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O uso de plantas como estratƒgia terap„utica ƒ praticado por cerca de 85% da popula•‚o dos pa‡ses em desenvolvimento. Alƒm disso, aproximadamente 120 medicamentos utilizados na medicina s‚o provenientes diretamente de plantas, enquanto muitos outros f•rmacos s‚o obtidos por semi- s‡ntese de produtos vegetais ou por s‡ntese baseada em molƒculas vegetais precursoras (PEZZUTO, 1997).

A partir da dƒcada de 70 houve uma mudan•a do ideal de sa…de, implicando na conscientiza•‚o da import‹ncia do equil‡brio entre o homem e o ecossistema em que habita, em busca de uma melhoria na qualidade de vida. Dessa forma, valorizou-se a medicina natural como alternativa ao tratamento das doen•as (SANTOS 1995).

O Brasil, por ser um pa‡s de miscigena•‚o racial, e, portanto cultural, ƒ influenciado pela crendice, principalmente africana e ind‡gena, sobre o poder m•gico das ervas usadas em ch•s na cura de patologias (SANTOS; DIAS PINTOS; MARTINS, 1995). Alƒm disso, a AmazŽnia ƒ a maior reserva de biodiversidade do mundo, sendo considerada inestim•vel pela sua flora, ainda pouco conhecida.

Recentemente, a comunidade cient‡fica come•ou a mostrar interesse no estudo de plantas, tanto no que diz respeito ˆ medicina natural, quanto ao estudo da toxicidade das mesmas (PINILLOS et al., 2003; PEREIRA et al., 2004; SOUZA et., 2004). As espƒcies vegetais utilizadas com propriedades terap„uticas no tratamento tradicional da sa…de constituem uma importante fonte de novos compostos

biologicamente ativos. Aparecem como parte fundamental no controle da sa…de em muitas partes do mundo e ao longo de dƒcadas t„m despertado o interesse de v•rios pesquisadores (CEBALLOS et al., 1993; LIMA, 1996; CUNHA, 1995; COWAN, 1999; FARIAS; LIMA, 2000; BEL—M, 2002; MICHELIN et al., 2005). Embora, na medicina popular, as plantas s‚o utilizadas, concomitantemente, com uso de medicamentos convencionais n‚o levando em considera•‚o as intera•“es medicamentosas (AMORIM, 1999).

A cultura, a cren•a e o desconhecimento da popula•‚o, sobre a toxicidade das plantas medicinais e a quantidade ingerida pelas pessoas doentes, s‚o fatores que dificultam o diagn€stico e o tratamento em casos de rea•“es toxicol€gicas causadas por intera•“es de produtos derivados de plantas (PINILLOS et al., 2003).

3.4 ’leos essenciais

Os €leos essenciais s‚o compostos l‡quidos complexos, org‹nicos, sol…veis em solventes org‹nicos apolares, lipof‡licos, vol•teis, delicados, arom•ticos, de sabor •cido ou picante, incolores, quando recentemente extra‡dos ou ligeiramente amarelados, e de apar„ncia oleosa. Tambƒm chamados de €leos vol•teis, €leos etƒreos ou ess„ncias e s‚o extra‡dos de diversas partes das plantas como: folhas, flores, sementes, brotos, galhos, cascas de caule, frutos e ra‡zes. Em contato com a •gua, os €leos essenciais apresentam solubilidade limitada, mas suficiente para aromatizar as solu•“es aquosas denominadas hidrolatos. E por serem vol•teis, necessitam ser estocados em recipientes hermeticamente fechados e protegidos da luz direta, calor, umidade e metais (SIMšES; SPITZER, 2003).

Os usu•rios de antibacterianos nas a•“es destinadas ˆ Avicultura e Suinocultura, t„m se preocupado pela substitui•‚o dos antibacterianos denominados promotores de crescimentos, por agentes n‚o menos efetivos, mas de origem natural (MILTEMBERG, 2000; MENTEN, 2001). Devido aos €leos essenciais extra‡dos de orƒgano, tomilho, canela, entre outros, terem potencial antimicrobiano significativo (JEAUROUND et al., 2002; KALEMBA; KUNICKA, 2003; BURT; REINDERS, 2003); portanto, a maioria das publica•“es

estabelece generaliza•“es sobre estas atividades frente a bactƒrias Gram positivas, Gram negativas, fungos, incluindo limitado n…mero de representantes de cada espƒcie, sendo comum ˆ utiliza•‚o de apenas um exemplar catalogado como os da cole•‚o ATCC (Americam Type Culture Colletion) (HAMMER; CARSON;RILEY, 1999; SMITH - PALMER; STEWART; FYFE, 1998).

3.4.1 Origanum vulgare L.

Origanum vulgare L. conhecido como orƒgano ƒ um vegetal da fam‡lia Lamiaceae. Herb•cea, bastante ramificado, perene, ereto, arom•tico, de hastes certas vezes arroxeadas, possuindo propor•‚o de 30 a 50 cm de altura, ƒ origin•rio de regi“es montanhosas e pedregosas do sul da Europa, cultivado largamente na regi‚o sul e sudeste do Brasil, para uso culin•rio. A dimens‚o de suas folhas possui de 1 a 2 cm de comprimento ao passo que suas flores, no que se refere ao aspecto crom•tico, s‚o esbranqui•adas, rosas ou viol•ceas, arranjadas em infloresc„ncias paniculadas terminais (Figura 04).

Na medicina ƒ muito usado devido as suas variadas propriedades terap„uticas como antibacterianas, antif…ngicas, antiinflamat€rias, antioxidantes, anticancer‡genas, emolientes e digestivas (JOLY, 1998; LORENZ; MATOS, 2002). Essas peculiaridades medicinais adv„m do carvacrol, composto qu‡mico, inserido em sua composi•‚o, considerado o constituinte elementar desta planta, o qual se mostra em demasia na mesma (KAMEL, 2000). Ressalta-se, que o carvacrol age na parede celular das bactƒrias, ocasionando a quebra da membrana externa (DORMAN; DEANS, 2000).

Figura 04. Orƒgano

Na composi•‚o qu‡mica de suas folhas e infloresc„ncias observa-se a exist„ncia de atƒ 1% de €leo essencial, com mƒdia de 40 a 70% de carvacrol, seguido de borneol, cineol, terpineol, terpineno e timol. A atividade antimicrobiana de carvacrol e timol v„m sendo o alvo de diversas pesquisas, e o €leo de O. vulgare foi identificado como de alta atividade antif…ngica no combate a pat€genos humanos (REHDER et al., 2004).

O €leo essencial ƒ utilizado na composi•‚o de aromatizantes de alimentos e de perfumes. Toda a planta ƒ usada na medicina domƒstica, costume esse origin•rio da It•lia. A literatura etnofarmacol€gica confere a esta planta peculiaridades estimulantes do sistema nervoso, forte a•‚o analgƒsica, espasmol‡tica, sudor‡fica, facilitador da digest‚o e da atividade uterina, assim como expectorante brando. Na homeopatia ƒ utilizado para desenvolver a excitabilidade sexual (SIGNOR et al., 2007).

3.4.2 Cinnamomum zeylanicum B.

Cinnamomum zeylanicum B., canela constitui uma das mais antigas especiarias conhecidas. Sua utiliza•‚o ƒ descrita desde os tempos remotos e o controle de seu comƒrcio foi um dos incentivadores das grandes explora•“es mar‡timas; advƒm o primeiro relato leg‡timo sobre a canela ocorreu em trabalhos escritos na China no sƒculo IV a.C. O produto ƒ formado pela casca seca de muitas espƒcies do g„nero Cinnamomum, fam‡lia Lauraceae, sendo reconhecidas quatro espƒcies como as de maior relev‹ncia no comƒrcio internacional: canela do Ceil‚o (Cinnamomum verum Presl, sin. C. zeylanicum Bl.); canela de Saigon (C. loureirii Nees); c•ssia ou canela da China (C. cassia Presl) e canela ou c•ssia da Indonƒsia ou de Padang (C. burmannii (C.G. e Th.Nees) Bl.). A canela do Ceil‚o, a original canela do comƒrcio, ƒ origin•ria do Sri Lanka (antigo Ceil‚o), fundamental produtor e exportador, seguido de Seychelles, Madagascar e ›ndia (PURSEGLOVE et., 1981).

A caneleira atinge alturas de 8 – 17 metros de altura, ƒ uma planta de aspectos frondosos (Figura 05). Alƒm da ›ndia e Ceil‚o tambƒm ƒ cultivada nas Guianas, Martinica, Jamaica e Brasil, suas cascas e folhas possuem aroma

agrad•vel, tendo sabor adocicado brandamente picante quando utilizada em forma de p€ aromatizante na culin•ria (VERNON; RICHARDS, 1976; SOUSA et al., 1991).

Figura 05 – Canela

Fonte: www.jardimdeflores.com.br, 2009

A obten•‚o do €leo essencial tanto das cascas como das folhas ocorre por destila•‚o a vapor. O €leo essencial da casca de canela ƒ rico em alde‡do cin‹mico, enquanto o das folhas apresenta composi•‚o diferente, sendo fonte de eugenol. Os €leos essenciais conseguidos com base nas cascas e das folhas, e ainda a oleoresina, s‚o matƒrias – primas de grande utiliza•‚o nas ind…strias de alimentos e bebidas, de perfumaria e farmac„utica. O Brasil costuma importar de diversos pa‡ses grandes volumes tanto de cascas como do €leo essencial, devido ˆ aus„ncia do seu cultivo comercial. O clima e as condi•“es do solo atingem esta planta fortemente, caso em que uma mesma espƒcie ou variedade, cultivada em outro pa‡s, pode ocasionar uma casca de qualidade bem diversa da conseguida no Sri Lanka, seu pa‡s de origem (GUENTHER, 1950).

Observa-se, que no ‹mbito agronŽmico os estudos realizados relacionados ˆ canela s‚o escassos, seja como associa•‚o de culturas ou no desenvolvimento da produ•‚o, atƒ mesmo na ›ndia (SENANAYAKE; LEE; WILLS, 1978; RAO, 1991; REDDY; BARANWAL; SINGH, 1993; RETHINAM et al, 1994; SANDANANDAN, 1994),

Quanto ao ‹mbito medicinal observa-se, seu largo uso atribuindo-lhe caracter‡sticas como arom•tica, estimulante da circula•‚o, do cora•‚o e aumenta a press‚o, vŽmitos nervosos, febre, anti- sƒptica, aperiente, digestiva, sedativa, tŽnica e vasodilatadora (ALMEIDA, 1993).

3.5 Microrganismos

3.5.1 Enterococcus faecalis

S‚o cocos Gram positivos que se apresentam isolados, aos pares e em cadeia. Pertencem ˆ fam‡lia Streptococaceae e se diferenciam fenotipicamente dos outros Streptococcus por sua capacidade de se desenvolver em presen•a de bile a 40% e hidrolisar a esculina, sendo capazes de crescer em meio contendo 6,5 % de NaCl. Estes organismos podem ser α, β e γ hemol‡ticos ap€s crescimento em Šgar sangue de carneiro. — importante saber, que a maioria dos E. faecalis mostra resist„ncia ˆ penicilina. Esses microrganismos s‚o residentes normais do trato gastrintestinal e biliar e, em menores n…meros, da vagina e da uretra masculina.

Atualmente, s‚o os agentes cada vez mais importantes de doen•as humanas, devido, grande parte das espƒcies possuir resist„ncia a agentes antimicrobianos aos quais outros Streptococcus s‚o geralmente sens‡veis. Os Enterococcus in vitro apresentam MIC para a penicilina 10 a 100 vezes maiores do que o MIC de outros Streptococcus. Os Enterococcus constituem a segunda causa mais comum de infec•“es hospitalares do trato urin•rio e de feridas, e ainda constituem a terceira causa mais comum de bacteremia hospitalar.

Podem ser isolados tambƒm de pacientes com endocardite subaguda e septicemia, assim como de outras feridas infectadas, abscessos peritoniais e pƒlvicos profundos, encontrando-se geralmente em associa•‚o com outras espƒcies bacterianas, como parte de uma infec•‚o polimicrobiana (KUSUDA et al., 1991; FELMINGHAM et al., 1992).

Estes microrganismos possuem uma grande capacidade em adquirir novos determinantes de resist„ncia a agentes antimicrobianos, seja por meio de

conjuga•‚o entre espƒcies ou atƒ g„neros diferentes (o que pode resultar em difus‚o de genes, como parte de transposons conjugativos), ou por meio de plasm‡dios respons•veis por feromŽnios (MURRAY, 1988, citado por LEME; FERREIRA, 2001).

A resist„ncia ˆs penicilinas e ˆs cefalosporinas, de v•rias gera•“es, da aquisi•‚o de resist„ncia de alto n‡vel aos aminoglicos‡deos e atualmente, do aparecimento de resist„ncia a vancomicina, essas bactƒrias est‚o frequentemente envolvidas, em superinfec•“es graves entre pacientes submetidos ˆ quimioterapia antimicrobiana de amplo espectro. Comumente E. faecalis ƒ a bactƒria mais isolada do g„nero, estando associado 80 – 90 % das infec•“es enteroc€cicas humanas, enquanto E. faecium ocupa o segundo lugar, pois, ƒ isolado de 10 – 15 % das infec•“es (RUOFF et al., 1990).

A resist„ncia dos Enterococcus a uma variedade de agentes antimicrobianos contribui, efetivamente, para sua patogenicidade. Esses microrganismos exibem resist„ncia intr‡nseca de baixo n‡vel aos aminoglicos‡deos e lincosamidas, apresentam MIC relativamente elevada para as penicilinas e cefalosporinas e mostram-se resistentes ˆ a•‚o das sulfonamidas in vitro. As MICs mais elevadas dos agentes Œ – lact‹micos devem-se a uma afinidade diminu‡da das prote‡nas de liga•‚o da penicilina (PBP) da parede celular por esses f•rmacos. A resist„ncia de baixo n‡vel aos aminoglicos‡deos deve-se a sua permeabilidade reduzida atravƒs da parede celular dos Enterococcus (ELIOPOULOS, 1993).

Atƒ o inicio da dƒcada de 1980, a sensibilidade dos Enterococcus a ampicilina e a vancomicina permaneceu bastante previs‡vel. A partir dessa ƒpoca, foram relatadas espƒcies de Enterococcus resistentes a ampicilina e a vancomicina com frequ„ncia crescente. Foi demonstrado que a resist„ncia de algumas cepas de E. faecalis a ampicilina ƒ devido ˆ produ•‚o de enzimas Œ – lactamases (PATTERSON; MASECAR; ZERVOS, 1988). Subsequentemente foi relatada a ocorr„ncia de resist„ncia a ampicilina em outras cepas de Enterococcus; no caso desses microrganismos, a resist„ncia foi devida a uma redu•‚o da afinidade das prote‡nas de liga•‚o da penicilina ˆ parede celular (CHIRURGI et al., 1991; ELIOPOULOS, 1993; KIM et al., 2000).

A resist„ncia adquirida a glicopept‡deos (vancomicina e teicoplanina) em espƒcies de Enterococcus corresponde a cinco fen€tipos diferentes. Designados como vanA, vanB, vanD, vanE e vanG, sendo os dois primeiros os mais prevalentes e os de maior import‹ncia cl‡nica (DUTKA – MALEN; EVERS; COURVALIN, 1995; GOLD, 2001; WOODFORD, 2001).

Franco; Landgraf (2004) classificam os Enterococcus em 16 espƒcies e enfatizam sua utiliza•‚o como indicadores de contamina•‚o fecal dos alimentos. Apresentam algumas restri•“es, pois esses microrganismos tambƒm s‚o encontrados em ambientes diferentes do trato intestinal. Alƒm disso, por serem mais resistentes, apresentam uma sobrevida maior do que os enteropat€genos no solo, vegetais e em alimentos, principalmente, naqueles submetidos ˆ desidrata•‚o, a•‚o de desinfetantes e a flutua•“es de temperatura.

Apesar das limita•“es do uso desses microrganismos como indicadores de contamina•‚o fecal, sua presen•a em n…mero elevados nos alimentos indica a utiliza•‚o de pr•ticas sanit•rias inadequadas ou exposi•‚o do alimento a condi•“es que permitiriam a multiplica•‚o de microrganismos indesej•veis.

Em patologia animal, os Enterococcus est‚o associados a infec•“es diversas, destacando-se mastite e endocardite em bovinos e su‡nos. Em seres humanos, eles s‚o frequentemente isolados, em cultura pura ou mista, a partir de infec•“es clinicamente significativas, tais como bacteremia acompanhadas ou n‚o de endocardite, infec•“es do trato urin•rio e biliar, infec•“es de feridas e infec•“es pƒlvicas e intra-abdominais. Segundo Martins (2001), a literatura documenta o envolvimento dos Enterococcus em cerca de 10 a 12% de infec•“es hospitalares em geral; 46 % das infec•“es p€s-operat€rias; 10 % das infec•“es urin•rias e em 5 a 20% dos casos de endocardite infecciosa, classificando este grupo bacteriano como os cocos Gram positivos mais comumente isolados de casos de bacteremia polimicrobiana.

O tratamento das enterococcias ƒ preocupante, pois a concentra•‚o que a maioria dos antibi€ticos atinge no sangue e tecidos n‚o ƒ bactericida para os Enterococcus. Tradicionalmente, o tratamento consiste na associa•‚o de

antibi€ticos, um deles sendo um aminoglicos‡deo e o outro, um antibi€tico ativo contra a parede celular, como a penicilina ou ampicilina.

A resist„ncia adquirida por esses microrganismos aos antibi€ticos tornou-se um grande obst•culo terap„utico nos …ltimos anos. A preocupa•‚o ƒ maior ainda porque a resist„ncia ƒ transfer‡vel de um Enterococcus para outro, ou mesmo para outra bactƒria. Os genes de resist„ncia s‚o geralmente transportados por plasm‡dios conjugativos e por transposons, que tambƒm podem ser conjugativos. Os mecanismos de resist„ncia s‚o diversos, e o mecanismo da resist„ncia ˆ vancomicina ƒ peculiar (TEIXEIRA; TRABULSI, 2004).

3.5.2 Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus s‚o cocos Gram positivos im€veis, n‚o formadores de esporos pertencentes ˆ fam‡lia Micrococaceae, que podem se apresentar isolados, aos pares, tƒtrades e cadeias curtas, porƒm, aparecem predominantemente agrupados em cachos irregulares, semelhante a cacho de uva. S‚o aer€bios e anaer€bios facultativos, com maior crescimento sob condi•“es aer€bias, quando ent‚o produzem a catalase. Estes microrganismos podem se desenvolver entre 15 e 45•C. Crescem em meios simples sem inibidores (JAWETZ et al., 2000; MURRAY et.al., 2006; KONEMAN et al., 2008).

Estes microrganismos s‚o mais resistentes que muitas Bactƒrias endosporuladas e sobrevivem durante meses em placa de •gar lacrada, mantida em geladeira. A maioria das cepas resiste ao aquecimento a 60•C durante 30 minutos, e a desinfetantes como cloreto de merc…rio e fenol do que a maioria das outras bactƒrias. Crescem em meios de cultura com concentra•“es de sal elevadas, entre 10 – 20%. Produzem as enzimas catalase, coagulase e Dnase, que funcionam como fatores de patogenicidade, e algumas toxinas, como a enterotoxina estafiloc€ccica que ƒ respons•vel por intoxica•‚o alimentar, produzida principalmente por linhagens de S. aureus. Depois de um curto per‡odo ap€s a ingest‚o, o processo se manifesta muitas vezes de modo fulminante, sendo o vŽmito e a diarrƒia seus sintomas

principais. Atualmente, sabe-se que as espƒcies S. intermedius e S. hyicus tambƒm s‚o capazes de produzir tais toxinas (JAWETZ et al., 2000; FRANCO; LANDGRAF 2004; MURRAY et al., 2006).

A coagulase ƒ uma enzima de composi•‚o qu‡mica desconhecida, com atividade semelhante ˆ protrombina, capaz de transformar o fibrinog„nio em fibrina, resultando na forma•‚o de co•gulo, vis‡vel em um sistema anal‡tico adequado (KONEMAN et al., 1997). — usada, freq™entemente, como ‡ndice de virul„ncia ou patogenicidade (MAC FADDIN, 2003). Alƒm disso, a coagulase pode contribuir para a patogenicidade pela inibi•‚o da fagocitose com deposi•‚o direta de fibrina na parede da cƒlula bacteriana, embora isto n‚o esteja claro (HOWARD et al., 1993)

Atualmente, o g„nero Staphylococcus ƒ constitu‡do de 35 espƒcies e 17 subespƒcies, muitas das quais s‚o encontradas no homem, sendo que, S. aureus ƒ a espƒcie mais importante associada ˆs doen•as estafiloc€cicas, atravƒs da produ•‚o de toxinas ou da invas‚o direta e destrui•‚o do tecido. Exemplos e caracter‡sticas de doen•as mediadas por toxinas.

Intoxica•‚o alimentar, que ap€s o consumo de alimento contaminado pela enterotoxina termoest•vel, ocorre r•pido aparecimento de vŽmito grave, diarrƒia e espasmos abdominais, com regress‚o em 24 horas. S‡ndrome da pele escaldada: h• descama•‚o disseminada do epitƒlio em crian•as, bolhas sem microrganismos ou leuc€citos. S‡ndrome do choque t€xico: intoxica•‚o multisist„mica caracterizada inicialmente por febre, hipotens‚o e uma erup•‚o eritematosa, macular e difusa, produzindo alta mortalidade quando n‚o h• r•pida antibioticoterapia e elimina•‚o do foco. Doen•as cut‹neas como carb…nculo, foliculite, fur…nculos, infec•“es de feridas e outras (bacteremia, empiema, endocardite, osteomielite, pneumonia, artrite sƒptica), s‚o citadas tendo como respons•vel este microrganismo (MURRAY et al., 2006).

As bactƒrias do g„nero Staphylococcus s‚o mes€filas que crescem em temperatura na faixa de 7 a 47,8• C; as enterotoxinas s‚o produzidas entre 10• C e 46• C, com as condi•“es €timas entre 40• C e 45• C. Os extremos de temperatura est‚o na depend„ncia dos demais par‹metros que devem encontrar-se em condi•“es €timas. Os surtos de intoxica•‚o alimentar s‚o provocados por alimentos que permanecem neste intervalo de temperatura por

tempo vari•vel, de acordo com o n‡vel de in€culo e temperatura de incuba•‚o. Em geral, quanto mais baixa for a temperatura, maior ser• o tempo necess•rio para a produ•‚o de enterotoxina. Em condi•“es €timas, a enterotoxina torna-se evidente em quatro a seis horas (FRANCO; LANDGRAF, 2004).

Enterotoxinas estafiloc€cicas – foram identificadas cinco toxinas estafiloc€cicas sorologicamente distintas de (A-E e G-I) e tr„s subtipos de enterotoxinas C. As enterotoxinas s‚o resistentes ˆ hidr€lise pelas enzimas g•stricas e jejunais e mostram-se est•veis ao aquecimento a 100•C durante 30 minutos. Por conseguinte, uma vez contaminado um produto alimentar com Staphylococcus produtores de enterotoxinas e ˆs toxinas sendo produzidas, nenhum reaquecimento do alimento, nem a exposi•‚o aos •cidos g•stricos, ƒ capaz de destruir sua a•‚o patog„nica.

Estas toxinas s‚o produzidas por 30 – 50% de todas as cepas de S. aureus. As enterotoxinas do tipo sorol€gico A est‚o comumente associadas ˆs doen•as, por outro lado as enterotoxinas C e D s‚o encontradas em produtos l•cteos contaminados, enquanto a enterotoxina B provoca enterocolite pseudomembranosa de origem estafiloc€cica (MURRAY et al., 2006).

3.5.3 Escherichia coli

— o agente mais comum das infec•“es do trato urin•rio e de septicemia causada por bastonetes Gram negativos. Constitui uma das causas principais de meningite neonatal; ƒ o agente mais frequente associado com a “diarrƒia dos viajantes” (LEVINSON; JAWETZ, 1998). A E. coli ƒ o anaer€bio facultativo mais abundante no c€lon e nas fezes, sendo sobrepujada em n…mero pelos anaer€bios obrigat€rios como, por exemplo: Bacter‚ides spp.

Este microrganismo possui tr„s ant‡genos utilizados para a sua identifica•‚o durante investiga•‚o epidemiol€gica: o ant‡geno da parede celular ou ant‡geno O, o flagelar ou H e o ant‡geno capsular ou K. Devido ˆ exist„ncia de mais de 150 ant‡genos O, 50 ant‡genos H e 90 Ant‡genos K, as v•rias combina•“es entre estes, resultam em mais de 100 tipos antig„nicos de E. coli. Sorotipos espec‡ficos est‚o associados a determinadas doen•as, por exemplo:

o ant‡geno O55 e o ant‡geno O111 que causam epidemias de diarrƒia neonatal (LEVINSON; JAWETZ, 1998).

Com base nos fatores de virul„ncia, manifesta•“es cl‡nicas e epidemiol€gicas, as linhagens de E. coli consideradas patog„nicas no trato intestinal por diferentes mecanismos, atualmente, s‚o agrupadas em cinco classes: E. coli enteropatog„nica cl•ssica (EPEC), E. coli enteroinvasiva (EIEC), E. coli enterotoxig„nica (ETEC), E. coli enterohemorr•gica (EHEC) e E. coli enteroagregativa (EAEC). V•rias outras E. coli est‚o, especificamente, associadas com infec•“es urin•rias (UPEC), meningites e provavelmente outras infec•“es extra – intestinais (FRANCO; LANDGRAF, 2004; TRABULSI; ORDOžEZ; MARTINEZ, 2004; MURRAY, 2006).

3.5.4 Klebsiella pneumoniae

— um pat€geno oportunista, que causa infec•“es nosocomiais, especialmente, pneumonia e infec•“es do trato urin•rio. Esse microrganismo ƒ um importante pat€geno do trato respirat€rio, tambƒm fora dos hospitais. — uma das espƒcies mais frequente envolvidas nas infec•“es humanas. Normalmente, encontrado no intestino grosso, estando tambƒm presente no solo e na •gua. K. pneumoniae tem uma c•psula muito grande, conferindo ˆs colŽnias uma apar„ncia muc€ide brilhante (LEVINSON; JAWETZ, 1998).

Os mesmos autores inferem que essa bactƒria tem a maior probabilidade de ser um pat€geno prim•rio n‚o oportunista; estando esta propriedade relacionada com sua c•psula antifagocit•ria. Apesar de sua condi•‚o de pat€geno prim•rio, paciente com infec•“es causadas por K. pneumoniae apresenta frequentemente, algumas predisposi•“es para contrair a doen•a infecciosa, cujos fatores desencadeantes s‚o: idade avan•ada, doen•as respirat€rias crŽnicas, diabetes ou alcoolismo. O organismo se localiza no trato

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