas respectivamente, onde o 1,0 L apresentou rendimento inferior de 13,83% em relação ao 3,0 L. Desta forma percebe-se que o uso de recipiente com capacidade para 1,0 e 3,0 L proporcionaram maior tolerância a salinidade sendo mais indicados para o cultivo da alface.

Targino et al. (2017) em estudo realizado com diferentes volumes de recipientes sobre

frequências de irrigação diferente encontraraminteração entre os fatores volume de recipiente

e frequência de irrigação, onde afetou significativamente o NFT e NFCM. Onde verificaram que aumento na frequência de irrigação não afetou o NFCM nas plantas cultivadas em recipientes de menor volume, porém, houve redução no NFCM quando se utilizou frequência de 9 irrigações por dia para os recipientes de volumes 1,0 e 3,0 L

Analisando a massa fresca de caule verifica-se que o efeito do volume de recipiente

maiores valores foram obtidos no recipiente de maior volume (3,0 L). Para as salinidades 2,5

e 4,5 dS m-1 os recipientes com volume de 1,0 e 3,0 L proporcionaram maiores massa fresca

de caule (Tabela 4).

Tabela 4. Matéria fresca do caule de alface em função de volumes de recipientes e salinidade

da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 19,25 Ba 25,15 Ba 17,15 Ba 36,93 Aa 24,62

1,5 15,18 Bab 23,30 Ba 17,58 Ba 41,16 Aa 24,31

2,5 15,61 Bab 26,42 ABa 16,69 Ba 34,33 Aab 23,26

3,5 14,65 Bab 18,19 Ba 15,14 Ba 30,50 Aab 19,62

4,5 6,92 Bb 20,06 Aa 8,01 Ba 23,04 Ab 14,50

Média 14,32 22,62 14,91 33,19

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

Com relação a variável MFC verificou-se que houve interação para os volumes de recipientes e níveis de salinidade, onde os recipientes de 2,0 e 3,0 L apresentaram resposta

quadrática, apresentando maiores valores para a salinidade 1,58 e 1,18 dS m-1 (18,12 e 38,64

g planta-1), demonstrando ganho de 7,28 e 1,71%. Verifica-se ainda que o uso de água mais

salina (4,5 dS m-1) proporcionou menor MFC com resultados (8,52 e 22,60g planta-1),

apresentando redução de 49,29 e 40,49% em comparação com o valores obtidos na salinidade

0,5 dS m-1, em que obteve-se (16,80 e 37,98 g planta-1, respectivamente).

Já para o recipiente de menor volume (0,5 L) houve resposta linear, ocorrendo uma queda de acordo com o aumento do nível de salinidade havendo uma queda de 52,07%

quando comparado os níveis de salinidade de 0,5 e 4,5 dS m-1. No recipiente de 1,0 L não

houve diferença significativa para os níveis de salinidade apresentando média de 22,62 g planta-1 (Figura 9).

Figura 9. Massa fresca de caule da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Na literatura são escassos trabalhos relacionados à volumes de recipiente, no entanto podem ser encontrados vários estudos sobre o fator salinidade de forma isolada, a exemplo Paulus et al. (2010), os quais verificaram que o aumento da salinidade da água reduziu, linearmente, a massa fresca de caule da alface em cultivo hidropônico.

O declínio significativo desta variável pode ser justificado, devido à elevada concentração de sais da solução, que atua desfavorecendo o processo fisiológico e consequentemente, inibindo a atividade meristemática e alongamento celular das plantas (TAIZ et al., 2017). Já Freitas et al. (2014) encontraram redução de forma linear para matéria fresca do caule, onde as variáveis MFF e MFC tiveram uma redução linear de 11,01 e 12,03% para cada aumento unitário da CEsol.

De acordo com a ANAVA, observou-se resposta significativa ao nível de 1% para a interação entre os fatores volume de recipiente e salinidade nas variáveis área foliar (AF) e suculência foliar (SF), já para a variável área foliar específica (AFE) observou interação ao nível de significância de 5% de probabilidade. Para o fator isolado volume de recipiente observa-se resposta significativa para o nível 1% para as variáveis área foliar e área foliar específica, enquanto a variável suculência foliar não apresentou resposta significativa. Quando observado o fator salinidade, observou-se resposta significativa para o nível de1% de probabilidade para todas as variáveis AF, AFE e SF (Tabela 5).

Tabela 5. Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para área foliar, área foliar específica e suculência foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Variáveis

Fonte de variação GL AF AFE SF

Volume (V) 3 15297778,60** 3794,75** 99,24ns Salinidade (S) 4 1508009,68** 12743,00** 297,52** VxS 12 1299194,37** 1641,11* 259,94** Bloco 2 38398,95ns 873,23ns 91,05ns Resíduo 38 1460467,91 797,2 40,77 CV(%) 13,46 12,3 11,6

Nota: *, ** e ns – significativos a 5%, 1% e não significativo, respectivamente, pelo teste F

Analisando a variável área foliar, verificou-se que o efeito do volume de recipiente

variou de acordo com a salinidade. Onde na salinidade de 0,5 dS m-1 o maior valor obtido foi

no volume de 3,0 L, enquanto o menor valor foi obtido no volume de recipiente de 2,0 L. Já

para o nível salino de 1,5 dS m-1 o maior valor também foi obtido no volume de 3,0 L, porém

o menor resultado foi obtido no recipiente de menor volume (0,5 L). Na salinidade 2,5 dS m-1

o recipiente de maior volume (3,0 L) apresentou maior resultado, enquanto os demais

recipientes foram estatisticamente iguais. Observada a salinidade 3,5 dS m-1 verifica-se que o

recipiente de 3,0 L obteve maior resultado, já o menor resultado foi encontrado no volume de

2,0 L. Já para a salinidade 4,5 dS m-1 os maiores resultados foram encontrados nos volumes de

1,0 e 3,0 L, enquanto os menores resultados foram nos recipientes de 0,5 e 2,0 L (Tabela 6).

Tabela 6. Área foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 3088,48ABba 2760,57Ba 1597,78Cb 3626,33Ab 2768,29 1,5 1453,21Cb 2624,30Ba 2103,50Bcab 5360,55Aa 2885,39 2,5 2532,64Ba 2218,80Ba 2788,56Ba 4574,37Aa 3028,59 3,5 2302,19Ba 2398,62Ba 1902,02Cab 3602,16Ab 2401,25 4,5 1033,23Bb 2742,80Aa 1552,23Bb 3360,90Ab 2172,44

Média 2081,95 2549,02 1868,94 4104,86

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

O maior desenvolvimento foliar da alface cultivada nesses recipientes pode ser atribuído sobre dois aspectos: no recipiente de 1,0 L ocorreu melhor renovação da solução no substrato, favorecendo assim o melhor desenvolvimento das plantas; enquanto no recipiente

de 3,0 L ocorreu maior disponibilidade de nutrientes para as plantas devido ao maior armazenamento de água. Por outro lado, o recipiente de menor volume (0,5 L) não proporcionou disponibilidade adequada de água e nutrientes. Para o recipiente de 2,0 L o resultado não satisfatório pode ter ocorrido devido o material do recipiente, conforme já descrito anteriormente.

Estes resultados estão de acordo com os apresentados por Targino et al. (2017) os mesmos estudando diferentes frequências de irrigação em diferentes volumes de recipientes observou que os volumes de 1,0 e 3,0 L obtiveram os melhores resultados.

Analisando o fator salinidade sobre o volume de recipiente verifica-se que houve interação, onde os recipientes de 2,0 e 3,0 L apresentaram resposta quadrática, obtendo seu

ponto de máximo nos níveis salinos de 2,44 e 2,11 dS m-1 (2998,72 e 4740,25 cm2),

observando resultado positivo de 29,36 e 1,59% quando comparado ao nível salino de 0,5 dS

m-1, respectivamente (2118,43 e 4664,70 cm2, respectivamente). Para esses mesmos

recipientes, o uso de água com salinidade de 4,5 dS m-1 (2001,43 e 3056,12 cm2) ocorreu uma

queda de 5,52 e 34,48% quando comparado também a 0,5 dS m-1. Para o recipiente de 0,5 L

observa-se que houve queda linear de acordo com o aumento da salinidade, onde o maior

valor ocorreu no nível salino de 0,5 dS m-1 (3254,23 cm2) e quando comparado ao nível de 4,5

dS m-1 (1429,63 cm2) apresentando redução de 56,07%. Já o recipiente de 1,0 L não

apresentou resposta significativa, ocorrendo média de 2549,02 cm2 (Figura 10).

Segundo Oliveira et al. (2011) e Dias et al. (2011) em sistema de cultivo hidropônico os mesmos em seu trabalho estudando diferentes níveis de salinidade em diferentes cultivares, estes observaram que de acordo com o aumento da salinidade ocorreu queda linear para área foliar. Este decréscimo da área foliar está relacionado a um dos mecanismos de adaptação da

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