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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E FLORESTAIS CURSO DE AGRONOMIA ANTONIO

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E FLORESTAIS CURSO DE AGRONOMIA

ANTONIOARIEL ALVES DE OLIVEIRA

ESTRESSE SALINO NO CULTIVO DA ALFACE EM SISTEMA SEMI- HIDROPÔNICO UTILIZANDO RECIPIENTES DE DIFERENTES VOLUMES

MOSSORÓ 2018

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ESTRESSE SALINO NO CULTIVO DA ALFACE EM SISTEMA SEMI- HIDROPÔNICO UTILIZANDO RECIPIENTES DE DIFERENTES VOLUMES

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais como requisito para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. D. Sc. Francisco de Assis de Oliveira

Co-orientador: Prof. D. Sc. Mychelle Karla Texeira de Oliveira

MOSSORÓ 2018

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©Todos os direitos estão reservados à Universidade Federal Rural do Semi-Árido.O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei nº 9.279/1996, e Direitos Autorais: Lei nº 9.610/1998. O conteúdo desta obra tornar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata, exceto as pesquisas que estejam vinculas ao processo de patenteamento. Esta investigação será base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) seja devidamente citado e mencionado os seus créditos bibliográficos.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)

Setor de Informação e Referência (SIR)

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Aos meus pais Alda Alves de Oliveira e Sebastião Carlos de Oliveira A minha irmã Ariane Alves de Oliveira A minha namorada Maria Thaiza Penha do Nascimento Ao meu tio Antonio Domingos Alves de Oliveira Ao meu primo Yuri Ferreira Cavalcante Aos meus grandes amigos Dedico.

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Agradeço primeiramente a Deus por me conceder força e paciência para que nunca desistisse do meu objetivo, e assim pudesse alcançar um de meus sonhos.

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) por me dar a possibilidade de adquirir novos conhecimentos e experiências, seja profissional como pessoal no período de graduação.

Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica no período da graduação.

Aos meus pais, Alda Alves de Oliveira e Sebastião Carlos de Oliveira, a minha irmã Ariane Alves de Oliveira por sempre me darem amor, força e apoio para concluir com êxito a minha graduação.

A minha namorada, Maria Thaiza Penha do Nascimento, por todo seu amor e apoio e influência para minha formação.

Ao meu orientador e amigo, professor D. Sc. Francisco de Assis de Oliveira (Thikão), por estar sempre disponível, pelo conhecimento repassado, pelos conselhos e pela confiança em minha pessoa.

À banca avaliadora pela presença e contribuição para o trabalho com críticas e sugestões construtivas.

Aos amigos da casa 2 da Vila acadêmica masculina, Adênio (Zé pequeno), Mario Jonas (Cafnfin), Dudu (Gambá), Elmo (Biro), Mathias (Pão), Keverson (Burra preta), Andesson (Fogo), Ruan (Magrochan), Wesley (Chinês), Tiago (Zacarias), Diego (Mudinho). E aos ex- moradores Zé Neto (Zé buchão), Aparecido (Magazine), Luilson (Fuinha), Giordanio (Anjinho), Luan (Tesouro), Leonardo (Sorriso).

Aos colegas da turma que sempre me ajudaram e formou-se um laço de amizade durante a graduação. Em especial a Clinton, Anderson (Gordinho da água), Hernane, Adriano, Jair, Hellany, Raissa, Geovane, Thomaz.

Ao grupo de pesquisa IRRIGANUTRI, pela a ajuda prestada durante a fase experimental, em especial: Adênio, Mario Jonas, Carla Jamile e Mathias,

Ao colaborador Sergio Freire Costa, por toda a ajuda na fase de experimento.

Enfim, a todos que estiveram presentes em minha formação e me ajudaram a elaboração deste trabalho de forma direta ou indireta.

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As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém leais com o que pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos.

Paulo Beleki

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O cultivo de alface (Lactuca sativa L.) em sistema semi-hidropônico vem ganhando espaço no mercado, porém ainda é carente de informações, principalmente quanto ao volume de recipiente e a qualidade da água no tocante a salinidade. Com isso o trabalho teve objetivo de avaliar a produção e qualidade de alface crespa, cv. Elba, em substrato de fibra de coco utilizando recipientes de diferentes volumes (0,5; 1,0; 2,0 e 3,0 L) e submetidos a diferentes níveis salinos (0,5; 1,5; 2,5; 3,5 e 4,5 dS m-1). O experimento foi instalado seguindo o delineamento de blocos ao acaso, em esquema fatorial 4 x 5, com três repetições. As plantas foram colhidas aos 35 dias após o transplantio e avaliada as seguintes variáveis de produção (diâmetro da copa, diâmetro do caule, número de folhas totais, número de folhas comerciais, área foliar, área foliar específica, matéria fresca total, matérias fresca comercial, matéria seca total e suculência foliar) e de qualidade (índice relativo de clorofila, sólidos solúveis, acidez titulável, Vitamina C e pH). Os resultados obtidos mostraram que o efeito da salinidade sobre a alface variou de acordo com o volume do recipiente utilizado. O recipiente de 1,0 e 3,0 L são os mais indicados para o cultivo semi-hidropônico, haja vista que consegue reduzir o efeito da salinidade, enquanto o recipiente 0,5 L não é indicado. O recipiente de 3,0 L permite o uso de água com salinidade de até 2,1 dS m-1 para atingir o máximo desenvolvimento foliar.

Palavras-chave: Lactuca sativa L.. cultivo sem solo. salinidade.

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Figura 1 – Massa fresca da alface em função da salinidade da água... 24

Figura 2 – Massa seca da alface em função da salinidade da água... 25

Figura 3 – Número de folhas totais e comerciais da alface em função da salinidade da água... 26

Figura 4 – Matéria fresca comercial da alface em função da salinidade da água... 27

Figura 5 – Diâmetro do caule da alface em função da salinidade da água... 28

Figura 6 – Índice relativo de clorofila da alface em função da salinidade da água... 29

Figura 7 – Diâmetro da copa da alface em função da salinidade da água... 29

Figura 8 – Número de folhas comerciais da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 31

Figura 9 – Massa fresca de caule da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 33

Figura 10 – Área foliar da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 36

Figura 11 – Área foliar específica da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 37

Figura 12 – Suculência foliar da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água. 38 Figura 13 – Sólidos solúveis caule da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 41

Figura 14 – pH da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 43

Figura 15 – Acidez titulável da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 44

Figura 16 – Vitamina C da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 46

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Tabela 1 – Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IL), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água………... 22

Tabela 2 – Valores médios para número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IL), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 23 Tabela 3 – Números de folhas comerciais de alface em função de volumes de

recipientes e salinidade da água... 30 Tabela 4 – Matéria fresca do caule de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água... 32 Tabela 5 – Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para área foliar,

área foliar específica e suculência foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 34 Tabela 6 – Área foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade

da água... 34 Tabela 7 – Área foliar específica de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água... 36 Tabela 8 – Suculência Foliar de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água... 38 Tabela 9 – Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para sólido

solúveis, pH, acidez e vitamina C de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 40 Tabela 10 – Sólidos solúveis de alface em função de volumes de recipientes e

salinidade da água... 40 Tabela 11 – pH de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água... 42 Tabela 12 – Acidez titulável (% de ácido cítrico) de alface em função de volumes de

recipientes e salinidade da água... 43 Tabela 13 – Vitamina C de alface em função de volumes de recipientes e salinidade

da água... 45

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1 INTRODUÇÃO ………...………. 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO …...………... 12

2.1 Considerações gerais sobre a cultura …………... 12

2.2 Uso da água salina na agricultura ………... 13

2.3 Cultivo em sistema protegido e hidropônico... 15

2.4 Sistema de cultivo em substrato em vasos... 16

3 MATERIAL E MÉTODOS ………... 18

3.1 Determinação dos parâmetros de produção... 19

3.2 Determinação dos parâmetros qualitativos... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 22

4.1 Produção …...………... 22

4.2 Qualidade ………... 39

5 CONCLUSÕES... 47

REFERÊNCIAS ………... 48

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1 INTRODUÇÃO

A alface (Lactuca sativa L.) é a principal hortaliça folhosa produzida e consumida no mundo, principalmente na forma de saladas (SALA; COSTA, 2012). Além disso, é a hortaliça mais cultivada e adaptada ao sistema protegido, principalmente ao hidropônico, destacando-se por seu ciclo curto, possibilitando retorno mais rápido do capital investido (LUZ et al., 2008).

A alface é a hortaliça mais cultivada nesse sistema, representando 80% da produção hidropônica total (FURLANI, 1999). Sendo necessário dar importância a cultura por sua expressiva importância econômica e social, mas também ao sistema de cultivo protegido, pois possibilita com o seu aperfeiçoamento ao cultivo uma maior produção e qualidade no produto final.

A irrigação com água subterrânea é uma alternativa para as comunidades inseridas no semiárido, a partir de investimentos públicos na perfuração de poços. Entretanto, essas fontes hídricas apresentam, na maioria dos casos, restrições de uso para o consumo humano por apresentarem problemas de salinidade (AYERS; WESTCOT, 1999). E na região de Mossoró é cada vez mais frequente o uso de águas salobras, já que a água utilizada no cultivo de hortaliças é em sua grande maioria advinda do aquífero Jandaíra.

No preparo da solução nutritiva deve se dar atenção à qualidade da água utilizada, principalmente quanto à concentração de sais dissolvidos, pois a salinidade do meio prejudica o desenvolvimento das plantas por diminuição do potencial osmótico da solução associado ao estresse hídrico pela dificuldade de absorver água e nutrientes, além de ocorrer o acúmulo de íons tóxicos nos tecidos (Cl- e Na+) e, consequentemente do desequilíbrio iônico (PAULUS et al., 2012). Por isso deve se fazer bem a escolha de tecnologias para reduzir os danos causados por águas de baixa qualidade em busca de diminuir os danos quantitativos e qualitativos.

Visando especificamente uma alternativa para comunidades isoladas do Semiárido, onde a escassez de água doce se torna um problema ainda mais dramático, algumas pesquisas recentes têm sugerido a técnica da hidroponia (ALVES et al., 2011).

Tendo em vista que o meio hidropônico demonstra bons resultados produtivos, busca- se cada vez mais explorar esse sistema. O sistema semi-hidropônico é um tipo de hidroponia e vem sendo estudado, na qual essa técnica resulta na utilização de vasos e material inerte as quais os mais utilizados são fibra de coco ou areia lavada. É considerado um sistema de cultivo aberto, isto é, a solução nutritiva não retorna para o depósito (BEZERRA NETO, 2016). Convém destacar uma crescente área de cultivo de alface em sistema hidropônico e sob ambiente protegido no Brasil nos últimos anos (SALA; COSTA, 2012). Pois essa tecnologia

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facilita bastante o manejo, favorecendo também produção em basicamente todo ano e diminuindo satisfatoriamente perdas.

Em razão disso busca-se novas técnicas para produção no meio hidropônico buscando evitar ou reduzir ao máximo o efeito da salinidade, desta forma visou-se estudar o cultivo em diferentes tamanhos de vasos. No entanto, deve-se dar importância à escolha do recipiente a ser utilizado, tendo visto que o tamanho do recipiente altera o volume de enraizamento das plantas e, consequentemente, seu crescimento (NESMITH; DURVAL, 1998).

Culturas de pequeno porte, por exemplo a alface, podem ser cultivadas em recipientes de pequenos volumes, o que necessita de cuidados especiais no manejo da irrigação e fertirrigação (MAROUELLI; CARRIJO; ZOLNIER, 2005). O manejo inadequado da irrigação pode levar as plantas a condições de deficiência hídrica, comprometendo a produção. Por outro lado, a aplicação de quantidades de água acima dos limites aceitáveis de drenagem aumenta o custo de produção, além de gerar poluição ambiental devido à perda excessiva de nutrientes (MAROUELLI; CARRIJO; ZOLNIER, 2005).

No Brasil, as práticas de irrigação e fertilização de hortaliças cultivadas em substratos são, via de regra, baseadas em informações empíricas ou tecnologias trazidas de outros países, que muitas vezes resultam em insucesso (FURLANI et al., 1998). Então é necessário realizar trabalhos aos diferentes tamanhos e formas de recipientes, pois tanto esse fator vai ter efeitos sobre a cultura, como vai interferir nos valores das instalações e também no espaço de cultivo, que busca-se ser cada vez menor e com maior produção. Diante disto, devido à escassez de estudos sobre estresse salino em diferentes volumes de recipientes, o seguinte trabalho teve o objetivo de avaliar a produção e qualidade da alface crespa cv. Elba em cultivo semi- hidropônico em diferentes volumes de recipientes sob diferentes níveis de salinidade.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Considerações gerais sobre a cultura

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta herbácea, anual, pertencente à família Asteraceae, sendo considerada a hortaliça folhosa mais importante na alimentação do brasileiro, o que assegura a essa cultura expressiva importância econômica e social (CARVALHO et al., 2005).

Existem evidências de que sua domesticação se deu a partir da espécie selvagem L.

serriola (JAGGER et al., 1941; VRIES, 1997). Com a sua introdução na Europa Ocidental no início do século XV, alguns tipos de alface tais como lisa, batávia e romana já tinham sido descritas (SALA; COSTA, 2012).

A cultura da alface apresenta um sistema radicular muito ramificado e superficial, explorando os primeiros 0,25 m de profundidade do solo. A raiz é pivotante e pode atingir até 0,60 m de profundidade, sendo que esta cultura se adapta melhor a solos de textura média com boa capacidade de retenção de água (FILGUEIRA, 2013). É uma planta delicada, com caule diminuto, ao qual se prendem as folhas. Estas são amplas e crescem em rosetas, em volta do caule, podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma “cabeça”, com coloração em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar (FILGUEIRA, 2013).

A planta é anual, florescendo sob dias longos e temperaturas cálidas - a etapa reprodutiva do ciclo, que se inicia com o pendoamento. Dias curtos e temperaturas amenas ou baixas favorecem a etapa vegetativa do ciclo, constatando-se que todas as cultivares produzem melhor sob tais condições (FILGUEIRA, 2013). Sabe-se que a alface é hortaliça originária de clima temperado e sua adaptação, em temperatura elevada, tem gerado obstáculos ao seu crescimento e desenvolvimento, impedindo que a cultura expresse todo o seu potencial genético. Nestas condições, ocorre redução do ciclo da cultura comprometendo sua produção, devido à antecipação da fase reprodutiva (SETÚBAL; SILVA,1992;

MAKISHIMA, 1992).

Atualmente existe uma grande diversidade de cultivares de alface no mercado, que exploram diferenças de tipos, formatos, tamanhos e cores das quais a mais consumida é a alface crespa Com relação aos tipos de alface existentes, destacam-se no mercado atualmente as variedades: Americana, também chamada repolhuda crespa, que possui a folhas com aspecto crespo e nervuras em destaque, formando a chamada “cabeça”; Solta lisa, que, ao contrário da Americana, possui folhas macias e lisas, não formando “cabeça”; Solta crespa,

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possui folhas crespas e soltas; tipo Mimosa, que possui folhas “arrepiadas” e delicadas; e Romana, com folhas consistentes e alongadas e nervuras protuberantes (CARVALHO;

SILVEIRA, 2011).

Colhe-se a planta cortando-se o diminuto caule, logo que ela atinja o máximo desenvolvimento, porém apresentando as folhas ainda tenras, com bom sabor e sem nenhum sinal de pendoamento (FILGUEIRA, 2013). Colher sempre nas horas mais frescas, fazendo o corte das raízes e eliminando as folhas velhas e danificadas. Lavar as cabeças e embalar devidamente. No campo, o ciclo varia de 65 a 80 dias, da semeadura à colheita. Em estufa, o ciclo é ainda mais reduzido, de 45-50 dias (FILGUEIRA, 2013). A produtividade média da cultura é de 90.000 cabeças ou 25.000 kg por hectare (CARVALHO; SILVEIRA, 2011).

2.2 Uso da água salina na agricultura

Na região Semiárida do Brasil a escassez hídrica afeta gravemente a população, ensejando graves perdas sociais e econômicas, refletidas na diminuição da capacidade produtiva, acentuando o desemprego, a concentração de renda e o empobrecimento de um contingente significativo da população (ALVES et al., 2011).

A irrigação com água subterrânea é uma alternativa para as comunidades inseridas no semiárido, a partir de investimentos públicos na perfuração de poços. Entretanto, essas fontes hídricas apresentam, na maioria dos casos, restrições de uso para o consumo humano por apresentarem problemas de salinidade (AYERS; WESTCOT, 1999).

Na região Nordeste, especificamente no estado do Rio Grande do Norte, a maior parte das águas utilizadas na irrigação contém teores relativamente elevados de sais, sendo frequentemente encontrado valores que variam de 0,1 a 5,0 dS m-1 (COSTA; HOLANDA;

FILHO, 2004). Segundo Silva et al. (2014) a disponibilidade da água para consumo humano e para a prática agrícola vem sendo gradativamente reduzida tanto em qualidade como em quantidade, fazendo assim necessário o uso alternativo de água de qualidade inferior para atender a demanda da irrigação agrícola nessas regiões.

O cultivo hidropônico representa uma alternativa ao cultivo convencional, com vantagens para o consumidor, produtor e para o meio ambiente, como obtenção de produtos de alta qualidade, encurtamento do ciclo de produção, com maior produtividade, menor gasto de água, de insumos agrícolas e de mão-de-obra (PAULUS et al., 2010).

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Conforme Rodrigues (2002), a qualidade da água é fator a ser considerado na seleção de áreas mais favoráveis para o cultivo hidropônico, sendo a análise química e microbiológica da água o primeiro passo a ser dado na elaboração de um projeto de cultivo hidropônico.

Partindo do princípio que as tecnologias existentes para recuperação dos solos salinizados são laboriosas, dispendiosas e baseadas na aplicação de lâminas de lavagem, havendo aí, além do custo ambiental associado, os custos de oportunidade da água e corretivos empregados, dever-se-á, ao se aceitar utilizar águas salobras como recursos hídricos alternativos, manejá-las em sistemas de produção intensivos, baseados em maior produção vegetal e menor ocupação do solo, e que garantam menor impacto ambiental (SANTOS; HERNANDEZ, 1997).

Talvez o mais característico dentre os sistemas de produção intensiva seja a hidroponia, que, segundo Furlani et al. (1999), é uma técnica alternativa de cultivo de plantas na qual o solo é substituído por uma solução nutritiva. Dentre as vantagens da hidroponia se têm as maiores eficiências no uso da água e de fertilizantes e o menor impacto ambiental (TEIXEIRA, 1996).

Uma outra alternativa para o uso dessas águas de elevadas salinidades é a sua mistura com água de baixa concentração de sais, sendo este um manejo estratégico, para incentivar a inserção dessas águas na produção vegetal em regiões que sofrem com estiagens prolongadas.

Esta pode ser mais uma alternativa para assegurar a exploração racional dos recursos hídricos e vegetais no semiárido, fixando o homem no campo evitando o êxodo rural (SILVA et al., 2014).

O efeito da salinidade pode agir em vários processos fisiológicos e bioquímicos durante o ciclo de vida da planta. A resposta da planta à salinidade é complexa e variável com as condições ambientais e da planta (fase fenológica, estado nutricional, inclusive podendo variar entre cultivares de uma mesma espécie) (MAAS; HOFFMAN, 1997).

Durante o efeito da salinidade, determinados processos são danificados, tais como:

síntese de proteínas, metabolismo de lipídios e fotossíntese (ESTEVES; SUSUKI, 2008).

Uma das respostas iniciais é a redução da expansão da superfície foliar, acompanhado de uma intensificação do estresse (WANG; NIL, 2000).

Segundo Ayers e Westscot (1999), a alface é uma cultura moderadamente sensível à salinidade, tendo a produção decrescida em 13%, por aumento unitário de condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) acima de 1,3 dS m-1, em termos de condutividade elétrica da água (CEa) o limiar seria de 0,9 dS m-1. No entanto, essa classificação refere-se ao

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cultivo tradicional em solo, sendo escasso informações sobre salinidade limiar para a alface cultivada em sistema hidropônico.

Oliveira et al. (2011) ao avaliarem o desempenho de cultivares de alface em condições de salinidade observaram uma redução no desenvolvimento das plantas com o aumento da salinidade da água, o nível de resposta variou entre as cultivares estudadas.

2.3 Cultivo em sistema protegido e hidropônico

Atualmente, o cultivo de hortaliças em ambiente protegido é muito difundido (CUPPINI et al., 2010), devido à possibilidade de controle das condições adversas de cultivo, que favorece o desenvolvimento das plantas, permitindo a produção de olerícolas de melhor qualidade (HELBEL JÚNIOR et al., 2008).

A palavra hidroponia, usada inicialmente nos anos de 1930, deriva do grego (água + trabalho) e significa trabalho com água. No entanto, a hidroponia pode ser simplesmente definida como a ciência de cultivar plantas sem utilizar o solo. Atualmente, vem aumentando o interesse de produtores brasileiros em sistemas hidropônicos, especialmente no cultivo de alface (MATIOLI et al., 2011).

Segundo Resh (1997), a hidroponia é uma ciência jovem, sendo utilizada como atividade comercial há apenas 40 anos. Nesse curto período de tempo a técnica foi adaptada a diversas situações: nutrient film tecnique (NFT), denominada técnica do fluxo laminar de nutrientes; deep film technique (DFT), denominada floating; em substrato; e, aeroponia, sistema em que as raízes das plantas ficam suspensas recebendo água e nutrientes por atomizadores.

Dentro do cultivo protegido, a hidroponia é um sistema de produção intensificada e muito adotada para a produção de alface, devido ao curto ciclo de produção (45-60 dias) e à fácil aceitação no mercado (LOPES et al., 2003), porém Luz; Guimarães; Korndörfer (2006) relatam que muitos agricultores tradicionais sentem insegurança em mudar de sistema de produção.

O cultivo hidropônico representa uma alternativa ao cultivo convencional, com vantagens para o consumidor, produtor e para o ambiente, como obtenção de produtos de alta qualidade, ciclo curto, com maior produtividade, menor gasto de água, de insumos agrícolas e de mão-de-obra (PAULUS et al., 2010). No Brasil, a alface é a hortaliça mais importante produzida no sistema hidropônico NFT - Técnica do Fluxo Laminar de Nutrientes (PAULUS et al., 2012).

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Água com alto conteúdo salino, por exemplo, pode ser utilizadas em cultivos hidropônicos, porém as plantas que se desenvolvem nessas águas estão limitadas àquelas denominadas como tolerantes e moderadamente tolerante à salinidade (Paulus et al., 2010).

Uma das vantagens do uso do sistema hidropônico está associada ao fato que a tolerância das plantas à salinidade nesse sistema é maior em relação ao sistema convencional, pois a inexistência ou redução de potencial mátrico sobre o potencial total da água irá reduzir a dificuldade de absorção de água pelas plantas (SOARES, 2007).

De acordo com Mascarenhas (2003), as vantagens do cultivo hidropônico são muitas:

a) Primeiramente porque se pode produzir o ano todo, livre de problemas de clima; b) As plantas ficam mais saudáveis, uma vez que se pode controlar os nutrientes que elas precisam;

c) A alface, o agrião e outras plantas ficam muito mais viçosas e todas suas folhas são aproveitáveis; d) Além disso, ficam todas com o mesmo tamanho, facilitando a comercialização; e) Ao se produzir por hidroponia, reduz-se a incidência de doenças nas plantas, e por conseguinte, gasta-se menos com defensivos f) O fato de a planta não ter contato com a terra já evita doenças por nematóides, e outros organismos fitopatogênicos existentes no solo; g) O uso de mão-de-obra na hidroponia é bem menor do que no cultivo convencional, já que não é necessário fazer capinas, ou outras práticas agrícolas, como aração ou gradagem; h) Além disso, a adubação e a irrigação são automatizadas; i) a colheita é bem precoce, já que as plantas crescem mais rapidamente, fazendo aumentar a oferta de produtos no mercado;

Porém, j) É evidente que os custos de produção podem ser mais caro no início e há maior exigência de mão-de-obra especializada; l) Para instalação de um cultivo comercial com o uso de hidroponia, estima-se o custo inicial de implantação entre R$ 10,00 e R$ 20,00 o m² de área construída, dependendo do material utilizado; m) De qualquer forma, a opção pelo cultivo hidropônico está entusiasmando muitos produtores, principalmente aqueles que têm pouca terra, em áreas próximas aos grandes centros de consumo; n) O comércio tem aceitado muito bem as verduras e legumes produzidos pelo sistema hidropônico, embora, no varejo, os produtos acabem saindo um pouquinho mais caro, devido ao seu tamanho, aparência e qualidade.

2.4 Sistema de cultivo em substrato em vasos

Os sistemas de cultivo sem solo são aqueles em que as plantas completam o seu ciclo vegetativo fora do solo, em recipientes, e suas necessidades hídricas e nutricionais são

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providas por meio de uma solução nutritiva. Esses sistemas de cultivo, normalmente feitos em ambiente protegido, podem ser classificados em três grandes grupos, dependendo do meio em que se desenvolvem as raízes: cultivo em substrato, cultivo em água (hidroponia) e cultivo no ar (aeroponia) (MIRANDA et al., 2011).

O cultivo semi-hidropônico é um tipo de sistema de hidroponia que vem se destacando na produção de hortaliças. Nesse sistema, as plantas são cultivadas em vasos e utiliza-se um substrato inerte ou pouco ativo quimicamente como a fibra de coco e a areia lavada. É considerado um sistema de cultivo aberto, isto é, a solução nutritiva não retoma para o depósito (BEZERRA NETO, 2016).

O cultivo em substrato é largamente utilizado nos países desenvolvidos, a exemplo da Espanha, que ocupa uma área superior a 6.000 ha (MIRANDA et al., 2011). O cultivo em substrato apresenta as seguintes vantagens em relação ao cultivo no solo: maior produtividade, obtenção de produtos com melhor qualidade, mais uniformes e com maior valor comercial, permite o plantio em áreas cujos solos não são apropriados para o cultivo (solos esgotados, infectados por patógenos como bactérias, fungos e nematoides) ou salinizados, redução de gastos com mão de obra, maior eficiência no uso da água na irrigação, melhor controle da nutrição do cultivo e redução da ocorrência de doenças e do uso de defensivos (MIRANDA et al., 2011).

Neste sistema se utiliza substrato comercial a base de fibra de coco ou turfa de Esfagno para enchimento dos mesmos. É o sistema mais utilizado na cultura do tomate, pimentão, pepino e outras culturas de ciclo mais longos. Os substratos utilizados neste sistema de cultivo, mais do que exercer a função de suporte às plantas, proporcionam adequado suprimento de ar e água ao sistema radicular (SILVA JÚNIOR et al., 2014).

O cultivo de plantas em substrato acondicionado em recipiente surge como alternativa ao sistemas NFT por apresentar vantagens sobre o mesmo, como menos consumo de energia (ANDRIOLO et al., 2004). No entanto, ainda são necessários estudos sobre esta tecnologia, como por exemplo, o volume do recipiente. Desta forma, a escolha do recipiente, no que tange a capacidade volumétrica, é de grande importância, pois em volumes pequenos, apesar de proporcionar economia de substrato, exige manejo criterioso da irrigação (TARGINO, 2017). Diante disto o volume também poderá influenciar de forma direta em relação a salinidade, pois a quantidade de água disponível, assim como a disponibilidade de espaço para as raízes vai variar de acordo com o volume do recipiente. No entanto, são escassos os estudos sobre esta temática justificando assim o desenvolvimento desta pesquisa.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em casa de vegetação localizada no setor experimental do Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais, no campus oeste da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró, RN (05°12'3.63"S; 37°19'38.29"O 18 m de altitude).

O experimento foi instalado seguindo o delineamento de blocos ao acaso, em esquema fatorial 5 x 4, com três repetições, representadas por quatro recipientes de acordo com seu volume para cada tamanho de recipiente e uma planta em cada vaso. Os tratamentos foram formados pela combinação de cinco soluções nutritivas salinizadas com NaCl (0,5. 1,5. 2,5;

3,5 e 4,5 dS m-1) com quatro volumes de recipientes (0,5; 1,0; 2,0 e 3,0 L). Para cada tratamento foram utilizadas quatro recipientes com uma planta em cada, e assim o conjunto de quatro recipientes representando uma repetição.

A solução padrão adotada seguiu a recomendação de Furlani et al. (1999) contendo as seguintes doses de fertilizantes, em mg L-1: 750 de nitrato de cálcio; 500 de nitrato de potássio; 150 de fosfato monoamônio; 400 de sulfato de magnésio. Os micronutrientes foram disponibilizados através da adição de um composto quelatizado (Rexolin BRA Yara®).

O Rexolin® contém a seguinte composição: 11,6% de óxido de potássio (K2O), 1,28%

de enxofre (S), 0,86% de magnésio (Mg), 2,1% de boro (B), 2,66% de ferro (Fe), 0,36% de cobre (Cu), 2,48% de manganês (Mn), 0,036% de molibdênio (Mo), 3,38% de zinco (Zn). A dose aplicada foi conforme a indicação do fabricante (30 gramas do composto para 1.000 litros de água).

A implantação da cultura foi realizada utilizando mudas de alface crespa, cv. Elba, adquiridas em bandejas de poliestireno expandido e substrato comercial para hortaliças, onde as mesmas foram adquiridas na empresa HortVida. As mudas foram transplantadas no dia 04/02/2018 quando apresentavam de 4-5 folhas definitivas, em torno de 21 dias após a semeadura, colocando-se uma muda em cada vaso. Os vasos foram dispostos sobre três bancadas de madeira, uma em cada bloco, e dispostos nos espaçamento de 0,25x0,25m.

As irrigações foram realizadas através de sistema de irrigação por gotejamento, independente para cada solução nutritiva. Onde cada um foi composto por uma reservatório (tambor d‟água) com capacidade para 60 L, motor bomba, linhas laterais com diâmetro de 12 mm e emissores do tipo microtubo, com vazão média de 2,5 L h-1.

O controle da irrigação foi realizado através de temporizadores digitais (Timer), ajustando-os de acordo com a necessidade de lixiviação. De forma geral, o volume de solução

(21)

diária foi dividido em intervalos iguais ao longo do dia e o tempo de cada evento de irrigação foi ajustado de acordo com a exigência hídrica das plantas, aplicando-se em cada irrigação o volume de solução suficiente para provocar pequena drenagem nos vasos. Onde os intervalos foram divididos em nove durante o dia (7h00min, 8h30min, 10h00min, 11h30min, 13h00min, 14h30min, 16h00min, 17h30min, 19h00min), e frequências iguais, variando se acordo com a necessidade da cultura, onde os primeiros dias foram 15 segundos e posteriormente 30 segundos.

As plantas foram colhidas com 35 dias após o transplantio, sendo duas plantas para a análise de produção e duas para a avaliação de qualidade.

3.1 Determinação dos parâmetros de produção

Diâmetro da copa - Foi obtido através de medição da copa da planta utilizando-se uma régua graduada, considerando a diâmetro médio de duas médias perpendiculares, expresso em cm.

Diâmetro do caule - Foi obtido utilizando-se um paquímetro digital na região do caule rente ao substrato e expresso em mm.

Número de folhas (totais e comerciais) - O número de folhas totais foi obtido a partir da contagem de todas as folhas de cada planta, enquanto para o número de folhas comerciais foram subtraídas aquelas visualmente sem qualidade comercial.

Área Foliar - A área foliar foi determinada pelo método dos discos foliares utilizando um anel volumétrico com diâmetro interno de 2,5 cm (4,9 cm2), coletando-se 10 discos foliares por parcela. Os discos foliares foram acondicionados em sacos de papel e secos em estufa com circulação forçada de ar em temperatura 65 °C até atingir peso constante. A partir dos valores da área dos discos, da massa seca dos discos e das folhas determinou se a área foliar da planta utilizando a equação 1.

ND MSD

MSF

AF AD (1)

Em que:

AF – área foliar, cm2;

AD – área foliar do disco, cm2; MSF – massa seca de folhas, g;

MSD – massa seca do disco foliar, g;

(22)

ND – número de discos utilizados na parcela.

Área foliar específica - Área foliar especifica foi determinada pela razão entre a área foliar e a massa seca de folhas, equação 2.

MSF AFE AF

(2) Em que:

AFE – área foliar específica, cm2 g-1 MSF;

AF – área foliar, cm2;

MSF – massa seca de folhas, g.

Massa fresca (total e comercial) - Para massa fresca total, as plantas foram pesadas em uma balança analítica (0,05 g) com caule e folhas comestíveis e não comestíveis, no entanto, para MFC foram retidas as folhas não comestíveis, cujo o peso fora expresso em gramas.

Massa seca total - Para quantificar a massa seca, as plantas foram acondicionadas em sacos de papel previamente identificados e postas para secagem em estufa com circulação forçada de ar, na temperatura de 65 ºC (±1). As plantas permaneceram na estufa até que atingiram peso constante. Em seguida foram pesadas em balança digital de precisão (0,01g).

Suculência Foliar - A suculência foliar foi determinada a partir da razão entre o teor de água na folha e área foliar, equação 3.

AF MSF) - SF (MFF

(3) Em que:

SF – suculência foliar, g H2O cm2; MFF – massa fresca de folhas, g;

MSF – massa seca de folhas, g;

AF – área foliar, cm2 planta-1.

3.2 Determinação dos parâmetros qualitativos

As plantas foram analisadas para os parâmetros qualitativos logo após a colheita no laboratório de Pós-colheita da UFERSA.

(23)

Índice relativo de clorofila - Determinado utilizando-se um clorofilômetro marca ClorofiLOG® modelo CFL 1030, operado conforme as instruções do fabricante (FALKER, 2008), considerando o valor médio de três folhas por planta.

Sólidos solúveis - O conteúdo de sólidos solúveis foi determinado por leitura em refratômetro digital (modelo PR – 100, Palette, Atago Co, LTD., Japan) com correção automática de temperatura (escala de 0 a 32%), a partir da maceração em gral (almofariz) de 1,0 g folha com 1,0 mL de água destilada, homogeneizada, filtrada e os resultados expressos em ºBrix.

Acidez titulável - Para determinação da acidez titulável (AT) foi utilizado 1,0 g da folha, obtida da maceração em gral, sendo utilizado o indicador fenolftaleína a 1% e realizada a titulação com hidróxido de sódio (NaOH) a 0,1 N, sendo os resultados expresso em gramas de ácido cítrico/100 g de folha.

Vitamina C - Para a determinação da vitamina C realizou-se a titulação com solução de DFI (2,6 diclorofenolindofenol 0,02%) até coloração róseo claro, utilizando 1,0 g de folha macerada em gral, conforme metodologia proposta por Strohecker e Henning (1967). Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico por 100 g de folha.

Potencial Hidrogeniônico (pH) – O pH determinado a partir da maceração de 1,0 g da folha diluída em 30 ml de água destilada, utilizando um potenciômetro digital com membrana de vidro, conforme Instituto Adolfo Lutz (2005).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando foi detectada significância pelo teste F, as médias foram submetidas ao teste de Tukey (p < 0,05). As análises estatísticas foram submetidas ao programa estatístico SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2011).

(24)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Produção

De acordo com a análise de variância observou-se resposta significativa ao nível de 5% para a interação entre os fatores volume de recipiente e salinidade para as variáveis número de folhas comerciais (NFCM) e matéria fresca do caule (MFC). Já para o fator isolado de volume de recipientes, verificou-se que todas as variáveis apresentaram resposta significativa a 1% de probabilidade. Porém, quando analisado o fator salinidade de forma isolada, verifica-se que as variáveis matéria fresca (MF) e matéria fresca do caule (MFC) foram significativas a 1%, enquanto as variáveis número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) foram afetadas significativamente ao nível de 5% de probabilidade, enquanto as variáveis diâmetro do caule (DC) e índice relativo de clorofila (IRC) não foram afetadas pelo fator salinidade (Tabela 1).

Tabela 1. Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para matéria fresca (MF), número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IRC), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Fonte de variação

Variáveis Volume (V) Salinidade (S) V x S Blocos Resíduo CV(%)

MF 48617,29** 4760,23** 453,47NS 1335,64NS 927.94 17.86

NFT 389,66** 35,64* 18,06NS 26,52NS 9.36 12.02

NFCM 313,08** 27,00* 28,16* 26,82NS 8.83 13.56

MFCM 22168,12** 1694,81* 251,04NS 39272NS 513.06 17.80

MFC 1163,20** 218,68** 32,42* 74,15NS 26.04 24.03

DC 15,97** 2,12NS 2,04NS 13,42* 3.06 16.48

IRC 7,96** 1,26NS 1,65NS 9,10** 1,11NS 13.37

DCOPA 298,44** 30,98* 7,81NS 45,82* 9.59 11.18

MS 153,15** 15,66* 5,32NS 7,43NS 4.74 17.81

Nota: *, ** e ns – significativos a 5%, 1% e não significativo, respectivamente, pelo teste F

Avaliando o efeito do volume de recipientes, verificou-se o uso de recipiente de maior volume (3 L) proporcionou maiores valores para MF, NFT, NFCM, MFCM, MFC, DCOPA,

(25)

MS, enquanto o menores valores ocorreram no recipiente de menor volume (0,5 L). Verifica- se ainda que o recipiente de 2 L também apresentou baixo rendimento para todas estas variáveis, exceto para o NFT, em que este recipiente apresentou valores superiores aos obtidos nos recipientes de volume (0,5 e 1,0L). Para as variáveis DC e IRC, verificou-se que apenas o recipiente de 2 L diferiu dos demais e apresentou menores valores. De forma geral, verificou-se que os recipientes de 2 L não proporcionaram desenvolvimento satisfatório das plantas. Devido a este comportamento não esperado realizou-se a verificação da temperatura na superfície do substrato para os quatros recipientes e constatou-se as temperaturas médias de 34,2; 33,9; 35,27 e 33,43 °C para os recipientes de 0,5; 1,0; 2,0 e 3,0L. Desta forma, estes resultados não podem ser atribuídos diretamente ao volume do recipiente, mas sim, ao material na confecção do mesmo, tendo em vista que para este volume foi utilizado saco plástico para mudas, e devido a menor espessura da parede transmitiu maior energia ao substrato (Tabela 2).

Tabela 2. Valores médios para matéria fresca (MF), número de folhas totais (NFT), número de folhas comerciais (NFCM), matéria fresca comercial (MFCM), matéria fresca do caule (MFC), diâmetro do caule (DC), índice de clorofila (IRC), diâmetro da copa (DCOPA) e matéria seca (MS) de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Volume de recipiente MF NFT NFCM MFCM MFC DC IRC DCOPA MS

0,5 L 122,68c 21,00c 17,93c 91,47c 14,32c 10,30ab 8,55a 26,10c 9,44c 1,0 L 180,82b 21,67c 23,73b 131,93b 22,62b 11,31a 8,10a 29,55b 12,90b 2,0 L 131,75c 27,53b 18,47c 106,41c 14,91c 9,29b 6,84b 22,38d 10,10c 3,0 L 246,84a 31,73a 27,53a 179,19a 33,19a 11,54a 8,03a 32,74a 16,46a Salinidade (dS m-1)

0,5 172,95 26,33 23,33 130,74 24,62 10,05 8,25 29,93 12,37

1,5 180,01 25,50 21,67 132,95 24,31 10,68 7,87 26,36 12,54

2,5 188,79 27,58 23,42 136,44 23,26 10,58 7,50 28,45 13,13

3,5 174,17 25,08 21,33 129,61 19,62 10,52 7,63 27,76 12,84

4,5 136,70 22,92 19,83 106,51 14,50 11,23 8,15 25,97 10,25

Nota: Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre sí pelo teste Tukey (p<0,05)

Na literatura são poucos trabalhos avaliando o efeito desses fatores (VxS) na cultura da alface, a exemplo de Targino et al. (2017), os quais também observaram menor desenvolvimento das plantas em função da redução do volume do recipiente. Além disso esses autores constataram que a alface respondeu a salinidade de forma diferente de acordo com o tamanho de recipiente. Cardoso et al. (2015), ao analisarem o cultivo da alface em três

(26)

volumes de recipientes (0,4; 1,0 e 2,5 L) também observaram redução no crescimento das plantas ao fazer o cultivo em recipiente de menor volume.

Estes resultados podem ser atribuídos a menor capacidade de armazenamento de água e nutrientes no substrato para os recipientes de menor volume, além de restringir o desenvolvimento do sistema radicular, devido a ocorrência de maior lixiviação da solução nutritiva, reduzindo assim a eficiência na absorção dos nutrientes (TARGINO, 2017).

Em um trabalho realizado com a cultura do morango testando diferentes volumes de substrato, Zorzeto et al. (2016) não verificaram diferença significativa para nenhuma das variáveis analisadas.

Para o fator salinidade, quando analisada a variável MF, pôde-se observar que houve resposta quadrática e o maior valor de MF ocorreu na salinidade 2,51 dS m-1 (188,50 g planta-

1), equivalente ao ganho de 9,75% em relação ao valor obtido na salinidade 0,5 dS m-1 (170,13 g planta-1), e para esse mesmo valor quando comparado o nível de salinidade de 4,5 dS m-1 apresentou a menor MF (138,79 g planta-1), apresentando uma redução de 18,42%, de acordo com (Figura 1).

Figura 1. Massa fresca da alface em função da salinidade da água

Estes resultados divergem, em parte, dos apresentados por Dias et al. (2011), os quais trabalhando com duas cultivares de alface cultivada em fibra de coco verificaram redução linear na MF com o aumento da salinidade, comportamento também observado por Paulus et al. (2010) trabalhando com alface em sistema hidropônico NFT.

(27)

Em relação a variável massa seca (MS), observou-se comportamento quadrático em resposta ao aumento da salinidade, onde o maior valor de MS foi no nível de salinidade de 2,07 dS m-1 (13,22 g planta-1), equivalente ao ganho de 8,47% quando comparado ao nível de 0,5 dS m-1 (12,10 g planta-1). Na salinidade de 4,5 d m-1 ocorreu o menor MS (10,52 g planta-

1), demostrando uma redução de 13,06% em comparação a obtida na menor salinidade (Figura 2).

Analisando as variáveis massa fresca (Figura 1) e massa seca (Figura 2) em conjunto, verifica-se que ocorreu comportamento semelhante para ambas, apresentando resposta quadrática ao aumento da salinidade. Tal efeito ocorreu, possivelmente, por que a salinidade não afetou o teor de matéria seca nas plantas, obtendo-se teor médio de 9,61%, confirmando os resultados apresentados por Ünhükara et al. (2010), e que não observaram efeito do estresse salino sobre o teor de matéria seca, afetando no entanto a produção de biomassa.

Efeito negativo da salinidade sobre o acúmulo de massa seca em alface tem sido observado por vários autores e em diferentes sistemas de cultivo, seja em hidropônia (SOARES et al., 2010; PAULUS et al., 2010; SANTOS et al., 2010), em solo (OLIVEIRA et al., 2011) e fibra de coco (DIAS et al., 2011).

Figura 2. Massa seca da alface em função da salinidade da água

As variáveis NFT e NFCM mostraram comportamento semelhantes, nos quais os maiores valores foram obtidos nas salinidades 1,8 e 1,04dS m-1, sendo 26,77 e 22,96 folhas, equivalente aos ganhos de 3,29 e 0,35%, respectivamente, quando comparado aos valores obtidos na salinidade de 0,5dS m-1, na qual obteve-se 25,89 folhas totais e 22,14 folhas

(28)

comerciais. Apesar de ter ocorrido resposta quadrática ao aumento da salinidade, percebe-se que houve pouco ganho em comparação com o número de folhas obtido nas plantas em menor salinidade. Para ambos os casos, o uso de água com maior salinidade proporcionou redução, ocorrendo perdas de 11,16 e 12,61% para NFT e NFCM, respectivamente (Figura 3).

Figura 3. Número de folhas totais e número de comerciais da alface em função da salinidade da água

Além disso, pode-se observar que a variável NFT apresentou maior tolerância à salinidade em comparação NFCM, o que pode ser explicado pelo efeito da salinidade sobre a qualidade visual das folhas, principalmente quanto a presença de bordas queimadas (PEREIRA; JUNQUEIRA; OLIVEIRA, 2005).

Na literatura existem diversos trabalhos avaliando o efeito da salinidade sobre o número de folhas em alface, no entanto os resultados tem sido divergentes, ocorrendo em alguns casos redução linear com o aumento da salinidade, Paulus et al. (2010) em seu trabalho encontrou resultados onde o número de folhas foi afetado pela salinidade da água havendo queda linear com o aumento da salinidade. A diminuição do número de folhas foi observada em hidroponia conduzida em substrato (fibra de coco), em duas cultivares de alface (Severus e Ballerina), sob salinidade da solução nutritiva causada por NaCl (MICELI; MONCADA;

D‟ANNA, 2003), enquanto outros autores não verificaram resposta significativa. Trabalhos realizados por Oliveira et al. (2011) constaram redução linear no número de folhas em algumas cultivares de alface de acordo com o aumento da salinidade. Trabalho como de Rodrigues et al. (2015) também encontraram tolerância da alface para análise isolada do NFT das cultivares pode induzir a conclusões equivocadas, pois a contagem das folhas foi feita

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tanto para folhas pequenas quanto para folhas grandes. No entanto, foi visível que a partir do nível de salinidade 3 (1,5 dS m-1) o tamanho comercial das folhas das cultivares diminuiu.

Para a variável MFCM, observa-se que houve resposta quadrática, onde o maior valor para MFCM foi obtido na salinidade 1,90 dS m-1 (137,5 g planta-1) demonstrando ganho de 6,20% quando comparado ao valor obtido na salinidade de 0,5 dS m-1 (128,98 g planta-1), enquanto o menor valor de MFCM (108,18 g planta-1) ocorreu na salinidade 4,5 dS m-1, ocasionando uma redução em 16,13%. Observa-se que a variável MFCM, apresentou tolerância até o nível de salinidade de 1,90 dS m-1, porém com o aumento do nível de salinidade a cultura começa a apresentar resposta negativa, havendo a redução do peso de MFCM (Figura 4).

Segundo Targino et al. (2017) o aumento dos níveis de sal na água de irrigação reduziram os valores de MFCM quando as plantas foram submetidas às fertirrigações para cultura do alface. Trabalhos também realizados por Marques et al. (2017) verificaram que o aumento da salinidade causou redução da matéria fresca comercial, resultando em perdas em torno de 40,6% quando comparado ao menor nível de salinidade (1,5 dS m-1). Apresentando resultados divergentes aos estudados nesse trabalho, pois obteve-se resposta quadrática.

Figura 4. Matéria fresca comercial da alface em função da salinidade da água

Não foi observado efeito significativo da salinidade da solução nutritiva sobre DC, obtendo-se diâmetro médio 10,61mm (FIGURA 5). Na literatura são encontrados estudos que mostram certa divergência sobre o efeito da salinidade no desenvolvimento do DC em alface,

(30)

a exemplo de Santos et al. (2010), trabalhando em hidropônia, verificaram redução linear com o aumento da salinidade; por outro lado Dias et al. (2005) trabalhando em solo verificaram resposta quadrática. Assim percebe-se que essa variável apresenta resposta variada a salinidade em função de vários fatores, com meio de cultivo utilizado, ao avaliarem a produção de alface (cultivar Verônica) sob diferentes níveis de salinidade do solo (variando de 1 a 8 dS m-1 , e testemunha com 0,3 dS m-1) verificaram comportamento quadrático, com ponto de máximo em 2,38 dS m-1.

Figura 5. Diâmetro do caule da alface em função da salinidade da água

A variável IRC também não apresentou resposta significativa à salinidade, obtendo-se IRC médio de 7,88 (Figura 6). Este resultado está de acordo com o apresentado por Sarmento et al. (2014) e Freitas et al. (2017) os quais também não verificaram efeito significativo do estresse salino sobre esta variável. Geralmente, os pigmentos fotossintéticos são afetados negativamente pelo estresse salino, acelerando rapidamente a sua degradação ou reduzindo a sua biossíntese (ASHRAF; HARRIS, 2013).

(31)

Figura 6. Índice relativo de clorofila da alface em função da salinidade da água

Quando analisada a variável DCOPA, observou-se que o diâmetro diminui de forma linear de acordo com o aumento dos níveis de salinidade, quando comparado os níveis 0,5 dS m-1 e 4,5 dS m-1, apresentam DCOPA respectivamente, 29,60 e 26,19 cm, demonstrando uma queda de 11,52% para esta variável (Figura 7).

Figura 7. Diâmetro de copa de alface em função da salinidade da água

Em estudo realizado por Santos et al. (2010) os mesmos encontraram resultado linear para as duas cultivares de alface por eles estudada, em que ambas apresentaram resposta negativo para o aumento nos níveis de salinidade.

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Fernandes et al. (2018) em seu trabalho com alface verificaram efeito quadrático crescente em função do incremento da CE da solução nutritiva hidropônica, sendo registrado ponto de máxima para o DCOPA de 27,62 cm (2,43 dS m-1 ).

Não houve efeito do volume do recipiente sobre o número de folhas comerciais quando se utilizou a água de menor salinidade, obtendo-se número médio de 23,33 folhas planta-1. Os recipientes de volume 1,0 e 3,0 L proporcionaram maior número de folhas comerciais nas demais salinidades, enquanto os recipientes com volume de 0,5 e 2,0 L proporcionaram os menores valores. No entanto, conforme apresentado anteriormente a questão da temperatura, o menor número de folhas apresentado no recipiente de 2,0 L, não pode ser atribuído diretamente ao volume de substrato (Tabela 3.).

Estes resultados estão de acordo com os apresentados por Targino et al. (2017) utilizando recipientes com três volumes (0,5; 1,0 e 3,0 L), os quais também observaram maior número de folhas comerciai ao utilizar recipientes com volumes de 1,0 e 3,0 L.

Na alface, as folhas é o principal órgão a serem analisados pois compreende a maior parte da planta e comercial. Nesse sentido verificou-se que o uso de recipiente com volume de 1,0 L de substrato proporcionou desenvolvimento foliar equivalente ao o uso do recipiente de maior volume (3,0 L). Esta informação é de grande importância pois permite ao produtor aumentar a eficiência do uso do substrato, pois será possível produzir três vezes mais a quantidade de folhas com o mesmo volume de substrato, proporcionando maior rentabilidade.

Tabela 3. Números de folhas comerciais de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes

Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 22,00Aa 24,33Aa 20,33Aa 26,67Aa 23,33

1,5 21,23Bb 25,33ABa 21,00Ba 28,00Aa 21,67

2,5 21,00Ba 24,33ABa 19,67Ba 28,67Aa 23,42

3,5 19,00Bab 22,00ABa 16,67Ba 27,67Aa 21,33

4,5 15,33Bab 22,67Aa 14,67Ba 26,67Aa 19,83

Média 21,00 21,67 27,53 31,73

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

A variável NFCM apresentou resposta quadrática nos recipientes de volumes 0,5 e 2,0 L, apresentando maior valor na salinidade de 1,06 e 0,94 dS m-1 (21,92 e 21,13 folhas), demonstrando ganho de 0,82 e 2,56% quando comparado ao nível de salinidade de 0,5 dS m-1

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que tiveram os seguintes valores para os respectivos recipientes 21,74 e 20,59 folhas. E para esse mesmo valor quando comparado o nível de salinidade de 4,5 dS m-1 (15,52 e 14,33 folhas) ocorreu resposta negativa apresentado uma queda de 28,61 e 30,40% (Figura 8).

Verifica-se assim que os recipientes de volume 0,5 e 2,0 L proporcionaram menor tolerância para esta variável. Além disso, estas plantas apresentavam folhas com pequeno limbo foliar, o que resultou em menor produção de biomassa, conforme já apresentado anteriormente.

Figura 8. Número de folhas comerciais de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Para a mesma variável os recipientes 1,0 e 3,0 L não apresentaram diferença para o NFCM nos diferentes níveis de salinidade testado, apresentando médias de 23,73 e 27,54 folhas respectivamente, onde o 1,0 L apresentou rendimento inferior de 13,83% em relação ao 3,0 L. Desta forma percebe-se que o uso de recipiente com capacidade para 1,0 e 3,0 L proporcionaram maior tolerância a salinidade sendo mais indicados para o cultivo da alface.

Targino et al. (2017) em estudo realizado com diferentes volumes de recipientes sobre frequências de irrigação diferente encontraraminteração entre os fatores volume de recipiente e frequência de irrigação, onde afetou significativamente o NFT e NFCM. Onde verificaram que aumento na frequência de irrigação não afetou o NFCM nas plantas cultivadas em recipientes de menor volume, porém, houve redução no NFCM quando se utilizou frequência de 9 irrigações por dia para os recipientes de volumes 1,0 e 3,0 L

Analisando a massa fresca de caule verifica-se que o efeito do volume de recipiente variou de acordo com o nível de salinidade utilizado. Nas salinidades 0,5; 1,5 e 3,5 dS m-1 os

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maiores valores foram obtidos no recipiente de maior volume (3,0 L). Para as salinidades 2,5 e 4,5 dS m-1 os recipientes com volume de 1,0 e 3,0 L proporcionaram maiores massa fresca de caule (Tabela 4).

Tabela 4. Matéria fresca do caule de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes

Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 19,25 Ba 25,15 Ba 17,15 Ba 36,93 Aa 24,62 1,5 15,18 Bab 23,30 Ba 17,58 Ba 41,16 Aa 24,31 2,5 15,61 Bab 26,42 ABa 16,69 Ba 34,33 Aab 23,26 3,5 14,65 Bab 18,19 Ba 15,14 Ba 30,50 Aab 19,62

4,5 6,92 Bb 20,06 Aa 8,01 Ba 23,04 Ab 14,50

Média 14,32 22,62 14,91 33,19

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

Com relação a variável MFC verificou-se que houve interação para os volumes de recipientes e níveis de salinidade, onde os recipientes de 2,0 e 3,0 L apresentaram resposta quadrática, apresentando maiores valores para a salinidade 1,58 e 1,18 dS m-1 (18,12 e 38,64 g planta-1), demonstrando ganho de 7,28 e 1,71%. Verifica-se ainda que o uso de água mais salina (4,5 dS m-1) proporcionou menor MFC com resultados (8,52 e 22,60g planta-1), apresentando redução de 49,29 e 40,49% em comparação com o valores obtidos na salinidade 0,5 dS m-1, em que obteve-se (16,80 e 37,98 g planta-1, respectivamente).

Já para o recipiente de menor volume (0,5 L) houve resposta linear, ocorrendo uma queda de acordo com o aumento do nível de salinidade havendo uma queda de 52,07%

quando comparado os níveis de salinidade de 0,5 e 4,5 dS m-1. No recipiente de 1,0 L não houve diferença significativa para os níveis de salinidade apresentando média de 22,62 g planta-1 (Figura 9).

(35)

Figura 9. Massa fresca de caule da alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Na literatura são escassos trabalhos relacionados à volumes de recipiente, no entanto podem ser encontrados vários estudos sobre o fator salinidade de forma isolada, a exemplo Paulus et al. (2010), os quais verificaram que o aumento da salinidade da água reduziu, linearmente, a massa fresca de caule da alface em cultivo hidropônico.

O declínio significativo desta variável pode ser justificado, devido à elevada concentração de sais da solução, que atua desfavorecendo o processo fisiológico e consequentemente, inibindo a atividade meristemática e alongamento celular das plantas (TAIZ et al., 2017). Já Freitas et al. (2014) encontraram redução de forma linear para matéria fresca do caule, onde as variáveis MFF e MFC tiveram uma redução linear de 11,01 e 12,03%

para cada aumento unitário da CEsol.

De acordo com a ANAVA, observou-se resposta significativa ao nível de 1% para a interação entre os fatores volume de recipiente e salinidade nas variáveis área foliar (AF) e suculência foliar (SF), já para a variável área foliar específica (AFE) observou interação ao nível de significância de 5% de probabilidade. Para o fator isolado volume de recipiente observa-se resposta significativa para o nível 1% para as variáveis área foliar e área foliar específica, enquanto a variável suculência foliar não apresentou resposta significativa.

Quando observado o fator salinidade, observou-se resposta significativa para o nível de1% de probabilidade para todas as variáveis AF, AFE e SF (Tabela 5).

(36)

Tabela 5. Resumo da análise de variância (Quadrados médios) para área foliar, área foliar específica e suculência foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Variáveis

Fonte de variação GL AF AFE SF

Volume (V) 3 15297778,60** 3794,75** 99,24ns

Salinidade (S) 4 1508009,68** 12743,00** 297,52**

VxS 12 1299194,37** 1641,11* 259,94**

Bloco 2 38398,95ns 873,23ns 91,05ns

Resíduo 38 1460467,91 797,2 40,77

CV(%) 13,46 12,3 11,6

Nota: *, ** e ns – significativos a 5%, 1% e não significativo, respectivamente, pelo teste F

Analisando a variável área foliar, verificou-se que o efeito do volume de recipiente variou de acordo com a salinidade. Onde na salinidade de 0,5 dS m-1 o maior valor obtido foi no volume de 3,0 L, enquanto o menor valor foi obtido no volume de recipiente de 2,0 L. Já para o nível salino de 1,5 dS m-1 o maior valor também foi obtido no volume de 3,0 L, porém o menor resultado foi obtido no recipiente de menor volume (0,5 L). Na salinidade 2,5 dS m-1 o recipiente de maior volume (3,0 L) apresentou maior resultado, enquanto os demais recipientes foram estatisticamente iguais. Observada a salinidade 3,5 dS m-1 verifica-se que o recipiente de 3,0 L obteve maior resultado, já o menor resultado foi encontrado no volume de 2,0 L. Já para a salinidade 4,5 dS m-1 os maiores resultados foram encontrados nos volumes de 1,0 e 3,0 L, enquanto os menores resultados foram nos recipientes de 0,5 e 2,0 L (Tabela 6).

Tabela 6. Área foliar de alface em função de volumes de recipientes e salinidade da água

Água salina (dS m-1) Volume de recipientes

Média

0,5 L 1,0 L 2,0 L 3,0 L

0,5 3088,48ABba 2760,57Ba 1597,78Cb 3626,33Ab 2768,29 1,5 1453,21Cb 2624,30Ba 2103,50Bcab 5360,55Aa 2885,39 2,5 2532,64Ba 2218,80Ba 2788,56Ba 4574,37Aa 3028,59 3,5 2302,19Ba 2398,62Ba 1902,02Cab 3602,16Ab 2401,25 4,5 1033,23Bb 2742,80Aa 1552,23Bb 3360,90Ab 2172,44

Média 2081,95 2549,02 1868,94 4104,86

Nota: Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,5)

O maior desenvolvimento foliar da alface cultivada nesses recipientes pode ser atribuído sobre dois aspectos: no recipiente de 1,0 L ocorreu melhor renovação da solução no substrato, favorecendo assim o melhor desenvolvimento das plantas; enquanto no recipiente

Referências

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