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Atividade antibacteriana dos óleos essenciais de Origanum vulgare L. e Cinnamomum zeylanicum B. contra bactérias multirresistentes

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Academic year: 2017

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PROGRAMA DE PƒS-GRADUA„…O EM PRODUTOS NATURAIS E SINT†TICOS BIOATIVOS

ADALBERTO COELHO DA COSTA

ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DOS ƒLEOS ESSENCIAIS

DE Origanum vulgare L. E Cinnamomum zeylanicum

B.

CONTRA BACT†RIAS MULTIRRESISTENTES

(2)

ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DOS ƒLEOS ESSENCIAIS

DE origanum vulgare L. E Cinnamomum zeylanicum

B.

CONTRA BACT†RIAS MULTIRRESISTENTES

Tese apresentada ao Programa de P€s-Gradua•‚o em Produtos Naturais e Sintƒticos Bioativos do Centro de Ci„ncias da Sa…de – Laborat€rio de Tecnologia Farmac„utica da Universidade Federal da Para‡ba, em cumprimento ˆs exig„ncias para a obten•‚o do t‡tulo de Doutor em Produtos Naturais e Sintƒticos Bioativos (Farmacologia).

ORIENTADORA: Profa. Dra. Edeltrudes de Oliveira Lima

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A minha esposa Alba Fracinete

Ao meu neto Alexandre

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A DEUS, meu maior Mestre e Orientador.

„ Professora Dra. Edeltrudes de Oliveira Lima, pela anu…ncia como orientadora, pela aten†‡o e gentileza com que sempre me atendeu.

Ao Professor Dr. Lauro Santos Filho, amigo e conselheiro, pela compet…ncia e incentivo indispensˆveis na elabora†‡o deste trabalho.

A minha esposa, que me surpreendeu com a enorme capacidade de amar, renunciando a tudo em meu favor, compreendendo a minha aus…ncia ao longo desta caminhada.

Aos meus queridos filhos, Carlos, Sƒlvia Lorena e Mylena pelo amor incondicional, apoio e incentivo para o t€rmino deste trabalho.

„ Professora Dra. Mˆrcia Regina Piuvezam Coordenadora do Programa de P‰s-gradua†‡o em Produtos Naturais e Sint€ticos Bioativos pela presteza, apoio e paci…ncia durante as consultas solicitadas, durante a realiza†‡o deste curso.

„ Professora Dra. Bagn‰lia de AraŠjo Costa, pela dedica†‡o e incentivo ao ensino e ‹ pesquisa.

A todos os pacientes do Hospital de Trauma Senador Humberto

Lucena de onde vieram as amostras clƒnicas que sem elas este trabalho n‡o teria sido realizado.

Aos meus saudosos pais Jos€ e Justina, que certamente olharam, zelaram e torceram por mim, onde estiverem.

„ amiga Bernadete Helena, pela sua valiosa contribui†‡o na realiza†‡o deste trabalho.

Aos colegas de turma, pelo apoio e amizade, a Fernando Oliveira, Marcelo Dantas, Marilene Rocha, Wylly AraŠjo por n‡o medirem esfor†os em me ajudar quando os procurei.

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AMC = Amoxicilina / Šcido clavul‹nico AMI = Amicacina

AMO = Amoxicilina AMP = Ampicilina

ATCC = Americam Type Culture Colletion

ATP = Trifosfato de adenosina ATZ = Azitromicina

AZT = Aztreonam B = Blume

BGNNF = Bastonetes Gram Negativos N‚o Fermentadores BHI = Brain Heart Infusion

C = Controle

C. zeylanicum= Cinnamomum zeylanicum

CBM = Concentra•‚o Bactericida M‡nima CCIH = Controle de Infec•‚o Hospitalar CCS = Centro de Ci„ncias da Sa…de CFD = Cefadroxil

CFL = Cefalotina CFO = Cefotaxima CFP =Cefepime CFX = Cefalexina

CIM = Concentra•‚o Inibit€ria M‡nima CIP = Ciprofloxacino

CLA = Claritromicina CLI = Clindamicina

CLSI = National Committee for Clinical Laboratory Standards CRO = Ceftriaxona

CTZ = Ceftazidime

DCF = Departamento de Ci„ncias Farmac„uticas DNA = Šcido desoxirribonuclƒico

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ESBL = Beta lactamases de espectro ampliado E – Test = Episilometer Test

GEN = Gentamicina

HTSUL = Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena IMI = Imipenem

K. pneumoniae= Klebsiella pneumoniae

L = Linnus Log = Logaritmo

LEVO = Levofloxacino LZD = Linezolida

LTF = Laborat€rio de Tecnologia Farmac„utica MBLs = Metalo Œ – lactamases

MER = Meropenem mL = mililitro

MRSA = Staphylococcus aureus meticilina resistente NaCl = Cloreto de s€dio

NCCLS = NATIONAL COMMITTEE FOR CLINICAL LABORATORY STANDARDS

O. vulgare = Origanum vulgare

OXA = Oxacilina

P. aeruginosa = Pseudomonas aeruginosa

PB = Para‡ba

PBPs = Prote‡nas ligadoras de penicilinas PEN = Penicilina

POL = Polimixina

PTZ = Piperacilina / tazobactam P / V = Peso por volume

R = Resist„ncia S = sens‡vel

SAM = Ampicilina / sulbactam

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UFC = Unidade formadora de colŽnia UFPB = Universidade Federal da Para‡ba UTI = Unidade de Terapia Intensiva VAN = Vancomicina

α = Alfa β= Beta

(9)

Tabela 01 - Amostras cl‡nicas usadas para isolamento das bactƒrias ...48 Tabela 02 - Perfil de resist„ncia dos E. faecalise MRSA utilizados na pesquisa ...57 Tabela 03 – Perfil de resist„ncia de E. colie K. pneumoniae frente aos antibi€ticos

testados ...58 Tabela 04 – Perfil de resist„ncia de A. baumannii e P. aeruginosa frente aos

antibi€ticos testados ...59 Tabela 05 – Concentra•‚o Inibit€ria M‡nima (CIM) do €leo essencial de C.

zeylanicumcontra bactƒrias...60 Tabela 06 – Avalia•‚o da Concentra•‚o Inibit€ria M‡nima (CIM) e Concentra•‚o

Bactericida M‡nima (CBM) do €leo essencial de O. vulgare contra bactƒrias ...64

LISTA DE QUADRO

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Figura 01 – Plasm‡dio com resist„ncias a antibi€ticos (1 e 2) e um ori (3)...26

Figura 02 – Conjuga•‚o. ... 28

Figura 02 – Conjuga•‚o. ... 29

Figura 04 – Orƒgano... 32

Figura 05 – Canela. ... 34

Figura 06 – Teste de ESBL positivo para K. pneumoniae. ...51

Figura 07 – Teste de ESBL positivo para E. coli ...52

Figura 08 – Determina•‚o da CIM de C. zeylanicum frente ˆs linhagens de A. baumannii, E. colie E. faecalis. ...61

Figura 09 – Determina•‚o da CIM de C. zeylanicum frente ˆs linhagens de K. pnemoniae, P.aeruginosae MRSA...62

Figura 10 – Determina•‚o da CIM de O. vulgare frente ˆs linhagens de A. baumanni, E. colie E. faecalis...65

Figura 11 – Determina•‚o da CIM de O. vulgare frente ˆs linhagens de K. pneumoniae, P. aeruginosae MRSA...65

Figura 12 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra A. baumanniirelacionado com o tempo de incuba•‚o. ... 67

Figura 13 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra E. coli relacionado com o tempo de incuba•‚o. ...68

Figura 14 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra E. faecalis relacionado com o tempo de incuba•‚o. ...68

Figura 15 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra K. pneumoniae relacionado com o tempo de incuba•‚o. ... 69

Figura 16 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra P. aeruginosa relacionado com o tempo de incuba•‚o...70

Figura 17 – A•‚o do €leo essencial de C. zeylanicum a 0,25% contra MRSA relacionado com o tempo de incuba•‚o. ... 70

Figura 18 – A•‚o do €leo essencial de O. vulgare a 0,25% contra A. baumannii relacionado com o tempo de incuba•‚o. ... 71

(11)

Figura 21 – A•‚o do €leo essencial de O. vulgare a 0,125% contra K. pneumoniaerelacionado com o tempo de incuba•‚o. ... 73 Figura 22 – A•‚o do €leo essencial de O. vulgare a 0,125% contra P. aeruginosa

(12)

1 INTRODU„…O. ...18

2 OBJETIVOS...21

2.1 Geral. ...21

2.2 Espec‡ficos. ...21

3 REVIS…O DE LITERATURA. ...22

3.1 Agentes antimicrobianos...22

3.1.1 Agentes antibacterianos β – lact‹micos. ... 23

3.1.2 Agentes antibacterianos n‚o β – lact‹micos. ...24

3.2 Resist„ncia bacteriana...25

3.3 Produtos naturais – €leos essenciais. ... 31

3.4 ’leos essenciais...32

3.4.1 Origanum vulgare. ...33

3.4.2 Cinnamomum zeylanicum ...34

3.5 Microrganismos. ... 36

3.5.1 Enterococcus faecalis...36

3.5.2 Staphylococcus aureus. ...39

3.5.3 Escherichia coli...41

3.5.4 Klebsiella pneumoniae ...42

3.5.5 Acinetobacter baumannii. ...43

3.5.6 Pseudomonas aeruginosa...45

4 MATERIAL E M†TODOS. ... 49

4.1 Amostras biol€gicas...49

4.2 Processamento das amostras cl‡nicas e identifica•‚o bacteriana. ...50

4.3 Teste de sensibilidade aos antimicrobianos. ...51

4.4 ’leos essenciais e fitoconstituintes. ... 53

4.5 Teste de triagem de avalia•‚o da atividade antibacteriana de €leos essenciais e fitoconstituintes...53

4.6 Determina•“es da concentra•‚o inibit€ria m‡nima (CIM). ...55

4.7 Determina•“es da Concentra•‚o Bactericida M‡nima (CBM). ...56

(13)
(14)

multirresistentes. 2009 [Tese de Doutorado]. 98f. Jo‚o Pessoa, PB

RESUMO

Um dos maiores problemas mundiais de sa…de ƒ a resist„ncia que as bactƒrias v„m adquirindo aos antimicrobianos, e que se acentua cada vez mais dificultando o seu combate. As infec•“es hospitalares provocadas por esses microrganismos dificilmente ser‚o debeladas com terap„utica de rotina, mesmo assim, os antibi€ticos permanecem a principal op•‚o terap„utica. Como alternativa para o tratamento dessas infec•“es destaca-se a pesquisa de antimicrobianos de origem vegetal. Neste trabalho objetivou-se determinar a atividade antibacteriana dos €leos essenciais de Origanum vulgareL. (orƒgano) e Cinnamomum zeylanicumB. (canela) contra bactƒrias multirresistentes; Identificar a incid„ncia de pat€genos multirresistentes como agentes etiol€gicos dos processos infecciosos em pacientes atendidos em um nosocŽmio; determinar “in vitro” a concentra•‚o inibit€ria m‡nima (CIM) dos referidos €leos sobre as bactƒrias cujo crescimento foi inibido pelos respectivos €leos; confirmar a concentra•‚o bactericida m‡nima (CBM) dos €leos testados sobre as cepas bacterianas ap€s a detec•‚o da CIM e avaliar a interfer„ncia dos €leos estudados atravƒs da curva cinƒtica bacteriana. Foi realizado um “screening” preliminar, utilizando-se a tƒcnica de difus‚o em •gar. A CIM foi determinada pelo mƒtodo de microdilui•‚o, partindo-se de solu•“es com as concentra•“es finais de 8,0 atƒ 0,125%, obtendo-se os seguintes resultados: O €leo essencial de C. zeylanicum inibiu a multiplica•‚o das bactƒrias nos seguintes percentuais e concentra•“es: 95,83% - 8%; 91,66 – 2% e 79,1% - 1%. O €leo essencial de O. vulgare inibiu a multiplica•‚o das bactƒrias nos percentuais e concentra•“es respectivos de 75% 0,125%; 83,33 – 0,25% e 100 % -0,5%. Com base nos dados obtidos pode-se afirmar que nesse estudo as amostras bacterianas isoladas como Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii e

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€leo essencial de C. zeylanicum B. n‚o revelou propriedades bactericidas, quando testado nas CBM’s sobre os microrganismos testes. O €leo essencial de

O. vulgare L. apresentou atividade bactericida sobre a totalidade das bactƒrias Gram positivas e Gram negativas estudadas, em uma CBM de 0,5%. O efeito bactericida do O. vulgare L. sobre bactƒrias multirresistentes observado no estudo, foi um dado muito importante, visto que, os valores encontrados assemelham-se com as drogas de …ltima gera•‚o utilizadas na pesquisa. Na cinƒtica bacteriana os €leos essenciais de C. zeylanicum B. e O. vulgare L. inibiram o crescimento dos microrganismos testados no intervalo de 0,0 a 120 minutos. Os valores antimicrobianos dos €leos essenciais testados encontrados nos ensaios conduzem ˆ aplica•‚o de novas metodologias, visando ˆ utiliza•‚o de forma racional dos mesmos na terap„utica antibacteriana.

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multiresistant. 2009. [Thesis of Doctorate]. 98f. Jo‹o Pessoa, PB.

ABSTRACT

One of the largest world health problem is the bacteria resistance acquired to the antimicrobials, and that increases more and makes difficult their treatment. The nosocomial infections caused by these microorganisms difficultly will be eradicated by routine therapeutic methods, and even so, the antibiotics are considered the main therapeutic option. As alternative to treatment of those infections are considered the research of antimicrobials obtained of vegetable origin. The aim of this work was to determine the antibacterial activity of the essential oils obtained from Origanum vulgareL. and Cinnamomum zeylanicumB. against multiresistant bacteria strains; to identify the incidence of multiresistant pathogens as etiological agents of the infectious processes in nosocomial patients; to determine "in vitro" the minimum inhibitory concentration (MIC) of these referred oils against the bacteria whose growth was inhibited in the preliminary tests with the respective oils; to confirm the minimum bactericidal concentration (MBC) of the tested oils on the bacterial strains after the detection of CIM and to evaluate the interference of the studied oils using the bacterial kinetic curve. A preliminary "screening" was determined using the diffusion agar technique. The CIM was determined by the microdilution method, starting with solutions in the final concentrations of 8,0 up to 0,125%, obtaining the following results: The cinnamomum essential oil inhibited the multiplication of the bacteria in the following percentiles and concentrations: 95,83% - 8%; 91,66 - 2% and 79,1% - 1%. The origanumessential oil inhibited the bacteria multiplication in the respective percentile and concentrations of 75% 0,125%; 83,33 0,25% and 100% -0,5%. Based in the obtained data could be affirmed that in these studies the isolated bacterial strains such as Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumanniiand Pseudomonas aeruginosa

(17)

activity in about the totality of the Gram positive and Gram negative bacteria studied, using a CBM of 0,5%. The bactericidal effect of the O. vulgare L. observed in the study against multiresistant bacteria, it was a very important die, considering that the found acquired values resemble each other with the drugs of last generation used in the research. In the bacterial kinetics the essential oils of C. zeylanicum B. and O. vulgareL. inhibited the microorganisms growth of the tested in the interval from 0,0 to 120 minutes. The antimicrobial values of the tested essential oils found in the experiments conduct or indicate to the application of new methodologies, looking for the way to a rational use of the same ones in the antibacterial therapeutics.

(18)

1 INTRODU„…O

Um dos maiores problemas mundiais em rela•‚o ˆ sa…de, ƒ a resist„ncia que as bactƒrias v„m adquirindo aos antimicrobianos. Este problema se acentua cada vez mais e torna-se dif‡cil combat„-lo, a exemplo das infec•“es hospitalares provocadas por esses microrganismos, pois, dificilmente ser‚o debeladas de forma efetiva. Dessa maneira, para que o uso racional de antibi€ticos seja recomend•vel, se faz necess•rio condutas terap„uticas baseadas no conhecimento da escolha do antibi€tico que deve ser prescrito, sem negligenciar tend„ncias de perfis de resist„ncia bacteriana, de uma forma mais abrangente.

Observa-se ainda que, as infec•“es bacterianas n‚o hospitalares, do trato respirat€rio e trato urin•rio s‚o tambƒm respons•veis por grande parte das prescri•“es de antibi€ticos. Na maioria das vezes, n‚o h• identifica•‚o do agente bacteriano e seu respectivo perfil de sensibilidade, e a sele•‚o do antibi€tico ƒ feita de forma emp‡rica, baseada principalmente no tipo de infec•‚o, s‡tio biol€gico, gravidade, sexo, idade e dados epidemiol€gicos (OBER, 1998).

— importante observar, que os maiores ‡ndices de resist„ncia bacteriana aos antibi€ticos s‚o verificados pela automedica•‚o, descontrole da prescri•‚o e venda de antibi€ticos para o uso humano (ROSA, 2001). Outros fatores podem tambƒm influenciar este fato, como o uso excessivo ou inadequado de antibi€ticos na medicina humana, veterin•ria, e na agricultura, que contribuem para o aumento r•pido da preval„ncia de microrganismos resistentes aos medicamentos, tornando os antibi€ticos ineficazes (BERQUI’ et al., 2004).

(19)

animais doentes, como promotores de crescimento e de destrui•‚o de pat€genos no g„nero aliment‡cio (LONNROTH, 2003).

Embora existam estudos sobre o emprego desses medicamentos, n‚o h• nenhuma garantia que eles resultar‚o em drogas novas ou vacinas no futuro pr€ximo. Desde 1970, n‚o foi descoberta nenhuma nova classe de antibi€ticos para combater as doen•as infecciosas, em mƒdia, pesquisa e desenvolvimento de drogas antimicrobianas levam 10 a 20 anos para serem conclu‡das. Desta maneira n‚o se pode desperdi•ar a oportunidade de controlar, e eventualmente, eliminar as doen•as infecciosas mais perigosas. — necess•rio um programa r•pido para o combate desses microrganismos durante esta dƒcada, pois poderia ser invi•vel a sua realiza•‚o no futuro, por se tornar mais dispendioso, segundo a Organiza•‚o Mundial de Sa…de (2000).

Diversos fatores destacam o crescimento da ind…stria qu‡mica farmac„utica, o crescente custo dos medicamentos sintƒticos, seus efeitos colaterais entre outros. A divulga•‚o ampla dos ideais naturalistas, atualmente vem ganhando grande impulso e ressalta a import‹ncia da fitoterapia usada como alternativa para o combate das mais variadas doen•as (VERLET, 1992; SCHEFFER, 1998). Assim, a variedade de substancias qu‡mica presentes nas diferentes partes das plantas com a•‚o farmacol€gica como cumarinas, flavon€ides, terpen€ides, alcal€ides, taninos, entre outros (COWAN, 1999), tem despertados o interesse dos pesquisadores do mundo inteiro para investiga•‚o de novos antibi€ticos (CUNHA, 1995; COW AN, 1999).

(20)

realizados, em todo mundo (RECIO; RIOS, 1989; COOKSON, 1993; HAMMER; CARSON; RILEY, 1999; BENKEBLIA, 2003; GIBBONS et al., 2003).

Portanto, a resist„ncia bacteriana representa um problema de relev‹ncia mundial, que dificulta a a•‚o na •rea de sa…de, no combate do tratamento das infec•“es bacterianas, principalmente das infec•“es hospitalares. Este aspecto inquieta os pesquisadores, e faz aumentar os esfor•os na busca de novos antimicrobianos. As dificuldades encontradas na descoberta de agentes de origem sintƒtica ou microbiana merecem a „nfase dada pelos pesquisadores ao estudo das plantas com peculiaridades medicinais. O problema ƒ preocupante e comporta estudos que tem como objetivo principal a comprova•‚o da atividade antibacteriana dos €leos essenciais (de Origanum Vulgare e Cinnamomum zeylanicum) contra cepas multirresistentes, a partir de pesquisas que tenham esse delineamento, um eficaz bactericida poder• ser desenvolvido.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Determinar a atividade antibacteriana dos €leos essenciais de Origanum vulgare L..e Cinnamomum zeylanicumB. contra bactƒrias multirresistentes

2.2 Espec‰ficos

 Identificar a incid„ncia de pat€genos multirresistentes como agentes etiol€gicos dos processos infecciosos em pacientes atendidos em um nosocŽmio;

 Determinar “in vitro” a concentra•‚o inibit€ria m‡nima (CIM) dos referidos €leos sobre as bactƒrias cujo crescimento foi inibido pelos respectivos €leos;

 Confirmar a concentra•‚o bactericida m‡nima (CBM) dos €leos testados sobre as cepas bacterianas ap€s a detec•‚o da CIM;

(22)

3 REVIS…O DE LITERATURA

3.1 Agentes antimicrobianos

Alexander Fleming descobriu a penicilina em 1929 e seus efeitos sobre os microrganismos Gram positivos. Fleming conservou suas culturas por duas a tr„s semanas antes de desprez•-las. Ao observ•-las, percebeu que os

Staphylococcus semeados pareciam dissolver-se e o fungo que contaminou a cultura era um organismo raro chamado Penicilium. A cultura foi submetida a temperaturas frias e depois mornas, condi•“es necess•rias para que houvesse o seu crescimento (ROSSI; ANDREAZZI, 2005).

Todavia, a terapia antibacteriana tornou-se dispon‡vel em 1932, com a descoberta das sulfonamidas por Gerhardt Domagt. Apenas em 1940 a penicilina foi produzida em maior escala, dando origem ˆ “era dos antibi€ticos”, tida como a maior revolu•‚o na sa…de p…blica e na medicina. Verificou-se ainda, que Howard Florey e Ernest Chain produziram um extrato de penicilina, nascendo assim o primeiro antibi€tico potente. A partir da‡, mudou-se a maneira como a medicina estava sendo praticada. A terapia e a profilaxia com antibi€ticos transformaram-se, em regra, na pr•tica mƒdica em todos os tipos de tratamento, com indica•‚o correta ou n‚o. Ainda em 1940, Ernest Chain e Abraham descobriram uma subst‹ncia origin•ria da Escherichia coli capaz de inativar a penicilina constituindo o primeiro produto bacteriano reconhecido como resistente a um agente antibacteriano (ROSSI; ANDREAZZI, 2005).

(23)

3.1.1 Agentes antibacterianos β - lact‹micos

A maioria dos antibi€ticos que atuam na inibi•‚o da s‡ntese da parede celular ƒ classificada como antibi€ticos β - lact‹micos estando inclu‡das nessa classe as penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, monobact‹micos, carbapenemas. Todos estes agentes antibacterianos possuem em comum o anel β- lact‹mico, que ƒ composto de tr„s •tomos de carbono e um de nitrog„nio. A vancomicina, mesmo n‚o sendo um β – lact‹mico bem como outros antibi€ticos, interferem na constru•‚o da parede celular (ALTHERTHUM, 2004; MURRAY et al., 2006).

Todas as penicilinas possuem um anel β- lact‹mico e apresentam cadeias laterais diferenciadas, quimicamente ligadas ao n…cleo (TORTORA; FUNKE, CASE, 2002). Podem ser sintƒticas ou naturais inclusive extra‡das de fungos como as G e V. A penicilina (semi - sintƒtica), mostrou-se eficiente por n‚o ser degradada pela β - lactamase; a partir da‡ outras penicilinas semi-sintƒticas surgiram (BLACK, 2002).

Outras subst‹ncias como as cefalosporinas, foram isoladas de bolores como Cephalosporium (Acremonium), gerando produtos de primeira, segunda, terceira e quarta gera•‚o. Alguns dos antibi€ticos β - lact‹micos apresentam espectro restrito (atuam somente sobre bactƒrias Gram negativas aer€bias), como os monobact‹micos que apresentam vantagem de combater infec•“es causadas por microrganismos suscet‡veis sem afetar a microbiota normal (ALTHERTHUM, 2004; MURRAY et al., 2006).

O imipenem, um carbapen„mico, apresenta amplo espectro atuando sobre microrganismos aer€bios e anaer€bios, embora alguns Staphylococcus

“resistentes a meticilina” tenham demonstrado menor sensibilidade. Este mesmo comportamento foi verificado em algumas cepas resistentes de P. aeruginosa

(24)

Os Inibidores de β - lactamases (•cido clavul‹nico, tazobactam e o sulbactam s€dico) s‚o capazes de atuar sobre as β - lactamases, permitindo a a•‚o do antimicrobiano β - lact‹mico. Estas substancias s‚o utilizadas em associa•‚o com outras que possuem o anel β - lact‹mico como: amoxacilina, ticarcilina, piperacilina e ampicilina (ALTHERTHUM, 2004; MURRAY et al., 2006).

Algumas subst‹ncias como os glicopept‡deos (vancomicina) t„m a capacidade de interromper a s‡ntese do peptidoglicano da parede celular de bactƒrias Gram positivas em crescimento. O mecanismo de a•‚o ƒ desencadeado quando o glicopept‡deo interage com o terminal D alanil D -alanina da cadeia lateral de pentapept‡deo, o que interfere por competi•‚o com a forma•‚o das partes entre as cadeias do peptideoglicano (MURRAY et al., 2006).

3.1.2 Agentes antibacterianos n‚o β - lact‹micos

S‚o compostos que atuam na inibi•‚o da s‡ntese de prote‡nas e s‚o classificados como antibi€ticos n‚o β - lact‹micos. E est‚o inclu‡dos nessa classe os aminoglicos‡deos, tetraciclinas, cloranfenicol e macrol‡deos, bem como os inibidores da s‡ntese dos •cidos nuclƒicos, como as quinolonas e rifampicina (BLAKER, 2002; TORTORA; FUNKE; CASE, 2002; ALTHERTHUM, 2004; MURRAY et al., 2006).

Os aminoglicos‡deos s‚o subst‹ncias obtidas de v•rias espƒcies dos g„neros Streptomyces e Micromonospora. A estreptomicina (primeira subst‹ncia a ser descoberta) foi eficiente sobre algumas bactƒrias, que posteriormente se tornaram resistente. Os aminoglicos‡deos assim como a estreptomicina causam danos ˆ sa…de sendo nefro e otot€xica. Costumam ser administradas em associa•‚o com outras drogas produzindo sinergismo, facilitando o combate da infec•‚o (BLACK, 2002; ALTHERTHUM, 2004).

(25)

apresenta o mais amplo espectro de atividade, mas destroem a microbiota normal promovendo dist…rbios gastrintestinais como superinfec•“es por

Proteus, Pseudomonas e Staphylococcus tetraciclinas resistentes (BLACK, 2002; TORTORA; FUNKE; CASE, 2002).

Os macrol‡deos e as lincosamidas s‚o bacteriost•ticos sendo produzidos por diversas cepas de Streptomyces erythreus e lincomensis

respectivamente, enquanto os macrol‡deos s‚o eficientes no tratamento de infec•“es causadas por Streptococcus, Corynebacterium e Streptococcus pneumoniae (BLACK, 2002), a lincomicina e o seu derivado clindamicina (mais utilizada por ser menos t€xica), s‚o eficientes contra Bacteroides e outros anaer€bios, com exce•‚o do Clostridium difficile (BLACK, 2002; MURRAY et al., 2006).

As fluoroquinolonas tratam-se de um novo grupo de drogas bactericidas sintƒticas, an•logas ao •cido nalid‡xico, ƒ eficiente contra muitas bactƒrias Gram positivas e Gram negativas. Estas drogas inibem a s‡ntese de DNA bacteriano pelo bloqueio da DNA girase, a enzima que desenrola a dupla hƒlice do DNA na etapa preparat€ria para a sua replica•‚o. Norfloxacino, ciprofloxacino, gatifloxacino e levofloxacino fazem parte dessa classe. Resist„ncia pode ocorrer rapidamente em Pseudomonas, Staphylococcus

resistentes ˆ oxacilina e Enterococcus. J• as quinolonas de ultima gera•‚o t„m melhor atividade contra bactƒrias Gram negativas, sendo muito eficientes em infec•“es urin•rias causadas por microrganismos multirresistentes (MURRAY et al., 2006).

3.2 Resist„ncia bacteriana

(26)

A resist„ncia bacteriana a diversos antibi€ticos e quimioter•picos imp“e sƒrias limita•“es ˆs op•“es para o tratamento de infec•“es bacterianas representando uma amea•a para a sa…de p…blica. Esta resist„ncia prolifera-se rapidamente (NICOLAOU et al., 1999), atravƒs de transfer„ncia genƒtica de bactƒrias Gram positivas (Enterococcus, Staphylococcus, Streptococcus).

— dif‡cil entender os mecanismos de resist„ncia bacteriana sem conhecer a fisiologia bacteriana, a farmacologia das drogas antimicrobianas e a biologia molecular dos agentes infecciosos (KONEMAN et al., 2001).

Mediante o que exp“e Amato Neto et al. (1985), a resist„ncia microbiana pode ser natural ou adquirida. A primeira consiste nos mecanismos permanentes estabelecidos geneticamente, n‚o apresentando liga•‚o com o desenvolvimento de doses de antibi€ticos (SUSSMANN; MATTOS; RESTREPO, 2002). Sendo, portanto observada em bactƒrias primitivamente resistentes a determinados antibi€ticos (intr‡nseca). A referida forma de resist„ncia j• existia naturalmente, em per‡odo anterior a descoberta dos antibi€ticos (AMATO NETO et al., 1985).

Amato Neto et al. (1985) afirmam que a resist„ncia adquirida ocorre em uma bactƒria originalmente sens‡vel, que vem a ser resistente em certo per‡odo, pois ocorre mudan•a em sua estrutura celular. Essa transforma•‚o pode ocorrer no cromossomo da cƒlula bacteriana (cromossŽmica). Se a modifica•‚o ocorrer fora do cromossomo da cƒlula bacteriana, a resist„ncia ƒ tida como extracromossŽmica.

Considerando-se, que a resist„ncia cromossŽmica est• subordinada a muta•‚o espont‹nea, constituindo evento raro, ela ƒ direcionada na maioria das vezes a uma s€ droga e os genes s‚o encaminhados com frequ„ncia relativamente baixa. Dessa forma, seu impacto cl‡nico tem menor poder que o da resist„ncia plasmidial (GOMES, 2008). Contudo, os mutantes cromossŽmicos resistentes ˆ rifampicina aparecem com grande frequ„ncia (10-7 a 10-5), por isso, o tratamento de infec•“es bacterianas com rifampicina como …nico f•rmaco quase sempre n‚o tem „xito (JAWETZ et al., 2000).

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ribossomo bacteriano, apresenta-se como receptor para a liga•‚o da estreptomicina. A muta•‚o no gene que controla essa prote‡na estrutural proporciona uma resist„ncia ˆ estreptomicina. Uma fra•‚o diminuta da regi‚o do cromossomo bacteriano possui genes estruturais que codificam diversos receptores de f•rmacos, principalmente para antimicrobianos, como a eritromicina, a lincomicina e os aminoglicos‡deos. Percebe-se tambƒm, o fato que, a muta•‚o pode ter por conseq™„ncia a diminui•‚o de prote‡nas ligadoras de penicilinas (PBPs), transformando esses mutantes resistentes em agentes Œ – lact‹micos (JAWETZ et al., 2000).

Na resist„ncia extracromossŽmicas as bactƒrias, majoritariamente, disp“em de elementos genƒticos extras cromossŽmicos, designados de plasm‡dios (JAWETZ et al., 2000). Os plasm‡dios s‚o molƒculas circulares duplas de DNA que est‚o afastadas do DNA cromossŽmico. Todos os plasm‡dios possuem no m‡nimo, uma sequ„ncia de DNA que se mostra como uma fonte de replica•‚o ou ori (um ponto inicial para a replica•‚o de DNA), e que d• condi•“es ao DNA do plasm‡dio replicar-se, independentemente, do DNA cromossŽmico. A figura 01 destaca o desenho esquem•tico de um plasm‡dio com resist„ncia a antibi€ticos.

Figura 01: Plasm‡dio com resist„ncias a antibi€ticos (1 e 2) e um ori (3).

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Plasm%C3%ADdeo, 2009

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resist„ncia a um ou, na maioria das vezes a diversos agentes antimicrobianos e metais pesados. Os genes plasmidiais respons•veis pela resist„ncia antimicrobiana, sempre controlam a constitui•‚o de enzimas destruidoras desses agentes antimicrobianos. Dessa forma, os plasm‡dios fixam a resist„ncia ˆs penicilinas e cefalosporinas, comunicando genes para a cria•‚o de β– lactamases. Os plasm‡dios codificam enzimas, que eliminam o cloranfenicol (acetiltransferase), enzimas que “acetilam”, “adenilam” ou “fosforilam” muitos aminoglicos‡dios, enzimas que geram a condu•‚o ativa de tetraciclinas mediante a membrana celular, e v•rias outras (JAWETZ et al., 2000; TORTORA; FUNKE; CASE, 2002).

— relevante destacar que os plasm‡dios t„m a possibilidade de se mostrar unidos ao cromossomo, sendo capazes de transferir genes cromossŽmicos. A maioria transfere o gene de resist„ncia para espƒcies n‚o aparentadas geneticamente (GOMES, 2008).

O material genƒtico e os plasm‡dios t„m a possibilidade de ser enviados mediante mecanismos de conjuga•‚o, transdu•‚o, transforma•‚o e transposi•‚o (JAWETZ et al., 2000; TORTORA; FUNKE; CASE, 2002).

A conjuga•‚o acontece no momento em que a transfer„ncia de resist„ncia, atravƒs do fator R, ocorre devido o contato f‡sico entre as cƒlulas bacterianas (AMATO NETO et al., 1985). No processo de conjuga•‚o, ocorre a transfer„ncia unilateral de material genƒtico entre bactƒrias do mesmo g„nero ou g„neros distintos. Tal mecanismo ƒ mediado por fator de fertilidade (F), que traz por consequ„ncia a extens‚o de f‡mbrias (pili) sexuais da cƒlula doadora (F+) para a cƒlula receptora.

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Figura 02:Conjuga•‚o

Fonte:GOMES, 2008

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Figura 03: TransduŠ‹o Fonte: GOMES, 2008

Segundo Gomes (2008), a transforma•‚o constitui a incorpora•‚o de um material genƒtico livre no meio, por uma cƒlula bacteriana. Raro in vivo, pode acontecer das seguintes formas: Atravƒs da extra•‚o de DNA de uma espƒcie de bactƒria, e coloc•-lo em uma bactƒria geneticamente diversa; ou, uma bactƒria que foi morta pode liberar seu material genƒtico e este ser capturado por outra bactƒria (m. resist„ncia).

Esse modo de transfer„ncia de genes ƒ tido, como um fenŽmeno laboratorial, contudo percebeu-se transforma•‚o de ocorr„ncia natural em culturas de Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, espƒcies de

Bacillus e deNeisseria(MURRAY et al., 2006).

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muitos s‡tios do DNA hospedeiro, e, certas vezes extrapolam ocasionando muta•“es letais (TORTORA; FUNKE; CASE, 2002; GOMES, 2008).

Levando-se em considera•‚o a a•‚o farmacol€gica que in…meras plantas possuem, ƒ relevante o atual empenho dos pesquisadores demonstrado atravƒs de estudos mais aprofundados sobre novas propriedades que as plantas podem oferecer no combate a in…meras patologias (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995).

3.3 Produtos naturais – €leos essenciais

O uso de plantas como estratƒgia terap„utica ƒ praticado por cerca de 85% da popula•‚o dos pa‡ses em desenvolvimento. Alƒm disso, aproximadamente 120 medicamentos utilizados na medicina s‚o provenientes diretamente de plantas, enquanto muitos outros f•rmacos s‚o obtidos por semi-s‡ntese de produtos vegetais ou por semi-s‡ntese baseada em molƒculas vegetais precursoras (PEZZUTO, 1997).

A partir da dƒcada de 70 houve uma mudan•a do ideal de sa…de, implicando na conscientiza•‚o da import‹ncia do equil‡brio entre o homem e o ecossistema em que habita, em busca de uma melhoria na qualidade de vida. Dessa forma, valorizou-se a medicina natural como alternativa ao tratamento das doen•as (SANTOS 1995).

O Brasil, por ser um pa‡s de miscigena•‚o racial, e, portanto cultural, ƒ influenciado pela crendice, principalmente africana e ind‡gena, sobre o poder m•gico das ervas usadas em ch•s na cura de patologias (SANTOS; DIAS PINTOS; MARTINS, 1995). Alƒm disso, a AmazŽnia ƒ a maior reserva de biodiversidade do mundo, sendo considerada inestim•vel pela sua flora, ainda pouco conhecida.

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biologicamente ativos. Aparecem como parte fundamental no controle da sa…de em muitas partes do mundo e ao longo de dƒcadas t„m despertado o interesse de v•rios pesquisadores (CEBALLOS et al., 1993; LIMA, 1996; CUNHA, 1995; COWAN, 1999; FARIAS; LIMA, 2000; BEL—M, 2002; MICHELIN et al., 2005). Embora, na medicina popular, as plantas s‚o utilizadas, concomitantemente, com uso de medicamentos convencionais n‚o levando em considera•‚o as intera•“es medicamentosas (AMORIM, 1999).

A cultura, a cren•a e o desconhecimento da popula•‚o, sobre a toxicidade das plantas medicinais e a quantidade ingerida pelas pessoas doentes, s‚o fatores que dificultam o diagn€stico e o tratamento em casos de rea•“es toxicol€gicas causadas por intera•“es de produtos derivados de plantas (PINILLOS et al., 2003).

3.4 ’leos essenciais

Os €leos essenciais s‚o compostos l‡quidos complexos, org‹nicos, sol…veis em solventes org‹nicos apolares, lipof‡licos, vol•teis, delicados, arom•ticos, de sabor •cido ou picante, incolores, quando recentemente extra‡dos ou ligeiramente amarelados, e de apar„ncia oleosa. Tambƒm chamados de €leos vol•teis, €leos etƒreos ou ess„ncias e s‚o extra‡dos de diversas partes das plantas como: folhas, flores, sementes, brotos, galhos, cascas de caule, frutos e ra‡zes. Em contato com a •gua, os €leos essenciais apresentam solubilidade limitada, mas suficiente para aromatizar as solu•“es aquosas denominadas hidrolatos. E por serem vol•teis, necessitam ser estocados em recipientes hermeticamente fechados e protegidos da luz direta, calor, umidade e metais (SIMšES; SPITZER, 2003).

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estabelece generaliza•“es sobre estas atividades frente a bactƒrias Gram positivas, Gram negativas, fungos, incluindo limitado n…mero de representantes de cada espƒcie, sendo comum ˆ utiliza•‚o de apenas um exemplar catalogado como os da cole•‚o ATCC (Americam Type Culture Colletion) (HAMMER; CARSON;RILEY, 1999; SMITH - PALMER; STEWART; FYFE, 1998).

3.4.1 Origanum vulgare L.

Origanum vulgare L. conhecido como orƒgano ƒ um vegetal da fam‡lia Lamiaceae. Herb•cea, bastante ramificado, perene, ereto, arom•tico, de hastes certas vezes arroxeadas, possuindo propor•‚o de 30 a 50 cm de altura, ƒ origin•rio de regi“es montanhosas e pedregosas do sul da Europa, cultivado largamente na regi‚o sul e sudeste do Brasil, para uso culin•rio. A dimens‚o de suas folhas possui de 1 a 2 cm de comprimento ao passo que suas flores, no que se refere ao aspecto crom•tico, s‚o esbranqui•adas, rosas ou viol•ceas, arranjadas em infloresc„ncias paniculadas terminais (Figura 04).

Na medicina ƒ muito usado devido as suas variadas propriedades terap„uticas como antibacterianas, antif…ngicas, antiinflamat€rias, antioxidantes, anticancer‡genas, emolientes e digestivas (JOLY, 1998; LORENZ; MATOS, 2002). Essas peculiaridades medicinais adv„m do carvacrol, composto qu‡mico, inserido em sua composi•‚o, considerado o constituinte elementar desta planta, o qual se mostra em demasia na mesma (KAMEL, 2000). Ressalta-se, que o carvacrol age na parede celular das bactƒrias, ocasionando a quebra da membrana externa (DORMAN; DEANS, 2000).

Figura 04.Orƒgano

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Na composi•‚o qu‡mica de suas folhas e infloresc„ncias observa-se a exist„ncia de atƒ 1% de €leo essencial, com mƒdia de 40 a 70% de carvacrol, seguido de borneol, cineol, terpineol, terpineno e timol. A atividade antimicrobiana de carvacrol e timol v„m sendo o alvo de diversas pesquisas, e o €leo de O. vulgare foi identificado como de alta atividade antif…ngica no combate a pat€genos humanos (REHDER et al., 2004).

O €leo essencial ƒ utilizado na composi•‚o de aromatizantes de alimentos e de perfumes. Toda a planta ƒ usada na medicina domƒstica, costume esse origin•rio da It•lia. A literatura etnofarmacol€gica confere a esta planta peculiaridades estimulantes do sistema nervoso, forte a•‚o analgƒsica, espasmol‡tica, sudor‡fica, facilitador da digest‚o e da atividade uterina, assim como expectorante brando. Na homeopatia ƒ utilizado para desenvolver a excitabilidade sexual (SIGNOR et al., 2007).

3.4.2 Cinnamomum zeylanicum B.

Cinnamomum zeylanicum B., canela constitui uma das mais antigas especiarias conhecidas. Sua utiliza•‚o ƒ descrita desde os tempos remotos e o controle de seu comƒrcio foi um dos incentivadores das grandes explora•“es mar‡timas; advƒm o primeiro relato leg‡timo sobre a canela ocorreu em trabalhos escritos na China no sƒculo IV a.C. O produto ƒ formado pela casca seca de muitas espƒcies do g„nero Cinnamomum, fam‡lia Lauraceae, sendo reconhecidas quatro espƒcies como as de maior relev‹ncia no comƒrcio internacional: canela do Ceil‚o (Cinnamomum verum Presl, sin. C. zeylanicum

Bl.); canela de Saigon (C. loureirii Nees); c•ssia ou canela da China (C. cassia

Presl) e canela ou c•ssia da Indonƒsia ou de Padang (C. burmannii (C.G. e Th.Nees) Bl.). A canela do Ceil‚o, a original canela do comƒrcio, ƒ origin•ria do Sri Lanka (antigo Ceil‚o), fundamental produtor e exportador, seguido de Seychelles, Madagascar e ›ndia (PURSEGLOVE et., 1981).

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agrad•vel, tendo sabor adocicado brandamente picante quando utilizada em forma de p€ aromatizante na culin•ria (VERNON; RICHARDS, 1976; SOUSA et al., 1991).

Figura 05 – Canela

Fonte: www.jardimdeflores.com.br, 2009

A obten•‚o do €leo essencial tanto das cascas como das folhas ocorre por destila•‚o a vapor. O €leo essencial da casca de canela ƒ rico em alde‡do cin‹mico, enquanto o das folhas apresenta composi•‚o diferente, sendo fonte de eugenol. Os €leos essenciais conseguidos com base nas cascas e das folhas, e ainda a oleoresina, s‚o matƒrias – primas de grande utiliza•‚o nas ind…strias de alimentos e bebidas, de perfumaria e farmac„utica. O Brasil costuma importar de diversos pa‡ses grandes volumes tanto de cascas como do €leo essencial, devido ˆ aus„ncia do seu cultivo comercial. O clima e as condi•“es do solo atingem esta planta fortemente, caso em que uma mesma espƒcie ou variedade, cultivada em outro pa‡s, pode ocasionar uma casca de qualidade bem diversa da conseguida no Sri Lanka, seu pa‡s de origem (GUENTHER, 1950).

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Quanto ao ‹mbito medicinal observa-se, seu largo uso atribuindo-lhe caracter‡sticas como arom•tica, estimulante da circula•‚o, do cora•‚o e aumenta a press‚o, vŽmitos nervosos, febre, anti- sƒptica, aperiente, digestiva, sedativa, tŽnica e vasodilatadora (ALMEIDA, 1993).

3.5 Microrganismos

3.5.1 Enterococcus faecalis

S‚o cocos Gram positivos que se apresentam isolados, aos pares e em cadeia. Pertencem ˆ fam‡lia Streptococaceae e se diferenciam fenotipicamente dos outros Streptococcus por sua capacidade de se desenvolver em presen•a de bile a 40% e hidrolisar a esculina, sendo capazes de crescer em meio contendo 6,5 % de NaCl. Estes organismos podem ser α, β e γ hemol‡ticos ap€s crescimento em Šgar sangue de carneiro. — importante saber, que a maioria dos E. faecalis mostra resist„ncia ˆ penicilina. Esses microrganismos s‚o residentes normais do trato gastrintestinal e biliar e, em menores n…meros, da vagina e da uretra masculina.

Atualmente, s‚o os agentes cada vez mais importantes de doen•as humanas, devido, grande parte das espƒcies possuir resist„ncia a agentes antimicrobianos aos quais outros Streptococcus s‚o geralmente sens‡veis. Os

Enterococcus in vitro apresentam MIC para a penicilina 10 a 100 vezes maiores do que o MIC de outros Streptococcus. Os Enterococcus constituem a segunda causa mais comum de infec•“es hospitalares do trato urin•rio e de feridas, e ainda constituem a terceira causa mais comum de bacteremia hospitalar.

Podem ser isolados tambƒm de pacientes com endocardite subaguda e septicemia, assim como de outras feridas infectadas, abscessos peritoniais e pƒlvicos profundos, encontrando-se geralmente em associa•‚o com outras espƒcies bacterianas, como parte de uma infec•‚o polimicrobiana (KUSUDA et al., 1991; FELMINGHAM et al., 1992).

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conjuga•‚o entre espƒcies ou atƒ g„neros diferentes (o que pode resultar em difus‚o de genes, como parte de transposons conjugativos), ou por meio de plasm‡dios respons•veis por feromŽnios (MURRAY, 1988, citado por LEME; FERREIRA, 2001).

A resist„ncia ˆs penicilinas e ˆs cefalosporinas, de v•rias gera•“es, da aquisi•‚o de resist„ncia de alto n‡vel aos aminoglicos‡deos e atualmente, do aparecimento de resist„ncia a vancomicina, essas bactƒrias est‚o frequentemente envolvidas, em superinfec•“es graves entre pacientes submetidos ˆ quimioterapia antimicrobiana de amplo espectro. Comumente E. faecalis ƒ a bactƒria mais isolada do g„nero, estando associado 80 – 90 % das infec•“es enteroc€cicas humanas, enquanto E. faecium ocupa o segundo lugar, pois, ƒ isolado de 10 – 15 % das infec•“es (RUOFF et al., 1990).

A resist„ncia dos Enterococcus a uma variedade de agentes antimicrobianos contribui, efetivamente, para sua patogenicidade. Esses microrganismos exibem resist„ncia intr‡nseca de baixo n‡vel aos aminoglicos‡deos e lincosamidas, apresentam MIC relativamente elevada para as penicilinas e cefalosporinas e mostram-se resistentes ˆ a•‚o das sulfonamidas in vitro. As MICs mais elevadas dos agentes Œ – lact‹micos devem-se a uma afinidade diminu‡da das prote‡nas de liga•‚o da penicilina (PBP) da parede celular por esses f•rmacos. A resist„ncia de baixo n‡vel aos aminoglicos‡deos deve-se a sua permeabilidade reduzida atravƒs da parede celular dos Enterococcus(ELIOPOULOS, 1993).

Atƒ o inicio da dƒcada de 1980, a sensibilidade dos Enterococcus a ampicilina e a vancomicina permaneceu bastante previs‡vel. A partir dessa ƒpoca, foram relatadas espƒcies de Enterococcus resistentes a ampicilina e a vancomicina com frequ„ncia crescente. Foi demonstrado que a resist„ncia de algumas cepas de E. faecalis a ampicilina ƒ devido ˆ produ•‚o de enzimas Œ – lactamases (PATTERSON; MASECAR; ZERVOS, 1988). Subsequentemente foi relatada a ocorr„ncia de resist„ncia a ampicilina em outras cepas de

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A resist„ncia adquirida a glicopept‡deos (vancomicina e teicoplanina) em espƒcies de Enterococcus corresponde a cinco fen€tipos diferentes. Designados como vanA, vanB, vanD, vanE e vanG, sendo os dois primeiros os mais prevalentes e os de maior import‹ncia cl‡nica (DUTKA – MALEN; EVERS; COURVALIN, 1995; GOLD, 2001; WOODFORD, 2001).

Franco; Landgraf (2004) classificam os Enterococcus em 16 espƒcies e enfatizam sua utiliza•‚o como indicadores de contamina•‚o fecal dos alimentos. Apresentam algumas restri•“es, pois esses microrganismos tambƒm s‚o encontrados em ambientes diferentes do trato intestinal. Alƒm disso, por serem mais resistentes, apresentam uma sobrevida maior do que os enteropat€genos no solo, vegetais e em alimentos, principalmente, naqueles submetidos ˆ desidrata•‚o, a•‚o de desinfetantes e a flutua•“es de temperatura.

Apesar das limita•“es do uso desses microrganismos como indicadores de contamina•‚o fecal, sua presen•a em n…mero elevados nos alimentos indica a utiliza•‚o de pr•ticas sanit•rias inadequadas ou exposi•‚o do alimento a condi•“es que permitiriam a multiplica•‚o de microrganismos indesej•veis.

Em patologia animal, os Enterococcus est‚o associados a infec•“es diversas, destacando-se mastite e endocardite em bovinos e su‡nos. Em seres humanos, eles s‚o frequentemente isolados, em cultura pura ou mista, a partir de infec•“es clinicamente significativas, tais como bacteremia acompanhadas ou n‚o de endocardite, infec•“es do trato urin•rio e biliar, infec•“es de feridas e infec•“es pƒlvicas e intra-abdominais. Segundo Martins (2001), a literatura documenta o envolvimento dos Enterococcus em cerca de 10 a 12% de infec•“es hospitalares em geral; 46 % das infec•“es p€s-operat€rias; 10 % das infec•“es urin•rias e em 5 a 20% dos casos de endocardite infecciosa, classificando este grupo bacteriano como os cocos Gram positivos mais comumente isolados de casos de bacteremia polimicrobiana.

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antibi€ticos, um deles sendo um aminoglicos‡deo e o outro, um antibi€tico ativo contra a parede celular, como a penicilina ou ampicilina.

A resist„ncia adquirida por esses microrganismos aos antibi€ticos tornou-se um grande obst•culo terap„utico nos …ltimos anos. A preocupa•‚o ƒ maior ainda porque a resist„ncia ƒ transfer‡vel de um Enterococcus para outro, ou mesmo para outra bactƒria. Os genes de resist„ncia s‚o geralmente transportados por plasm‡dios conjugativos e por transposons, que tambƒm podem ser conjugativos. Os mecanismos de resist„ncia s‚o diversos, e o mecanismo da resist„ncia ˆ vancomicina ƒ peculiar (TEIXEIRA; TRABULSI, 2004).

3.5.2 Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus s‚o cocos Gram positivos im€veis, n‚o formadores de esporos pertencentes ˆ fam‡lia Micrococaceae, que podem se apresentar isolados, aos pares, tƒtrades e cadeias curtas, porƒm, aparecem predominantemente agrupados em cachos irregulares, semelhante a cacho de uva. S‚o aer€bios e anaer€bios facultativos, com maior crescimento sob condi•“es aer€bias, quando ent‚o produzem a catalase. Estes microrganismos podem se desenvolver entre 15 e 45•C. Crescem em meios simples sem inibidores (JAWETZ et al., 2000; MURRAY et.al., 2006; KONEMAN et al., 2008).

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principais. Atualmente, sabe-se que as espƒcies S. intermedius e S. hyicus

tambƒm s‚o capazes de produzir tais toxinas (JAWETZ et al., 2000; FRANCO; LANDGRAF 2004; MURRAY et al., 2006).

A coagulase ƒ uma enzima de composi•‚o qu‡mica desconhecida, com atividade semelhante ˆ protrombina, capaz de transformar o fibrinog„nio em fibrina, resultando na forma•‚o de co•gulo, vis‡vel em um sistema anal‡tico adequado (KONEMAN et al., 1997). — usada, freq™entemente, como ‡ndice de virul„ncia ou patogenicidade (MAC FADDIN, 2003). Alƒm disso, a coagulase pode contribuir para a patogenicidade pela inibi•‚o da fagocitose com deposi•‚o direta de fibrina na parede da cƒlula bacteriana, embora isto n‚o esteja claro (HOWARD et al., 1993)

Atualmente, o g„nero Staphylococcus ƒ constitu‡do de 35 espƒcies e 17 subespƒcies, muitas das quais s‚o encontradas no homem, sendo que, S. aureus ƒ a espƒcie mais importante associada ˆs doen•as estafiloc€cicas, atravƒs da produ•‚o de toxinas ou da invas‚o direta e destrui•‚o do tecido. Exemplos e caracter‡sticas de doen•as mediadas por toxinas.

Intoxica•‚o alimentar, que ap€s o consumo de alimento contaminado pela enterotoxina termoest•vel, ocorre r•pido aparecimento de vŽmito grave, diarrƒia e espasmos abdominais, com regress‚o em 24 horas. S‡ndrome da pele escaldada: h• descama•‚o disseminada do epitƒlio em crian•as, bolhas sem microrganismos ou leuc€citos. S‡ndrome do choque t€xico: intoxica•‚o multisist„mica caracterizada inicialmente por febre, hipotens‚o e uma erup•‚o eritematosa, macular e difusa, produzindo alta mortalidade quando n‚o h• r•pida antibioticoterapia e elimina•‚o do foco. Doen•as cut‹neas como carb…nculo, foliculite, fur…nculos, infec•“es de feridas e outras (bacteremia, empiema, endocardite, osteomielite, pneumonia, artrite sƒptica), s‚o citadas tendo como respons•vel este microrganismo (MURRAY et al., 2006).

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tempo vari•vel, de acordo com o n‡vel de in€culo e temperatura de incuba•‚o. Em geral, quanto mais baixa for a temperatura, maior ser• o tempo necess•rio para a produ•‚o de enterotoxina. Em condi•“es €timas, a enterotoxina torna-se evidente em quatro a seis horas (FRANCO; LANDGRAF, 2004).

Enterotoxinas estafiloc€cicas – foram identificadas cinco toxinas estafiloc€cicas sorologicamente distintas de (A-E e G-I) e tr„s subtipos de enterotoxinas C. As enterotoxinas s‚o resistentes ˆ hidr€lise pelas enzimas g•stricas e jejunais e mostram-se est•veis ao aquecimento a 100•C durante 30 minutos. Por conseguinte, uma vez contaminado um produto alimentar com

Staphylococcus produtores de enterotoxinas e ˆs toxinas sendo produzidas, nenhum reaquecimento do alimento, nem a exposi•‚o aos •cidos g•stricos, ƒ capaz de destruir sua a•‚o patog„nica.

Estas toxinas s‚o produzidas por 30 – 50% de todas as cepas de S. aureus. As enterotoxinas do tipo sorol€gico A est‚o comumente associadas ˆs doen•as, por outro lado as enterotoxinas C e D s‚o encontradas em produtos l•cteos contaminados, enquanto a enterotoxina B provoca enterocolite pseudomembranosa de origem estafiloc€cica (MURRAY et al., 2006).

3.5.3 Escherichia coli

— o agente mais comum das infec•“es do trato urin•rio e de septicemia causada por bastonetes Gram negativos. Constitui uma das causas principais de meningite neonatal; ƒ o agente mais frequente associado com a “diarrƒia dos viajantes” (LEVINSON; JAWETZ, 1998). A E. coli ƒ o anaer€bio facultativo mais abundante no c€lon e nas fezes, sendo sobrepujada em n…mero pelos anaer€bios obrigat€rios como, por exemplo: Bacter‚ides spp.

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o ant‡geno O55 e o ant‡geno O111 que causam epidemias de diarrƒia neonatal (LEVINSON; JAWETZ, 1998).

Com base nos fatores de virul„ncia, manifesta•“es cl‡nicas e epidemiol€gicas, as linhagens de E. coli consideradas patog„nicas no trato intestinal por diferentes mecanismos, atualmente, s‚o agrupadas em cinco classes: E. coli enteropatog„nica cl•ssica (EPEC), E. coli enteroinvasiva (EIEC), E. coli enterotoxig„nica (ETEC), E. coli enterohemorr•gica (EHEC) e E. coli enteroagregativa (EAEC). V•rias outras E. coli est‚o, especificamente, associadas com infec•“es urin•rias (UPEC), meningites e provavelmente outras infec•“es extra – intestinais (FRANCO; LANDGRAF, 2004; TRABULSI; ORDOžEZ; MARTINEZ, 2004; MURRAY, 2006).

3.5.4 Klebsiella pneumoniae

— um pat€geno oportunista, que causa infec•“es nosocomiais, especialmente, pneumonia e infec•“es do trato urin•rio. Esse microrganismo ƒ um importante pat€geno do trato respirat€rio, tambƒm fora dos hospitais. — uma das espƒcies mais frequente envolvidas nas infec•“es humanas. Normalmente, encontrado no intestino grosso, estando tambƒm presente no solo e na •gua. K. pneumoniae tem uma c•psula muito grande, conferindo ˆs colŽnias uma apar„ncia muc€ide brilhante (LEVINSON; JAWETZ, 1998).

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Alƒm de infec•“es urin•rias e pneumonia estes microrganismos causam bacteremia e a dissemina•‚o para outras •reas, como as meninges. Essas infec•“es s‚o de dif‡cil distin•‚o em termos cl‡nicos, com exce•‚o da pneumonia, que produz uma secre•‚o espessa e sanguinolenta (secre•‚o tipo gelƒia de amora), e pode progredir para uma necrose e a forma•‚o de abscesso.

Segundo Toledo (1999), a K. pneumoniae ƒ um dos poucos bacilos Gram negativos que causam pneumonia lobar, uma vez que a pneumonia, geralmente, se localiza nos lobos superiores. — comum sua associa•‚o com infec•“es urin•rias, endocardite e v•rios tipos de infec•“es p€s-cir…rgicas. Algumas estat‡sticas demonstraram que K. pneumoniae pode ser respons•vel por 10% das infec•“es hospitalares, apresentando nesses casos resist„ncia ˆ maioria dos antimicrobianos de uso corrente.

Mais de 95% das amostras de Klebsiella, isoladas de diferentes espƒcimes cl‡nicos, s‚o K. pneumoniae. De maneira interessante, a maioria destas amostras ƒ dipl€ide, com rela•‚o ˆ fermenta•‚o da lactose, devido ˆ presen•a, simult‹nea, de genes plasmidiais e cromossŽmicos. Esta propriedade tem interesse epidemiol€gico, pois as amostras dipl€ides proliferam, abundantemente, em produtos ricos em lactose, como o leite.

Todas as espƒcies de Klebsiella s‚o fortemente capsuladas, e com base nestes ant‡genos, muitos sorotipos j• foram caracterizados, com exce•‚o dos sorotipos: 4, 5, 6 e 3a de K. Pneumoniae, que correspondem a qualquer um dos outros 72 sorotipos, sendo os sorotipos 1 e 2 os mais frequentes (TRABULSI et al., 1999).

3.5.5 Acinetobacter baumannii

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silvestres. Sabe-se que, as espƒcies de Acinetobacter desempenham um importante papel na coloniza•‚o e infec•‚o de pacientes hospitalizados, e ƒ o segundo organismo n‚o fermentador encontrado em laborat€rio cl‡nico, ap€s a

P. aeruginosa. Pode ocasionar pneumonia, bacteremia, endocardite, infec•“es do trato urin•rio, meningite, peritonite em pacientes com di•lise peritonial, infec•“es de pele e feridas, celulite, e casos espor•dicos de conjuntivite, otite mƒdia, osteomielite e sinovite. Em pacientes com queimaduras ou imunodeficientes, age como pat€geno oportunista, produzindo sepse (BERGONE – B—REZIN; TOWNER, 1996; VILLEGAS; HARTSTEIN, 2003; FRANZOLIN, 2004).

A. baumannii ƒ tambƒm comumente isolada de torneiras, luvas, monitores, inaladores, colch“es e das m‚os do pessoal hospitalar. Levando ˆ implica•‚o de ser o contato pessoa – pessoa, a maneira mais comum de dissemina•‚o desta bactƒria dentro dos hospitais. Portanto, esse microrganismo ƒ frequentemente isolado de pacientes de UTI, especialmente daqueles em unidades de queimados e dos pacientes com fatores predisponentes como diabetes mellitus, administra•‚o de ester€ide adrenal, di•lise peritonial, c‹ncer, alcoolismo e longos per‡odos de interna•‚o (SILVA et al., 2006).

Considerando-se, que o isolamento de Acinetobacter em liquor ƒ de diagn€stico complicado, principalmente se for com presen•a de glicose baixa, prote‡na alta e leuc€citos polimorfonucleares. Esse microrganismo n‚o ƒ um pat€geno comum em meningites e normalmente n‚o atravessa a barreira hematoencef•lica em pacientes saud•veis. Geralmente, meningite por

Acinetobacter ƒ uma infec•‚o espor•dica vista em unidades neurol€gicas ap€s cirurgia ou trauma craniano, apesar de v•rios casos epid„micos terem sido descritos (TOWNER, 1997).

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a estes microrganismos, serem frequentemente resistentes ˆ maioria dos antibi€ticos usados em rotina, portanto, a terap„utica espec‡fica deve ser orientada por um teste de suscetibilidade.

Considerando-se, que erros significativos s‚o frequentes com as combina•“es de β – lact‹micos e inibidores de β – lact‹micos no mƒtodo de microdilui•‚o em caldo, observa-se maior resist„ncia. Na realidade, n‚o existe dados que indiquem quais os mƒtodos dispon‡veis s‚o mais relevantes. Mas, o tratamento emp‡rico para infec•“es graves deve consistir em um antibi€tico β – lact‹mico (como: ceftazidime, imipenem entre outros) e um aminoglicos‡deo (SWENSON; KILLGORE; TENOVER, 2004; JOLY – GUILLOU, 2005; MURRAY, 2006).

Verificou-se, que o tratamento combinado com um aminoglicos‡deo e ticarcilina ou piperacilina ƒ sinƒrgico e pode ser efetivo nas infec•“es graves. Para as infec•“es por Acinetobacter resistente a m…ltiplos f•rmacos, v•rios estudos demonstraram a efic•cia cl‡nica do sulbactam em combina•‚o com ampicilina ou cefoperazona (JIM—NEZ – MEJ›AS et al, 1997; PANDEY et al., 1998; JELLISON; MCKINNON; RYBAK, 2001; LEVIN, 2002; HIGGINS et al., 2004). Salientando que a colistina ƒ o …nico agente antimicrobiano que se mostrou ativo contra Acinetobacter resistente a m…ltiplos f•rmacos (CATACHPOLE et al., 1997; LEVIN et al., 1999; JIM—NEZ – MEJ›AS et al., 2002).

3.5.6 Pseudomonas aeruginosa

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uma bactƒria ub‡qua que produz subst‹ncias t€xicas, e s‚o pat€genos humanos oportunistas. O g„nero Pseudomonas possui in…meras espƒcies, e apenas algumas delas s‚o associadas a infec•“es oportunistas. A P. aeruginosa ƒ encontrada em pequeno n…mero na microbiota intestinal normal e na pele humana. Como pat€geno ƒ a espƒcie mais frequente encontrada, em casos cl‡nicos de infec•‚o, por este grupo de microrganismo (FRANCO; LANDGRAF, 2004; LINCOPAN; TRABULSI, 2004; MURRAY et al., 2006).

Levando-se em considera•‚o, que uma das caracter‡sticas mais relevantes dessa espƒcie ƒ a capacidade de produzir um pigmento azul – esverdeado, denominado piocianina, e tambƒm outros pigmentos menos freq™entes, como a pioverdina, que pode ser observado examinando-se as culturas sob luz ultravioleta, por esta raz‚o ƒ tambƒm denominada de bacilo pioci‹nico (LEVINSON; JAWETZ, 1998). Este pigmento possui atividade antibi€tica favorecendo crescimento melhor desta bactƒria em rela•‚o a outras, em determinadas circunst‹ncias. Outros pigmentos, como a fluoresce‡na, e um de menor frequ„ncia como a piomelanina (marrom) s‚o produzidos por esses microrganismos (LINCOPAN; TRABULSI, 2004; MURRAY et al., 2006). Este microrganismo cresce a 40•C, hidrolisa acetamida e produz g•s a partir de nitratos, caracter‡sticas estas observadas a partir da qual, a maior parte das cepas pode ser identificada definitivamente (KONEMAN et al., 2008).

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(diabetes, neoplasias, imunodefici„ncias, fibrose c‡stica). A patog„nese pode ser resumida em tr„s etapas: ades‚o bacteriana e coloniza•‚o, invas‚o local, e infec•‚o sist„mica disseminada (LINCOPAN; TRABULSI, 2004).

As infec•“es localizadas, em consequ„ncia de processos cir…rgicos ou queimaduras, podem resultar em bacteremias severas. Infec•“es urin•rias associadas ao uso de cateteres s‚o frequentes, e os portadores de fibrose c‡stica demonstram em sua maioria, coloniza•‚o por P. aeruginosa, e embora, raramente, apresentem bacteremia, quando isso acontece, provoca no paciente pneumonia mortal (MURRAY et al., 2006; KONEMAN et al., 2008).

Alƒm de infec•“es prim•rias de pele, este microrganismo pode causar outras infec•“es cut‹neas, sendo mais reconhecidas as queimaduras, infec•“es de ouvido (a otite externa ƒ a mais frequente), e as produzidas atravƒs da nata•‚o (ouvido do nadador) constituem um importante fator de risco, sendo em …ltimo caso, a otite externa maligna, que ƒ uma forma mais virulenta da doen•a. A infec•‚o causada por este microrganismo apresenta uma exsuda•‚o purulenta azul, devido ˆ produ•‚o de piocianina liberada por estes microrganismos (KONEMAN et al., 2008).

Em lactentes ou em pessoas debilitadas, o microrganismo ƒ capaz de invadir a corrente sang™‡nea e produzir uma septicemia fatal. Este processo ƒ mais comum em pacientes portadores de leucemia ou linfoma, que foram submetidos ˆ quimioterapia antineopl•sica ou ˆ irradia•‚o, e em pacientes com queimaduras graves. Na septicemia por P. aeruginosa, a verdoglobina (um produto de degrada•‚o da hemoglobina) ou um pigmento fluorescente, pode ser detectado em ferimentos, queimaduras ou na urina, por meio da luz ultravioleta (MURRAY et al., 2006).

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enzimas extracelulares, bem como toxinas (MURRAY et al., 2006; TRABULSI et al., 1999).

A infec•‚o costuma ocorrer em qualquer local onde existe tend„ncia ao ac…mulo de umidade – traqueostomias, cateteres de demora, queimaduras, nas orelhas externas (ouvido de nadador) e feridas cut‹neas exsudativas. A P. aeruginosa tambƒm causa infec•‚o das vias respirat€rias inferiores; podendo essa ser grave e atƒ mesmo potencialmente fatal, em hospedeiros imunocomprometidos. Alƒm disso, o microrganismo pode causar infec•“es devastadoras dos olhos. A ceratite, a infec•‚o de …lceras de c€rnea e a endoftalmite s‚o tambƒm citadas.

Pseudomonas podem ser consideradas emerg„ncias mƒdicas que podem ser fulminantes e amea•ar o paciente de perda permanente da vis‚o com frequ„ncia regular. Elas aparecem na literatura em casos isolados de endocardite, meningite, abscesso cerebral e infec•“es €sseas e articulares devido ˆ dissemina•‚o hematog„nica do microrganismo (BERGONE– B—REZIN; TOWNER, 1996).

Os …nicos agentes antimicrobianos considerados eficazes no tratamento de infec•“es causadas por P. aeruginosa s‚o alguns β – lact‹micos (ticarcilina, piperacilina, aztreonam, imipenem e ceftazidime), alguns aminoglicos‡deos, fluoroquinolonas e colistina (JONES et al., 1998; BIENDENBACH et al., 1995; DUBOIS et al., 2001). Alƒm disso, aquisi•‚o de resist„ncia ocorre com frequ„ncia e, dificilmente, encontra-se um tratamento efetivo para infec•“es por esse pat€geno que possa impedir o aumento no n…mero de mortes de pacientes infectados (DUBOIS et al., 2001).

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4 MATERIAL E M†TODOS

4.1 Amostras biol€gicas

O universo do estudo foi constitu‡do de 170 amostras cl‡nicas de pacientes internos, nas v•rias cl‡nicas do Hospital de Emerg„ncia e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL) de Jo‚o Pessoa - PB. O mesmo constitui um hospital de refer„ncia para sua especialidade, classificado como de mƒdio porte, localizado na •rea urbana da cidade e credenciado pelo Sistema ˜nico de Sa…de (SUS), para atendimento de urg„ncia a toda popula•‚o. A coleta da amostra foi realizada de abril a dezembro de 2006, sob a coordena•‚o da Comiss‚o de Controle de Infec•‚o Hospitalar (CCIH).

As amostras biol€gicas foram provenientes de diversos s‡tios anatŽmicos relacionados com a patologia do paciente. Ap€s a colheita das amostras, se fossem secre•‚o, elas eram colocadas em meio de transporte Stuart (Difico), e enviadas aos Laborat€rios de Microbiologia Cl‡nica e Micologia Cl‡nica do Departamento de Ci„ncias Farmac„uticas do Centro de Ci„ncias da Sa…de (DCF/CCS) da Universidade Federal da Para‡ba (UFPB), onde eram processadas para isolamento bacteriano.

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Tabela 01 – Amostras cl‡nicas usadas para isolamento dos microrganismos

Material N•mero de cepas %

Urina 08 33,33

Sangue 04 16,67

Lavado bronco – alveolar 04 16,67

Secre•‚o traqueal 02 8,33

Secre•‚o da perna direita 02 8,33

Secre•‚o de dreno tor•cico 01 4,17

Fragmento de tecido 01 4,17

Secre•‚o de pele 01 4,17

L‡quido pleural 01 4,17

Total 24 100,00

4.2 Processamento das amostras cl‡nicas e identifica•‚o bacteriana

As amostras cl‡nicas foram inoculadas nos meios de Šgar Sangue, Šgar Manitol Salgado, Šgar MacConkey e Šgar Brolacin (Difco), possibilitando o desenvolvimento dos diferentes microrganismos respons•veis pelo quadro infeccioso. Priorizou-se, o isolamento de Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii, porque esses microrganismos foram os principais pat€genos multirresistentes.

Imagem

Figura  01: Plasm‡dio  com  resist„ncias  a  antibi€ticos  (1  e  2)  e  um ori (3).
Figura 02: Conjuga•‚o Fonte: GOMES, 2008
Figura 03: TransduŠ‹o Fonte: GOMES, 2008
Figura 04. Orƒgano
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