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Caracterização dos adultos inscritos no Nível Secundário

4. Leitura da Grelha Geral

4.1 Profissões actuais dos adultos certificados

As profissões representadas nesta grelha são:

 Auxiliar de Acção Educativa, onze (11) adultos, dos quais dez (10) são do género feminino. Trata-se de adultos que desempenham a sua profissão em Escolas Públicas mas também em Instituições de Solidariedade Social, mais concretamente em Misericórdias.

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91  Assistente Operacional, nove (9) adultos, dos quais sete (7) são do género feminino. Trata-se de adultos que desempenham a sua profissão em Autarquias, em diversos serviços, prestando todo o tipo de apoio auxiliar. Também aqui aparecem Instituições de Solidariedade Social empregando adultos na área dos serviços (cantinas).

 Funcionário Administrativo, oito (8) adultos, dos quais sete (7) são do género feminino. Trata-se, principalmente de adultos que se encontram colocados em secretarias de Autarquias.

 Operário Fabril, cinco (5) adultos, todos do género masculino. Trata-se de adultos empregados em fábricas de componentes eléctricos existentes na sede de Distrito (Évora).

 Bombeiros profissionais, dois (2) adultos, ambos do género masculino.

 Forças de segurança, nomeadamente dois (2) sargentos e dois (2) soldados da Guarda Nacional Republicana, e um (1 ) adulto na Polícia de Segurança Pública. Todos são do género masculino.  Dois (2) empregados bancários, um do género masculino e outro

do género feminino.

 Dois (2) adultos na Marinha Portuguesa, ambos do género masculino.

 Dois (2) empregados de escritório em pequenas empresas familiares, ambos do género feminino.

 Duas (2) auxiliares de Geriatria.

 Três (3) empresários, todos do género masculino, um na área da restauração, um na área do mobiliário e outro na área da Electricidade e Climatização.

 Uma (1) adulta, empregada de comércio, na área da venda a retalho, vestuário.

 Um (1) funcionário dos CTT, carteiro, género masculino.  Duas (2) empregadas domésticas.

 Uma (1) operadora de caixa numa Cooperativa de Consumo.  Um (1) pedreiro e manobrador de máquinas.

92  Uma (1) funcionária de uma Queijaria, fabricante de queijos

tradicionais.

 Um (1) delegado de informação médica.  Um (1) electricista.

 Um (1) encarregado de manutenção de uma serralharia.  Um (1) trabalhador agrícola.

 Cinco (5) recém reformados.

 Seis (6) desempregados de curta duração.

Esta exaustividade em relação às profissões dos adultos certificados, que fiz questão de realçar, tem a ver com o facto de se poder constatar que o Referencial pode abarcar adultos com profissões e vivências completamente diferentes. Trata-se de indagar se é possível “estabelecer ligações/articulações com as competências do referencial” (Cavaco, 2009, pag.613) que permitam obter, por parte dos adultos, uma certificação de nível secundário. Dito de outra forma:

“No processo RVCC, a situação existente são os adquiridos experienciais e as competências dos adultos (indicadores) e a situação desejável é o referencial de competências-chave (critérios de comparação). Neste caso, a avaliação é o resultado de uma comparação entre os indicadores (os adquiridos experienciais e competências demonstradas pelo adulto) e os critérios (as competências do referencial)” (Cavaco, 2009, pag.619).

Esta avaliação será forçosamente diferente da avaliação tradicional tendo em conta este novo processo, avaliar competências que surgem das experiências dos adultos. O processo de reconhecimento e validação de adquiridos experienciais é também uma ocasião para renovar as práticas de avaliação (Figari, 2006).

Um outro aspecto que pode ser estudado a partir desta grelha tem a ver com as Competências que adultos com a mesma profissão têm, isto é, podemos verificar se existe ou não grandes diferenças e/ou semelhanças entre estes adultos.

Da análise da grelha podemos concluir que, no que diz respeito aos domínios de referência validados, existem mais semelhanças que diferenças. A estrutura do referencial leva a que os adultos, sob a orientação da equipa

93 técnico-pedagógica, validem determinados domínios de referência em detrimento de outros. É mais fácil por exemplo, validar os domínios de referência privado e profissional do que os domínios de referência institucional e macro-estrutural, independentemente de se estar a falar de adultos com a mesma profissão ou não. É por esta razão que não se nota tanto as diferenças na validação dos domínios de referência.

No entanto, o facto de se certificar o domínio de referência profissional em adultos com a mesma profissão, não significou que a competência certificada fosse exactamente a mesma. Em indivíduos com a mesma actividade profissional, “as funções podem diferir bastante de pessoa para pessoa, o que justifica também competências muito distintas” (Cavaco, 2009, pag.642).

Para além disso, a reflexão sobre aquilo que foi vivido pode originar aprendizagens distintas em pessoas com a mesma profissão. Deste modo é fundamental uma “análise pormenorizada dos adquiridos experienciais resultantes de um percurso de vida e não da análise de um curriculum vitae” (Cavaco, 2009, pag.640).

Embora apareça por vezes na grelha as mesmas competências validadas entre adultos com a mesma profissão, elas não são necessariamente as mesmas, são referentes aos mesmos domínios de referência, o conteúdo é diferente, está sujeito à apropriação individual que cada indivíduo faz das suas experiências onde entram factores como a motivação, a reflexão sobre as experiências anteriores e o maior ou menor significado que se deu a elas que irão afectar ou condicionar as seguintes. Em última instância cabe ao sujeito individual e único a última palavra sobre aquilo que interiorizou. Os factores individuais têm um importante papel nos processos de formação experiencial (Cavaco, 2009).

Também a maior ou menor compreensão que os adultos têm da lógica do processo é importante no reconhecimento de adquiridos experienciais, “há uma relação dialéctica entre a compreensão do processo, a implicação na (re)elaboração da experiência e a rentabilização das potencialidades formativas” (Cavaco, 2009, p.654). As equipas técnico-pedagógicas devem ter isto em consideração nas primeiras sessões de reconhecimento, a

94 “compreensão da lógica do processo RVCC não é imediata e vai sendo interiorizada à medida que o processo avança” (Cavaco, 2009, p.653).

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